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Qual a vida útil de vacas acometidas com deslocamento de abomaso?

POR RENATA DE OLIVEIRA SOUZA DIAS

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 08/09/2000

3 MIN DE LEITURA

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Atualizado em 30/05/2023

O deslocamento de abomaso causa perdas econômicas advindas, principalmente, dos custos de tratamento e queda na produção leiteira. Vacas diagnosticadas com deslocamento de abomaso tem maior risco de serem descartadas do rebanho. Em algumas regiões dos EUA, como Nova York, os animais são descartados logo após o diagnóstico do deslocamento de abomaso, fato este que apresenta melhor custo/beneficio para a referida situação. Em Ontario (Canadá), a incidência de deslocamento de abomaso para a esquerda nas fazendas produtoras de leite é de aproximadamente 2%.

Produtores e técnicos buscam avaliar qual a melhor conduta a ser tomada com um animal acometido pelo deslocamento do abomaso. Quanto tempo a vaca sobreviverá após a cirurgia corretiva? E qual a possível redução na produção de leite? E as demais lactações também serão afetadas?

Na tentativa de elucidar alguns desses pontos, foi realizada uma pesquisa no Canadá onde se avaliou a taxa de sobrevivência das vacas submetidas à correção do deslocamento de abomaso. Esse estudo avaliou animais de 20 fazendas e constatou que as vacas acometidas com deslocamento de abomaso sobrevivem, em média, 483 dias após a ocorrência do deslocamento, ou seja, foi constatado que vacas que apresentaram o deslocamento de abomaso e foram devidamente tratadas, estão mais susceptíveis a saírem do rebanho do que vacas que não apresentaram o problema.

Em relação à produção, estima-se uma redução de 30% na produção de leite na lactação. No entanto, o mesmo estudo comprovou que a produção nas lactações subsequentes não foi afetada. Foi constatado ainda, que a baixa produção de leite é uma das maiores causas de descarte de vacas que sofreram um deslocamento de abomaso. Entretanto, quando a correção é rápida e eficiente, constatou-se que cerca de 120 dias após a mesma, o animal já retorna à produção de leite em volume semelhante ao das vacas sadias.

A taxa de sobrevivência do animal afetado é alterada de acordo com a lactação onde ocorreu o deslocamento; animais mais jovens vivem mais, animais mais velhos sobrevivem menos tempo no rebanho. Foi observado ainda que há uma tendência das vacas mais velhas apresentarem deslocamento de abomaso imediatamente após o início da lactação, podendo esse fato estar associado à menor resistência destes animais ao estresse no período do peri-parto. O DEL (dias em lactação) no qual ocorreu o deslocamento afeta a taxa de sobrevivência do animal: quanto mais no início da lactação mais o deslocamento afeta a produção de leite e mais facilmente determinará o descarte do animal.

O tipo de cirurgia corretiva realizado neste estudo (técnica cirúrgica com a cavidade abdominal fechada e com a cavidade abdominal aberta, ambas realizadas na própria fazenda; e a técnica cirúrgica com a cavidade abdominal aberta realizada no Hospital Veterinário da Ontario Veterinary College), não afetou o tempo de sobrevivência do animal no rebanho, bem como não afetou a produção de leite dos animais durante a lactação. Da mesma forma, a ocorrência de retenção de placenta, febre do leite, metrite, mastite, cetose e problemas de casco durante a lactação em que foi diagnosticada o deslocamento não afetou a sobrevivência dos animais no rebanho.

Foi observado ainda que o animal que apresenta metrite na lactação na qual foi diagnosticado o deslocamento de abomaso tem maiores chances de apresentar recidivas de deslocamento. Vacas afetadas pelo deslocamento de abomaso apresentam aumento dos dias em aberto, entretanto dados que associam o deslocamento de abomaso com parâmetros reprodutivos não foram detalhados nesta pesquisa.

Com base nesse estudo, pode-se concluir que as vacas acometidas com deslocamento de abomaso sobreviverão menos tempo no rebanho que as vacas que não apresentaram esse problema. A produção de leite da lactação é afetada em cerca de 30%, e a produção das lactações subsequentes não será afetada. Esses dados podem auxiliar o produtor de leite e o técnico a avaliar com cautela o custo/benefício e a melhor conduta a ser tomada em cada caso.

____________________

fonte: Journal Dairy Science, v.81, p.2346, 1998

RENATA DE OLIVEIRA SOUZA DIAS

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