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Desinfetantes: ferramenta para a biosseguranca do rebanho

POR RENATA DE OLIVEIRA SOUZA DIAS

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 23/10/2007

3 MIN DE LEITURA

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Como escolher adequadamente um desinfetante? Qual a diferença entre "desinfetar o umbigo dos bezerros" e "sanitizar os utensílios que entram em contato com o colostro"? Neste artigo serão abordadas informações sobre a escolha e o uso dos desinfetantes no dia-a-dia do rebanho leiteiro.

A biossegurança é um conjunto de medidas que buscam prevenir a introdução de doenças ou patógenos no rebanho e, paralelamente, controlar a disseminação dos patógenos já presentes na fazenda. Muitos artigos desta seção já enfatizaram a importância da correta higiene dos utensílios, equipamentos e instalações para a biossegurança do rebanho. O correto uso dos desinfetantes é uma das ferramentas para a biossegurança.

A seleção de um desinfetante deverá ser baseada no tipo de ação desejada (eliminação de bactérias, vírus, protozoários, etc.), no nível de irritação causada (segurança para as pessoas e para os animais), impacto no ambiente, impacto nos equipamentos utilizados (corrosivos) e no custo. Muitos fatores podem afetar a eficiência de um desinfetante, para isso, é importante observar os seguintes pontos:

- Tipo de microorganismo que deverá ser combatido (observe na Tabela 1 que existem diferentes tipos de desinfetantes).

- Nível de contaminação (isto irá influenciar o tempo necessário para a desinfecção e a quantidade necessária de produto).

- Quantidade de proteína presente no material (a proteína pode inativar alguns tipos de desinfetantes)
- Ação na presença de matéria orgânica.

- Concentração do produto.

- Tempo de contato e temperatura.

Tabela 1. Observe abaixo algumas definições.
 


O Hipoclorito e o Iodo são os desinfetantes mais utilizados no dia-a-dia dos rebanhos leiteiros. O Hipoclorito é capaz de eliminar vírus envelopados (ex: coronavírus, PI3, BVD) e não envelopados (ex: papilomavírus, rotavírus). Tem ainda ação efetiva contra fungos e bactérias. Os Hipocloritos corroem metais e destroem tecidos. A presença de matéria orgânica afeta seriamente, chegando a inativar sua ação. Apresenta baixa ação residual e baixo custo.

O Iodo é um germicida de ampla ação (bactericida, viricida, fungicida, afetando até esporos). Os Ionóforos podem ser formulados juntamente com sabões, resultando em produtos muito utilizados para limpeza cirúrgica. A ação do Iodo é também seriamente afetada com a presença de matéria orgânica. Podem ser utilizados em baixas concentrações para desinfetar objetos. Apresentam baixo custo, no entanto requerem aplicações freqüentes para a manutenção de sua ação.

A Clorexidina é um bom desinfetante, porém menos efetivo que o Iodo, Hipoclorito, Aldeídos, entre outros. É um produto que provoca pouca irritação aos tecidos e possui uma moderada ação na presença de matéria orgânica. O custo é baixo, mas necessita de aplicações freqüentes.

O Álcool é comumente utilizado como desinfetante tópico, mas não é efetivo contra esporos (de bactérias e fungos) e vírus não envelopados. Possui limitada ação na presença de matéria orgânica. O custo do álcool é mais alto, sendo limitante para usos gerais.

A Amônia Quaternária é um germicida de ampla ação, mas também não age sobre os esporos e sobre os vírus não envelopados. Sua ação é afetada com a presença de matéria orgânica e sabões. Por isso, a área onde a Amônia Quaternária será utilizada devera ser bem enxaguada. Apresenta baixa toxidade, baixo custo e é um bom desinfetante para superfícies.

Os Aldeídos são também germicidas de ampla ação. Os glutaraldeídos são bactericidas, viricidas, fungicidas, esporicidas e parasiticidas. São razoavelmente efetivos mesmo na presença de matéria orgânica. O formoldeído é um germicida muito potente, porém é altamente tóxico, devendo ser utilizado somente sobre orientação e em ambientes ventilados.

Tabela 2. Características de alguns importantes desinfetantes.

 


Em última análise, os desinfetantes são freqüentemente utilizados na rotina de um rebanho leiteiro. O uso vai desde a limpeza do material utilizado em partos difíceis, desinfecção do umbigo, higiene do material utilizado após a vacinação, higiene da ordenha, produtos para o pedilúvio, produtos para a desinfecção de caminhões que transportam animais à exposições, até a desinfecção dos carros que entram na propriedade (este último exemplo, nos casos de surtos de doenças infecciosas).

Fonte:

Gardner, J.F. Antiseptics and Disinfectants. 1993.

McCluggage, Dave. A practical guide to disinfectants. 1991.

RENATA DE OLIVEIRA SOUZA DIAS

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ADELINO RENUNCIO

FLORIANÓPOLIS - SANTA CATARINA - INSTITUIÇÕES GOVERNAMENTAIS

EM 23/08/2008

Como médico veterinário, Msc em Ciencia dos Alimentos, ministro muitos treinamentos de manipuladores de alimentos e sempre alerto para a prévia higienização do objeto a ser desinfetado. Lavar utensilios e até as mãos, é uma atividade que pouca gente realiza corretamente. O tempo de exposição ao detergente quase nunca é respeitado. O povo pensa que detergente age como água benta.

É preciso dar tempo para que o mesmo manifeste sua ação descolando a sujidade. A ação mecânica de esfregar mãos ou utensilios é de importância capital.
Quero agradecer o trabalho de todas as pessoas que se dedicam a ensinar o bom uso dos desinfetantes, pois estamos protegendo o meio ambiente ao indicar o produto correto e a dose certa. Eliana, fiquei muito feliz em saber onde você está. Renata, prazer em conhece-la.
ELIANA CANSIAN

CHAPECÓ - SANTA CATARINA

EM 27/10/2007

Prezada Renata,

Apenas para contirbuir em seu artigo, ressalvo dois pontos:

1 - Para ocorrer a sanitização, que é a mesma coisa que higienização, e inclusive ocorre o uso incorreto da palavra, são realizadas duas etapas. A primeira é a limpeza, que tem como objetivo eliminar as sujidades, usando-se uma solução detergente e água (e em caso de superficíes inertes uso de abrasivo), após deve ser feito a sanificação ou desinfecção, através do uso de um desinfetante, conforme exposto em seu artigo, para redução de microrganismos ou mesmo sua eliminação. Antes de usar qualquer detergente ou sanificante é importante primeiramente conhcer a base dos resíduos geradores no processo em questão , isto é, proteínas, gorduras, etc, para depois escolher o produto mais eficiente;

2- Clorexidina é o desinfetante mais eficiente que há, isto já comprado, por vários artigos científicos, e verficando pela tabela que apresentou dá para observar que é um excelente bactercida, mais eficiente que o Iodo e o Hipoclorito. A Amônia Quaternária, ou melhor dizendo, Quaternário de Amônia, é mais eficiente para bolores e leveduras. E por fim o Álcool, que seria neste caso o de 70%, conhecido como álcool gel, é eficiente para mãos também compravado cientificamente.

Espero realmente ter contribuido para alguns esclarecimentos.

Obrigada.

Eliana Aparecida Cansian - M. Eng. de Alimentos
Consultora em Segurança Alimentar, professora universitária na Disciplina de Higiene e Legislação, e franqueada de uma empresa de Produtos Químicos para Higienização.

<b>Resposta da autora:</b>

Prezada Eliana,

Muito obrigada pelas suas informações. A abordagem de quem trabalha com o assunto é, sem dúvida, uma fonte segura e mais esclarecedora sobre o tema.

Com atenção,

Renata Souza Dias
ADRIANI SANTINNI

RECIFE - PERNAMBUCO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 24/10/2007

Dr. Renata.

Muito bem elaborada a matéria e é de pessoas como você que precisamos melhorar a qualidade não só do nosso rebanho como a nossa qualidade de vida.

Entretanto gostaria que na próxima matéria acrescente que existe produtos orgânicos no mercado que substitui em potencial duas vezes mais alguns biocidas e sanitizantes, é o caso especificamante do Dióxido de Cloro Estabilizado.

Se você puder, dê uma pesquisada sobre este produto e divulgue em qualquer comunidade do ramo e verá que não estou mentindo. Quero deixar claro que meu comentário é particular e não tenho o interesse de ofender, mas sim de esclarecer.

Um abraço.
Adriani Costa Santos

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