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Dieta Única - quando utilizar?

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 29/06/2011

3 MIN DE LEITURA

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Atualmente diversas fazendas, principalmente as de maior volume de produção, têm adotado um manejo de alimentação mais racional e simplificado, ou seja: dieta única. É possível alimentarmos um rebanho todo com uma única dieta? Na teoria isso não seria correto...

Através de agrupamento em lotes separados por peso e condição corporal, para animais em crescimento e, estágio de lactação e produção, para vacas em lactação é possível formarmos, sem grandes dificuldades de 6 a 10 lotes (categorias) que, supostamente deveriam ser arraçoados cada qual com uma dieta específica para atender diferentes demandas nutricionais (diferentes teores de energia, proteína, minerais, vitaminas, etc) visando a melhor relação custo benefício. No entanto, por motivos óbvios, dificilmente encontramos no campo propriedades arraçoando seus animais “individualmente”, ou seja, havendo, hipoteticamente, uma situação de 8 lotes, encontrarmos 8 dietas. Muitos produtores e técnicos, por motivos práticos acabam agrupando algumas categorias que acabam recebendo um mesmo concentrado (ração) em diferentes quantidades.

Qual seria o conceito, então, da “dieta única”? O princípio desta forma de arraçoamento seria formular uma dieta: “padrão” que viesse a atender (satisfazer) de modo significativo os requerimentos nutricionais dos animais em produção, preferencialmente o de maior produção. Esta mesma dieta seria fornecida para os demais lotes em produção bem como animais em crescimento, sendo realizado apenas o ajuste fino no consumo/fornecimento de alimento. Dietas de animais em lactação costumam ter entre 16 a 17% de PB e 72 a 75% de NDT ou 1,65 a 1,70 Mcal/kg de MS. Dietas densas (75% NDT + 17% PB), por exemplo, se encaixam perfeitamente no atendimento dos requerimentos de animais pós-desmama (bezerras/terneiras), por exemplo. Esta mesma concentração de dieta pode ser excedente em nutrientes para vacas no meio e final de lactação e, certamente, extrapola o aporte necessário para novilhas em crescimento (a partir de 200 kg de PV) ou mesmo vacas secas. No entanto, podemos limitar o fornecimento da dieta em termos de consumo, equilibrando, de certa forma, a quantidade total de nutrientes ingerida. O conceito da dieta total está fundamentado mais na quantidade (aporte) total de nutrientes fornecida do que propriamente no teor ou concentração de uma dada dieta “A”, “B” ou “C”. Sempre no seu emprego poderá haver sobra ou excesso de nutrientes dependendo da quantidade de alimento consumida para uma determinada categoria.

Destacamos que o estabelecimento de uma única dieta para todos os animais é praticamente impossível. O fechamento da mineralização das categorias é um desafio para muitos nutricionistas. Fica claro também que o sistema é falho em alguns aspectos como a sobre ou sub-oferta de nutrientes para determinados animais. Isso pode ser interpretado por muitos como uma maneira não racional do emprego do dinheiro e/ou eventual margem para aumento nos custos de produção. Na teoria tal conceito é cabível, na prática, os animais mais sadios com melhores índices reprodutivos (como idade ao primeiro parto) que conheço são de rebanhos com o emprego de dieta única (sistemas com 2 ou, no máximo, 3 formulações).

Recomenda-se atenção no manejo alimentar de vacas secas, principalmente no período de transição, sobretudo, no que se refere à quantidade e formulação do núcleo mineral utilizado. Desta forma, mesmo implantando dieta única, dificilmente uma fazenda escapará de um arraçoamento específico para estes animais. O aspecto prático que envolve a adoção da dieta única está associado ao velho conceito das “dietas” existentes numa propriedade: dieta formulada pelo nutricionista, dieta batida (concentrado) na fábrica de ração, dieta misturada/carregada (no vagão total mix), dieta distribuída, dieta consumida e, finalmente: dieta digerida (uma vez que há variação no metabolismo e conversão alimentar de cada indivíduo/vaca). Com todas estas variáveis que acumulam “erros” mais a implantação de manejos complexos com diversas formulações e maior custo operacional, a busca pela simplificação do trabalho ao máximo possível tem gerado resultados animadores e satisfatórios em muitos sistemas de produção. Recomendo, conheço e tenho trabalhado desta forma.
 

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JOÃO PAULO V. ALVES DOS SANTOS

LENÇÓIS PAULISTA - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 01/08/2014

Prezado, Ramiro Cardoso,

Agradecemos as considerações e palavras.

Vamos trabalhando e observando para que a cada dia possamos agregar mais conhecimento, permitindo a tomada de decisões corretas.

Um abraço!
RAMIRO CARDOSO

PINHALZINHO - SANTA CATARINA - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 01/08/2014

Muito bom texto e explicações, aliando vivência prática a teoria, como deve ser, parabéns João Paulo.
JOÃO PAULO V. ALVES DOS SANTOS

LENÇÓIS PAULISTA - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 26/07/2011

Guilherme, tudo bem?!

Mais uma vez, obrigado pela participação e comentários que ajudam a enriquecer a discussão. É muito importante que profissionais como você, que trabalham e convivem diariamente com os desafio da produção venham a se manifestar.

Sobre o uso de tamponante na dieta:

Dentro do meu ponto de vista e conhecimento técnico, acadêmico e profissional acredito que o uso de tamponante pode ser necessário em alguns casos (dependendo das condições de cada manejo alimentar) e o seu emprego, necessariamente não implica, necessariamente, em situações de desequilíbrio. O tamponamento de dietas (ou tentativa, se assim preferir) podeser adotado como forma preventiva; com objetivo de evitar eventuais oscilações do ambiente ruminal (oscilação de pH com conseqüente alteração no padrão de consumo de MS). O uso de tamponante é perfeitamente recomendável para situações de um rúmen "desafiado", ou seja, em situações práticas cuja a efetividade de fibra da dieta está no limite. Concordo com você, no entanto, que em situações de formulações de dietas erradas com excesso de concentrado e/ou falta de fibra (desequilíbrio na relação volumoso : concentrado), não há o que fazer. Mesmo adicionando tamponante ou alcalinizantes, teremos problemas. Concordo que se for possível trabalhar sem tamponante, apenas com fibra suficiente para gerar bom volume de saliva, seu uso é desnecessário ou inócuo. Dentro do meu ponto de vista, considero que devemos avaliar cada caso. Não podemos generalizar. Em outras palavras, o tamponamento não faz "magia", claro, mas é uma importante ferramenta preventiva para dietas desafiadoras ou em casos de dieta com alta taxa de passagem x baixa efetividade de fibra.

Sobre edema de úbere:

Casos de edema variam de rebanho para rebanho e estão associados também a outros fatores interessantes como quantidade de concentrado ingerida por exemplo (geralmente muitos associam somente à excessiva ingestão de minerais). Não sei se você quis dizer redução da suplementação mineral ou geral (concentrados) na sua colocação. O que eu quis dizer, de acordo com experiência prática e de acordo com relatos acadêmicos (pesquisas) é que, no manejo de transição, se houver fornecimento de dietas ricas em concentrado com presença de bicarbonato ou elevada concentração de sódio (Na), a tendência é termos mais problemas com edema. A minha preocupção maior não é o tratamento do edema em si (cuja solução você mesmo citou: diuréticos, massagem ou mesmo duchas de água fria com pressão que podem aliviar e/ou eliminar o problema), mas sim o desconforto causado para o animal num período crítico (pós-parto) e gasto desnecessário (diuréticos que não são, como você sabe, "tão" baratos) com medicamentos.

Um abraço, bom trabalho, até!
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 26/07/2011

Prezado João Paulo: O uso de tamponantes, como o bicarbornato de sódio, somente é necessário quando há um desequilíbrio entre a capacidade alimentar do animal e a quantidade ingerida (por exemplo, preparação para torneios leiteiros, desafios de produção máxima). No geral, ao administrarmos dietas totais dentro dos moldes permitidos pela atuação orgânica do bovino, dificilmente problemas de acidose e laminite ocorrem, sendo despicienda a adição de quaisquer sistemas de tamponação. Na Fazenda Sesmaria, embora utilizemos, em alguns casos específicos, a adição de bicabornato de sódio, nunca relatamos problemas com esta prática e não temos, via de regra, quaisquer entraves relacionados - direta ou indiretamente - com a digestão das dietas formuladas. O edema de úbere é minimizado com uma redução dietética da quantidade de suplementação nos períodos pré e pós-parto, aliados à prática de utilização de pomadas tópicas, como Calminex, e, em casos de maior severidade, de aplicação de substâncias diuréticas ao animnal, durante o lapso necessário para o desinche da glândula mamária.
Um abraço,


GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO
FAZENDA SESMARIA - OLARIA - MG
JOÃO PAULO V. ALVES DOS SANTOS

LENÇÓIS PAULISTA - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 05/07/2011

Prezado Guilherme, suas considerações condizem com a linha de raciocínio exposta em nosso texto.

Em relação à mineralização, entendo o que você está dizendo: se fornecemos alimento proporcionalmente à demanda dos animais, teoricamente, o mesmo se aplica ao mineral (núcleo) inserido no concentrado, o que não representaria problema algum. Isso seria verdadeiro se a composição do mineral para o período de transição desejada fosse idêntica à composição de núcleos tradicionais para lactação. O que que chamo atenção no texo é que temos que tomar cuidado com eventuais problemas possíveis como febre do leite e, principalmente, edema de úbere em concentrados com maior concentração de Na (sódio), por exemplo. Andei tendo problemas com isso em função da dieta-base ser formulada com bicarbonato de sódio (tamponante). Pesquisando, verifiquei que muitos autores de trabalho de pesquisa sobre o tema relatam eventuais e maiores chances de problemas com edema para vacas consumindo dietas densas (maior participação de concentrado na MS da dieta) e/ou consumindo bicarbonato. Desta forma quando encontramos núcleos (formulações) com maior participação de Na, somado ao tamponamento, podemos ter que fazer ajustes. Fora isso, tudo condiz com a sua colocação.

Agradeço sua participação, bom trabalho, nos falamos, abraço!
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 05/07/2011

Prezado João Paulo: Utilizamos, há quatro anos, a dieta única em nosso rebanho e os resultados são muito satisfatórios. Ganha-se, sobremaneira, com a redução da mão de obra, otimizando-a para outras funções conexas e mantê-se o rebanho realmente controlado em relação à alimentação balanceada. O que difere são os volumes oferecidos, de acordo com a necessidade individual de cada animal. As adaptações são sempre necessárias, mas não consigo vislumbrar a dificuldade encontrada por você no que diz respeito à mineralização, já que, no meu caso, como esta é induzida (adida ao cocho individual, na quantidade necessária ao bom desempenho de cada rês), o sistema é bastante simples.
Um abraço,

GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO
FAZENDA SESMARIA - OLARIA - MG

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