Marcela Diogo Piveta Matsushima, Engenheira de Produção, Aluna do Programa de Pós-graduação em Tecnologia de Alimentos do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Goiano
Leticia Fleury Viana, Engenheira de Alimentos, Professora Doutora do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Goiano - Campus Rio Verde
O queijo é um dos produtos que faz parte do hábito alimentar de grande parte da população, também é um termo coletivo universal para a classe de produtos lácteos fermentados fabricados em diversas formas, texturas e sabores, produzido via coagulação das proteínas da caseína do leite (DE GOEDE et.al 2015).
Por definição, a cachaça é a denominação típica e exclusiva da essência da cana-de-açúcar brasileira. Produzida no Brasil, ela possui um teor de álcool entre 38-48% (v/v), a 20°C, obtido por destilação do mosto fermentado de caldo de cana (BRASIL, 2005).
O queijo é considerado um bom complemento alimentar, é valioso por ter alto teor de gordura, proteína, cálcio entre outros. Ambos produtos, tanto a cachaça como o queijo, são apreciados pelos brasileiros e bastantes agradáveis ao paladar dos consumidores e normalmente consumidos separadamente. A junção dos dois pode vir a ser uma combinação perfeita,
Como a crescente demanda das exigências dos consumidores e com os avanços em processos tecnológicos alimentícios, o consumidor assume cada vez mais o protagonismo no mercado de lácteos, assim, o desenvolvimento de novos produtos logo vem sendo considerado como um meio importante para a criação e sustentação da competitividade.
Por isso, para muitas indústrias, a realização de esforços na área de desenvolvimento de novos produtos é um fator estratégico e necessário para continuar atuando no mercado. A implementação de novos produtos e o aprimoramento de produtos já fabricados sustenta a expectativa das empresas de aumentarem suas participações de mercado e melhorar sua lucratividade e rentabilidade, pois assim estas conseguem manter uma vantagem diferenciada no mercado consumidor (POTER, 1991).
Pensando nessa estratégia, a escolha pela junção de queijo com cachaça promove o desenvolvimento de um produto diferenciado e pode ser uma estratégia de marketing e atração aos clientes mais exigentes e apreciadores de tais produtos.
A saborização do queijo com cachaça pode ser realizada com o processo de imersão do mesmo na cachaça por um período de 12 a 24 horas, intercalando os lados, assim cria-se uma saborização completa do queijo.
O processo de salga desse queijo em específico deve ser realizado na fabricação e inserido na massa, pois se realizado no processo de salmoura com a cachaça, o sal não é dissolvido. Isso acontece porque o álcool é solúvel em água, pois a hidroxila do álcool forma ligações de hidrogênio com as moléculas de água. Desse modo, algumas moléculas de água, que antes estavam interagindo com o sal, passam a interagir com as moléculas do álcool (SILVA, 2017).
Referências
BRASIL. Regulamento técnico para fixação dos padrões de identidade e qualidade para aguardente de cana e para cachaça (2005).
DE GOEDE, J.; GELEIJNSE, J.M; DING, E.L.; SOEDAMAH-MUTHU, S.S.; 2015. Effect of cheese consumption on blood lipids: a systematic review and meta-analysis of randomized controlled trials. Nutr. Rev. 73, 259–275.
PORTER, M. Estratégia Competitiva: Técnicas para análise de indústrias e concorrência, 8 ed. Rio de Janeiro: Campos, 1991.364p
SILVA JUNIOR, José Ribeiro da. Produção potencial de etanol de variedades de cana-de-açúcar sob adubação nitrogenada. 2017. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal de Pernambuco.