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Doenças infecciosas exigem monitoramento e diagnóstico

POR RENATA DE OLIVEIRA SOUZA DIAS

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 08/06/2001

6 MIN DE LEITURA

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Marcelo Pereira de Carvalho

Este artigo foi redigido com base em palestra do Dr. Franklyn Garry, da Colorado State University, na Conferência de Manejo de Rebanhos Leiteiros do Oeste dos EUA, em abril deste ano.

Segundo o Dr. Garry, as mudanças de manejo, nutrição e genética de vacas leiteiras levaram a uma alteração no tipo de doenças reconhecidas como importantes nas fazendas. "Nós nos importamos cada vez mais com distúrbios que reduzem o desempenho, mesmo sem mostrar sintomas clínicos, incluindo doenças relacionadas ao metabolismo e relacionadas à maior produtividade, mas sem estar necessariamente ligados ao diagnóstico específico de doenças", diz ele.

Exemplos deste tipo de problema são acidose, cetose, fígado gordo, laminite, hipocalcemia/febre do leite, deslocamento de abomaso e ineficiência reprodutiva.

Pode se inferir que, em função da grande importância dada a estes distúrbios, as doenças infecciosas são menos importantes hoje do que foram no passado. Mas estudo feito pelo National Animal Health Monitoring System em 1996 mostrou que isto não é verdade. De acordo com o estudo, mastite clínica ocorre em 13,4% de todas as vacas leiteiras, problemas respiratórios em 2,5%, laminite em 10,5% e diarréia em 3,4%. Em bezerros, diarréia e problemas respiratórios respondem por 85% das mortes, segundo o Prof. Garry.

Mais importante ainda do que as doenças já instaladas, é o risco de novas doenças infecciosas que podem explodir nos rebanhos, especialmente em função da maior densidade animal e do aumento dos rebanhos.

De acordo com o Prof. Garry, "o avanço do conhecimento científico afeta nossa percepção sobre as doenças e os métodos de lidar com estes problemas". Para alguns, o maior conhecimento de nutrição e manejo como determinantes primários da saúde animal tem levado a um certo descaso em relação a pontos importantes relacionados à ocorrência de doenças infecciosas. Na opinião dele, tem sido cômodo assumir que os avanços na tecnologia de vacinas, com efeitos cada vez maiores de prevenção, e nos antibióticos, tornando as doenças mais facilmente tratáveis, são suficientes para lidar com o problema. Ademais, com os recursos de computação, torna-se relativamente fácil avaliar o desempenho do rebanho (produção, reprodução, contagem de células somáticas, dias no hospital, etc.) como ferramenta para avaliação do status do rebanho.

Mais cedo ou mais tarde, segundo o Prof. Garry, os rebanhos acabam por sofrer uma crise de sanidade, que pode vir através do aumento na prevalência de um agente infeccioso, de uma doença fatal e aguda, não diagnosticada, ou da constatação de que um determinado problema vem aumentando ao longo do tempo e agora afeta significativamente o rebanho. Quando isto ocorre, velhas verdades reaparecem:

- mesmo com o melhor manejo, a doença é um aspecto que faz parte da vida

- podemos manejar os animais como um rebanho, mas as doenças afetam os animais individualmente

- em um sistema complexo, eventualmente alguma coisa dá errado

Ele acha que a melhor forma de responder a isto é, paradoxalmente, a menos utilizada. "Mantenha sempre em mente os inúmeros desafios relacionados às doenças que devemos considerar, mais os muitos fatores distintos que podem promover as doenças, mais os vários métodos que temos à disposição para controlar as doenças: não há um protocolo único que se encaixa em todas as situações".

Este fato requer atenção para que se faça um diagnóstico rápido e completo, em uma base sistemática de rotina, conclui o Dr. Garry.

Manejo sanitário

As doenças infeciosas são apenas um dos grupos que preocupam rebanhos leiteiros, de forma que procedimentos semelhantes podem ser adotados para doenças relacionadas à nutrição, a intoxicações e a instalações. Muitas doenças resultam da combinação de vários aspectos, embora o objetivo deste texto seja de demonstrar a importância em balancear o manejo e o monitoramento, e não discorrer sobre as causas das doenças.

De acordo com o Dr. Garry, há doenças virais que não respondem tão bem a uma estratégia apenas de vacinação e tratamento. É preciso mais. A participação do veterinário é fundamental no estabelecimento de práticas de manejo visando o controle de doenças infecciosas. Esta afirmação fica mais evidente quando o Prof. Garry diz que programas de biossegurança devem ser projetados individualmente, para cada rebanho, com base em seu histórico, suas preocupações e suas metas naquele momento.

O primeiro passo é relacionar quais são as doenças mais preocupantes para cada fazenda de leite. A quarentena pode auxiliar a reduzir a introdução de agentes infecciosos que induzem doenças agudas, mas não é uma medida suficiente (por si só) para prevenir a introdução das principais doenças infecciosas, nota o Dr. Garry. Outras medidas de biossegurança que podem ser adotadas irão variar de acordo com o método de transmissão de cada doença, a duração do período de incubação do agente infeccioso, a presença de hospedeiros sem sintomas e a confiabilidade de testes para detecção.

Um programa de biossegurança bem delineado pode ter um impacto muito positivo na redução dos riscos de transmissão de doenças infecciosas, diz o Dr. Garry. De acordo com ele, deve ser dada atenção especial à entrada de novos animais no rebanho, à vacinação e ao teste realizados antes da aquisição dos animais, ao conhecimento do status sanitário do rebanho de origem, à minimização da contaminação via alimento e ambiente, à desinfecção dos instrumentos, à minimização do contato entre animais doentes e animais saudáveis (ou entre vacas e seus bezerros), à presença de moscas e outros insetos e, finalmente ao contato reduzido com outras espécies de animais.

Diagnóstico preciso

Há certas práticas genéricas que auxiliam a reduzir o risco de disseminação de várias doenças, segundo o Prof. Garry, ao passo que outros são específicos. Mas podem haver problemas mesmo quando o manejo contra determinada doença é bem realizado. "Infelizmente, são justamente os problemas inesperados que causam os maiores prejuízos, exatamente porque não foram antecipados e, com isto, práticas de prevenção não foram adotadas até que eles afloram", comenta ele.

Segundo o Dr. Garry, a ferramenta mais importante para adaptar o manejo e evitar ao máximo imprevistos é o diagnóstico rápido e preciso. A realização de necrópsia deve ser prática sistemática de rotina, de preferência em todos os animais que morrem, oferecendo uma vantagem tremenda face a um desafio ocasionado por uma epidemia. Esperar para adotar esta prática apenas quando um problema sério está ocorrendo reflete um planejamento muito ruim, segundo ele.

A melhor necrópsia é aquela realizada em um animal recém-morto, sendo às vezes importante eutanizar o animal porque o valor da necrópsia não raro excede a probalidade de recuperação. Nestes casos, é importante selecionar cuidadosamente um animal que apresenta os mesmos sinais da doença, sendo recentemente afetado por ela, de forma que se encaixa bem no cenário da doença a ser combatida.

Resumo

Os problemas sanitários geram grande preocupação aos produtores de leite, exercendo um papel central em vários aspectos do manejo das fazendas. As doenças apresentam inúmeras causas e sintomas. Dependendo das circunstâncias de cada fazenda, os problemas a se combater podem se assemelhar ou, mais freqüentemente, diferir.

De acordo com o Prof. Garry, a melhor estratégia de ação para combater doenças infecciosas é uma combinação de 1) práticas de manejo para controlar a importância das doenças nas fazendas; 2) diagnóstico e monitoramento contínuos, servindo de base para ações preventivas. A utilização de necrópsias e envio de amostras para diagnóstico são elementos-chave para um programa de monitoramento de doenças.

fonte: Feedstuffs, May 14,2001

RENATA DE OLIVEIRA SOUZA DIAS

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