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Piroplasmose

POR RENATA DE OLIVEIRA SOUZA DIAS

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 24/04/2008

2 MIN DE LEITURA

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A babesiose e a anaplasmose constituem um dos principais problemas sanitários da atividade leiteira e ocasionam grandes prejuízos. A babesiose é causada por um protozoário (babesia) e a anaplasmose é causada por uma bactéria/riquetsia (anaplasma). Ambas são consideradas um só complexo de enfermidade, denominada Tristeza Parasitária ou Piroplasmose. Ambas podem ser transmitidas pelos carrapatos (Boophilus microplus).

No caso da anaplasmose, o carrapato é considerado o vetor biológico, uma vez que o Anaplasma marginale se multiplica no intestino do carrapato. Já as moscas hematófogas são consideradas vetores mecânicos do Anaplasma marginale, pois a transmissão ocorre no momento da picada, de forma mecânica (de animal para animal).

Nas áreas de estabilidade enzoótica, os animais são expostos aos agentes causadores da tristeza parasitária logo após o nascimento, possibilitando o desenvolvimento gradativo da imunidade. Porém, falhas de manejo no controle do carrapato, com o combate excessivo ao Boophilus microplus, podem ocasionar baixa exposição aos agentes, e conseqüente queda da imunidade. Desta forma, áreas de estabilidade enzoótica podem se tornar áreas de instabilidade enzoótica, e nestes casos, a enfermidade pode se manifestar de forma aguda. O mesmo ocorre quando animais provenientes de áreas de instabilidade são transferidos para regiões de estabilidade enzoótica (animais trazidos do Uruguai para o sudeste do Brasil, por exemplo).

Os sintomas da anaplasmose e da babesiose são semelhantes, ambas causam febre, falta de apetite, icterícia e anemia. Na babesiose, além dos sintomas citados, pode-se observar ainda hemoglobinúria (urina com coloração avermelhada de sangue), fezes com leves estrias de sangue e sintomatologia nervosa. Na prática, os funcionários devem ser treinados para identificar os primeiros sintomas de mudança no comportamento dos animais. Dentre eles: animais isolados do grupo, animais deitados próximos ao cocho d´água, animais com cabeça baixa (apatia) e animais evidenciando cansaço, com movimento respiratório evidente nos flancos (dispnéia e taquicardia).

O diagnostico laboratorial é indispensável para confirmar o diagnóstico clínico e identificar o agente responsável. O método mais prático e mais usado é o esfregaço sangüíneo, o sangue deve ser colhido na orelha ou na extremidade da cauda do animal (aconselha-se fazer no mínimo três laminas por animal). Dentre os testes sorológicos pode-se optar pela imunofluorescência direta (IFI) e o teste de conglutinação rápida (TCR).

No, entanto devido ao caráter agressivo da tristeza parasitária, não é possível aguardar o resultado laboratorial para iniciar o tratamento. O diagnostico laboratorial irá auxiliar o tratamento, mas antes de qualquer coisa, o animal deve ser medicado (salvo as propriedades que têm condições de realizar o exame na própria fazenda). Na realidade, o sucesso da terapia contra a piroplasmose depende do diagnóstico precoce e do pronto tratamento do animal afetado. O prognóstico dos quadros de tristeza parasitária está diretamente associado à fase de desenvolvimento da doença em que é realizado o tratamento.

Por fim, o controle da tristeza parasitária passa por diferentes etapas do manejo da propriedade. Iniciando com a qualidade do manejo do colostro para favorecer a proteção dos animais jovens, passando pela manutenção de uma adequada infestação de carrapatos e finalizando pela adequação do tipo instalação para favorecer um freqüente contato do rebanho com os carrapatos.

Fonte:

Kuttler, K.L. Chemotherapy of babesiosis: A review. In: Babesiosis. Ristic, M.; Kreier, J.P. New York: Academic Press, 1981.

Lourdes, A.Z.D., et al. Condição imunológica de bovinos das raças Holandesa e Nelore frente a Babesia bovis e B. bigemina em duas regiões do Estado de São Paulo. Pesq. Vet. Bras., v.26, abr/jun, 2006.

https://www.vet.uga.edu/VPP/gray_book02/fad/bab.php (consulta em 05/04/2008).

RENATA DE OLIVEIRA SOUZA DIAS

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FRANCISCO DE PAULA CARVALHO JÚNIOR

PARANAPANEMA - SÃO PAULO - VAREJO

EM 02/09/2010

Dra Renata te conheço de longa data, acho que a triteza de nosso fucionario pulbric.sr. acacio furtado é grande ´parte do nosso pouvo.

um abraço, para voçe e o Dr. Fabiano.
ACACIO FURTADO COSTA

SOLÂNEA - PARAIBA

EM 07/12/2009

Prezada Dra. Renata
Boa Noite

Estou com uma vaca há vinte dias, e para ela se levantar precisa sempre de ajuda. Quando está de pé manca um pouco mais anda normalmente, alimenta-se bem.
Já inchou as patas da frente pela impossibilidade de andar.
Já apliquei Corticóid, amplificador orgânico, soros, ferro, vitamina B1, guenasegui e no momento estou aplicando valléefer e Diazen por indicação de um Veterinário de minha cidade.
Não sei mais o que fazer então queria saber se isto é um caso de Piroplasmose ou alguma lesão em alguma parte do corpo ?

Quero Parabeniza-lá pelas informações precisas sobre a doença.

Atenciosamente
Acácio Furtado, funcionário público
criador de animais.
SHELTON TEXEIRA BENEVIDES

SOLONÓPOLE - CEARÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 07/11/2008

Artigo de uma optica interessante pois trata de problemas sanitarios que acarretam prejuízo econômico a muitos agricultores familiares. A transmissão, a forma de contato em que o animal esta exposto (categoria), a resistência que o animal adquiri ao longo do processo, fazem com que o sistema imunologico produza caracteres intrinsecos relacionados a doença. O carrapato (vilão), vetor biologico, e a mosca, vetor mecânico, (de animal para animal) na hora da picada são responsáveis pela transmissão da doença, onde foram destacados os sintomas clinicos em que o animal fica bastante debilitado, podendo chegar a morte se não for realizado a tempo o dignostico para o devido tratamento.

Gostaria de parabenizá-la pelo artigo que traz informações detalhadas e preciosas sobre a doença.

Atenciosamente

Shelton T Benevids
Técnico Agrícola com Habilitação em Zootecnia
RENATA SOUZA DIAS

CAMPINAS - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 20/05/2008

Prezado Dr. Marcos Dalston,

A transmissão via moscas hematofogas é denominda mecânica, já que a mosca no momento da picada leva a hemácia parasitada de um animal acometido pelo anaplasma, para um animal não acometido.
Encaminho um artigo publicado na Pesq. Vet. Bras (Considerações sobre a transmissão de Anaplasma marginale) que aborda as principais formas de transmissão desta riquetsia.
Muito obrigada por sua participação no MilkPoint.

Com atencao,

Renata Souza Dias


* segue anexo para seu email>
Pesq. Vet. Bras. 21(4):177-179, out./dez. 2001
177

HUBERTO ITELVÃ ROCKENBACH

LAJEADO - RIO GRANDE DO SUL - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 09/05/2008

Qual seria a prática ideal para controle do carrapato, pois os banhos e as vacinas as vezes não são eficazes? Também o controle da mosca é complicado, pois quando se vê as danadas estão de volta.
PAULO BRAGA

BAURU - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 08/05/2008

Gostaria que a Dra. Renata responda a minha duvida:

A tristeza parasitária é causada em bezerras logo após o nascimento e isto pode afetar o rendimento leiteiro desse animal quando adulto na época de produzir leite, tem alguma prevenção para que isto não venha prejudicar no futuro?
CELSO JOSE DE ARAUJO CAMPOS

BARBACENA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 27/04/2008

Prezada Dra.Renata, gostaria de saber se exite alguma vacina eficaz no combate e prevenção da Anaplasmose e Bebiose. Qual o valor da auto hemotransfusão, caso tenha alguma experiencia desta técnica, como e quando você indicaria?

Atenciosamente, Celso Campos.
MARIALDA DE ALMEIDA SANTOS

UBERLÂNDIA - MINAS GERAIS

EM 25/04/2008

Boa noite, a sra. possui fotos da babesia e do anaplasma em lâmina de esfregaço saguineo do bovino? Não é facil fazer a pesquisa e achar o parasito, pois as hemácias do bovino são muito pequenas.
MARCOS OLIVIER DALSTON

GUARANI - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 24/04/2008

Prezada Dra. Renata

A Sra. poderia detalhar melhor a diferença na transmissão do <i>Anaplasma marginale</i> entre o carrapato e as moscas hematófagas? Como é que esses vetores passam o Anaplasma para o animal suscetível?

Desde já muito obrigado e parabéns pelo artigo.

Marcos Olivier Dalston

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