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Período seco: qual o mínimo que podemos trabalhar?

POR RAFAELA CARARETO POLYCARPO

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 05/03/2007

3 MIN DE LEITURA

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Antes de falar sobre duração do período seco, devemos definir claramente este termo: trata-se de um período de transição, onde animal está saindo de uma fase de baixa exigência e entrando em uma fase de altíssima exigência que resultará na produção de leite e de colostro. Nesta fase o animal sofre várias alterações metabólicas e endócrinas e se estas não forem bem coordenadas, poderão surgir problemas como cetose, hipocalcemia, retenção de placenta e até mesmo a mastite.

Com todas estas alterações ocorrendo na vaca, em um intervalo de tempo relativamente pequeno, fica evidente a importância de ter neste período alimentação e manejo adequado. Dados de pesquisa norte americana (Grummer e Rastani, 2004) mostram que sem ter um período de descanso uma vaca poderá reduzir de 20 a 30% de sua produção na lactação seguinte.

Até poucos tempos atrás a duração do período seco era indiscutivelmente de no mínimo 60 dias, isto porque foram publicados inúmeros trabalhos que mostravam haver problemas, principalmente de queda de produção na lactação seguinte, quando este período era menor que 60 dias. Porém hoje, com vacas de altas produções, este conceito vem sofrendo alterações.

A questão é a seguinte: os dados que foram publicados com período seco reduzido foram originados de estudos epidemiológicos (grandes rebanhos em diversas áreas) e não de estudos controlados. Os animais com período seco menor do que seis semanas talvez não tenham sido manejados de forma adequada para terem período seco curto ou originaram de vacas que tiveram aborto. Isto sem dúvida afeta a produção de leite na lactação seguinte.

Dois pesquisadores (Bachman e Shairer, 2003), analisaram cinco experimentos que envolviam diferentes períodos de descanso para vacas leiteiras de alta produção. Concluíram que em três dos cinco estudos o período seco inferior a 40 dias não afetou a produção de leite na lactação subseqüente e nos outros dois estudos a produção foi afetada negativamente de 7 a 10%. Porém, utilizaram animais com menores produções. Estes mesmos pesquisadores concluíram que é possível diminuir de 60 para 40 dias o período seco com perdas mínimas em produção de leite.

Outros dois pesquisadores (Annen et al e Rastani, 2004), publicaram recentemente um trabalho que envolvia período seco reduzido com alterações na dieta e uso de somatrotopina bovina (bST). Constataram que com a redução de oito para seis semanas de período seco, apenas as vacas primíparas tiveram produção de leite reduzida na lactação seguinte.

Quando a dieta pré-parto foi alterada e o período seco passou de oito para quatro semanas, a produção de leite foi diminuída na lactação seguinte, porém quando analisou o leite corrigido para 3,5% de gordura, a produção não foi alterada. Portanto, é possível reduzir o período seco com perdas mínimas de produção na lactação seguinte.

Para que o produtor tenha sucesso na redução do período seco é necessário conhecer a data exata de prenhez do animal, para evitar que vacas tenham menos que 28 dias de descanso antes do parto. Outro fator importante a ser considerado é o uso de antibiótico intramamário pra vacas secas.

Devemos respeitar o período de carência que for recomendado e com isso há necessidade de se ter um período seco mínimo para que o leite não seja descartado por um longo período. Por todos esses motivos, atualmente não se recomenda diminuir o período seco para menos de 40 dias. Este período garante que as vacas tenham 4 semanas para que a glândula mamária involua e esteja com a população máxima de células secretoras de leite.

Fontes:

Annen, E. L., M. A. McGuire, J. L. Vicini, and R. J. Collier. 2003. Effect of Posilac (bST) and dry period management strategy on milk yield. J. Dairy Sci. 86(Suppl. 1):154. (Abstr).

Bachman, K. C., and M. L. Schairer. 2003. Bovine dry period length studies: A review. J. Dairy Sci. 86:3027-3037.

Grummer, R. R., S. J. Bertics, R. A. Hackbart. 2000. Short communication: Effects of prepartum milking on dry matter intake, liver triglyceride, and plasma constituents. J. Dairy Sci. 83:60-61.

Rastani, R. R., R. R.Grummer, S. J. Bertics.A. Gumen, M.C. Wiltbank,D.G.Mashek, and M. C. Rich. 2003. Effects of varying dry period Journal of Dairy Science Vol. 87, E. Suppl., 2004 length and prepartum diet on metabolic profiles and lactation of periparturient dairy cattle. J. Dairy Sci. 86(Suppl. 1):154. (Abstr).

RAFAELA CARARETO POLYCARPO

Profa. Dra. Universidade de Brasília - UnB

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RAFAELA CARARETO POLYCARPO

BRASÍLIA - DISTRITO FEDERAL - PESQUISA/ENSINO

EM 02/04/2008

Prezado Lucas Antônio Spadano
eu não sei te dizer sobre a dificuldade de se secar vacas desta raça. Nunca li nada a respeito. Apesar dos animais estarem parindo em condição corporal boa, tome cuidado! duas semanas é pouco tempo...
LUCAS ANTONIO DO AMARAL SPADANO

GOUVÊA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 23/03/2008

Muito importante o artigo, tendo em vista a existência da contradição apontada no mesmo, muita gente fala em 60 dias, 45 dias, 30 e etc.

Tenho em meu rebanho, um grupo de vacas pardo-suíças, com incrível persistência leiteira e regularidade impressionantes, todas pariram muito bem, sem problemas de mastite ou dificuldade nos partos e a que ficou mais tempo no período seco, ficou duas semanas, algumas praticamente pariram ainda em lacatação.

Ressalte-se a minha pouca experiência com a raça, mas já li que elas têm dificuldade na secagem, não sei se agi certo ou errado e ainda não sei o que fazer na próxima parição. gostaria de obter um comentário de sua parte.

Parabéns pelos artigos publicados, escore corporal, peso e taxa de crescimento, número de novilhas, etc.

Parabéns Mestra e Doutora.

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