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Saúde X Produtividade X Conforto nas vacas de alta produção

POR RENATA DE OLIVEIRA SOUZA DIAS

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 11/03/2009

2 MIN DE LEITURA

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Para a síntese e secreção do leite, o metabolismo da vaca leiteira utiliza energia advinda da dieta e também mobilizada das reservas corporais. Quando o montante de energia necessária para a produção leiteira não pode mais ser mantido em equilíbrio pelas reservas corporais há uma desestabilização do metabolismo, podendo afetar a saúde do animal. Quem trabalha com vacas de alta produção, com seleção genética para alta mobilização das reservas corporais, já reconhece bem o quadro de balanço enérgico negativo que ocorre no início da lactação.

O balanço energético começa a ser afetado durante as últimas semanas da gestação, quando há uma redução de cerca de 30 a 35% na ingestão da dieta. E se torna mais severo após o parto, quando a mobilização das reservas corporais e o volume da secreção de leite aumentam muito mais rápido do que a curva de ingestão de matéria seca.

A mobilização das reservas corporais durante o balanço energético negativo é um fator chave para o aumento da susceptibilidade às doenças. O balanço energético negativo está associado a distúrbios metabólicos e desordens do sistema locomotor, tais como a hipocalcemia, a cetose e a laminite. Foi observado ainda que a laminite é uma enfermidade que leva a sérias consequências na produtividade do rebanho, já que induz à redução da produção de leite, redução do desempenho reprodutivo e aumento do índice de descarte.

Neste cenário, as vacas de alta produção, para compensar a elevada demanda de nutrientes, passam grande parte do tempo se alimentando ou ruminando, deixando de realizar atividades importantes para redução do estresse e para o comportamento social, tais como a interação com outras vacas do rebanho e a manifestação do comportamento sexual. Iniciam-se assim os sintomas de stress e alterações do comportamento, alguns animais apresentam sintomas como o ranger de dentes, pressionam a fronte contra a estrutura metálica, etc. Outros animais tornam-se mais inativos, apáticos e chegam a reduzir até a ingestão de matéria seca.

Mas a alta produção leiteira não está sempre associada aos efeitos negativos à saúde e à fertilidade; na realidade, tais efeitos dependem também do ambiente, da instalação e do conforto. O ambiente deve favorecer a alta ingestão de matéria seca, levando em consideração a competição animal, o calor e a umidade, a qualidade do piso (macio e com ranhuras) e a qualidade das camas. O estudo do conforto animal mostra que o dimensionamento e o desenho dos corredores de alimentação, corredores que cruzam a instalação, corredores do tráfego de animais para a ordenha e a localização e acesso aos cochos de água afetam a taxa de ingestão voluntária de matéria seca. Além disso, o estudo do conforto e do comportamento animal evidencia que a mudança de animais de lote afeta negativamente a interação social, e leva a um consumo extra de energia, utilizada para restabelecer a hierarquia social no grupo.

Em síntese, a atual situação dos rebanhos de alta produção leiteira merece atenção. É necessário trabalhar em busca de um balanço equilibrado entre a produção e a saúde animal. As vacas precisam manter os ciclos reprodutivos e precisam de longevidade, mas para encontrar este equilíbrio entre produção e saúde é necessário, antes de mais nada, conhecer os índices do rebanho e detectar onde estão os maiores pontos de desequilíbrio. Um bom começo é enfatizar a fertilidade, a saúde e a longevidade no momento da definição dos acasalamentos e compra de sêmen.

Figura 1. Associação de eventos nos animais acometidos pelo balanço energético negativo.


Fonte:
Rodriguez-Martinez, H., et al. Reproductive Performance in High-producing Dairy Cows: Can We Sustain it Under Current Practice? Ivis Reviews in Veterinary Medicine, 11-Dec-2008.

RENATA DE OLIVEIRA SOUZA DIAS

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MARCELO ERTHAL PIRES

BELÉM - PARÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 21/04/2010

Parabens, pelo belo artigo! Vem a confirmar, a tenua linha de equilíbrio de um rebanho com manejo de alta produção, que, quanto mais se produz, mais são os obstáculos a se transpor. Saudações!!!!!
LEANDRO ROSSONI

CHAPECÓ - SANTA CATARINA - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 13/03/2009

Realidade:
Na minha região a realidade é diferente, as pastagens são de boa proteína e alguns produtores estão jogando dinheiro fora (proteína), não devemos levar em conta somente ela mas a Energia que é fundamental na dieta bovina.

A maioria dos vendedores de ração falam somente em proteína e esquecem da energia, outros recomendam fornecer gordura protegida a lactação inteira. Para essas pessoas o que vale é ´vender´, mas esquecem de trabalhar em cima de resultados onde irá beneficiar o produtor. Usam bastante o termos ´me falaram´, ´eu vi dizer´, mas na realidade nunca usaram a técnica para comprovar a eficiencia que resultará em lucro quando bem aplicada.

Temos que ter dados em mãos para fazermos uma dieta balanceada, caso contrário damos um ´tiro no escuro´. Na empresa onde trabalho comecei a fazer analises individuais de cada animal e os resultados das análises foram muito importante para corrigir os problemas.

De fato que cada propriedade é deferente uma da outra, pois o solo e adubação variam muito, tudo temos que analisar para termos uma certeza, pois somente assim mostramos para o produtor o lucro real da propriedade.

Att. Leandro Rossoni
Técnico Agrícola, Chapecó - SC

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