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Alojamento de bezerras no semi-árido do Nordeste

POR JOSÉ ROBERTO PERES

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 11/10/2001

3 MIN DE LEITURA

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Com alguma freqüência o MilkPoint recebe cartas solicitando a publicação de informações que possam auxiliar os técnicos e produtores em regiões mais específicas do País, que muitas vezes possuem características singulares. Isto não é feito com muita freqüência por ser muito mais difícil a obtenção deste tipo de informação.

O semi-árido do Nordeste brasileiro é um exemplo deste tipo de região. Como a própria denominação explica, possui clima peculiar, quente e seco, que o diferencia da grande parte do território nacional.

Um experimento realizado em Quixeramobim-CE, entre novembro de 2000 e fevereiro de 2001 avaliou o desempenho de 24 bezerras mestiças (Holandês x Guzerá) distribuídas em 4 tratamentos: T1 - sucedâneo de leite e abrigos ao sol; T2 - sucedâneo + probiótico e abrigos do sol; T3 - sucedâneo e abrigos à sombra; T4 - sucedâneo + probióticos e abrigos à sombra. Os abrigos individuais possuíam cobertura de zinco e a área de sombra era composta unicamente de algarobas.

As bezerras receberam colostro nos dois primeiros dias de vida, seguido dos tratamentos acima (4 litros de sucedâneo/dia). Foi fornecido concentrado farelado (20% PB e 75% de NDT), água e feno à vontade até o desmame aos 42 dias. Não foi mencionada a composição do sucedâneo.

Durante o experimento, as médias de temperaturas máxima e mínima ao sol foram respectivamente 35,5 + 2,3 oC e 23,4 + 1,5 oC (manhã) e 37,9 + 1,4 oC e 27,7 + 4,3 oC (tarde). Na área de sombra, foram 34,6 + 1,8 oC e 24,4 + 1,1 oC (manhã) e 36,4 + 1,3 oC e 27,9 + 2,8 oC (tarde). A umidade relativa média pela manhã foi de 61,7 + 12,8% (sol) e 63,9 + 12,9% (sombra) e à tarde 40,7 + 7,2% (sol) e 41,7 + 11% (sombra).

O consumo médio de concentrado das bezerras criadas nos abrigos à sombra (559 + 160 g) não apresentou diferença significativa (P>0,05) daquele observado nos animais cujos abrigos se encontravam ao sol (622,4 + 245,8 g). O peso vivo ao desmame (41,7 + 5,9 kg e 47,1 + 8,2 kg, respectivamente à sombra e ao sol) e o ganho em peso médio diário (0,333 + 0,16 kg contra 0,428 + 0,16 kg, respectivamente à sombra e ao sol) também não foram influenciados pela sombra adicional aos abrigos. Da mesma forma, a temperatura retal média dos animais na sombra, durante os períodos da manhã (38,5 + 0,2 oC) e da tarde (39,3 + 0,2 oC) não apresentaram diferenças significativas em relação às avaliações realizadas nos animais cujos abrigos se encontravam ao sol (38,5 +0,1 oC pela manhã e 39,5 + 0,1 oC à tarde).

Os autores argumentam que os resultados sugerem ausência de indicadores de estresse térmico nas duas condições de alojamento, representada pela semelhança nos valores de consumo de concentrado e conseqüente ganho em peso.

A utilização de probiótico na dieta não interferiu significativamente em qualquer dos parâmetros avaliados. Os autores afirmam que o uso de probióticos requer melhor avaliação já que os resultados de pesquisa parecem inconclusivos; alguns experimentos apontam benefícios enquanto outros não aferiram resultados.

Os autores concluem que os abrigos foram suficientes para providenciar conforto térmico aos animais, dado o ambiente em que foi realizado o experimento.

Comentário MilkPoint: estes resultados diferem de outros já apresentados nesta seção onde o sombreamento adicional às casinhas permitiu melhor desempenho dos animais. Isto talvez possa ser explicado pela particularidade do clima no semi-árido, que é quente e seco. É possível observar nos dados que no período da tarde, quando as temperaturas eram superiores, a umidade era inferior. Isto tem grande impacto no conforto térmico. Em climas secos o animal tem maior facilidade de perda de calor por evaporação, método pouco eficiente em climas úmidos, como grande parte de nosso território. Também é preciso considerar que as bezerras utilizadas eram cruzas de Holandês com Guzerá, provavelmente mais adaptadas a condições de calor mais intenso que, por exemplo, gado holandês puro.

Fonte: Lima, Patrícia de Oliveira e Arlindo de Alencar Moura, 2001. Efeitos do uso de probiótico adicionado ao sucedâneo e indicadores de estresse térmico em bezerras leiteiras mestiças (Holandês x Guzerá) no semi-árido do Nordeste. In: Anais da 38a Reunião da Sociedade Brasileira de Zootecnia. Piracicaba - SP.

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