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Enzimas fibrolíticas melhoram desempenho de novilhas alimentadas com cana-de-açúcar

POR JOSÉ ROBERTO PERES

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 26/09/2002

3 MIN DE LEITURA

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As forragens tropicais naturalmente apresentam maior teor de fibra que as cultivadas em climas temperados. Somado a isto, em função do desenvolvimento mais intenso, que normalmente resulta em plantas de maior porte, as forragens tropicais têm maior nível de lignina, composto que dá maior "sustentação" às plantas, mas que também é responsável pela diminuição de sua digestibilidade. Bom exemplo disso é a cana-de-açúcar, cuja casca é bastante lignificada, apresentando baixíssima digestibilidade.

O rúmen tem uma capacidade física limitada, sendo assim, o animal só volta a comer quando algum "espaço for liberado" no rúmen. A digestão e passagem da porção fibrosa dos alimentos é portanto fator limitante para maximização do consumo e, consequentemente, da ingestão de nutrientes e do desempenho do animal. Dessa forma, todo e qualquer processo que contribua para melhorar a digestibilidade da fibra deve melhorar o desempenho animal. A colheita das forragens na época correta (sem que esteja passada), é a melhor maneira de se aumentar o consumo. No caso da cana-de-açúcar, a simples moagem de maneira bem fina, de forma a triturar a porção fibrosa, acelerando sua passagem pelo rúmen, já determina maior consumo e melhor desempenho (entenda que isso não melhora a digestibilidade, simplesmente acelera a passagem do alimento pelo rúmen).

As dietas de ruminantes são (e devem ser) baseadas em alimentos fibrosos. Em função disso, uma área de pesquisa que vem apresentando grande desenvolvimento é a de enzimas fibrolíticas. Estas enzimas auxiliam na digestão da porção fibrosa da dieta, normalmente promovendo maior consumo e disponibilizando mais nutrientes aos animais. Cada vez mais pesquisas são publicadas com resultados positivos para o uso deste tipo de aditivo. É o que mostra um trabalho desenvolvido no México, recentemente publicado.

Foram utilizadas 20 novilhas meio sangue (Bos indicus x Bos taurus), pesando 270 ± 30 kg de peso vivo. Durante os 80 dias do experimento os animais foram divididos em 4 grupos, mantidos em pastagens de grama estrela e recebendo diariamente 1 kg de concentrado com 14% de proteína bruta. Os tratamentos foram os seguintes: 1) somente pasto de estrela (PE) e 1 kg de concentrado; 2) Pasto de estrela + cana picada tratada com 1% de uréia e 0,5% de minerais (CUM-0); 3) Pasto estrela + CUM + 15 g de enzimas fibrolíticas (Fibrozime) (CUM-15); 4) Pasto estrela + CUM + 30 gramas de enzima fibrolítica (CUM-30).

A taxa de lotação das pastagens era de 6 novilhas por hectare. O consumo de forragens foi estimado através de dois marcadores (cromo e cinzas insolúveis em ácido).

O consumo de enzimas fibrolíticas permitiu um aumento linear (P<0,01) no ganho em peso, tendo sido constatados ganhos de 482 g/dia para os animais somente a pasto (PE); 682 g/dia para os animais suplementados com cana e uréia, sem enzima (CUM-0); 789 g/dia para os animais suplementados com cana+uréia+15 g de enzimas (CUM-15) e 992 g/dia para os animais suplementados com cana+uréia+30 g de enzimas (CUM-30).

Paralelamente foi observado um aumento linear (P<0,05) no consumo de cana, sendo zeroa para o tratamento controle; 3,03b kg/dia para o tratamento CUM-0; 3,10c kg/dia para o tratamento CUM-15 e 3,24d kg/dia para o tratamento CUM-30. Contrariamente, a ingestão de pasto de estrela diminuiu (P<0,05) com o uso das enzimas (11,54a kg/dia para o PE; 9,11a para o CUM-0; 8,38b para o CUM-15 e 8,32c para o CUM-30) de forma que, ao final, nenhum efeito (P>0,05) foi observado no consumo total de matéria seca (12,47a kg/dia para o PE; 13,07a para o CUM-0; 12,41a para o CUM-15 e 12,68a para o CUM-30). Também a digestibilidade da matéria seca não foi diferente entre os tratamentos (65% para o PE; 70,21% para o CUM-0; 68,24% para o CUM-15 e 67,79% para o CUM-30).

Os autores concluem que o uso de enzimas fibrolíticas e cana picada e tratada com uréia e minerais melhorou o ganho diário e pode ser utilizado em novilhas mestiças em clima tropical.

Comentário do autor: não é de meu conhecimento que estas enzimas já estejam sendo comercializadas no Brasil mas, sem dúvida nenhuma, é crescente o número de pesquisas que comprovam seu efeito positivo.

Fonte: Gómez, A et alii. 2002. Exogenous fibrolitic enzimes and sugar cane improve performance in steers fed stargrass. J. D. Sci. 85 (Suppl 1) pág. 355.

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HERBERT VILELA

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 21/10/2002

Não será que houve apenas um efeito de substituição do capim pela cana? A época do ano é muito importante para se saber a qualidade do capim, pela substituição havida.

Resposta: <b>Caro Herbert:</b>

Sem dúvida alguma houve alguma substituição do capim pela cana, o que leva a crer que o capim não era da melhor qualidade. Prova disso é que a dieta com cana sem enzimas já apresentou um grande diferencial em relação ao "controle". Porém, se considerarmos somente as dietas com a inclusão de cana, embora o consumo tenha sido estatisticamente diferente, não acredito que 100 gramas a mais de cana são suficientes para aumentar em 200 gramas o ganho em peso (CUM-0 para CUM-15) ou ainda, no caso das dietas com enzimas, as 100 gramas de cana promoverem um acréscimo adicional de outras 100 gramas em peso.

A mim parece que houve sim um efeito das enzimas.

José Roberto Peres
Equipe Milkpoint
BARTOLOMEU FONSECA

OUTRO - RIO GRANDE DO SUL - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 17/10/2002

Prezado Senhores,
Estas enzimas são fabricadas no Brasil para digestão de fibras pela Imeve, há mais de 10 anos. Qualquer dúvida estou à disposição pelo fone:051-30296284

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