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Como a pecuária pode ser sustentável?

POR FERNANDA ANTUNES

EDUCAPOINT

EM 01/02/2024

4 MIN DE LEITURA

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A pecuária possui o grande potencial de tornar a produção cada vez mais sustentável nos diferentes sistemas de produção. Além de ser uma questão cada vez mais questionada pelos consumidores, a produção sustentável na pecuária tem se tornado um compromisso do setor para maior eficiência na utilização de recursos e insumos e maior rentabilidade na atividade.  

Comprometendo-se com a otimização do uso de recursos hídricos e a implementação de práticas, sistemastecnologias inovadoras e, principalmente, com a mitigação da emissão dos gases do efeito estufa (GEE), a pecuária busca liderar a transição rumo a uma produção mais sustentável. 

O que é o efeito estufa?  

O efeito estufa refere-se à radiação solar que atinge a superfície terrestre. O calor então é novamente emitido da superfície terrestre para atmosfera, sendo que parte deste fica retido na camada atmosférica. Essa retenção térmica é fundamental para sustentar a vida na Terra, pois sem ela, a temperatura média do planeta poderia despencar para -18°C. No entanto, a preocupação atual é o aumento da retenção de calor na superfície terrestre devido ao acúmulo dos gases do efeito estufa (GEE). 

Alguns desses gases, possuem maior capacidade de provocar o acúmulo do calor na superfície terrestre, como é o caso do dióxido de carbono (CO²), sendo esse o mais abundante na atmosfera, o metano (CH4) e o óxido nitroso (N²O). Os 3 gases também são os mais importantes na cadeia agropecuária.  

Como ser sustentável na cadeia pecuária? 

Nos últimos anos, alguns estudos têm sido realizados com o objetivo de demonstrar de que forma a cadeia pecuária está buscando tornar a produção mais sustentável.  

  • O sistema de pastejo, a atividade microbiana e o carbono no solo 

O gráfico abaixo compara o teor de carbono microbiano no solo e a massa de raízes em sistema de pastejo e sem pastejo. 

Imagem 1.  Relação teor de carbono microbiano e massa de raízes. 

Fonte: Souza et al. (2008).

O estudo indicou que o sistema de pastejo incentiva a formação de perfilhos das forrageiras, incentivando, consequentemente a formação de raízes, que por fim, estimulam a atividade microbiana do solo. 

Mas por que isso é desejável? Porque são os microrganismos que realizam a decomposição do material orgânico para deixá-lo sequestrado no solo. Assim, os microrganismos são favorecidos pelo componente animal presente nesse sistema, promovendo um aumento na biodiversidade que torna o sistema mais eficiente na incorporação de carbono no solo. Vale destacar que o aporte de carbono no solo é uma meta desejável, contribuindo significativamente para a mitigação das mudanças climáticas. 

  • A eficiência produtiva e emissão de metano 

Um estudo apresentado pela Aliança SIPA mostra uma associação muito importante entre a emissão de gases do efeito estufa e a eficiência produtiva em sistema de pastejo. A pesquisa relaciona o ganho de peso diário de bovinos, a emissão de metano entérico e a altura do pasto na entrada dos animais. Revela-se que, que dentro da faixa ótima de altura de pastejo, obteve-se o melhor ganho de peso dos bovinos associado com a menor emissão de metano e menor fermentação entérica dos animais.  

O estudo enfatiza que a eficiência produtiva desempenha um importante papel na redução da emissão de metano dentro dos processos produtivos.  

Imagem 2. Relação da eficiência produtiva do bovino e a emissão de metano. 

Fonte: Aliança SIPA.

  • O sistema de pastejo e os atributos químicos do solo 

Uma pesquisa que comparou sistemas com e sem pastejo para os atributos químicos do solo, sem revolvimento, revelou alterações nos atributos químicos, especialmente no pH, na saturação por bases e alumínio. 

Nos sistemas de pastejo com a presença do componente animal, observou-se uma melhoria significativa no pH do solo em até 20 cm de profundidade, em contraste com os sistemas sem o componente animal, onde essa melhoria ficou limitada aos primeiros 10 cm da camada do solo 

Os resultados mais promissores deste estudo estão relacionados à saturação por bases e alumínio. Essas características apresentaram melhorias notáveis em profundidades de até 40 cm na presença do componente animal, enquanto nos sistemas sem pastejo, as melhorias foram restritas a até 20 cm de profundidade. 

Imagem 3. Atributos químicos do solo.

Fonte: Martins et al. (2018).

  • O sistema de pastejo e o nitrogênio no solo 

As áreas de pastagem contribuem significativamente para a redução das perdas de nitrogênio por lixiviação no solo, assegurando assim que o lençol freático associado a esse sistema seja menos contaminado por fontes nitrogenadas. Além disso, esse cenário propicia um aproveitamento mais eficiente do adubo nitrogenado, uma vez que ele é retido de maneira mais eficaz no sistema. 

A implementação de práticas adequadas de manejo de fertilizantes, a adoção de técnicas de plantio direto e a promoção de sistemas agrícolas integrados emergem como estratégias essenciais para mitigar tais emissões e fortalecer a sustentabilidade na pecuária.  

De maneira geral, práticas mais conservacionistas, como o plantio direto e a integração lavoura-pecuária-floresta, asseguram uma biodiversidade mais robusta no sistema, especialmente no solo, onde se observa uma maior atividade microbiana. Esse contexto favorece uma significativa retenção de carbono no solo. 

A pecuária, ao adotar conhecimentos e práticas sustentáveis e conservacionistas, apresenta uma notável vantagem e potencial para mitigar a emissão de gases do efeito estufa dentro do próprio sistema produtivo. Essa abordagem não apenas promove a sustentabilidade da produção como também traz benefícios econômicos para atividade.

 

Fonte consultada: Agropecuária e sustentabilidade: desmistificando a coexistência. Izabella Marani. EducaPoint.

FERNANDA ANTUNES

Engenheira Agrônoma pela Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC/CAV.

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