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Protocolo OVSYNCH - sincronização do estro em pequenos ruminantes

POR MARIA EMILIA FRANCO OLIVEIRA

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 22/10/2010

5 MIN DE LEITURA

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Atualizado em 05/01/2024

A sincronização do estro é uma ferramenta que tem sido empregada com sucesso para intensificar o manejo e aumentar a eficiência reprodutiva, como apresentado no artigo "Sincronização de estro", publicado em 18/02/2010. Em pequenos ruminantes, a sincronização de estro é realizada, principalmente, por métodos naturais como o efeito macho e uso de substâncias hormonais. Estas atuam intervindo na atividade hormonal reguladora do ciclo estral de forma a encurtá-lo ou prolongá-lo, pela indução da luteólise ou prolongamento da vida do corpo lúteo. Desta maneira, permite que um grupo de fêmeas entre em estro e/ou ovule em um curto período de tempo, fornecendo base para o desenvolvimento de outras biotécnicas da reprodução como inseminação artificial, transferência de embriões e produção in vitro de embriões, as quais promovem a aceleração do processo de melhoramento genético e ganho de produtividade.

Diversos protocolos têm sido desenvolvidos, cada qual com suas particularidades inerentes a cronologia e aos fármacos empregados. Entre os diversos protocolos hormonais, o Ovsynch, foi desenvolvido para a sincronização do estro e ovulação, permitindo a inseminação em tempo pré-fixado (IATF), sem a necessidade de observação do estro. O tratamento consiste na administração de PGF2α em fêmeas tratadas previamente (seis a sete dias) com GnRH, seguida pela repetição do GnRH, 36 a 48 horas após a PGF2α. O estudo da dinâmica folicular deste tratamento, em bovinos, relata que o GnRH induz uma descarga hipofisária de LH, seguida da ovulação do folículo dominante (caso esteja na fase de crescimento ou estática), resultando na emergência de uma nova onda folicular em dois a três dias seguintes à injeção do GnRH (Wolfenson et al., 1994; Pursley et al., 1995; Pursley et al., 1997). Com base nesta dinâmica, a continuação do protocolo visa à regressão luteal e subsequente indução da ovulação de um folículo da onda que emergiu. Apresentaremos neste artigo a compilação de alguns resultados publicados da eficiência do protocolo Ovsynch em ovelhas e cabras.

Experimento 1 - Eficiência do protocolo Ovsynch em ovelhas da raça Santa Inês (Oliveira et al., Arch. Zootec. 58 (222): 281-284, 2009). O estudo teve a finalidade de buscar informações sobre a aplicação de protocolo Ovsynch e Ovsynch adaptado, em fêmeas ovinas da raça Santa Inês, pelos parâmetros de estro e taxa de prenhez. Os esquemas dos protocolos utilizados no estudo estão apresentados na Figura 1.

Figura 1 - Esquema dos protocolos: Ovsynch, Ovsynch adaptado e Convencional - controle, utilizados na sincronização do estro em ovelhas Santa Inês.
 

 


Do total de fêmeas tratadas pelos diferentes protocolos de indução do estro e/ou da ovulação, 88,46% em média, manifestaram estro no período de observações; sem apresentar variação estatística entre grupos (P>0,05). Este fato demonstra que o estro em ovelhas Santa Inês pode ser efetivamente sincronizado usando estes diferentes protocolos.

O momento de início do estro, o período de receptividade das fêmeas e a duração do estro estão apresentados na Tabela 1, e a taxa de prenhez na Figura 1.

Tabela 1 - Médias (± desvio padrão) da resposta de estro em ovelhas Santa Inês sincronizadas com diferentes protocolos.

 

 



Figura 2 - Percentual de prenhez aos 30 dias após monta natural em ovelhas Santa Inês com estros sincronizados por diferentes tratamentos (T1: Protocolo Longo - convencional; T2: Protocolo Ovsynch; T3: Protocolo Ovsynch adaptado).

 



Os momentos de início do estro das ovelhas tratadas com os protocolos Ovsynch e Ovsynch adaptado foram significativamente anteriores ao do tratamento controle (protocolo longo - convencional). Por estes resultados, sugere-se que possivelmente a administração da última dose de GnRH deva ser antecipada, necessitando de novos estudos para sua efetiva eficiência, bem como, o acompanhamento da dinâmica folicular destes protocolos nos pequenos ruminantes.

O tempo de receptividade foi significativamente (P<0,05) menor nas fêmeas do protocolo Ovsynch. Acredita-se que tal fato possa estar correlacionado a maior concentração dos momentos de ovulação destas fêmeas, colaborando para sua melhor taxa de prenhez.

Por outro lado, as ovelhas tratadas com o protocolo Ovsynch adaptado podem ter tido uma menor taxa de prenhez, por supostamente a duração do protocolo não ter permitido o suficiente crescimento dos folículos, para sua posterior ovulação. Ou ainda, esta baixa eficiência seja relacionada à presença de corpos lúteos não responsivos no momento da administração da prostaglandina, comprometendo a subsequente ovulação.

Contudo, os dados obtidos neste trabalho, demonstram resultados, bastante promissores com relação ao emprego do protocolo Ovsynch na reprodução destes pequenos ruminantes. Entretanto, reforça-se a necessidade de estudos mais aprofundados sobre o emprego e a ação do protocolo, em especial na dinâmica folicular e hormonal.

Experimento 2 - Protocolo Ovsynch e inseminação em tempo fixo em cabras (Holtz et al., Theriogenology 69, 785-792, 2008).

O estudo foi conduzido para avaliar a segurança e eficiência do protocolo Ovsynch em caprinos. Os esquemas dos protocolos utilizados estão apresentados na Figura 2. O tratamento clássico com esponja vaginal foi empregado para comparação. As inseminações em tempo fixo foram realizadas 16 horas após a segunda dose de GnRH, no grupo Ovsynch; e 43 horas após a remoção da esponja, no grupo controle.

Figura 3 - Esquema dos protocolos Ovsynch e Esponja (clássico) utilizados na sincronização do estro em cabras.

 



Os resultados referentes às observações de estro e taxa de prenhez compõem a tabela 2.

Tabela 2 - Médias (± desvio padrão) da resposta de estro e taxa de prenhez em cabras sincronizadas pelos protocolos: Ovsynch e clássico.

 



Adicionalmente a ausência de diferença estatística observada entre os tratamentos (tabela 2), os autores relatam que no momento da administração da prostaglandina, 87,5% das ovelhas apresentavam altas concentrações de progesterona, indicando a presença de corpos lúteos funcionais. A partir deste estudo os autores concluem que o esquema de sincronização "Ovsynch" pode ser uma eficiente alternativa.

Conclusão

Contudo, o emprego do protocolo Ovsynch em pequenos ruminantes apresenta resultados satisfatórios. Destaca-se a necessidade de sua utilização em fêmeas cíclicas, baseado nos princípios de ação do protocolo Ovsynch.

Referências consultadas:

OLIVEIRA, M.E.F.; RODRIGUES, L.F.S.; ALMEIDA, O.M.; CORDEIRO, M.F.; MOURA, A.C.B.; SOUSA, H.L.L.; LOUREIRO, F.N.; TEIXEIRA, P.P.M.; PENHA FILHO, M.M.; VICENTE, W.R.R. Eficiência do protocolo Ovsynch em ovelhas da raça Santa Inês. Archivos de Zootecia. 58 (222): 281-284, 2009.

PURSLEY, J.R., KOSOROK, M.R. AND WILTBANK, M.C. Reproductive management of lactating dairy cows using synchronization of ovulation. Journal of Dairy Science. 80(2): 301-306, 1997.

PURSLEY, J.R., MEE, M.O. AND WILTBANK, M.C. Synchronization of ovulation in dairy cows using PGF2α and GnRH. Theriogenology. 44(7): 915- 923, 1995.

HOLTZ, W.; SOHNREY, B.; GERLAND, M.; DRIANCOURT, M.A. Ovsynch Synchronization and fixed-time insemination in goats. Theriogenology. 69: 785-792, 2008.

WOLFENSON, D.,THATCHER, W.W., SAVIO, J.D., BADINGA, L. AND LUCY, M.C. The effect of a GnRH analogue on the dynamics of follicular development and synchronization of estrus in lactating cyclic dairy cows. Theriogenology. 42(4): 633-644, 1994.

MARIA EMILIA FRANCO OLIVEIRA

www.mariaemilia.vet.br

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LAUDELINO DE SOUSA FILHO

SALVADOR - BAHIA - PRODUÇÃO DE OVINOS

EM 01/11/2010

Interesante a materia e em termos economicos ja que hormonios estão tão caros?
PAULO BEDÊ

ALAGOINHAS - BAHIA - PRODUÇÃO DE OVINOS DE CORTE

EM 23/10/2010

Estou muito interessado também na utilização do protocolo para monta natural como Sr. Roberto Rocha de BH-MG. Sds - PAULO BEDÊ
ROBERTO ROCHA

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE OVINOS

EM 22/10/2010

Achei muito interessante a utilização deste protocolo e gostaria de mais informações de como aplicá-lo em minhas ovelhas para monta natural.

Se puder enviar por email seria muito bom.

Att.

Roberto Rocha

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