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Diarreia Neonatal em Bezerras Leiteiras

NOVIDADES DOS PARCEIROS

EM 12/09/2023

7 MIN DE LEITURA

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A fase de cria de bezerras é crucial para obtenção de vacas leiteiras saudáveis e produtivas no futuro. Este período é marcado por grandes desafios, incluindo a necessidade de adaptação extrauterina e obtenção de anticorpos via colostro materno. Por estes motivos, os animais nesta fase são mais suscetíveis às doenças, que incluem principalmente as diarreias, doença respiratória e inflamações umbilicais (GOMES et al., 2021). A morbidade por diarreia pode acometer entre 90 e 100% dos neonatos com até três semanas de idade, sendo considerada uma das principais causas de mortalidade nas bezerras em aleitamento (WINDEYER et al., 2014).

A diarreia é um sinal clínico, que representa uma disfunção do trato gastrintestinal, podendo ser atribuída a fatores infecciosos ou não. Vários patógenos entéricos, incluindo bactérias, vírus e protozoários podem estar envolvidos no desenvolvimento desta síndrome (CHO, 2014). Os principais agentes responsáveis pela diarreia neonatal estão resumidos na tabela 1.

 

Tabela 1. Principais agentes envolvidos no desenvolvimento de diarreia em neonatos. Adaptado (MilkPoint, 2011).

A progressão da diarreia geralmente é rápida. Por isso, realizar o diagnóstico rapidamente é imprescindível para confirmar a causa e iniciar o tratamento. A diarreia pode ser classificada como leve, até intensa, dependendo do estado do animal e, de acordo com a consistência, poderá ser classificada em escores de 0 a 3, como demonstrado pelo estudo de McGUIRK, 2008 (Tabela 2. Adaptado). 

Os fatores envolvidos no desenvolvimento de diarreias podem ser resumidos em falhas na imunidade, estresse ambiental ou contaminação. Assim, além do tratamento individual, também é preciso adotar medidas de prevenção no bezerreiro.

A placenta bovina não permite a transferência passiva de anticorpos para o feto. Como resultado, a (o) bezerra (o) recém-nascida (o) apresenta o sistema imune imaturo e suscetível aos patógenos ao seu redor. Por isso, o neonato depende do consumo de colostro para adquirir proteção imunológica durante as primeiras semanas de vida. É necessário enfatizar que o colostro é a primeira secreção produzida pelas fêmeas após o parto, sendo produzido durante o período seco e secretado após o nascimento do bezerro. Este primeiro leite contém não somente nutrientes, mas também imunoglobulinas (YANG et al., 2015).

A falha no processo de colostragem da (o) bezerra (o) colabora para o aumento da morbidade pré-desmame, incidência de doenças entéricas, crescimento reduzido, redução da produção de leite na primeira lactação e aumento das taxas de mortalidade (ATKINSON, VON KEYSERLINGK & WEARY, 2017). Para obter sucesso na transferência de imunidade passiva, o colostro deve ser fornecido o mais rápido possível após o nascimento e em quantidade e qualidade adequadas. Recomenda-se o fornecimento do colostro o mais rápido possível após o nascimento, em um volume de 10-12% do peso vivo e com a qualidade de IgG ≥ 5g/dc (Adaptado de GODDEN, 2008).

A exposição a ambientes contaminados e estressantes aumentam ainda mais a ocorrência de diarreia. Por isso, é necessário a implantação de medidas de biosseguridade na propriedade, para controlar estes desafios de forma eficaz. Uma solução simples é a redução da carga de agentes patogênicos no ambiente de criação, por meio da adoção das seguintes medidas: (1) manutenção da área limpa; (2) evitar superlotação; (3) segregação das (os) bezerras (os) por idade; (4) segregação de animais doentes e (5) higiene dos bicos das mamadeiras (CHO, 2014).

O uso de antimicrobianos é a principal medida adotada pelos produtores para combater a diarreia em bezerros. Todavia, o uso indiscriminado destes produtos está associado ao desenvolvimento de bactérias multirresistentes (OKELLO et al., 2021).

O foco da terapia das diarreias deve ser a correção da desidratação, hipoglicemia, acidose e desequilíbrio eletrolítico. Em animais com níveis de desidratação até 8%, recomenda-se o uso de soluções eletrolíticas orais, que contenham agentes alcalinizantes (Ex: bicarbonato), eletrólitos (Ex: sódio) e uma fonte de energia, como a glicose. Mas, para bezerras que estejam com mais de 8% de desidratação, com quadro de apatia grave e hiportermia, recomenda-se fluidoterapia intravenosa. As soluções utilizadas nestes casos incluem principalmente cristalóides, como ringer com lactato, glicose 5% e solução salina (NaCl 0,9%) (CONSTABLE, 2003).

Além disso, a administração de anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs), como o meloxicam, melhora a endotoxemia e septicemia provocada pela translocação de bactérias no epitélio intestinal. Os AINEs auxiliam na redução da inflamação intestinal, de maneira contornar cólicas intestinais e dores abdominais devido aos seus efeitos analgésicos (CONSTABLE, 2009).

TODD et al. (2010) examinou a eficácia do Meloxicam como terapia suporte para bezerros apresentando diarreia neonatal. Bezerros tratados com Meloxicam tiveram maior ingestão de leite, ingestão de água e ganho de peso, bem como início do consumo de sólidos mais cedo do que bezerros não tratados, indicando eficiência no tratamento com anti-inflamatórios não esteroidais.

Gráfico 1. Curva da função de sobrevivência de Kaplan-Meier do tempo para iniciar o consumo de ração (Adaptado de Todd et al., 2010).

Gráfico 2. Curva da função de sobrevivência de Kaplan-Meier do tempo para desmame (Adaptado de Todd et al., 2010).

Animais tratados com Meloxicam apresentaram maior probabilidade de consumir ração e em menor intervalo de tempo (Adaptado Todd et al., 2010). Bezerros tratados com Meloxicam tenderam a desmamar mais cedo do que bezerros do grupo controle (Adaptado Todd et al., 2010).

 

Eliminar a diarreia no rebanho não é uma tarefa fácil!

Analisar corretamente o quadro clínico do animal é fundamental para o estabelecimento da etiologia da diarreia e posterior tratamento. Mas, antes de tudo isso, é necessário realizar um bom processo de colostragem e a adoção de práticas de biosseguridade em seu rebanho como um todo.
 

 

Como solução para reduzir os efeitos inflamatórios nocivos causados pela disfunção no trato gastrintestinal de bezerras (os), a Boehringer Ingelheim oferece aos clientes o Metacam®. O Metacam® é uma droga anti-inflamatória não esteroidal, da classe dos oxicams (meloxicam), que atua inibindo a síntese de prostaglandina, exercendo, assim, os efeitos anti-inflamatórios, antiexsudativo, analgésico e antipirético. Ele reduz a infiltração de leucócitos no tecido inflamado. Em uma menor extensão, ele também inibe a agregação trombocitária induzida pelo colágeno. Possui, também, propriedades antiendotóxicas, pois demonstrou inibir a produção de tromboxano B2 induzida pela administração de endotoxina E. coli em bezerros.

 

A Boehringer Ingelheim é a maior empresa farmacêutica de capital fechado do mundo. Estamos entre as 20 maiores empresas farmacêuticas, líderes em pesquisa e desenvolvimento. Há mais de 130 anos, mantemos o compromisso com pesquisa, desenvolvimento, fabricação e comercialização de novos medicamentos com alto valor terapêutico para a saúde humana e animal. Com sede em Ingelheim, na Alemanha, a companhia opera globalmente com 176 afiliadas e conta com mais de 50.000 funcionários. Estabelecida há mais de 60 anos no Brasil, a Boehringer Ingelheim possui escritório em São Paulo, uma unidade de produção para saúde animal em Paulínia, além de equipes comerciais com presença nacional. Nosso vasto portfólio de produtos traz inovação para os cuidados com a saúde humana e animal.

 

REFERÊNCIAS:

ATKINSON, D. J.; VON KEYSERLINGK, M. A. G.; WEARY, D. M. Benchmarking passive transfer of immunity and growth in dairy calves. Journal of dairy science, v. 100, n. 5, p. 3773-3782, 2017.

CHO, Yong-il; YOON, Kyoung-Jin. An overview of calf diarrhea-infectious etiology, diagnosis, and intervention. Journal of veterinary science, v. 15, n. 1, p. 1-17, 2014.

CONSTABLE, Peter D. Treatment of calf diarrhea: antimicrobial and ancillary treatments. Veterinary Clinics of North America: Food Animal Practice, v. 25, n. 1, p. 101-120, 2009.

CONSTABLE, P. Fluid and electrolyte therapy in ruminants. Veterinary Clinics of North America: Food Animal Practice, v.19, n.3, p.557-597,2003.

Diarreia em bezerros leiteiros lactantes: a doença e o manejo em diferentes unidades da Embrapa Documentos 120 Embrapa Pecuária Sudeste São Carlos, SP 2015

GODDEN, Sandra. Colostrum management for dairy calves. Veterinary Clinics of North America: Food Animal Practice, v. 24, n. 1, p. 19-39, 2008.

GOMES, Viviani et al. Doenças na fase de aleitamento e práticas de manejo sanitário na criação de bezerra. Revista Brasileira de Buiatria, v. 1, n. 2, p. 27-62, 2021.

McGUIRK, S.M. Disease management of dairy calves and heifers. Veterinary Clinics of North America: Food Animal Practice, v.24, p.139-153,2008.

MILKPOINT. Diagnóstico de diarréia neonatal em bezerros, 2021. Disponível em: <Diagnóstico de dhttps://www.milkpoint.com.br/colunas/carla-bittar/diagnostico-de-diarreia-neonatal-em-bezerros-69888n.aspxiarréia neonatal em bezerros | MilkPoint> Acesso em: 10/02/2023.

Okello, E., Williams, D. R., ElAshmawy, W. R., Adams, J., Pereira, R. V., Lehenbauer, T. W., & Aly, S. S. (2021). Survey on antimicrobial drug use practices in California preweaned dairy calves. Frontiers in Veterinary Science, 8, 636670.

TODD, C. G. et al. Nonsteroidal anti-inflammatory drug therapy for neonatal calf diarrhea complex: Effects on calf performance. Journal of animal science, v. 88, n. 6, p. 2019-2028, 2010.

WINDEYER, M.C. et al. Factors associated with morbidity, mortality, and growth of dairy heifer calves up to 3 months of age. Preventive Veterinary Medicine, v.113,n.2 ,p.231-40,2014.

YANG, M. et al. Colostrum quality affects immune system establisment and intestinal development of neonatal calves. Journal of Dairy Science, Champaign, v. 98, n. 10, p. 7153-7163, 2015.

 

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