ESQUECI MINHA SENHA CONTINUAR COM O FACEBOOK SOU UM NOVO USUÁRIO
FAÇA SEU LOGIN E ACESSE CONTEÚDOS EXCLUSIVOS

Acesso a matérias, novidades por newsletter, interação com as notícias e muito mais.

ENTRAR SOU UM NOVO USUÁRIO
Buscar

Procurando as vacas doentes! (parte 1)

POR RENATA DE OLIVEIRA SOUZA DIAS

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 20/10/2006

4 MIN DE LEITURA

2
0
O rápido diagnóstico e tratamento de animais doentes é uma das principais regras de uma moderna fazenda leiteira. Perante o grande capital investido e a tecnologia utilizada nos rebanhos, atrasos de diagnóstico e tratamento são erros primários e que precisam ser evitados.

A demora do tratamento de uma vaca doente no pós-parto, por exemplo, não afeta somente a chance de recuperação do animal, mas também resulta em perda na produção de leite e atrasos no desempenho reprodutivo.

Existem diferentes recomendações quanto à forma de monitorar a saúde das vacas leiteiras. Este assunto foi discutido este ano no "Florida e Geórgia Dairy Road Show", e as informações compiladas neste artigo foram retiradas dos Anais desse evento.

As atividades de manejo discutidas abaixo vêm sendo abordadas há alguns anos no Brasil e constituem atividades muito simples. Mas, como tudo que parece simples, não é dado a devida importância, muitas tarefas ficam incompletas e os resultados não aparecem.

O período após o parto é uma etapa decisiva no ciclo produtivo da vaca leiteira, esta fase afeta o desempenho produtivo e reprodutivo do animal. Durante este período, há o risco da ocorrência das chamadas "doenças do periparto" que envolvem a hipocalcemia, a metrite, a cetose e o deslocamento de abomaso. Estima-se que estes distúrbios causem perdas econômicas da ordem de 200 a 400 dólares por caso, por lactação.

O monitoramento da saúde das vacas permite a oportunidade de identificar precocemente as vacas doentes e administrar a adequada terapia. Além disso, o monitoramento pode ainda prevenir doenças. Por exemplo, uma vaca identificada no início de uma infecção uterina e tratada, estará menos propensa a desenvolver distúrbios secundários, tais como o deslocamento de abomaso e cetose.

Todavia, monitorar vacas no pós-parto exige disciplina, as atividades são simples, mas exigem treinamento de um funcionário e a conscientização sobre a importância de executar a rotina de atividades com cautela, atenção e correta anotação das informações obtidas.

O primeiro passo para realizar o monitoramento é examinar todas as vacas no pós-parto, durante os primeiros dias de lactação (7 a 10 dias). A melhor metodologia de avaliação da saúde dos animais no pós-parto, consiste no exame de cinco fatores: temperatura retal, atitude (comportamento), produção de leite, corrimento uterino e avaliação dos corpos cetônicos na urina.

Mas é importante avaliar todos os fatores, muitos erros de diagnóstico ocorrem quando apenas um ou dois fatores são examinados. Destaca-se que a combinação dos 5 itens mencionados acima é que possibilita a correta avaliação do animal, e a definição sobre se o animal está ou não doente, e se precisará ou não ser tratado, passa a ser embasada em fatores concretos e mensurados.

1. Temperatura retal

Pode parecer uma atitude banal medir a temperatura dos animais... Muitos funcionários experientes apresentam grande resistência a esta prática, considerando que sua habilidade e conhecimento são mais do que suficientes para determinar se um animal apresenta ou não febre no pós-parto.

Entretanto, a prática de medir a temperatura cria uma rotina que dá prioridade e especial atenção aos animais no periparto. E, além disso, a temperatura corporal é influenciada por fatores tais como a idade, a estação do ano, o horário do dia ..., e somente o termômetro pode avaliar com acurácia a temperatura.

A febre ocorre quando a temperatura corporal é superior à 39,4 ºC. Uma pesquisa que avaliou a variação da temperatura de animais, identificou que vacas no pós-parto sadias (sem problemas clínicos) apresentaram a média da temperatura inferior à 38,8 ºC.

Mas, como foi mencionado anteriormente, a febre não é o único indicador que deve ser considerado ao avaliar a saúde de um animal. Vacas com metrite, por exemplo, nem sempre apresentam febre; um recente estudo na Universidade da Florida observou que mais da metade das vacas diagnosticadas com metrite, na primeira semana após o parto, não apresentaram febre.

Por outro lado, nem sempre a presença de febre indica que o animal deverá ser tratado. A decisão sobre tratar ou não o animal deve ser embasada nas informações encontradas no conjunto dos cinco fatores examinados. Apesar de não ser muito valorizada, a clínica de vacas leiteiras é uma atividade complexa.

Cada fazenda, baseada nas habilidades de seus funcionários, no tipo de instalação e na orientação do seu veterinário, deve estabelecer qual a melhor rotina (horário, local, pessoa, metodologia de anotação) para executar a avaliação da temperatura e dos demais quatro fatores utilizados para rastrear os animais doentes no pós-parto.

No próximo artigo, serão discutidos os demais fatores que auxiliam a procura pelos animais doentes. A avaliação da atitude (comportamento), produção de leite, corrimento uterino e os corpos cetônicos na urina serão detalhados, serão comentados dados de pesquisa sobre estes temas e apresentados os escores que facilitam esta avaliação.

Figura 1. Vacas que apresentam partos distócicos, parto gemelar e/ou retenção de placenta devem ser monitoradas com especial atenção no pós-parto.


Fonte:

Benzaquen, M.E.; Risco, C.A.; Archibald, L.F.; Thatcher, M.J.; Thatcher, W.W. Evaluation of rectal temperature and calving related factors on the incidence of metritis in postpartum dairy cows. In: ANNUAL CONVENTION OF THE AMERICAN ASSOCIATION OF BOVINE PRACTITIONERS, 37., 2004, Texas. Proceedings.Texas: Fort Worth, 2004. p.197.

Bartlett, P.C.; Kirk, J.H.; Wilke, M.A. Metritis complex in Michigan Holstein- Friesian cattle: incidence, descriptive epidemiology and estimated economic impact. Prev. Vet. Med., v. 4, p. 235-248, 1986.

Smith, B.; Risco, C.; Benzaquen, M.; Melendez, P. Monitoring health and looking for sick cows. In: FLORIDA & GEORGIA DAIRY ROAD SHOW, 3., 2006, Proceedings. Gainesville: {s.n}, 2006.

RENATA DE OLIVEIRA SOUZA DIAS

2

DEIXE SUA OPINIÃO SOBRE ESSE ARTIGO! SEGUIR COMENTÁRIOS

5000 caracteres restantes
ANEXAR IMAGEM
ANEXAR IMAGEM

Selecione a imagem

INSERIR VÍDEO
INSERIR VÍDEO

Copie o endereço (URL) do vídeo, direto da barra de endereços de seu navegador, e cole-a abaixo:

Todos os comentários são moderados pela equipe MilkPoint, e as opiniões aqui expressas são de responsabilidade exclusiva dos leitores. Contamos com sua colaboração. Obrigado.

SEU COMENTÁRIO FOI ENVIADO COM SUCESSO!

Você pode fazer mais comentários se desejar. Eles serão publicados após a analise da nossa equipe.

ERIK MARCONDES PEREIRA

ARAXÁ - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 07/09/2012

O artigo é exemplar e vem de encontro com a crescente necessidade de eficiencia e profissionalismo de nossos produtores que estão sob forte pressão de custos e não podem errar em  nenhuma etapa do processo de produção.
WANDERLEI LUIZ MELCHIORI

OUTRO - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 20/10/2006

Vocês foram muito felizes ao publicar esse artigo, pois tenho certeza que será de grande utilidade para todos os pequenos produtores que não têm veterinário em sua fazenda.

Assine nossa newsletter

E fique por dentro de todas as novidades do MilkPoint diretamente no seu e-mail

Obrigado! agora só falta confirmar seu e-mail.
Você receberá uma mensagem no e-mail indicado, com as instruções a serem seguidas.

Você já está logado com o e-mail informado.
Caso deseje alterar as opções de recebimento das newsletter, acesse o seu painel de controle.

MilkPoint Logo MilkPoint Ventures