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Métodos de fornecimento de água para bezerros

POR JOSÉ ROBERTO PERES

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 13/12/2001

4 MIN DE LEITURA

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A água é fundamental para o correto desenvolvimento tanto do rúmen quanto do animal como um todo. Mesmo assim muitos criadores falham no seu fornecimento em quantidades adequadas. Isto reflete em menor consumo de alimentos secos, atraso no desenvolvimento ruminal, maior estresse e possível aumento no risco de doenças.

Existem várias maneiras de se fornecer água para os bezerros. A maioria dos criadores o faz através de baldes, muitas vezes os mesmos utilizados para fornecimento do leite. Os baldes são um método eficiente de fornecimento de água para um número pequeno de bezerros, mas eles têm suas desvantagens: requerem grande mão-de-obra para a limpeza e enchimento freqüente para assegurar a disponibilidade constante de água fresca e limpa.

Um método alternativo de se fornecer água aos bezerros é através de bicos (bebedouros) do tipo utilizado para porcos. A água, sempre fresca e disponível, é trazida através de tubulações de plástico. Alguns produtores cobrem os bicos com tetos de borracha (como os utilizados nas mamadeiras) para facilitar seu uso. Alguns instalam os bicos perto do balde de leite enquanto outros preferem distanciá-los. Teoricamente os bicos são superiores por fornecerem água de boa qualidade ininterruptamente, o que é importante especialmente em regiões de clima quente como o nosso. Um possível inconveniente do sistema é a formação de algas nas mangueiras, o que pode provocar distúrbios digestivos nos animais. Em função disso é aconselhável a lavagem periódica (semanal) das linhas com água clorada.

No entanto, no caso de pequenos produtores, ou ainda quando se usa casinha individual (bastante comum em nosso meio) pode não ser justificável o uso dos bicos (bebedouros). Uma opção seria então o uso de bicos (de mamadeiras) adaptados aos baldes. Mas será que isto traria algum benefício aos animais?

Para responder esta pergunta um experimento foi realizado nos EUA. Durante 56 dias de estudo 32 bezerros divididos em dois grupos tiveram seu consumo de água e concentrado monitorado. O primeiro grupo recebeu água em baldes de plástico (6 litros) e o segundo do mesmo tipo de balde com um bico de mamadeira adaptado. Eles tinham em média cinco dias de idade no início do teste. Todos tiveram acesso a água à vontade, fornecida uma ou duas vezes ao dia, conforme a necessidade. A sobra era medida diariamente. O concentrado também foi fornecido à vontade e seu consumo foi controlado diariamente.

As temperaturas máximas observadas no período variaram de 19 a 35 oC e as mínimas de 10 a 19 oC e, portanto, na maior parte do tempo os animais se encontravam na faixa termoneutra, embora durante pelo menos parte de muitos dias eles pudessem ser considerados em estresse térmico. Muitos fatores afetam o consumo de água. Os dois mais importantes são a temperatura ambiente e a ingestão de concentrado.

O experimento apresentou resultados bastante interessantes. O consumo médio de água, durante todo o período, foi de 2,5 litros/dia (com variação de 0 a 11 litros). Os bezerros que beberam nos baldes com bicos tiveram comportamento diferente dos que beberam diretamente nos baldes. Houve uma interação (P<0,0001) entre o número de dias em teste e o tipo de tratamento. Os bezerros dos baldes consumiram mais água durante as cinco primeiras semanas do teste, enquanto os dos bicos aumentaram o consumo durante as últimas 3 semanas, de forma a ultrapassar o consumo médio dos animais no balde. O consumo de água pôde ser previsto com bastante precisão por equações de regressão - o r2 das regressões foi de 0,89 para os bicos e 0,83 para os baldes - indicando que a idade do animal (e a ingestão de concentrados!) foi responsável por grande parte da ingestão de água.

Outra observação interessante foi a alta correlação entre o consumo de concentrados e a ingestão de água. O consumo de água foi diretamente proporcional ao consumo de concentrado. Não houve efeito do método de fornecimento. Os animais bebendo água nos bicos apresentaram maior consumo aparente mas este não foi estatisticamente significativo. Novamente, a previsão do consumo de matéria seca foi bastante precisa (r2 = 0,99). Na média, os bezerros consumiram muito pouco concentrado nos primeiros 7 dias, e começaram a aumentar o consumo até atingir o consumo máximo de aproximadamente 2 kg aos 56 dias de teste.

O autor sugere que é possível que os bezerros consumiram mais água inicialmente dos baldes por esta estar mais "prontamente dispon��vel". Todavia, ambos os métodos parecem ter fornecido água suficiente para os animais e estimularam o consumo de concentrado. No estudo, os dois grupos estavam "prontos" para a desmama (consumo de 1 kg de concentrado por dia) antes do 42o dia. Os bezerros que beberam nos baldes parecem ter atingido este ponto 5 ou 6 dias antes, o que poderia representar ganhos tanto em trabalho quanto em dinheiro (leite economizado).

Os autores concluem que os bezerros parecem responder de maneira diferente aos vários métodos de fornecimento de água. Este experimento mostrou claramente que os bezerros podem consumir água suficiente quando esta é fornecida em baldes ou bicos.

Comentário Milkpoint: os baldes são uma opção barata para o fornecimento de água. Não é incomum, no entanto, observar-se baldes vazios, quebrados ou virados pelos próprios bezerros, o que limita o consumo e o desenvolvimento, conforme mostram estes dados. Eles requerem portanto maior atenção ao manejo.

Fonte: Quigley, J., 2001. Methods of feeding water. Calf Note # 47. Calfnotes.com.

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