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Ácido Linoléico Conjugado: oportunidade técnica e de mercado para a nutrição de vacas em lactação

POR JOSÉ ROBERTO PERES

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 05/05/2000

4 MIN DE LEITURA

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Atualizado em 03/10/2022

José Roberto Peres

No Giro Lácteo do dia 19/04/00 foi publicado um artigo sobre o interesse dos australianos em divulgar e explorar os benefícios do ácido linoléico conjugado (ALC) para a saúde humana, na promoção de seus produtos lácteos.

O ALC é um componente da gordura do leite que possui efeito contra certos tipos de câncer, o diabetes, a arteriosclerose, a obesidade, além de modular o sistema imunológico. Todavia, para que estes efeitos possam ser observados, estima-se que o nível de consumo de produtos lácteos teria que ser muito superior aos atuais. Por esta razão várias pesquisas estão sendo conduzidas na tentativa de aumentar a concentração de ALC na gordura do leite.

Segundo o Prof. Dale Bauman, da Universidade de Cornell, existe grande variação nos teores de ALC na gordura do leite, que são influenciados pelo tipo de dieta e manejo do rebanho. Ele cita algumas formas de aumentar esses teores:

1. Utilização de pastagens - por isso o interesse dos australianos no assunto
2. Dietas com maior proporção de volumosos e menos concentrados.
3. Utilização de forragens imaturas
4. Fornecimento de gordura insaturada na dieta
5. Inclusão de maior nível de óleo vegetal na dieta
6. Utilização de gordura protegida na dieta.

No entanto, o fornecimento de pequenas quantidades de ALC na dieta das vacas é o fator que provoca maior incremento na sua concentração no leite. Esta técnica, no entanto, provoca forte redução (30 a 50%) no teor de gordura do leite, enquanto o teor de proteína permanece constante. Em função disso, outro enfoque tem sido considerado nas pesquisas sobre este tema: a manipulação das exigências da vaca, visando um melhor balanço energético e/ou maior produção de leite (com menor teor de gordura). A hipótese é que, sendo que a síntese de gordura consome mais de 50% da energia utilizada para produzir leite, uma redução em seu teor iria beneficiar a vaca, especialmente no início de lactação.

Recentemente, pesquisadores examinaram os efeitos do fornecimento de sais de cálcio de ALC (uma forma protegida da fermentação ruminal), para vacas de alta produção, entre o 10o e 80o dias em lactação. Um grupo recebeu os sais de cálcio de ALC e outro recebeu sais de cálcio de ácidos graxos normais (Megalac(). O consumo e a produção de leite foram monitorados diariamente e o leite e sangue amostrados duas vezes por semana. A energia no leite foi calculada através da produção de leite, gordura e sólidos não gordurosos. O balanço energético estimado foi calculado pela subtração da energia eliminada (leite + manutenção) da energia consumida na dieta. As principais observações foram:


1. O consumo de matéria seca da dieta não foi diferente entre os dois tratamentos.

2. As vacas consumindo ALC produziram mais leite após o início da suplementação.

3. A porcentagem de gordura no leite foi inferior para as vacas consumindo ALC. A queda iniciou entre 28 a 35 dias em lactação, correspondendo ao aumento na produção.

4. A energia no leite inicialmente não diferiu entre os grupos mas durante o período de coleta ela foi maior para o grupo consumindo Megalac, como resultado do maior teor de gordura no leite.

5. O balanço energético não diferiu entre os grupos antes do tratamento mas foi mais positivo durante o período de coleta para a dieta com ALC.

Pesquisadores brasileiros também estão envolvidos neste tema e o primeiro trabalho de longa duração (56 dias), utilizando animais a pasto, está sendo concluído na ESALQ-USP, em Piracicaba. Buscando melhorar o balanço energético das vacas, os pesquisadores observaram (Dante Lanna, comunicação pessoal), que o fornecimento de sais de cálcio de ALC em comparação com o Megalac, provocou uma redução de cerca de 32% no teor de gordura do leite; um pequeno aumento (numérico) na produção de leite; maior persistência na lactação e melhorou o balanço energético dos animais, mesmo considerando que o nível de produção era baixo (8 - 10 litros/vaca/dia). O pesquisador afirma ainda ter feito uma descoberta inédita que só poderá ser revelada após a conclusão do trabalho.

Estes resultados podem conduzir a estratégias nutricionais visando "resguardar" a vaca no período de transição/início de lactação. Um melhor balanço energético nesta fase diminuiria o stress, poderia aumentar a produção e contribuiria inclusive para melhoria na reprodução. Além disso, o aumento na produção de leite, com menor teor de gordura, pode ter um nicho de mercado, onde o leite já sairia "desnatado" ou "light" diretamente da vaca, além dos já comentados benefícios do maior teor de ALC.

Comentário do autor: A produção de leite com maior teor de ALC pode ser importante na promoção do consumo de produtos lácteos. Além disso, esta pode vir a ser uma técnica aplicada em animais desafiados pela alta produção ou baixa qualidade da dieta pois em ambos os casos parece melhorar seu balanço energético.

fonte: Bauman, D.E. 1999. Conjugated Linoleic Acid: A Potent Anticarcinogen Found in Milk Fat. Winter Dairy Management School Text. Cornell University. Ithac

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