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A peritonite contra-ataca

POR RENATA DE OLIVEIRA SOUZA DIAS

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 01/12/2000

2 MIN DE LEITURA

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Renata de Oliveira Souza Dias

Na Expomilk, exposição de gado leiteiro que ocorreu em São Paulo em outubro, coincidentemente por duas vezes, veterinários de diferentes regiões comentavam sobre casos de peritonite em vacas leiteiras. Logo na semana seguinte, presenciei outro técnico, de outra região, tendo problemas sobre o mesmo assunto. Como no The Bovine Practitioner do ano passado foi publicado um relato de diferentes casos de peritonite nos EUA, achei que seria um bom momento para publicar tal tema, mesmo que bastante específico.

A peritonite é uma inflamação da membrana mesotelial; severos casos são ocasionados devido a reticulites traumáticas, perfuração do abomaso por úlceras, perfuração traumática da parede abdominal, contaminação de cirurgias intra-abdominais, perfuração e inflamação do trato urogenital. Os bovinos são considerados mais resistentes à peritonite generalizada que as demais espécies. Este fato é atribuído, principalmente, ao grande omento, que serve como barreira física entre o peritônio e o intestino. Apesar da grande importância da peritonite generalizada, há pouca informação disponível na literatura. Entretanto, foi realizado recentemente na Universidade de Ohio, EUA, um estudo sobre as causas e os achados clínicos e patológicos de 31 casos de peritonite generalizada.

Segundo os dados levantados, a probabilidade de ocorrer uma peritonite generalizada em vacas leiterias é maior no pós-parto (Graf. 1). Este fato ocorre devido à maior prevalência nesta fase de úlceras de abomaso, infecções uterinas e cirurgias abdominais, como cesariana e deslocamento de abomaso.

 

Gráfico 1. Fase da ocorrência da peritonite generalizada nos animais avaliados

 

Gráfico 1



As úlceras de abomaso são responsáveis por cerca de 1/3 dos casos de peritonite generalizada em que é possível determinar o fator etiológico. Fatores estressantes tais como mudanças abruptas da dieta, metrites, mastites, mudanças hormonais no pós-parto e aumento da produção de leite são fatores predisponentes para a úlcera de abomaso.

Uma metrite severa pode também levar à peritonite. Existem relatos que lavagens uterinas logo após o parto podem carrear bactérias para a cavidade abdominal, uma vez que os oviductos estão abertos e, consequentemente, predispor à ocorrência de peritonite. Associando-se a estes aspectos, ressalta-se também que as contaminações durante a cirurgia são ainda importantes causas de peritonite.

 

Tabela 1. Causas das 31 Peritonites generalizadas estudas

 

Tabela 1



Veterinários experientes tem maior facilidade de diagnosticar uma peritonite, mas sintomas tais como a taquicardia, respiração forçada, depressão, redução das fezes e a falta de contrações ruminais foram os sinais mais freqüentes durante o estudo realizado. Outro relato interessante observado nesta pesquisa é que os animais afetados apresentaram temperaturas normais ou inferiores ao normal, seguidos de desidratação. O exame do fluido peritoneal foi de grande ajuda durante a pesquisa para o diagnóstico da peritonite.

O diagnóstico da peritonite é um desafio para o Veterinário de campo sendo que os sinais clínicos são semelhantes a várias outras doenças. Exames patológicos e hematológicos auxiliam no diagnóstico, mas não são fáceis de serem obtidos a campo. A pesquisa em questão aponta a abdominocentese como o melhor método para auxiliar o diagnóstico a campo.

Por fim, pode-se concluir que quando o assunto Peritonite é enfocado, chama atenção a precariedade das possibilidades de diagnóstico e principalmente de um prognóstico para o animal acometido. Há necessidade de realização de novos estudos que possam oferecer opções de diagnóstico para Veterinários a campo, no intuito de acelerar as medidas a serem tomadas com o animal acometido diminuindo os custos de tratamento e o sofrimento animal.

 

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fonte: The Bovine Practitioner, v.33, n.2, 1999

RENATA DE OLIVEIRA SOUZA DIAS

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