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Vacinação associada ao tratamento auxilia na eliminação de mastite crônica causada por S. aureus

POR MARCOS VEIGA SANTOS

MARCOS VEIGA DOS SANTOS

EM 26/01/2007

3 MIN DE LEITURA

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Grande parte dos produtores que enfrentam problemas de mastite crônica causada pela bactéria Staphylococcus aureus conhece as enormes dificuldades do seu controle e os prejuízos causados. Em alguns rebanhos leiteiros, o S. aureus é considerado como um dos agentes mais importantes da mastite contagiosa, basicamente em função da baixa taxa de cura dos tratamentos intramamários durante a lactação e da dificuldade de eliminação das fontes de transmissão do agente.

Além disso, esses casos de mastite têm característica crônica, o que associado à baixa eficácia dos tratamentos, resulta na necessidade de descarte das vacas acometidas.

Contudo, em rebanhos com alta porcentagem de vacas infectadas, o descarte de todos os animais doentes é muitas vezes impraticável em razão do custo e da perda de material genético de excelente qualidade. Nesses casos, a busca de alternativas para reduzir os prejuízos causados pelas infecções crônicas causadas por S. Aureus passa a ser uma necessidade.

Entre os diferentes protocolos desenvolvidos para essas situações, podemos citar a terapia estendida, cujo objetivo é o de manter as concentrações de antibiótico no tecido mamário por um maior período de tempo, por meio de aumento do número de dias de tratamento. Os resultados obtidos na terapia estendida, porém, dependem da idade da vaca, da duração da infecção, da contagem de células somáticas no momento do tratamento, do estágio de lactação e da cepa de S. aureus.

As vacinas desenvolvidas para controle de mastite causada por S. aureus apresentam resultados interessantes quanto à redução da gravidade dos casos clínicos e prevenção de mastite clínica e subclínica, principalmente em novilhas e primíparas. Isso ocorre em razão da capacidade da vacina de estimular a resposta imune da vaca, tanto em nível celular quanto estimulando a síntese de anticorpos. Desse modo, a combinação de vacinação com a terapia estendia poderia aumentar a capacidade da vaca de eliminação de infecções crônicas causadas por S. Aureus.

Com o objetivo de determinar se a combinação de vacinação e terapia estendida seria eficaz na eliminação de mastite crônica causada por S. aureus, foi desenvolvido um estudo, cujo delineamento foi o de um estudo clínico a campo. Inicialmente, foram identificadas, em três rebanhos diferentes, 43 vacas com infecção crônica causada por S. aureus, as quais foram classificadas em dois grupos homogêneos com base nos dias em lactação, número de lactações, produção de leite e quantidade de quartos infectados.

Um dos grupos (20 vacas) recebeu 3 doses de vacina comercial contra S. aureus no 1º, 15º e 21º dias do estudo, seguido pelo tratamento intramamário com pirlimicina em todos os quartos mamários durante 5 dias consecutivos (do 16º ao 20º). As vacas do outro grupo (23 animais) não receberam nenhum tipo de tratamento. Todos os animais foram monitorados mensalmente, durante 3 meses após o tratamento para identificação da taxa de cura.

A combinação de vacinação e tratamento intramamário com pirlimicina resultou em maior taxa de cura das vacas tratadas (8/20=40%) em comparação com as vacas do grupo controle (2/23=9%). Quando se considerou o número de quarto, as vacas tratadas apresentaram maior número de quartos curados (13/28=46%) do que as vacas controle (2/41=5%).

Segundo os autores, as taxas de cura menores obtidas no estudo podem ter ocorrido em razão de que as vacas somente foram consideradas curas se apresentassem resultados de cultura negativos para S. aureus aos 7, 14, 21 e 28 dias após o tratamento.

Em função das características do estudo, não é possível determinar quanto da taxa de cura poderia ser creditada à ação da vacinação e quanto seria resultado do tratamento, e talvez ainda mais importante, se houve ou não efeito sinérgico entre os dois. Entretanto, a conclusão do estudo aponta que a combinação entre vacinação e tratamento estendido auxilia na eliminação de mastite crônica causada por S. aureus, com resultados de eliminação de 46% dos quartos infectados.

Analisando em termos econômicos esse tipo de estratégia de controle de mastite crônica, o maior custo se refere ao tratamento intramamário e ao descarte do leite, sendo que o custo das doses de vacina é muito pequeno em relação ao custo total. Dessa forma, mesmo que a vacinação tenha apenas um benefício limitado nessa estratégia, possivelmente a sua utilização seria positiva em razão do baixo custo.

Fonte:

Journal of American Veterinary Medical Association, n 3, p. 422-425, 2006.

MARCOS VEIGA SANTOS

Professor Associado da FMVZ-USP

Qualileite/FMVZ-USP
Laboratório de Pesquisa em Qualidade do Leite
Endereço: Rua Duque de Caxias Norte, 225
Departamento de Nutrição e Produção Animal-VNP
Pirassununga-SP 13635-900
19 3565 4260

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VERA LUCIA

SÃO GABRIEL DO OESTE - MATO GROSSO DO SUL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 16/07/2012

ESTAMOS COM PROBLEMAS SERIOS DE MASTITE NO NOSSO REBANHO GOSTARIA DE SABER MAIS SOBRE ALGO PARA PREVENIR. OBRIGADA.
FLÁVIO GONTIJO

POÇOS DE CALDAS - MINAS GERAIS - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 02/04/2007

Caro Professor!!

Gostaria de saber quais critérios utilizados na escolha da Pirlimicina para associação com a vacina. Foi realizado Cultura Microbiológica e Antibiograma dos animais em questão?

Parabéns pelo Livro Estratégias para Controle de Mastite e Melhoria da Qualidade do Leite.

Atenciosamente,

Flávio Gontijo.

<b>Resposta do autor:</b>

Prezado Flávio,

Obrigado pela mensagem. Não tenho certeza sobre qual o critério usado para escolha da pirlimicina, mas acredito que seja em função do fato de que esse medicamento tem sido muito pesquisado para o tratamento de mastite crônica causada por S. <i>aureus</i>.

De acordo com os dados do trabalho, foi feita sim a cultura microbiológica dos animais, pois foram escolhidos rebanhos com animais com mastite crônica, contudo não se fala sobre o antibiograma.

Atenciosamente,

Marcos Veiga dos Santos
LUCAS GABRIEL PROSPERO GIACON

SÃO GABRIEL DO OESTE - MATO GROSSO DO SUL - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 28/02/2007

Sugere-se então que a utililização da vacina contra S. aureus em todo o rebanho, como medida preventiva, é viável econômicamente?

<b>Resposta do autor:</b>

Lucas,

Obrigado pela sua mensagem e pelo interesse. O conceito de vacinação contra mastite deve ser bem diferenciado das demais doenças, pois as vacinas têm eficácia relativa e nunca de 100%. Nesse caso, em rebanhos que comprovadamente têm altos índices de mastite causada por S. aureus, a vacinação de todo o rebanho auxilia na redução de mastite clínica e subclínica, em particular em animais jovens (primíparas e novilhas).

Contudo e sempre uma ferramenta auxiliar, pois as medidas de prevenção devem ser empregadas com ou sem a vacina. Em termos econômicos, é difícil avaliar o retorno, pois a vacinação tem respostas de difícil mensuração. Na minha opinião, eu recomendaria sim o uso para rebanhos com problemas causados por S. aureus.

Atenciosamente, Marcos Veiga
VANESSA

VIÇOSA - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 02/02/2007

Prof. qual a vacina utilizada? (nome comercial)
No caso da utilização apenas da vacina qual o esquema que recomendaria durante a lactação e na secagem? Tem algum resultado também com a vacina para E. <i>coli</i>?

Obrigada e parabéns pelos artigos.
Vanessa Issuzu Miyakawa.

<b>Resposta do autor:</b>

Vanessa,

Essa vacina é comercialmente disponíveis nos EUA com o nome de Lysign (Boehringer) e no Brasil não temos mais disponibilidade, pois foi proibido a sua importação, pois é um produto biológico de origem bovina. O esquema de vacinação normal (sem tratamento associado) é de três doses: na secagem, após 30 dias da secagem e no início da lactação.

Acredito que não existam dados dessa mesma forma para a vacinação contra coliformes, pois esse agente não apresenta características de mastite crônica, normalmente.

Atenciosamente, Marcos Veiga

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