A Granja Leiteira Ferster, localizada em Quatro Pontes, oeste do Paraná, iniciou as atividades em 1996. Atualmente produz 1000 litros de leite por dia, com o rebanho composto por animais da raça Holandesa, com média de 33,3 litros por vaca.
Quem vê a propriedade de Adelar e Cleia, referência na região, não imagina as dificuldades que enfrentaram, chegando a perder todo o rebanho e tendo que recomeçar comercializando 20 litros por dia. Mas antes de contar esse acontecimento trágico e a reviravolta, vamos falar um pouco do início...
Clei e Adelar Ferster
Em 1996, Adelar e Cleia se casaram e decidiram morar na propriedade de Seu Osvaldo, pai de Adelar. “Escolhemos ficar na agricultura para trabalharmos juntos no dia a dia e, futuramente, quando tivéssemos filhos, podermos estar sempre juntos deles. Já havia algumas vacas, com uma produção de 30 litros/dia, a ordenha era mecânica e o leite era colocado em baldes e guardado no congelador”, contou Adelar. Foi o primeiro contato de Cleia com as vacas, já que nasceu e foi criada na cidade.
Os recém-casados ganharam uma vaca e começaram a trabalhar em parceria com seu Osvaldo, sempre pensando em aumentar a produção. Investiram em genética, inseminação artificial e, com os bezerrinhos que iam nascendo, foram montando seu próprio plantel.
Em 1998, tiveram a primeira filha, que, segundo eles, foi criada “no meio das vacas”. Em 2005, veio a segunda menina e foi quando decidiram adquirir todo o rebanho de seu Osvaldo. “Compramos 33 animais e, nesta época, já tínhamos um botijão de sêmen e fazíamos as inseminações. Em 2008, com uma grande quantidade de animais, investimos em uma sala de ordenha, ordenhadeira e resfriador novos, pois nossa estrutura já não comportava mais a produção, precisávamos de melhorias. Também já tínhamos um colaborador que nos ajudava nas atividades”.
Mas 2010 foi um ano de surpresas e dificuldades para a família. Um dos animais da propriedade, enviado para o abate, teve diagnóstico positivo para tuberculose. O exame no plantel era realizado anualmente e já há 8 anos não compravam animais de fora, mas, ainda assim, 88 animais foram abatidos, restando apenas 4 bezerros recém-nascidos. O vazio sanitário teve que ser realizado e durou um ano. “Para nós, restaram apenas os financiamentos das vacas e das estruturas para serem pagos, sem a produção de leite. Naquele momento nada mais fazia sentido, o desespero tomou conta de nós e pensávamos: o que vamos fazer agora? Foi o fim de um sonho, nada mais fazia sentido. Nos restou apenas uma pergunta: por que conosco? E uma afirmação: nunca mais! Naquele momento, tínhamos duas opções: vender a propriedade e quitar as dívidas ou ficar e achar meios de pagá-las”, lembrou Adelar.
Para se reerguer, o casal tentou várias atividades, mas a única que deu certo foi a produção de feno. As novilhas que restaram foram criadas separadamente, sendo testadas para tuberculose a cada 60 dias. Em 2012, a primeira delas pariu e representou o recomeço da Família Ferster no leite, comercializando 20 litros por dia. Fizeram novos financiamentos para adquirir mais animais, todos de alta genética e registrados na Associação Paranaense de Criadores de Bovinos da Raça Holandesa (APCBRH). Além disso, conseguiram o certificado de livre de brucelose e tuberculose, uma meta que traçaram para a propriedade.
Assim, a Granja Leiteira Ferster conseguiu se reerguer, sempre buscando aprimoramento. Em 2019, decidiram investir em um compost barn, visando o bem-estar dos animais e dos trabalhadores. “Fomos em busca de mais conforto para os animais, que sofriam em dias de chuva e de muito calor com casos de mastite e problemas de casco, pois eram muitos os desafios. Visávamos também o nosso conforto, facilitar o nosso trabalho”, explicou.
Em 2020, realizaram um curso de coach e levaram a metodologia para dentro da propriedade. “Nos desenvolvemos muito, com a expansão de consciência, criando hábitos novos e tendo uma nova visão de vida. Com o desenvolvimento veio o questionamento de qual seria o nosso propósito de vida, até que entendemos que ele está ligado ao que gostamos de fazer. O setor do leite sempre foi desvalorizado, com altos e baixos no preço. Contudo, o preço é a única coisa que o produtor não interfere. Precisamos encontrar meios de aumentar a produção e baixar custos da porteira para dentro. Sempre em busca de eficiência e melhorarias na qualidade do leite, adquirindo novos conhecimentos e excelência que possam melhorar ainda mais os resultados e repassando para os outros produtores nossas experiências”.
Família Ferster
Atualmente a família mostra a propriedade por meio do perfil no Instagram da Granja Leiteria Ferster, criado pelas filhas do casal. “Assumimos o propósito de gerar conteúdo e mostrar nosso dia a dia, buscando a valorização do produtor de leite, mostrando as alegrias, as conquistas, dificuldades e desafios. Se você que ter sucesso em qualquer atividade, invista primeiro em você! O grande sentido da vida é a troca de conhecimento”, finalizou o proprietário.
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