ESQUECI MINHA SENHA CONTINUAR COM O FACEBOOK SOU UM NOVO USUÁRIO
FAÇA SEU LOGIN E ACESSE CONTEÚDOS EXCLUSIVOS

Acesso a matérias, novidades por newsletter, interação com as notícias e muito mais.

ENTRAR SOU UM NOVO USUÁRIO
Buscar

Como avaliar o escore de condição corporal de vacas em lactação

POR RAFAELA CARARETO POLYCARPO

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 03/04/2007

3 MIN DE LEITURA

15
1
As quantidades de reservas corporais na ocasião do parto têm grande influência em problemas do pós-parto imediato, na produção de leite e na eficiência reprodutiva da lactação subseqüente. Vacas muito magras apresentar menor produção de leite devido à falta de reservas corporais, maiores incidências de problemas metabólicos e atraso no aparecimento do cio após o parto. Porém, vacas muito gordas podem apresentar dificuldades no parto, diminuição na ingestão de matéria seca no início de lactação, o que acarretará em incidências de algumas doenças metabólicas (como a síndrome da vaca gorda) e diminuição da produção de leite. Portanto, o objetivo é ter vacas em "boa" condição corporal no parto, nem tão magras e nem tão gordas.

A condição corporal é uma medida subjetiva da quantidade de gordura, ou da quantidade de energia reservada, que uma vaca possui. A condição corporal muda ao longo da lactação. Vacas no início da lactação estão em balanço energético negativo e perdem condição corporal (mobilizam reservas corpóreas de gordura). A vaca consegue produzir sete quilos de leite com a perda de um quilo de peso corporal. Vacas em início de lactação não devem perder mais de um quilo de peso corporal por dia. Porém, vacas no final da lactação estão em balanço energético positivo e ganham condição corporal para repor as reservas corporais perdidas no início da lactação. Portanto, em condições ideais, a condição corporal muda ao longo da lactação (Figura 1).


O escore de condição corporal é uma ferramenta usada para ajustar a nutrição e as práticas de manejo para a maximização do potencial produtivo e minimizar as desordens reprodutivas. A condição corporal é feita observando-se a garupa da vaca-primeiramente observando-se os ossos do íleo (tuber coxae), do ísquio (tuber ischii) e da inserção da cauda.

A quantidade de gordura "de cobertura" sobre as vértebras da porção traseira dos animais também é utilizada na determinação da condição corporal (Figuras 2, 3 e 4). As vacas são classificadas em uma escala de 1 a 5. Vacas muito magras recebem escore 1 e vacas muito obesas recebem escore 5 (Figura 4).

Figura 2: Identificação de algumas partes do corpo usadas para a determinação da condição corporal.


Figura 3: Escores de condição corporal. (Adaptado de A.J. Edmondson, I.J. Lean, C.O. Weaver, T. Farver and G. Webster. 1989. A body condition scoring chart for Holstein dairy cows . J. Dairy Sci. 72:68-78.)

Uma condição corporal de 1.5 um ou dois meses depois do parto não é desejável, podendo indicar falta de nutrição adequada (balanço energético negativo, Figura 4a). Uma condição corporal de 3.0 (Figura 4b) deve ser tipicamente observada em uma vaca recuperando suas reservas energéticas durante a metade do período de lactação. Durante o fim da lactação e durante o período seco, uma condição corporal de 3.5 deve ser desejada.

Estas condições corporais fornecem reservas corporais suficientes para a minimização do risco de complicações no parto e maximizam a produção de leite no início da lactação. Ao decorrer da lactação a produção de leite diminui e as vacas ganham condição corporal. O excesso de oferta de concentrados é um erro comum de manejo nas fazendas. Vacas que recebem muito concentrado no final da lactação tendem a ficam obesas (Figura 4c). Estes animais têm maiores chances de ter um parto distócico (dificuldade no parto) e desenvolver outras doenças (síndrome da vaca gorda).


Figura 4: Exemplo de vacas com escores de condição corporal de 1.5 (A), 3 (B) e 4.5 (C).


Referências:

A.J. Edmondson, I.J. Lean, C.O. Weaver, T. Farver and G. Webster. 1989. A body condition scoring chart for Holstein dairy cows. J. Dairy Sci. 72:68-78.

Michel A. Wattiaux. The Babcock Institute.

W. Terry Howard. Department of Dairy Science the University Wisconsin.

RAFAELA CARARETO POLYCARPO

Profa. Dra. Universidade de Brasília - UnB

15

DEIXE SUA OPINIÃO SOBRE ESSE ARTIGO! SEGUIR COMENTÁRIOS

5000 caracteres restantes
ANEXAR IMAGEM
ANEXAR IMAGEM

Selecione a imagem

INSERIR VÍDEO
INSERIR VÍDEO

Copie o endereço (URL) do vídeo, direto da barra de endereços de seu navegador, e cole-a abaixo:

Todos os comentários são moderados pela equipe MilkPoint, e as opiniões aqui expressas são de responsabilidade exclusiva dos leitores. Contamos com sua colaboração. Obrigado.

SEU COMENTÁRIO FOI ENVIADO COM SUCESSO!

Você pode fazer mais comentários se desejar. Eles serão publicados após a analise da nossa equipe.

RUDIVAL RODRIGUES DA SILVA

SALVADOR - BAHIA - PRODUÇÃO DE CAPRINOS DE CORTE

EM 19/08/2019

Olá. Essa avaliação do ECC nas vacas, poderia ser observada em cabras igualmente?
Obrigado.
MARCO

ITAIPÉ - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 25/04/2012

Ola Rafaela, muito bom seu artigo, sempre acompanho e é sempre bom pra tirar duvidas, com isso tem ajudado muito em nosso dia a dia. Eu gostaria de saber duas coisas onde encontrar um livro que fale a respeito de score e outros, me indique um, por favor.

E a outra pergunta seria, qual é o nome dado ao julgamento ou avaliacao de cada animal quando vão para leilao, ex: eles analisam veia mamaria, 3 vertebras, posterior e outros. Queria saber qual o nome dado a essa avaliacao..

desde ja agradeco.

att, marco
FABIO DHEIN

PASSOS MAIA - SANTA CATARINA - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 27/03/2009

Muito completo, ótimo, era isso mesmo que eu estava procurando, e principalmente com este nível de detalhamento, bem prático e fácil de comprender.
Gostaria de ter maiores esclarescimentos sobre a nova aqui da região, a mania da vaca jersolanda! Se traz vantagens, e quais as consequências deste novo genotipo, a curto, medio e longo prazo.
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 27/04/2007

Prezada Dra. Rafaela:

Meu rebanho é regido pelo sistema de confinamento total, com média de lactação diária/animal de 46,5 quilos. Portanto, meus animais não se movimentam quase nada durante o dia, pois só vão a pasto à noite, depois da terceira ordenha.

A quantidade de alimentação destinada às vacas é proporcional ao volume de leite produzido por elas. A vaca em questão, uma holandêsa PO, como informado, produz quarenta quilos de leite/dia, de média, o que a coloca no nível de excelência e sempre foi portadora de escore corporal entre 4 e 5.

O uso da somatrotopina bovina não aumentará o peso do animal, já que ele amplia a capacidade alimentar da vaca, abrindo seu apetite e, via de conseqüência, promovendo a maior ingestão de alimentos, sabendo-se que, dificilmente, sua lactação será ampliada (talvez aumente um litro ou dois, no máximo)? Lado outro, isto não poderá agravar a situação reprodutiva, porque sempre ouço dizer que a somatrotopina bovina provoca este tipo de distúrbio reprodutivo?
Obrigado.

GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

<b>Resposta da autora:</b>

Resposta da Carta de Guilherme.

Guilherme, se for o caso específico de uma vaca, pode se tratar de uma tendência genética à obesidade. O uso do BST nestes casos pode sim ser recomendado, o uso do mesmo fará com o animal altere a sua rota metabólica e gaste suas reservas corporais para produção de leite; podendo inclusive reduzir o apetite do animal. Há ainda técnicos que recomendam dosagem dobrada do BST, mais este fato merece maiores considerações.

Rafaela
CARLOS HENRIQUE W.SCARPELLINI

PEJUÇARA - RIO GRANDE DO SUL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 25/04/2007

Excelente o artigo. A autora aborda um tema fundamental na produção leiteira com muita clareza e fácil entendimento.
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 22/04/2007

Prezada Dra. Rafaela: Como podemos evitar que uma vaca de alta lactação (quarenta quilos de leite/dia) e com tendências à obesidade (escore 5) não tenha sua capacidade reprodutiva abalada pelo excesso de peso, sabendo-se que a mesma ingere a quantidade de nutrientes que precisa para manter-se nesta lactação?

GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

<b>Resposta da autora:>/b>

Guilherme, se o animal for muito bom pode valer a pena dar um manejo separado pra ele. O BST (somatrotopina Bovina) pode ser uma boa alternativa para tentar mobilizar reservas, mas tem que limitar o consumo de energia.

Se o animal chegar no parto, ou mesmo na secagem, com ECC 5 não tem jeito, vai ter problema no início da lactação. O correto é não deixar a vaca engordar tanto. E se estiver depositando muita gordura corporal é porque está direcionando a energia pra isso, e não para a produção do leite.

Nesse caso tem que restringir a alimentação para chegar na secagem com ECC adequado. Vale ressaltar que alguma restriçãoalimentar pode comprometer o feto no final da gestação.

Rafaela
RODRIGO JOSÉ DA COSTA ALVES

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - ZOOTECNISTA

EM 21/04/2007

Prezada Rafaela,

Ótimo o seu artigo, parabéns, a avaliação de escore de condição corporal é uma excelente ferramenta. Em relação à pergunta do senhor José Carlos, alguns trabalhos de pesquisa tem mostrado que ao avaliarmos escore de animais mestiços as diferenças podem variar muito, e até mesmo nos enganar.

Participei do IV Simpósio de Nutrição de Gado de Leite da UFMG e uma pesquisadora relatou que na avaliação do ECC de novilhas mestiças e holandesas, as mestiças apresentaram maior deposição de gordura subcutânea, porém na pesquisa houve o "abate comparativo" dessas novilhas, e as holandesas no pós-abate apresentaram maior porcentagem de gordura, boa parte dela gordura da região ventral.

O ECC deve levar em conta somente a gordura de cobertura ou podemos levar em conta essa porcentagem de gordura observada na pesquisa?

<b>Resposta da autora:</b>

Rodrigo,

Especificamente para este caso, ou seja, para avaliar o escore de condição corporal, devemos considerar somente a gordura de cobertura.

Rafaela
ALEJANDRO URBINA MALAVER

EM 21/04/2007

Otimo...
Muy bueno...
Felicitaciones.

JOSÉ IÊDO MOTA MENDONÇA

MACEIO - ALAGOAS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 19/04/2007

Quero parabenizar pelo artigo, principalmente pela maneira como foi apresentado, mostrando de forma acessível um problema bastante importante na exploração de vacas leiteiras. Parabéns.
Iêdo
ALEXANDRE M. PEDROSO

PIRACICABA - SÃO PAULO - INDÚSTRIA DE INSUMOS PARA A PRODUÇÃO

EM 17/04/2007

Rafaela,

Parabéns pelo artigo, está bastante didático. A avaliação do ECC realmente é uma ferramenta fundamental para o correto manejo de vacas leiteiras. Também gostei bastante da sua resposta à pergunta do José Carlos, esse aspecto é muito importante.

Vale lembrar que o que imoprta de fato na avaliação do ECC é a variação do escore ao longo da lactação, e não valores absolutos.

Abs!
JOSÉ CARLOS FRUTUOSO RODRIGUES

ITAJUBÁ - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 16/04/2007

Esta avaliação é só para gado holandes ou serve para outras raças?

<b>Resposta da autora:</b>


Este sistema de avaliação de escore corporal foi desenvolvido para rebanhos norte americanos, porém nada impede de aplicarmos os mesmos conceitos em animais mestiços, lembrando, é claro, que haverá diferenças nas curvas dos animais, as quais que deverão ser levadas em consideração.

Vacas mestiças, por exemplo, irão depositar mais gordura do que vacas holandesas quando estiverem no estágio final de lactação (são menos especializadas em produzir leite e acabam engordando mais). Vale ainda ressaltar que o interessante em se ter o escore de condição corporal é a sua variação ao longo do tempo, e não somente seus valores absolutos.

Rafaela Carareto
CARLOS EDUARDO CECY

CURITIBA - PARANÁ - ESTUDANTE

EM 11/04/2007

Prezada Rafaela Carareto,

Gostaria de dar os parabéns pelo o artigo. É de extrema importância avaliar o ICC do animal para obter melhores resultados nos nossos índices zootécnicos.
JORGE DANTAS REHEM ANDRADE

EUCLIDES DA CUNHA - BAHIA

EM 05/04/2007

Gostaria de parabenizar, e que tivessem outras matérias como essa, pois existem tantos que, com essas informações, começariam com o pé direito no ramo de gado leiteiro.
AUGUSTO LUIZ FRANÇA BRAGA

GOIÂNIA - GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 03/04/2007

Muito bom este artigo, gostei. Bem explicado e bastante útil na observação do rebanho leiteiro.
FRANCISCO DE ASSIS LAMAR

SÃO LUÍS - MARANHÃO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 03/04/2007

Parabêns, Dra. Rafaela.

Excelente o artigo, bastante inlustrativo, o que favorece em muito a compreensão. Todos os artigos deveriam ser assim, pois todos compreenderiam. Continue escrevendo, será muito útil.

Assine nossa newsletter

E fique por dentro de todas as novidades do MilkPoint diretamente no seu e-mail

Obrigado! agora só falta confirmar seu e-mail.
Você receberá uma mensagem no e-mail indicado, com as instruções a serem seguidas.

Você já está logado com o e-mail informado.
Caso deseje alterar as opções de recebimento das newsletter, acesse o seu painel de controle.

MilkPoint Logo MilkPoint Ventures