ESQUECI MINHA SENHA CONTINUAR COM O FACEBOOK SOU UM NOVO USUÁRIO
FAÇA SEU LOGIN E ACESSE CONTEÚDOS EXCLUSIVOS

Acesso a matérias, novidades por newsletter, interação com as notícias e muito mais.

ENTRAR SOU UM NOVO USUÁRIO
Buscar

Cana-de-açúcar: considerações sobre a qualidade

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 12/04/2001

3 MIN DE LEITURA

0
0
Marco Antonio Alvares Balsalobre

A cana-de-açúcar, ao contrário de outros plantas forrageiras, apresenta uma melhora da digestibilidade da matéria seca (MS) com o avanço da idade fisiológica, devido a uma redução na parede celular e aumento de carboidratos solúveis. As unidades industriais produtoras de açúcar e álcool (usinas e destilarias) executam o corte dos canaviais quando esses apresentam seus maiores teores de açúcar. Porém, os sistemas pecuários que se utilizam dessa forrageira como volumoso, geralmente não apresentam um programa de corte do canavial visando a melhor qualidade do volumoso.

A depender da idade fisiológica da cana-de-açúcar no momento do corte, o teor de FDN (fibra detergente neutro) pode variar de 40 a 65%. Oliveira (1996), em uma avaliação de 16 variedades, sendo 15 originárias do Centro de Ciências Agrárias da UFScar (RB) e a CO 413, observou que a proporção de FDN variou de 45,1 a 58,0% da MS, enquanto que o teor de FDA (fibra detergente ácido) variou de 25,9 a 37,5% da MS.

Carvalho (1992) mostra que a parede celular de cinco variedades de cana, representada pelo FDN, apresentou uma maior concentração na MS aos 241 dias de crescimento. Dessa idade em diante, a proporção de FDN se reduziu. Já a digestibilidade "in vitro" da matéria seca (DIVMS) foi menor aos 241 dias, seguindo a equação: DIVMS = 1259,956914 - 13,3752302X + 0,04818964X2 - 0,000056904X3, R2 = 0,8346, onde X = dias de crescimento.

Figura 1- Variação da composição bromatológica da cana-de-açúcar com a variação da idade fisiológica.

Figura 1


Através da figura 1, pode-se verificar que as maiores digestibilidades são coincidentes com os maiores teores de açúcar (POL), o que não é novidade, pois sabemos que a qualidade da cana-de-açúcar está na concentração de carboidratos solúveis, tanto é que a melhor variedade da cana-de-açúcar é aquela que se utiliza nas usinas. No entanto, outra observação que deve ser feita é quanto ao teor de MS. Nota-se que há uma variação entre 23 e 35%, sendo as plantas com idade mais avançada as que apresentam os maiores teores de MS. Em um planejamento de alimentação isso pode trazer grandes erros quando se trabalha com ração total, pois as proporções dos ingredientes podem ser alteradas devido a MS do volumoso.

Em um sistema de confinamento de bovinos de corte, através de um programa de corte de canaviais, objetivando o uso dos talhões com maiores teores de açúcar, foi possível trabalhar com volumosos de melhor qualidade ao longo do período de alimentação. Essa melhor qualidade pode ser verificada através dos bons teores de NDT da cana-de-açúcar, que variaram entre 58 e 67% (NDT calculado através da equação de Weiss, 1992). Entretanto, a qualidade da forragem pode ser melhorada ainda mais, pois a variação do NDT é alta e existe uma interação de época e variedade, como pode ser verificada no quadro 1.

Quadro 1- Variação da qualidade da cana-de-açúcar ao longo do período de fornecimento

Quadro 1


Sendo assim, recomenda-se que se faça uma boa programação de variedades de cana-de-açúcar e época de corte de cada variedade para que se trabalhe com volumosos de melhor qualidade, pois a variação é grande e isso é traduzido em desempenho animal.

Referências Bibliográficas

CARVALHO, G. J. de. Avaliação do potencial forrageiro e industrial de variedades de cana-de-açúcar (ciclo de ano) em diferentes épocas de corte. Dissertação, Lavras, ESAL, 1992. 63 p.

OLIVEIRA, M. D. S. de; SAMPAIO, A. A. M.; CASAGRANDE, A. A.; NEVES, D. F.; VIEIRA, P. F. de. Estudos da composi��ão químico-bromatológica de algumas variedades de cana-de-açúcar. Anais da Sbz de 1996.

WEISS, W. P.; CONRAD, H. R.; PIERRE. N. R. St. A theoretically-based model for predicting TDN values of forages and concentrates. Animal Feed Science Technology, v. 39, p. 95, 1992.

0

DEIXE SUA OPINIÃO SOBRE ESSE ARTIGO! SEGUIR COMENTÁRIOS

5000 caracteres restantes
ANEXAR IMAGEM
ANEXAR IMAGEM

Selecione a imagem

INSERIR VÍDEO
INSERIR VÍDEO

Copie o endereço (URL) do vídeo, direto da barra de endereços de seu navegador, e cole-a abaixo:

Todos os comentários são moderados pela equipe MilkPoint, e as opiniões aqui expressas são de responsabilidade exclusiva dos leitores. Contamos com sua colaboração. Obrigado.

SEU COMENTÁRIO FOI ENVIADO COM SUCESSO!

Você pode fazer mais comentários se desejar. Eles serão publicados após a analise da nossa equipe.

Assine nossa newsletter

E fique por dentro de todas as novidades do MilkPoint diretamente no seu e-mail

Obrigado! agora só falta confirmar seu e-mail.
Você receberá uma mensagem no e-mail indicado, com as instruções a serem seguidas.

Você já está logado com o e-mail informado.
Caso deseje alterar as opções de recebimento das newsletter, acesse o seu painel de controle.

MilkPoint Logo MilkPoint Ventures