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O que falta para o avanço tecnológico no setor leiteiro brasileiro?

POR DUARTE VILELA

E JOÃO CESAR DE RESENDE

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 15/04/2020

8 MIN DE LEITURA

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Atualizado em 01/09/2022

Nas últimas décadas tanto a suinocultura quanto a avicultura nacional alcançaram níveis de produtividade e eficiência comparáveis aos dos principais países concorrentes do mundo. Isto foi resultado da uma coordenação em todos os setores e do uso de uma estratégia de produção fundamentada na fidelidade da parceria entre produtores e a indústria.

Empresas privadas e cooperativas estão continuamente avançando nas tecnologias de criação, industrialização e aperfeiçoando da logística de abastecimento dos insumos e dos produtos gerados pelos setores. Também a prospecção de mudanças nos mercados com desdobramentos e eventos passíveis de afetar o fluxo do comércio tem sido uma prática amparada por significativos investimentos em tecnologia da informação.

Desta forma, mesmo enfrentando barreiras comerciais, as exportações brasileiras dos produtos gerados pelas duas cadeias produtivas têm experimentado rápido e sustentável crescimento graças a eficiente articulação entre os dirigentes dos diferentes segmentos do setor ou mesmo entre o setor como um todo e o Governo. A sua organização, fruto principalmente da integração entre unidades de produção primária e o segmento industrial, deu destaque e importância às duas cadeias produtivas no agronegócio brasileiro, abrindo definitivamente os mercados, que vêm sendo conquistados de forma cada vez mais sólida, graças à qualidade do produto e a eficiência no processo produtivo.

A integração permitiu uma rápida melhoria nos aspectos gerenciais e nos índices zootécnicos das unidades de produção, trazendo também maior eficiência na logística de distribuição de insumos empregados na produção e de produtos acabados. Não resta dúvida que a integração possibilitou a organização destes setores, trouxe progresso tecnológico, permitiu ganhos de escala, melhor poder de negociação no mercado, aspectos que, no conjunto, imprimiram elevado nível de modernização e competitividade a eles.

Já o setor leiteiro nacional, não é tão bem organizado, apesar dos avanços alcançados na última década. O processo de modernização tem sido lento e a defasagem tecnológica é ainda significativa em algumas regiões.

A questão é: por que a cultura de integração, que funciona tão eficientemente na suinocultura e avicultura, não tem sido adotada em grande escala na pecuária de leite? O que falta nesta cadeia produtiva, principalmente entre os segmentos da produção primária e da indústria, para que um processo similar de integração seja adotado e venha a produzir efeitos positivos similares?

O objetivo deste texto é exatamente iniciar essa discussão, fundamentado nos argumentos levantados.

A integração na suinocultura e na avicultura

Nos sistemas de integração predominantes nas cadeias produtivas de suínos e aves, os produtores disponibilizam o espaço físico, o galpão, os equipamentos, a mão de obra operacional (própria ou contratada) e o aparato gerencial. A indústria integradora fornece os animais iniciais, a ração, os medicamentos e o importante e imprescindível serviço de acompanhamento técnico. Assume ainda a logística, que envolve o abastecimento de insumos para a unidade produtora e a distribuição dos suínos ou das aves acabadas para o abate nos frigoríficos e destes para os pontos de distribuição interna ou para os terminais de carga visando à exportação.

Como parte dos acordos legais entre a integradora e a integrada, compromissos são assumidos. Entre eles estão detalhes pré-definidos das normas ambientais visando à localização e à construção civil, os equipamentos que devem atender a um conjunto de características e padrões de dimensionamento para cumprir normas nacionais e legislações internacionais quanto ao conforto, ambiente e segurança do alimento.

A unidade produtora deve produzir mediante critérios de manejo e coeficientes técnicos mínimos estabelecidos e com metas negociadas com a integradora. Por outro lado, esta assume o capital necessário para sustentar a produção, desde o início da atividade comercial até o momento da geração das receitas oriundas da venda do produto final. Desta forma é possível concluir que a integração entre os dois segmentos envolve um negócio bem sucedido em que a unidade integrada suporta os custos fixos (juros e depreciação do capital investido em espaço, construções, equipamentos e maquinário), manutenções, mão de obra e gestão. A capacidade das partes para financiar os compromissos assumidos fundamenta e dá sustentabilidade econômica ao negócio.

Contextualização para um modelo de integração na pecuária de leite

O primeiro ponto é a própria característica da atividade. A duração do ciclo produtivo é um exemplo, a heterogeneidade dos sistemas, a dispersão geográfica, o número de estabelecimentos que produzem leite, investimentos em terras e equipamentos, mão de obra, complexidade da estrutura gerencial, enfim, praticamente toda a logística difere. Para que o modelo de sucesso na suinocultura e avicultura se repita na pecuária de leite, é necessário passar por muitas adequações, mais profissionalismo, ou seja, repensar o sistema de produção como um todo.

Um segundo ponto é a questão do montante de capital de giro a ser assumido pela integradora para financiar a unidade produtiva integrada. A participação da indústria deve ser reavaliada, levando em conta que os custos fixos relativos da produção de leite são maiores do que na produção primária de frangos e de suínos. Um ponto evidente é a participação do custo de oportunidade da terra. Na produção de leite é de se esperar que tenha um peso maior no custo final. Portanto, a necessidade relativa de investimento em terra é um dos muitos pontos que precisam ser reavaliados e reconsiderados, no sentido de se adequar para implantar a cultura da integração na cadeia produtiva do leite.

Outros pontos devem ser considerados para que o modelo de integração na pecuária de leite tenha viabilidade econômica, como:

  • A produção de leite é uma atividade complexa, envolve muito mais variáveis do que a produção de suínos e aves, tanto no aspecto tecnológico quanto no gerencial. Haja vista que o produtor de leite deve ser também um agricultor que necessita ser eficiente tanto na produção de leite quanto na produção de alimentos, principalmente, volumosos. A integração, se considerada nos exatos moldes praticados para suínos e aves, pode não funcionar tão bem se não levar em conta esta questão. Uma alternativa seria terceirizar a atividade de produção de alimentos.
  • O preço real da terra apresenta comportamento ascendente e deve continuar assim. Trata-se de uma tendência que pode não favorecer ou mesmo desfavorecer os produtores de leite em uma possível negociação de contratos de integração. Uma alternativa é a intensificação da atividade, menos terra e mais produtividade por área por meio de maior investimento em tecnologia. Os sistemas intensivos a pasto, os modernos sistemas confinados “Compost Barn”, são exemplos para maximizar o uso da terra.
  • Normalmente o produtor de leite de baixa escala de produção, compra mal os insumos e vende mal seus produtos. Na integração, os insumos podem ser adquiridos em condições mais favoráveis de preços, favorecendo a indústria ao negociar e adquirir maiores quantidades. Da mesma forma, ao vender o produto este pode ter um valor melhor em função do volume em escala comercial.  O planejamento de longo prazo ganha maior consistência para os dois lados envolvidos na integração.
  • Os sistemas de produção de leite normalmente têm baixa eficiência, com índices de produção e produtividade muito aquém do esperado. A modernização tecnológica da produção de leite pode evoluir mais rapidamente com a verticalização, tendo em vista que os contratos diretos entre os dois segmentos da cadeia produtiva estabelecem metas técnicas para os principais índices produtivos, reprodutivos e econômicos da atividade. Os produtores são pressionados a se modernizarem. De um lado estão comprometidos com as metas negociadas com a indústria e de outro vislumbram melhor resultado econômico para a atividade.
  • Os entraves da disponibilidade e da qualidade da mão de obra são cada vez mais limitantes na atividade leiteira. Deve-se buscar mais automação ou mesmo a robotização das atividades de rotina na fazenda e soluções apoiadas por uma assistência técnica de qualidade, que seria disponibilizada pela integradora. O registro, a organização da informação e suas interpretações produtivas e financeiras, seriam fundamentais para apoiar e orientar decisões em tempo real e ganhar outro padrão de qualidade a partir da assistência profissional especializada, que mediante uma moderna tecnologia da informação e comunicação poderá ser à distância.
  • A atividade leiteira segue há décadas um modelo complexo mas, por outro lado, mais flexível do que os modelos de produção de suínos e de aves. Uma eventual alteração na relação entre os preços dos insumos e do leite, por exemplo, trás reflexos imediatos nas margens da atividade. Dentro de certos limites o produtor de leite pode retirar o pé do acelerador e optar por uma dieta com menos alimentos concentrados, que normalmente são comprados e mais caros e priorizar o alimento volumoso, seja a pasto ou não.

Considerações finais

Já existe uma agroindústria no Brasil testando de forma bastante pioneira uma iniciativa muito próxima à integração. Esta iniciativa deverá ser tomada como estudo de caso para identificar possíveis gargalos e necessidades de ajustes no modelo já existente na suinocultura e na avicultura, de forma a adequá-lo à pecuária de leite. Devem ser também pesquisados os fundamentos que levaram ao insucesso experiências brasileiras anteriores, os erros que poderiam ser evitados e suas possíveis correções. A relação entre produção e indústria praticada em outros países também deve ser estudada, como o caso da China, onde as grandes indústrias e cooperativas de laticínios são também grandes produtoras de leite, e o caso da Nova Zelândia, onde certas atividades na propriedade são terceirizadas. A terceirização de algumas atividades pode ser alternativa viável para o Brasil e para o sucesso da integração, como a recria de fêmeas, a produção de alimentos volumosos, entre outras.

O objetivo é iniciar o debate e a troca de opiniões envolvendo lideranças da cadeia produtiva do leite, sobre a viabilidade do processo de integração no setor. Os especialistas da Embrapa avaliam que o ano que se inicia traz componentes de incertezas, tanto no ambiente interno quanto no externo. Diante deste conturbado ambiente causado pela pandemia de Covid-19, a integração entre os segmentos da cadeia produtiva do leite, em especial produtor e indústria, pode amenizar os impactos negativos em todo o setor. Outras crises anteriores já foram enfrentadas. No ambiente externo, o H1N1 em 2019, principalmente nos países asiáticos, impactou negativamente todo o comércio mundial de commodities agrícolas e continua produzindo efeitos em 2020. Internamente, em 2018, a greve dos caminhoneiros causou graves transtornos para o setor. No entanto, nenhuma crise se iguala a atual. O setor tem se demonstrado ser frágil e mais sensível do que outros do agronegócio nacional. A pergunta que fica é: a integração poderá aumentar a eficiência e diminuir a vulnerabilidade do setor?

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MAILSSON SASSAKI

ALFREDO MARCONDES - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 19/04/2021

Eu pessoalmente vejo apenas que o conteúdo seja utópico a realidade do frango e suíno , confinamento não tem a complexidade da atividade leiteira primeiro a sazonalidade do clima o sistema de produção e a falta previsibilidade do preço impede de poder criar mecanismo único de produção , se vc ver a realidade os grandes players qse 100% são confinamento com dieta de silagem e concentrado os médios são sistema de pastagens os pequenos produzem em estado extrativista ou seja e o preço varia em valores extraordinário entre o pequeno e o grande antes de tentar organizar a cadeia produtiva seria mais sensata mudar essa política do leite primeiro para depois pensarmos em fazer algo a respeito aqui fica uma dúvida que podemos pensar também
GUILHERME ARNALDO HÜBNER

NOVA AURORA - PARANÁ - ESTUDANTE

EM 22/05/2020

Excelente Texto! Muitas de suas colocações são fato! Sou integrado de uma cooperativa do PR, temos um sistema muito interessante de integração de leite, estamos passando por dificuldades que toda integração em faze de implantação passa, mas digo com propriedade (afinal sou um integrado de leite) o futuro da cadeia é a integração com a profissionalização dos processos. No nosso caso a integradora faz a recria e nos fornece animais com elevado potencial genético e zootécnico, fornece ainda a assistência além de alguns insumos.
Temos um longo caminho a percorrer para melhoria do nosso sistema, mas sinto que estamos no caminho certo.
JOÃO CESAR DE RESENDE

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 21/06/2020

Prezado Guilherme Arnaldo, obrigado pelo comentário. Por favor, quero conversar um pouco mais com você sobre sua experiência com Integração e como um integrado. Pode me passar um email ou uma mensagem no Whatsapp para ter seu contato?
joaocesar.resende@embrapa.br
ou
(32) 9 9964 4027
ANTÔNIO CARLOS DE SOUZA LIMA JR.

GOIÂNIA - GOIÁS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 12/05/2020

Caro Duarte, seu artigo ficou muito bom. Você fez uma análise comparativa muito bem alicerçada. Sem dúvida que a terceirização de serviços e a associação de produtores tem espaço para ações imediatas.
Vale a pena aprofundar no tema.
Parabéns!
DUARTE VILELA

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 03/11/2020

Obrigado pelo comentário amigo Antônio Carlos e peço desculpas pela demora em dar retorno. Grande abraço.
TIAGO R. ZAGONEL

TRÊS PASSOS - RIO GRANDE DO SUL - PESQUISA/ENSINO

EM 20/04/2020

Excelente artigo e debate,
Venho estudando a temática dos contratos na cadeia produtiva do leite e, por ser produtor rural e já ter trabalhado alguns anos na lida com as vacas leiteiras, trago um entusiasmo com a possibilidade de um alinhamento maior entre os elos da cadeia, em especial, produtor (Vendedor) e Indústria (Comprador).
Acrescentaria a discussão a questão das cooperativas, por exemplo, que não industrializam o leite, mas compram o mesmo dos produtores. Poderíamos tratar isso como vantagem ou desvantagem para o setor lácteo?
Conforme as minhas pesquisas recentes a campo, temos algumas iniciativas pelo Brasil de organizações que estão trabalhando com contratos no setor lácteo(Produtores/Compradores). São aproximadamente quatro no PR, uma em SC, duas no RS e uma em MG. Tem duas no PR que já tem integração vertical, fornecendo os animais, insumos, assistência técnica, entre outros.
Com a questão das novas instruções normativas, tem muito mais empresa trabalhando com a possibilidade de contratualizar com seus produtores de leite, visto a segurança jurídica para ambos os lados.
Um dos gargalos mais batidos na cadeia é a questão da formação de preço que, talvez, poderia ser atrelada a uma gama de indicadores como o preço de algumas commodities ou outros, a depender da negociação, como CONSELEITEs e CEPEA. Isso também pode depender do mix de produtos que a indústria trabalha.
Assim, a formalização da relação comercial e os regramentos conforme as especificidades que a atividade exige, são iminentes para o setor se profissionalizar e se tornar mais competitivo. Acredito que a Lei da Integração, com seu devidos ajustes, poderia servir como base e ajudar na estruturação do setor lácteo brasileiro.
Seguimos o debate e parabéns aos autores. Grande abraço tchê
DUARTE VILELA

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 20/04/2020

Obrigado pelos pertinentes comentários Sr. Tiago, principalmente o relativo às cooperativas.
DUARTE VILELA

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 20/04/2020

Obrigado pelos comentários e elogios, principalmente o comentário sobre cooperativas, muito pertinente.
JOÃO CESAR DE RESENDE

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 21/06/2020

Prezado Tiago R. Zagonel, muito obrigado pelo seu comentário. Uma motivação forte para para continuar este debate sobre a integração. Acredito que este modelo de negócios pode ser mais uma estratégia rumo a tão sonhada profissionalização da nossa cadeia produtiva. O Brasil tem tudo para ser mundialmente importante como produtor e exportador de leite. Creio que estamos no caminho. Abraço para você.
Por favor, encaminha um contato para que eu possa conversar um pouco mais com você sobre este assunto.
joaocesar.resende@embrapa.br
celular/whatsapp: (32) 9 9964 4027
JOÃO CESAR DE RESENDE

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 21/06/2020

Prezado Tiago,
obrigado pelos comentários. Por favor passe um contato para que eu possa conversar um pouco mais com você sobre este assunto e suas colocações.
João Cesar Resende
joaocesar.resende@embrapa.br
Cel e Whatsapp: (32) 9 9964 4027
EM RESPOSTA A JOÃO CESAR DE RESENDE
TIAGO R. ZAGONEL

TRÊS PASSOS - RIO GRANDE DO SUL - PESQUISA/ENSINO

EM 22/06/2020

Prezado Sr. João Cesar,
Será uma satisfação conversar sobre a temática com o senhor.
Seguem meus contatos abaixo:
tiagozagonel@hotmail.com
Whats (55) 99605-8971
Grande abraço tchê
REINALDO

SÃO CARLOS - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 16/04/2020

Excelente artigo, texto prático e objetivo, abordando muito bem o tema proposto. Parabéns aos autores.
DUARTE VILELA

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 17/04/2020

Obrigado Reinaldo
RONALDO CARVALHO MACEDO

LAVRAS - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 16/04/2020

Gostaria de parabenizar os autores por trazer essa discussão...

Passamos por uma experiência recente em MG buscando organizar a cadeia do leite para gestar um início de integração.


O desafio é gigante.

Ao contrário do cometário do Adalberto. Acredito que imputando escala de produção e corrigindo as diversas falhas técnicas cometidas pelos produtores a indústria que assumir vai se tornar mais competitiva, pois conseguiu tornar seu produtor mais competitivo.

O mais interessante é aumentar a oferta de leite na bacia leiteira, produzido com qualidade. Assim a indústria e o produtor ganharão
DUARTE VILELA

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 16/04/2020

Obrigado Ronaldo. O objetivo do texto foi exatamente de levantar esse importante tema que é integração.
ADALBERTO ANTONIO DE OLIVEIRA

GOIÂNIA - GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 16/04/2020

Vocês já perguntaram para os donos de laticínios porque a grande maioria não tira um litro de leite?
Os grandes laticínios tem seus lucros em cima da desorganização do setor e da exploração dos pequenos produtores, responsáveis ainda pela maioria da produção de leite no Brasil.

Como foi citado na maioria das propriedades a atividade leiteira é a principal.

Coloque as indústrias para fornecer os insumos... acrescente uma margem de lucro para os produtores... aí sim eles veriam quanto teriam que pagar pelo litro do leite.
DUARTE VILELA

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 16/04/2020

Caro Adalberto. Obrigado pelo comentário. Temos o propósito de continuar essa discussão é acredito que na próxima possamos convidar a industria para o debate. Abraço
DANIEL NAVARRO LOBATO

BARBACENA - MINAS GERAIS - INDÚSTRIA DE INSUMOS PARA A PRODUÇÃO

EM 16/04/2020

Muito oportuno colocar esta discussão em pauta, pois vários pequenos Laticinios e produtores deixarão a cadeia do leite nos próximos meses, devido à falta de competitividade.
Concordo que com os pontos abordados e que o melhor exemplo de integração está sendo conduzido por uma cooperativa no RS (se é que estamos falando da mesma empresa).
Acho interessante destacar que tentativas fracassadas no sudeste aconteceram por vários fatores, mas existem dois que gostaria de destacar:
1) falta de controle sobre as fazendas (o que vem sendo bem conduzido no sul do país);
2) priorizaram parceiros/"integrados" de alta produção diária. Este gerou alguns problemas de desinteresse, pois a rentabilidade "prometida" estava limitando a rentabilidade dessas grandes fazendas. Ou seja, era melhor conduzir o negócio sozinho do que em parceria com o laticínio. Diante disso, creio que novos modelos de integração deveriam ser trabalhados com confinamentos (definição de sistema de produção em Compost barn ou Free-stall), bem como produção de volumosos terceirizadas. Esses dois fatores são importantes para garantir o "controle" do sistema de produção e para diminuir a dependência de mão-de-obra. Este último fator também pode ser mais "controlado" por sistemas robotizados, como bem dito no texto é realizado no sul.
Em resumo, tornar pequenos bons produtores mais eficientes seria o melhor e "mais fácil" caminho para que este sistema de certo garanta abastecimento de leite aos laticínios, salvando produtores da falência.
DUARTE VILELA

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 16/04/2020

Obrigado Daniel pelos comentários. É realmente intrigante a participação de cooperativas de laticínios no debate. Abraço
TIMOTHEO SOUZA SILVEIRA

CASTRO - PARANÁ

EM 16/04/2020

Excelente Texto! Uma visão diferente do senso comum
DUARTE VILELA

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 16/04/2020

Obrigado Timotheo
TIMOTHEO SOUZA SILVEIRA

CASTRO - PARANÁ

EM 16/04/2020

Excelente texto! brilhante em vários aspectos e pela visão!
ANDRE ROZEMBERG PEIXOTO SIMÕES

AQUIDAUANA - MATO GROSSO DO SUL - PESQUISA/ENSINO

EM 16/04/2020

Prezados autores, parabén por revitalizar tema tão relevante e recorrente na cadeia do leite. Meu modesto ponto de vista:
a) Ouço com frequência de produtores que a integração tiraria a liberdade de tomada de decisão deles dentro de sua própria casa, o que é uma barreira para tal modelo integrado.
b) Avicultura, muitas vezes, ocupa uma atividade adicional dentro de uma propriedade rural, já o leite é sempre a atividade principal.
c) O modelo de integração poderia aumentar em muito nossa produtividade e dependendo da velocidade de implementação desta estratégia, poderia forçar mais ainda os preços ao produtor para baixo. Portanto, isso deve vir necessáriamente, junto com o aumento do consumo ou das exportações.
d) Ganho de produtividade acelerado por uma classe (segmento) de produtores levaria naturalmente a uma aceleração da exclusão de outros, o que já acontece em grande escala no Brasil e no mundo. Além disso, haveria ainda uma exclusão pela via de não adequação aos contratos.
e) Haverá então, considrando o ponto anterior, uma crescente formação de clusters, o que pode ser bom para algumas regiões e ruim para outras. Claramente com ganhos de eficiência da cadeia.
e) Os modelos de integração levaram a suínocultura e avicultura a padrões de produção que vem sendo fortemente atacados por ambientalistas, defensores dos direitos dos animais, entre outros. Esse debate está na grande mídia e será, na minha opinão cada vez mais forte, o que levará a uma mudança nos padrões das integrações atuais.
Desta forma, acredito, que seja o caso de pensarmos em novos modelos, não esperando comparativamente que o modelo das outras cadeias sirvam para o leite.
Um forte abraço.
DUARTE VILELA

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 16/04/2020

Perfeito André. O objetivo do artigo foi levantar a discussão e o paralelo com os sucessos das cadeias produtivas de suínos e aves foi apenas para exemplificar. Nosso propósito é editar novos textos futuros com os avanços advindos desse debate. Abraço.
DUARTE VILELA

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 16/04/2020

Obrigado André. Vamos retomar a discussão e seus pontos colocados são muito pertinente. Abraço

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