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Dicas práticas para compra de alimentos volumosos

POR AGRIMILK

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 11/06/2014

4 MIN DE LEITURA

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Por João Ricardo Alves Pereira*

Estamos entrando num período de inverno e em várias regiões do Brasil a oferta de boas pastagens será escassa ou mesmo inexistente. Como agravante, a estiagem pode ter comprometido a produção da forragem que seria conservada para esse período crítico. Nesse cenário será muito comum a compra de alimentos volumosos para complementação, ou até mesmo a sustentação, da dieta de nossas vacas leiteiras.

Determinar um preço justo para o produto pode ser um desafio. Certamente prevalecerá a lei da oferta de procura. De qualquer modo pretendo, de forma bem simples, contribuir com algumas dicas práticas que certamente ajudarão o produtor de leite na sua avaliação. Vamos lá:

Regra geral

Avalie o preço da quantidade de nutrientes adquiridos quando se compra “QC” (QC = Qualquer coisa):

Some os custos operacionais como transporte (frete total), mão de obra (carregar e descarregar) e hora máquina (cortar, compactar, moer, etc.). Nos meus artigos “Terceirização de serviços na produção de forragens (Partes 1 e 2)” tem tabelas de custos de mecanização que podem ajudar.

Determine o teor de matéria seca do volumoso adquirido. Pode ser feito em laboratórios, equipamentos de secagem rápida ou até mesmo um forno de microondas. Deve-se ter uma estimativa da quantidade real de alimento que se está adquirindo. Evite transportar e tentar armazenar grandes quantidades de água.

Faça uma análise bromatológica (matéria seca, proteína, NDT, etc.) para se estimar a quantidade de nutrientes que estão sendo adquiridos.

Exemplo prático:

Preço de 10 toneladas (adquiridas ou colhidas) de “QC” = R$ 1.000,00
Custo para transportar, descarregar, compactar e cobrir as 10 t = R$ 500,00
Teor estimado de matéria seca para “QC” = 30%
Teor de PB (proteína bruta) de “QC” = 10% na MS.
Teremos 10 t x 30%MS (3 t de MS) X 10% PB = 300 kg de PB
Foram gastos R$ 1.000,00 (compra ou colheita) + R$ 500,00 (operacional) = R$ 1.500,00
O custo de cada quilo da proteína será de R$ 5,00 (R$ 1.500,00/300kg).

Sugiro que usem essa mesma “continha de padeiro” para rações, farelos, etc. Parece muito simples, mas se todos fizessem talvez não tivéssemos, por exemplo, resíduo industrial de milho verde (70% de água) “passeando de caminhão por aí”.

Compra de lavoura de milho para silagem

A forma mais correta seria o pagamento em equivalente da produtividade de grãos. A colheita fica por conta do comprador, que pode usar máquinas próprias ou contratar serviços de terceiros. Muito cuidado em comprar silagem por tonelada de massa verde. A colheita antecipada sobrevaloriza o produto (paga-se por água) e eleva em muito o custo por nutriente adquirido. A falta de palhada no solo com a remoção de toda a lavoura pode ser compensada pelo custo da colheita que o produtor teria caso colhe-se grãos. A estimativa da produtividade de grãos pode ser feita por amostragem (no espigas/ha x peso de grãos).

Compra de silagem pronta

O valor, certamente, será de acordo com a demanda e a disponibilidade na região. Já é realidade em algumas regiões empresas (fazendas) que cultivam milho exclusivamente para venda na forma de silagem. O mais indicado é transportar rapidamente a quantidade adquirida de silagem para o local de uso e novamente ensilar. É recomendável fazer silos de menor capacidade, pois o tempo para ensilagem é reduzido e as retiradas posteriores serão mais profundas. A compactação é o segredo para se minimizar as perdas de matéria seca e de qualidade que ocorrem durante o processo. A ensilagem em silos bolsa (linguiça – 1,5m) tem custo elevado para grandes volumes, uma vez que a quantidade de matéria seca armazenada é pequena e os custos com lona e operacional são relativamente elevados (faça a conta do “QC”).

Compra de silagem pré secada

Geralmente, a venda é feita em fardos revestidos de filme plástico (bolas) com peso entre 400 a 600 kg. Os teores de matéria seca são variáveis e a qualidade do produto nem sempre é o que se espera. Procure vendedores idôneos e que “garantam” de alguma forma a qualidade do produto. Fardos muito pesados podem ter umidade elevada e se muito leves podem indicar forragem passada. A silagem deve ter teores de matéria seca superiores a 40%, coloração verde e ausência de bolores.

Compra de feno

São empregados na dieta de vacas de leite como fonte de fibra efetiva (estimular a ruminação). Raramente é usado como fonte principal de volumoso. A compra de feno costuma ser norteada pelos seus teores de proteína bruta, de forma que uma análise bromatológica deve acompanhar o produto quando comprado em maiores quantidades. Fardos de coloração escura indicam possível aquecimento da forragem no campo ou no armazenamento, enquanto que a coloração palha pode indicar perda de qualidade (conteúdo celular) em decorrência de chuva durante o processo de produção.

Palhadas ou Resíduos fibrosos

Como o próprio nome indica são alimentos volumosos de baixíssima qualidade. Exceto com fonte de fibra efetiva e em pequenas quantidades, devem ser evitados para vacas leiteiras. Os altos teores de fibra depreciam a ingestão de matéria seca e indicam baixa energia disponível, além da proteína, também baixa, ser pouco aproveitada. Os elevados teores de matéria seca facilitam o armazenamento e, aparentemente, reduzem os custos de aquisição. No entanto, os baixos teores de nutrientes a ingestão limitada reduzem sensivelmente sua viabilidade de uso pela grande demanda de concentrado que será necessário para o atendimento das exigências nutricionais do rebanho.

Consulte sempre um nutricionista, de preferência descomplicado, para auxilia-lo na elaboração das dietas combinando alimento disponível x custo x produtividade do rebanho. Nem sempre o que parece barato vale o que custa. Tenha sempre em mãos uma calculadora (R$ 1,99) para avaliar de forma mais segura suas opções de compra.



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AGRIMILK

João Ricardo Alves Pereira
Professor Adjunto da UEPG - PR - Zootecnia
Coordenador do Projeto de Extensão "Zootecnia no Campo"
Proprietário da Vitalle Nutrição Animal - Empresa de Consultoria em Produção e Conservação de Forragens
Produtor de Leite

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ANDRE LUIZ MERCHAN

MATUPÁ - MATO GROSSO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 14/06/2014

AGRADEÇO AS DICAS DO AGROMILK, fiz Colégio agrícola aí em Palmeira, em 94, que saudade dessa terrinha!!!!!!!!!!
Então, as plantas já estão sim, bem secas, acho que hoje farei um teste, aplicando cal com água, vou colher uma carretinha e experimentar, obrigado!!!!!!!

Prezado Rhudson, a adição de uréia+sulfato de amônio ajuda em muito o aporte de proteína totalmente degradável no rúmen, sendo uma fonte de proteína espetacularmente barata, atentar para uma boa mistura da uréia e o sulfato, e esta no volumoso....
RHUDSON CARLO DE SOUZA

PRESIDENTE KENNEDY - ESPÍRITO SANTO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 13/06/2014

A ração 22 % e feita de milho e soja e concentrados eu aqui na minha região eu compro da cooperativa de castelo a Cacau e estou pedindo para eles fazer uma ração 24 % para eu só misturar com caroço de algodão na hora da ordenha pois a cana e rica em energia e preciso balancear com uma ração seca com mas proteína .
Vejo que nossa região está passando por um processo de mudança climática muito grande e está ficando inviável tirar leite a pasto pois as terras e as vacas estão muito valorizadas e o custo de produção alto com mão de obra e ração , onde impossibilita o fechamento anual de produção a pasto tendo em vista que para tratar dos animais no semi confinamento fica quase o mesmo custo do confinamento devido a estrutura que tem q ser montada .
Por isso temos q preocupar baratear a produção do volumoso em cada região para podemos fazer conta com a ração seca q fica cara em nossa região
AGRIMILK

PONTA GROSSA - PARANÁ - PESQUISA/ENSINO

EM 13/06/2014

André,

Com cana de açúcar e mesmo capins com maior umidade a hidrólise funciona. Conserva pelo fato da elevação do pH inibir o crescimento de fungos. Nos seu caso receio pelo fato do milho ter baixa umidade. Caso a umidade seja alta de modo a permitir uma boa mistura da solução (sugiro cal hidrata + água) pode dar certo. Se a mistura não for bem homogênea pode estragar. Regule muito bem sua ensiladeira (corte 3 mm), aproxime facas e contra facas e faça duas afiações de facas/dia. Faça uma primeira afiação antes de aproxima-las. Depois mantenha. O corte uniforme ajuda na mistura e posteriormente no consumo. Caso resolva fazer me conte depois o resultado.
Abraço
ANDRE LUIZ MERCHAN

MATUPÁ - MATO GROSSO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 13/06/2014

João, parabéns pelas explicações, tenho uma lavoura de milho em ponto de colheita de grãos, com rendimento aproximado de 6.000 kg de grãos/ha, e um amigo em apuros por falta de volumoso, a idéia seria processar a lavoura com ensiladeira, planta seca, espiga e tudo, e depois de repente hidrolisar esse material, e tentar usá-lo como volumoso, temos chance de acerto?
JAQUES ALVES DOS SANTOS

NANUQUE - MINAS GERAIS

EM 12/06/2014

Amigo Rhudson, obrigado por responder o meu questionamento.
Também estamos passando por um período de seca, as chuvas do verão não foram suficientes para desenvolvimento das pastagens. Desde ontem (11/06) começou a chover graças a Deus.
Vou preparar uma dieta para minhas vacas tal qual a sua, pois nunca conseguir muito leite em minha propriedade oferecendo ração para as vacas, acho também que é devido ao grau de sangue delas(mais azebuadas). Esse farelo 22% pode ser milho ou trigo?
Abraços
Jaques
JAQUES ALVES DOS SANTOS

NANUQUE - MINAS GERAIS

EM 12/06/2014

Meu caro Rhudson muito legal a sua receita de nutrição. Gostaria de saber quantos quilos de cana você serve para cada vaca por dia? E qual o grau de sangue das suas vacas?
Abraços
Jaques
RHUDSON CARLO DE SOUZA

PRESIDENTE KENNEDY - ESPÍRITO SANTO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 12/06/2014

Estou a três meses tratando meu gado de leite com 80% de cana fresca e 20 % com napie pois estamos passando por uma crise de infestação de lagarta e seca consecutivas desde setembro do ano passado e complementando com 5 kilos de farelo 22 % + 600gramas d caroço de algodão e 500 gramas de soja e tenho um resultado no meu curral de 15 de média, vejo hoje que minha região que e mas propicia a cana de açúcar barateia mas meu volumoso compensando o alto custo do concentrado
HELDER DE ARRUDA CÓRDOVA

CASTRO - PARANÁ - PESQUISA/ENSINO

EM 12/06/2014

Prezado João Ricardo.

Parabéns pelas considerações. A título de informação o Roundup Transorb possui registro na MAPA para aplicação em baixa dosagem na pré-colheita em áreas de azevém e aveia preta quando plantadas como forrageiras para silagem eliminando algumas operações com segadeira, ancinho para espalhar e enleirar. Com isso não há risco de perda do material depois de cortado devido à intempéries.

Um abraço,

Helder de A. Córdova
RHUDSON CARLO DE SOUZA

PRESIDENTE KENNEDY - ESPÍRITO SANTO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 12/06/2014

Amigo Jaques
Tenho colocado 25 kilos de cana fresca + 5 kilos de napie na média uma pela outra de volumoso e a ração seca coloco 1 kilo de caroço de algodão + 400 gramas de soja + 6 kilos de ração 22 % essa quantidade divido entre duas ordenha pois meus curral e de canzil
A minha região e parecida com a sua em matéria de produção de cana
Um abraço
RHUDSON CARLO DE SOUZA

PRESIDENTE KENNEDY - ESPÍRITO SANTO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 12/06/2014

O grau de sangue do meu gado e 70 % F1 1/2 sague e o restante e 3/4
E corto minha cana com a ensiladeira q acoplada com vagao forrageiro que economiza a mão de obra

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