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Procurando as vacas doentes! (parte 2)

POR RENATA DE OLIVEIRA SOUZA DIAS

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 01/11/2006

4 MIN DE LEITURA

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Procurar as vacas doentes do rebanho não é uma tarefa difícil! Porém, encontrar as vacas que estão no início de um quadro clínico, apresentando os primeiros sintomas, já não é uma atividade muito fácil! E, assim sendo, o diagnóstico rápido e precoce faz muita diferença na produtividade dos animais e, portanto, na lucratividade do rebanho.

Na primeira parte deste artigo, foi apresentado o programa de monitoramento das vacas no pós-parto que consiste no exame de cinco fatores: temperatura retal, atitude, produção de leite, corrimento uterino e avaliação dos corpos cetônicos na urina. O item sobre a temperatura retal foi também discutido na primeira parte do artigo. Serão comentados abaixo os demais itens do programa.

2. Atitude

Os animais também apresentam sinais na atitude e na aparência quando estão acometidos por uma enfermidade. No entanto, estes sinais não são bem evidentes e somente as pessoas que têm experiência e que "olham realmente" para os animais conseguem identificar estas diferenças. Os pontos que devem ser mais observados são os olhos, as orelhas, o comportamento e o apetite.

Na tentativa de facilitar a interpretação da aparência dos olhos de um animal enfermo, foi criado um escore para esta característica. Observe a tabela abaixo que as diferenças são sutis, mas que a classificação do escore auxilia a interpretação para uma pessoa com pouca experiência e, sobretudo, chama a atenção da importância dos detalhes ao examinar um animal.

Tabela 1. Escore da aparência dos olhos de um animal enfermo.


Outro item que auxilia na interpretação do estado do animal é o posicionamento das orelhas. Vacas doentes, normalmente, apresentam orelhas caídas ("orelha cabana"), isso ocorre juntamente com o estado de depressão, dor, febre, etc. Por outro lado, uma vaca sadia apresenta-se alerta e curiosa.

O apetite também é um indicador do estado do animal e há, do mesmo modo, um escore para esta característica.

Tabela 2. Escore para o apetite.


3. Produção de leite

Uma vaca que está acometida por alguma enfermidade não se alimenta bem e, conseqüentemente, apresenta uma curva de redução na produção de leite. Vacas que vivenciam um pós-parto normal têm um aumento progressivo diário na produção leiteria.

A meta para vacas adultas é um aumento diário de 10%, durante os primeiros 14 dias após o parto. Para as vacas de primeira cria, a meta é de um aumento diário de 8%. O monitoramento da produção de leite é um ótimo método para auxiliar a identificação dos animais que estão iniciando algum distúrbio. As vacas que são identificadas com queda na produção devem ser examinadas com atenção especial.

4. Corrimento uterino

Um distúrbio comumente identificado no pós-parto é a metrite. No entanto, há muita discussão sobre o correto diagnóstico de uma metrite. Os autores citam que vacas no pós-parto que apresentam sinais de depressão e descarga uterina fétida, independentemente da temperatura retal, são consideradas com metrite.

A avaliação da aparência e do odor da descarga uterina auxilia no diagnóstico, entretanto, deve-se salientar que a manipulação uterina não é recomendada nesta fase.

5. Corpos cetônicos na urina

O teor de cetonas na urina ou no leite auxilia o diagnóstico da cetose. O custo da cetose sub-clínica está estimado em cerca de R$160,00 por caso. Além disso, a cetose está associada com o aumento do risco da ocorrência de metrite, deslocamento de abomaso e mastite. O impacto sobre a produção de leite também é significativo e tem sido observado que vacas identificadas com cetose reduzem a produção em 1,0 à 1,4 litros de leite por dia na lactação.

Assim sendo, identificar e tratar as vacas acometidas com a cetose sub-clínica no pós-parto é muito importante e, talvez, seja subestimado no manejo diário dos rebanhos.

Um estudo avaliou diferentes tipos de "Kits" para identificação da cetose subclínica e identificou que o "Ketostix" (Bayer Corporation, Elkhart, IN) que consiste em uma tira de papel capaz de detectar o teor de cetonas na urina apresenta resultados confiáveis para ser utilizado em rebanhos comerciais. Bons resultados também foram encontrados com o "Kit" que usa pequenas tiras de papel, mas que mede os corpos cetônicos no leite (BHBA).

Por fim, vale a pena enfatizar que este programa de monitoramento pode parecer muito simples e superficial, mas este método cria uma disciplina na avaliação dos animais, e prioriza o diagnóstico precoce das enfermidades. E, disciplina, rotina, monitoramento e diagnóstico precoce são tarefas pouco enfatizadas nos rebanhos leiteiros, mas que merecem grande atenção.

Destaca-se que o monitoramento deve ser feito em todas as vacas, nos primeiros 10 dias após o parto. E é importante avaliar todos os cinco itens do programa (temperatura retal, atitude, produção de leite, corrimento uterino e corpos cetônicos na urina), é a combinação do exame dos cinco itens que possibilita a correta avaliação do animal, e a definição sobre se o animal está ou não doente, e se precisará ou não ser tratado.

Fonte:

Bartlett, P.C.; Kirk, J.H.; Wilke, M.A. Metritis complex in Michigan Holstein- Friesian cattle: incidence, descriptive epidemiology and estimated economic impact. Prev. Vet. Med., v. 4, p. 235-248, 1986.

Carrier, J.; Stewart, S.; Godden, S.; Fetrow, J.; Rapnicki, P. Evaluation and use of three cowside tests for detection of subclinical ketosis in early postpartum cows. J. Dairy Sci., v.87, p.3725-3735, 2004.

Smith, B.; Risco, C.; Benzaquen, M.; Melendez, P. Monitoring health and looking for sick cows. In: FLORIDA & GEORGIA DAIRY ROAD SHOW, 3., 2006, Proceedings. Gainesville: {s.n}, 2006.

RENATA DE OLIVEIRA SOUZA DIAS

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PEDRO LARRY NUNES

LONDRINA - PARANÁ - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 06/11/2006

Muito interessante este trabalho, nós temos um equipamento que nos dá todas essas informações. Encontramos todas as vacas doentes sem observá-las.
J. AMÉRICO G. DORNELLES

SÃO CARLOS - SANTA CATARINA - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 01/11/2006

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