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Mais que o ouro!

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 16/01/2012

8 MIN DE LEITURA

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O economista pode migrar facilmente de uma atividade produtiva para outra. Por exemplo, é possível trabalhar com milho e, em outro momento, se dedicar à florestas, ou a serviços de saúde, construção civil ou turismo. Em todas as áreas cabem os pressupostos da ciência econômica. Esta mobilidade é uma virtude da profissão. Em função disso, ao longo de sua vida profissional, o economista agrícola trabalha com diferentes produtos. Todavia, no meu curso de Mestrado em Economia Rural, na Universidade Federal de Viçosa, fui aconselhado por um professor a não desenvolver a dissertação sobre leite. Segundo este professor há uma maldição com o leite, pois quem trabalha com o produto passa a vida inteira somente analisando este produto. “Leite é o cemitério dos economistas”, ele me disse.

Ao longo dos meus 28 anos de formado e atuando com leite, eu sou o exemplo acabado desta suposta “maldição”. Entretanto, o tempo me mostrou que há um motivo para o leite prender os poucos economistas que estudam o setor. É que não há atividade agrícola mais complexa, mais instável, mais imprevisível que o setor lácteo. Cada ano é um ano e quem se aventura a fazer previsões tem chances curtas de acertar. Se olhar para frente é difícil, que tal olharmos para o passado recente? Vamos analisar o comportamento dos preços no ano passado e ver o que eles nos ensinam.

Na Figura 1 são apresentados o comportamento dos preços médios recebidos pelos produtores, dado pelo Cepea/Esalq/USP e o comportamento dos preços médios de um conjunto de nove produtos lácteos, a saber: Leite em Pó, UHT, Condensado, Queijos, Iogurte, Fermentado, Creme de Leite, Manteiga e Leite com Sabor. A fonte dos dados é esta belíssima e séria instituição chamada IBGE. Também é apresentado o comportamento dos preços de todos os produtos e serviços ao consumidor, o conhecido IPCA, que é a medida da inflação brasileira.

Comecemos pelo IPCA. No ano passado acumulamos uma inflação de 6,5%, uma taxa elevada para países com economias estáveis. Mas, por volta de abril analistas previram que chegaríamos em dezembro com inflação acumulada de dois dígitos, ou seja, 10% ou mais. Então, com a taxa obtida, a tragédia anunciada não se confirmou e todo mundo respirou com certo alívio. Mas, perceba que os derivados lácteos contribuíram para a contenção da taxa inflacionária somente até abril. Daí em diante os preços correram acima da inflação, acumulando uma variação de 8,1% no ano. O pico dos preços no varejo foi em outubro, quando a inflação acumulada dos lácteos bateu em 9,0% no ano.

Agora, veja o gráfico dos preços pagos ao produtor. Até setembro os preços acumularam aumento de 23,66%, que foi 2,5 vezes o acumulado pelos lácteos no varejo, até aquele mês (8,45%), e 4,6 vezes a inflação acumulada no período (4,97%). Nos últimos dois meses houve queda de preços, mas os preços ao produtor fecharam o ano com elevação acumulada de 17,36%. Isso é mais do que a elevação do preço do ouro, que foi o ativo financeiro que mais valorizou no Brasil em 2011, e que fechou o ano com uma elevação acumulada de preços de 15,9%. Em outras palavras, se existisse mercado futuro para o leite no Brasil, quem tivesse comprado papéis lastreados em preço de leite ao produtor no início do ano, no final do ano teria acumulado ganhos superiores até à valorização do ouro!


Gráfico 1. Comportamento de preços em 2011.
Fonte: IBGE (IPCA e Lácteos) e Cepea/Esalq/USP (Preço ao Produtor)

Vamos analisar o comportamento dos preços reais de produtos lácteos no varejo. A expressão “preços reais” significa preços nominais, ou seja, os preços verificados na gôndola, descontados da inflação. Para entender os gráficos 2, 3 e 4, não há grande dificuldade. Quando o ponto da curva no gráfico está acima de zero, significa que o preço do produto no varejo superou a inflação daquele mês. Se o inverso ocorre, ou seja, se a curva está abaixo de zero significa que o preço do produto subiu menos que a inflação do mês.

No Gráfico 2 verifica-se que o Leite UHT perdeu da inflação até março. A partir daí os preços suplantaram a inflação continuamente. Em setembro houve o pico de preços acima da inflação e o ano fechou com os preços cotados a 1,3% acima da inflação. Em termos nominais, os preços cresceram 7,8% de janeiro a dezembro. Comportamento similar teve o Leite em Pó no varejo, embora com menos oscilação, em função da influência dos preços do mercado internacional. Entre janeiro e dezembro a variação acumulada foi de 9,5%. Descontada a inflação, deu 3,02% de acréscimo real. Já no caso do Condensado, 2011 foi mais um ano com um comportamento de pouca expressão, ao contrário do passado. Ao longo do ano o preço oscilou em torno da oscilação de preços do varejo (IPCA), como mostra o Gráfico 2 e fechou em 7,8%, um pouco acima da inflação, portanto. Pelo, visto, o Leite Condensado deixou de ser mesmo um ótimo negócio, com a entrada de vários concorrentes no mercado nos últimos cinco anos.



Gráfico 2. Comportamento real* de preços de produtos lácteos selecionados em 2011
Fonte: IBGE
Obs: * real significa que da variação dos preços obtidos no varejo foi descontada a inflação do mês

O Gráfico 3 mostra que os preços do Queijo perderam da inflação no primeiro semestre. A partir de julho houve recuperação, mas nada que permita afirmar que foi um ano de ouro para o produto. Em termos nominais, ou seja, sem descontar a inflação, os preços acumularam um crescimento de 8,9%. Já o Iogurte e o Leite com Sabor tiveram um ano pra não deixar saudade. Estes produtos perderam da inflação. Em outras palavras, foi mais barato consumir estes produtos ao longo do ano que no início de 2011. Em dezembro a variação de preços acumulada no ano para o Iogurte foi de 5,4% e o Leite com Sabor foi de 2,7%, contra uma inflação de 6,5%.


Gráfico 3. Comportamento real* de preços de produtos lácteos selecionados em 2011
Fonte: IBGE
Obs: * real significa que da variação dos preços obtidos no varejo foi descontada a inflação do mês

No Gráfico 4 percebe-se que a Manteiga teve um primeiro semestre ruim, compensado pelo comportamento de preços no segundo semestre. Já o Creme e o Leite Fermentado apresentaram comportamento de preços que nós chamamos de serrote, ou seja, de grande oscilação e, o que é pior, perdendo feio da inflação! Em dezembro a Manteiga foi vendida a preços 10,4% superiores a janeiro, enquanto que Fermentado e Creme foram comercializados a preços 3,2% e 2,9% superiores, ou bem abaixo da inflação do período.


Gráfico 4. Comportamento real* de preços de produtos lácteos selecionados em 2011
Fonte: IBGE
Obs: * real significa que da variação dos preços obtidos no varejo foi descontada a inflação do mês

Para finalizar, vamos comparar a variação mensal dos preços dos produtos lácteos no varejo com o comportamento mensal de preços do leite ao produtor. Não há novidades na interpretação do Gráfico 5, que apresenta a diferença entre as variações mensais dos preços de cada produto lácteo e do preço do leite ao produtor, mês a mês. Se a curva estiver acima de zero significa que o derivado lácteo apresentou variação de preços superior ao preço ao produtor. Se o gráfico estiver na região negativa significa que a variação do preço do produto perdeu para a variação do preço ao produtor. Como se percebe, os preços dos nove produtos lácteos pesquisados perderam continuamente para os preços do leite ao produtor, sem exceção.


Gráfico 5. Comportamento de preços de produtos lácteos em relação ao preço recebido pelo produtor, em 2011.
Fonte: IBGE e Cepea/Esalq/USP

Com base nos gráficos apresentados, podemos concluir que os produtos lácteos puxaram a inflação para cima em 2011, quando analizados em conjunto. Todavia, cinco produtos foram responsáveis por esse impacto: UHT, Pó, Condensado, Manteiga e Queijos. Os demais produtos contribuiram para controlar ou segurar a inflação. Por outro lado, os preços aos produtores sofreram forte elevação, superando, em muito, as variações registradas por todos os produtos lácteos no varejo. Registre-se que esta variação ocorreu em cima de um valor de R$ 0,72, que foi o preço médio praticado em dezembro de 2010, um valor inegavelmente alto para os padrões históricos ou mesmo internacionais. Uma variação positiva de 23,7% em doze meses no preço médio ao produtor foi algo que ninguém previu há um ano. Nem os mais otimistas. É evidente que isso impactou a rentabilidade das empresas lácteas, num ano em que, uma vez mais, a regra foi colher prejuizos ou lucros tímidos. A indústria láctea nacional vem se descapitalizando desde o início da crise mundial. Isso não é discutido claramente em função de parte dos laticínios estarem buscando valorização, pois trabalham com a idéia de serem comprados, por um lado. Por outro, são laticínios que buscaram dinheiro no mercado, abriram capital ou obtiveram recursos públicos facilitados e ninguém quer demonstrar insucesso, claro!
Portanto, voltando à origem deste artigo, os economistas não conseguem abandonar o setor não é devido a nenhuma “maldição”. Estudar um setor que tem gráficos típicos de um eletrocardiograma não tem graça. Mas, conviver com gráficos tão estranhos como estes apresentados aqui estimulam qualquer economista. Eles sinalizam que o setor como um todo é frágil e tem um nível muito baixo de organização. Economista gosta de emoção, seupresas, crises e tudo isso é o que não falta neste setor.

Estou saindo de férias. Vou em busca de outras emoções. Terei dificuldades de responder a possíveis comentários sobre o presente texto. Quando voltar, retomo a nossa conversa sobre a saída dos produtores do nosso setor, assunto tratado no artigo anterior. Feliz 2012!

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WELLINGTON MARCOS DE PAIVA SILVA

CARRANCAS - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 17/02/2012

Caro Paulo Martins, reforço o pedido do companheiro de atividade Eduardo Côrtes de Caratinga/MG de um artigo comparando o preço pago ao produtor com os principais insumos utilizados na atividade leiteira.
Antecipadamente agradeço!
Parabéns pela qualidade das informações!
Sucesso!
MÁRCIO BARBOSA LIMA DE OLIVEIRA MACÊDO

ITABUNA - BAHIA - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 25/01/2012

Caro Paulo Martins.
Parabéns pelo magnífico artigo. Curta bem suas merecidas férias e quando retornar me ajude a entender o que a DPA Nestlé fez com os seus colaboradores. É triste ver que no Brasil não existe seriedade em nada, quando se ver uma atitude dessa da maior empresa do setor sem dar satisfação nenhuma aos seus produtores é um absurdo. O companheiro Eduardo Amorim está sofrendo como eu esse desrespeito sem precedente. Cofesso a vocês que tinha uma certa admiração pela empresa, pela sua organização, etc., mas o que eu vi ela fazer agora,eu concluí que na verdade ela não tem diferença nenhuma das outras empresas de fundo de quintal, essa que é a verdade. Aqui na região de Itabuna-Ba tem produtor que chegou receber 0,30 ( trinta centavos) a menos, eu pergunto que economia é essa? Com certeza o que aconteceu foi que ela botou nós ( palhaços) para pagarmos o décimo terceiro dos seus funcionários. Não tem explicação plausível.
O que nós deveríamos fazer, se tivéssemos união era deixá-la sem leite.
Um abraço a todos,
Márcio Macêdo.
MARILIA ESTEVES

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 19/01/2012

excelente trabalho, Sr Paulo, o sr. foi muito claro em suas explicações e nas demonstrações com os gráficos. E que tal o desafio de concluir o trabalho colocando na balança os custos de produção, como sugeriram os leitores? Pode ser de grande valia!
Obrigada
MÁRCIO F. TEIXEIRA

ITAPURANGA - GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 19/01/2012

Dr Paulo Martins,

como sugestão, porque o Sr. como excelente economista e estudioso do "complexo" leite que é não faz um estudo sobre a carterização do setor industrial do leite.

Não tem como explicar, com o passar de tantos anos, ainda nos depararmos com a manipulação das empresas, em especial, uma já citada que atua no mundo todo, que não dá a mínima para os produtores.

Será que existe um país com tanta manipulação do setor produtivo como aqui no Brasil. Veja as importações de leite de 2011, gigantescas. Aqui a lei econômica da oferta e demanda não funciona para o leite. As empresas fazem o que querem e pagam como querem, e o assunto "qualidade", na minha opinião, e história p boi, ou melhor, para as vacas dormirem. Ainda no período seco do ano passado, como foi relatado, sem nenhuma justificativa, foi tirado, de uma só vez, 8 centavos no pagamento de outubro.

Tenho enorme admiração pelo seu trabalho e pela pessoa que o Sr. é, e por isso, coloco esse tema para o Sr. debater, já que ninguém fala nisso. O sistema produtivo leiteiro é perverso e excludente. Pena para nós produtores, não ser tão fácil sair de uma atividade para outra, como é para os economistas saírem de um estudo para outro. Só para completar, para falar que não estamos fazendo nada, além de trabalhar da porteira p dentro, estamos organizados em um cooperativa de agricultores familiares (cooperuruana), e estamos lutando para que possamos melhorar as nossas negociações e na redução dos custos de produção.

Abraço
NELSON JESUS SABOIA RIBAS

GUARACI - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 17/01/2012

Nem mesmo para economistas, sera razoável fazer qualquer analise da evolução do leite sem considerar o custo de produção(ração, pastagem e MO). Lendo o artigo fica uma falsa impressão de resultado positivo, coloque aí o seu custo de produção e vai ver aonde fomos.
EDUARDO AMORIM

PATOS DE MINAS - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 16/01/2012

Caros colegas produtores,

Ao colocarmos na balança os elevados custos com insumos, investimentos, e mão de obra (novo salário minimo a partir do mês que vem) agravada em minha região pela queda vertiginosa e inexplicável de 8 centavos no leite de dezembro (DPA NESTLE) percebe-se que a situação é gravíssima e desestimulante ao produtor. E o que desafia a lógica é que não tenho visto nos supermercados quedas significativas no preço do UHT Ninho e Molico, tampouco nos preços dos chocolates e sorvetes Nestlé, bem como de outros produtos da empresa que justifiquem esta acentuada queda aos preços pagos aos seus fornecedores (produtores de leite).
EDUARDO CÔRTES

CARATINGA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 16/01/2012

Prezado Dr. Paulo Martins,
muito abrangente sua análise, enriquecendo de dados os produtores carentes de boas previsões. Aliás é reconfortante saber que é mercado de leite é imprevisível para os economistas também. Seria interessante termos também um paralelo de preços dos insumos que usamos para produzir leite, como a variação de preços de ração, dos fertilizantes, produtos veterinários, etc. Sabemos que o aumento de salários foi mair que o da inflação. Mesmo o leite subindo mais que a inflação, como demonstra seu artigo, sabermos quanto os insumos subiram vai permitir conhecer se o aumento do leite ultrapassou a inflação sem representar crescimento do lucro para o produtor. Obrigado.
EMERSON GONÇALVES

SANTA RITA DO PASSA QUATRO - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 16/01/2012

Falar o quê, agora?
Estou pasmo, simplesmente.
Excelente artigo do Paulo Martins.
Ainda hoje vou recuperar minhas faturas de 2011, copiar os preços-base que recebi e os preços totais (com os bônus por CBT, CCS e proteína) e fazer minha própria comparação. Não será ruim, já tinha essa percepção, mas estou deveras preocupado com a despencada braba sobre o leite de novembro, mantida, evidentemente, sobre o de dezembro.
Meu preço-base em novembro foi o mais baixo dos últimos 3 anos.

Bom, o pior e o melhor, é que ao ver meu resultado de novembro o veterinário que presta assistência aqui no sítio, disse que eu era feliz, o preço final estava ótimo.
E eu, a contragosto, concordei.
Foi ruim, mas foi ótimo.
Enfim, como diz o autor no final: "conviver com gráficos tão estranhos como estes apresentados aqui estimulam qualquer economista. Eles sinalizam que o setor como um todo é frágil e tem um nível muito baixo de organização."
E um nível muito alto de emoções.
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 16/01/2012

Prezado Paulo: Feliz a colocação de seu professor. Somos todos malditos (rsrsrs). Espero que este "cemitério" não atinja, também, aos produtores (rsrsrs). Boas férias - e, por favor, nem beba leite para não ter que comentar alguma coisa (rsrsrs). Quando regressar, voltaremos a nossa conversa animada.
Um abraço,


GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO
FAZENDA SESMARIA - OLARIA - MG

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