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O abastecimento do mercado doméstico para 2011

POR DANIEL DE ARAÚJO SOUZA

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 29/07/2011

3 MIN DE LEITURA

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Apesar da retração de aproximadamente 6,5% no volume das importações em 2009, o mercado da carne ovina fechou o referido ano com valores positivos quanto à produção doméstica, mantendo o consumo formal no patamar das 13 mil toneladas.

No entanto, em função de uma queda, tanto na produção interna quanto nas importações, o consumo de carne ovina no Brasil em 2010 - considerando apenas a cadeia sob inspeção federal - sofreu um recuo de quase 12% em relação a 2009, fechando o ano com valor ao redor de 11,4 mil toneladas, como sinalizado no Gráfico 1, abaixo.

Gráfico 1 - Produção doméstica, importações e consumo interno, em mil toneladas.



A produção doméstica em 2010 caiu cerca de 7,29% devido a uma quebra de 24,8 mil cabeças no volume de abates, no entanto, a escala anual permaneceu acima do patamar das 300 mil unidades, conforme o Gráfico 2.

Gráfico 2 - Volume anual de abates inspecionados, em mil unidades.



Com relação à participação estadual na produção (Gráfico 3), com exceção do Rio Grande do Sul, Bahia e Sergipe, todos os outros Estados aumentaram a sua escala de abate, com destaque para São Paulo, Mato Grosso do Sul e Goiás, o que, infelizmente, foi insuficiente para tamponar a retração de 15,3 pontos percentuais nos abates gaúchos, em função da elevada escala de produção do Rio Grande, que permanece absoluto em sua posição de maior produtor e fornecedor de carne ovina do país.

Gráfico 3 - Participação estadual na produção doméstica, 2010.



Abaixo, o Gráfico 4 apresenta o volume mensal de abates inspecionados ("SIFados") ao longo do ano de 2010 e nos primeiros seis meses de 2011, sendo possível observar que, com exceção do mês de março, todos os outros meses tiveram variações positivas em suas respectivas escalas, possibilitando o fechamento do primeiro semestre do presente ano em alta de 7,65% em relação ao mesmo período de 2010, o que é um indicativo positivo para a produção doméstica em 2011. No entanto, como, geralmente, os abates se concentram mais no segundo semestre do ano, particularmente no último trimestre, é ainda precoce vislumbrar uma superação dos números praticados no ano passado.

Gráfico 4 - Volume mensal de abates inspecionados, em mil unidades.



Pelo segundo ano consecutivo, o volume das importações sofreu retração, apresentando em 2010 uma queda ao redor de 15% em relação a 2009, conforme o Gráfico 5. O fato se deve ao continuo decréscimo do rebanho de cria do Uruguai - o principal fornecedor de carne ovina do mercado brasileiro - que atingiu 4,14 milhões de cabeças em 2010, o menor valor de todos os tempos, com a situação se agravando em função de uma redução de 41,2 pontos percentuais no volume de abates no mesmo ano.

Gráfico 5 - Volume importado de produtos cárneos ovinos, em mil toneladas.



Pelo Gráfico 6, os resultados desse primeiro semestre mostram uma redução em torno de 5,1% no volume importado e, ao mesmo tempo, uma alta de 47% no valor das importações, ressaltando a fase de supervalorização da carne ovina no mercado internacional.

Gráfico 6 - Índice semestral das importações (2010 = 100).



Para 2011, a retração nas importações tende a se manter, uma vez que, entre janeiro e maio do presente ano, os abates recuaram 27,5% em relação ao mesmo período de 2010, sinalizando mais uma vez a ocorrência de uma quebra na produção uruguaia. Por outro lado, é possível que esteja se iniciando um processo de reconstituição do rebanho por meio da maior retenção de borregas, no entanto, ainda é cedo para afirmações.

Com relação aos outros fornecedores do Mercosul, como Argentina e Chile, ambos contribuiram apenas com 6,5% do volume total importado em 2010, uma vez que os embarques desses países são direcionados para a União Européia, ao contrário do Uruguai, que tem no Brasil seu principal cliente. Além disso, tanto Argentina quanto Chile, tem passado por problemas climáticos nos últimos anos, o que reduziu ou limitou a expansão dos rebanhos, sublinhando a limitada capacidade de nossos vizinhos em colaborar para sustentar o abastecimento do mercado interno brasileiro.

Com isso, 2011 parece ser um ano em que a produção doméstica se manterá nos patamares atuais e as importações apresentarão mais um recuo, comprometendo o consumo interno e sustentando os preços em altos níveis.

Esperemos para ver!

Fontes consultadas

INAC. Instituto Nacional de Carnes de Uruguay.

MAGP. Ministerio de Agricultura, Ganadería y Pesca de Argentina.

MAPA. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil.

MDIC. Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior do Brasil.

MGAP. Ministerio de Ganadería, Agricultura y Pesca de Uruguay.

ODEPA. Oficina de Estudios y Políticas Agrarias - Ministerio de Agricultura de Chile.

DANIEL DE ARAÚJO SOUZA

Médico Veterinário, MBA, D.Sc., especializado no sistema agroindustrial da carne ovina. Consultor da Prime ASC - Advanced Sheep Consulting.

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DANIEL DE ARAÚJO SOUZA

FORTALEZA - CEARÁ

EM 19/08/2011

Olá Adenauer,



Atualmente, o mercado formal da carne ovina no Brasil importa um pouco mais da metade do que consome, de forma que há muito espaço para o crescimento da produção nacional.



Os dados oficiais apontam uma produção doméstica (SIFada) em torno de 5 mil toneladas e importações na faixa das 6,5 mil toneladas, o que dá um consumo formal de 11,5 mil toneladas nas capitais e grandes centros urbanos, ou seja, a produção brasileira só consegue suprir 45% da demanda vigente. No entanto, essa demanda é firme e crescente.



Se incluirmos a produção sob inspeção estadual (SIE) os números melhoram um pouco, mas infelizmente, não temos ainda esses dados prontamente disponíveis pelos órgãos estaduais. Você pode procurar o órgão de defesa agropecuária daí e se informar sobre quantidade de abates e frigoríficos que trabalham com ovinos.



Em relação à produção do Espírito Santo, não temos dados oficiais sobre o volume de abates inspecionado (SIFado), pois, aparentemente, não há plantas com inspeção federal trabalhando com ovinos no estado.



No entanto, com base no tamanho do rebanho do estado, que é de 33 mil cabeças (segundo o censo do IBGE de 2006) e uma composição básica de 55% de ovelhas de cria (18,15 mil cabeças), 40% de animais de recria e engorda (borregos para abate e borregas de reposição) e 5% de reprodutores, é possível fazer uma estimativa grosseira da produção do ES. Considerando apenas os cordeiros machos e os animais de descarte (20% de taxa de reposição anual) tem-se uma produção em torno de 150 toneladas.



Utilizando esse mesmo raciocínio, estimamos uma produção de 3,4 mil toneladas para a região Sudeste, sendo São Paulo o principal centro consumidor.



Esses números se referem a produção total, incluindo a informal (que compõe ao menos 90%) e são ESTIMATIVAS GROSSEIRAS.



Você deve fazer um bom estudo de mercado e saber quem são os potenciais compradores (indústria frigorífica, supermercados, restaurantes, etc.), assim como, a possível demanda dos mesmos.



Obrigado por mais uma participação e boa sorte na empreitada!!!



Abraços,



Daniel

ADENAUER DA CUNHA ALVES

LINHARES - ESPÍRITO SANTO - REVENDA DE PRODUTOS AGROPECUÁRIOS

EM 15/08/2011

Doutor Daniel, com esse sobe desce da produção da carne ovina do país, podemos dizer que o Brasil ainda produz em pequena escala, sem padronização da criação, apenas uns dedicados produtores mantém em seus plantéis animais de genética com aptidão para corte. O nosso mercado pode absorver hoje qual produção em toneladas de carne ovina? Temos produção para suprir a demanda? Qual a produção do ES e da região sudeste hoje?  não consigo encontrar estes dados.

Parabéns pela edição, estou entrando no negócio de ovinos, estamos em fase de estudo da viabilidade econômica da criação aqui no ES.



Adenauer da Cunha Alves.

Engenheiro Agrônomo.

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