ESQUECI MINHA SENHA CONTINUAR COM O FACEBOOK SOU UM NOVO USUÁRIO
FAÇA SEU LOGIN E ACESSE CONTEÚDOS EXCLUSIVOS

Acesso a matérias, novidades por newsletter, interação com as notícias e muito mais.

ENTRAR SOU UM NOVO USUÁRIO
Buscar

Explorando a conversão alimentar

POR DANIEL DE ARAÚJO SOUZA

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 02/04/2008

2 MIN DE LEITURA

6
0
No animal destinado à produção de carne ovina, a carcaça constitui-se no principal produto comercializável e o crescimento no principal processo a ser explorado para se obter a máxima eficiência biológica e econômica do sistema de produção como um todo.

Crescimento pode ser definido como o processo de deposição de proteína, gordura e ossos na carcaça, e em função da idade, possui quatro pontos de referência: a concepção (A), o nascimento (B), a puberdade (D) e a maturidade (F), como exemplificado no Gráfico 1.

Gráfico 1. Curva de crescimento de cordeiros.


Dessa forma, o crescimento do cordeiro, em condições ótimas, caracteriza-se por uma curva sigmóide, havendo uma aceleração de sua velocidade até que a puberdade seja atingida, diminuindo gradativamente então, até a maturidade. Sendo assim, a puberdade é o ponto no qual o crescimento muda da fase de auto-aceleração (C) para auto-inibição (E).

Do nascimento à puberdade a curva é ascendente e altamente acelerada, se constituindo em uma fase onde se verifica a melhor eficiência biológica do animal que, por sua vez, representa a relação existente entre o ganho de peso e o consumo de alimento.

O melhor indicador para se mensurar a eficiência biológica é a conversão alimentar (CA), definida como a quantidade de alimento, com base na matéria-seca, ingerido para que um animal ganhe um quilo de peso vivo. Porém, sob o ponto de vista econômico, a eficiência pode ser avaliada pelo custo do ganho de peso ou custo do quilo engordado.

Baseado nesses conceitos, o Gráfico 2 apresenta a conversão alimentar e o custo do quilo engordado ao longo do processo de crescimento do cordeiro, tendo como base a alimentação e considerando um custo de R$ 0,45 e de R$ 0,40/kg MS (quilo de matéria-seca) para as dietas de creep feeding e de confinamento, respectivamente.

Gráfico 2. Conversão alimentar e custo do ganho durante o crescimento de ovinos.


Tendo como referência uma desmama por volta dos 2 meses de idade (I), é possível verificar uma CA média de 1,8:1 na fase de amamentação, onde cada quilo de peso ganho custará R$ 0,81. Nesse período ocorre o crescimento ósseo e muscular dos ovinos, e a exploração do potencial dos animais nessa fase é altamente vantajosa pela excelente conversão dos alimentos em carne.

Entre a desmama e a puberdade, que se manifesta ao redor dos 6 meses em ovinos, é possível obter uma CA média de 4:1 e um custo do ganho 100% maior, embora apresentando ainda uma ótima eficiência biológica. Porém, um pouco antes do início da puberdade, o ritmo de crescimento diminui e inicia-se a fase de auto-inibição, onde há maior deposição de gordura com elevados índices de CA, uma vez que, a deposição de peso na forma de tecido adiposo é cerca de 4 vezes menos eficiente do que a deposição de músculo. Além disso, animais mais velhos, por apresentarem uma maior exigência nutricional para manutenção, necessitam ingerir muito mais alimento para ganhar um quilo de peso vivo.

Dessa forma, é durante a fase de auto-aceleração onde se verifica os melhores índices de conversão alimentar associados a altas taxas de crescimento, especialmente, quando se faz uso de cordeiros com bom potencial para ganho de peso e de dietas devidamente formuladas.

Assim, sistemas de produção que exploram adequadamente o crescimento dos animais são mais eficientes, possuindo uma melhor eficiência econômica e um maior giro de capital por encurtar o ciclo produtivo, além de colocar no mercado um produto de alta qualidade e de valor diferenciado.

DANIEL DE ARAÚJO SOUZA

Médico Veterinário, MBA, D.Sc., especializado no sistema agroindustrial da carne ovina. Consultor da Prime ASC - Advanced Sheep Consulting.

Facebook.com/prime.asc

Twitter.com/prime_asc

6

DEIXE SUA OPINIÃO SOBRE ESSE ARTIGO! SEGUIR COMENTÁRIOS

5000 caracteres restantes
ANEXAR IMAGEM
ANEXAR IMAGEM

Selecione a imagem

INSERIR VÍDEO
INSERIR VÍDEO

Copie o endereço (URL) do vídeo, direto da barra de endereços de seu navegador, e cole-a abaixo:

Todos os comentários são moderados pela equipe MilkPoint, e as opiniões aqui expressas são de responsabilidade exclusiva dos leitores. Contamos com sua colaboração. Obrigado.

SEU COMENTÁRIO FOI ENVIADO COM SUCESSO!

Você pode fazer mais comentários se desejar. Eles serão publicados após a analise da nossa equipe.

MARCONE ROBSON DE MORAIS

ANGICOS - RIO GRANDE DO NORTE - ESTUDANTE

EM 23/10/2017

BOA TARDE

DANIEL, ESSES PARAMETROS TAMBÉM ´PODEM SER APLICADOS NA CAPRINOCULTURA?
JOSE JOSELI DA SILVA

SURUBIM - PERNAMBUCO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 08/12/2016

Dr. Daniel. Bom dia!!!



Parabéns pelo artigo, muito bom e muito importante. Aproveitando a pergunta do Sr. Jaime sobre o concentrado que poderia ser usado no creep para cordeiros até 2 meses de idade, me despertou algo sobre a alimentação  de ovinos. No confinamento de bovinos, aproveitando os machos oriundos da exploração de fazendas leiteiras, para produção de carne, estão utilizando  o milho ( Puro grão ) adicionado de um núcleo peletizado, sem volumoso para criação dos bezerros. Como também são ruminantes gostaria de saber se a mesma técnica pode ser empregada na criação de caprinos e ovinos alimentação sem volumoso. Se já temos alguns trabalhos com estas espécies, gostaria também de saber a viabilidade econômica da referida tecnologia, para empregá-las nas criações, principalmente da agricultura familiar.

Antecipadamente agradeço,



José Joseli da Silva.
DANIEL DE ARAÚJO SOUZA

FORTALEZA - CEARÁ

EM 28/04/2008

Olá Jaime,

Considerando cordeiros com bom potencial zootécnico, eis algumas formulações:

1) Sem volumoso - 64,5% Milho moído, 33% Farelo de soja, 1,5% de Calcário calcítico e 1,0% de mistura mineral comercial (para ovinos com 8% de P). Essa ração possui cerca de 20% de PB, 80% de NDT, 0,8% de Ca e 0,4% de P.

2) Com volumoso - 59,5% Milho moído, 28% Farelo de soja, 10% Feno de gramínea (boa qualidade e bem picado), 1,5% Calcário calcítico e 1,0% de mistura mineral comercial. Todos os ingredientes devem ser misturados de forma homogênea. Essa ração possui cerca de 19% de PB, 78% de NDT, 17% de FDN, 9% de FDA, 0,8% de Ca e 0,4% de P.

Quando os cordeiros já estiverem consumindo bem a ração do creep (4-5 semanas de idade), você poderá incluir outros ingredientes a fim de reduzir o custo da dieta. Uma ração baseada em milho e farelo de soja são importantes na fase incial por serem alimentos altamente palatáveis.

Em geral, a formulação da ração do creep deve garantir que a dieta contenha cerca de 18-20% de PB, 78-80% de NDT, 15-23% de FDN, 6-12% de FDA, 2% de minerais e relação Ca:P de 2:1, com base na matéria seca.

Quanto ao nível de trituração ou moagem do milho, em geral, depende da idade dos cordeiros. Até o primeiro mês de vida os animais preferem uma trituração mais fina, no entanto, com o avanço da idade há uma preferência por alimentos mais grosseiramente moídos. Essa preferência tem reflexo sobre o consumo, por isso, é indicado ajustar a moagem com o avançar da idade dos cordeiros.

Abraços,

Daniel
JAIME DE OLIVEIRA FILHO

ITAPETININGA - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 27/04/2008

Gostaria de saber que formulação de ração posso usar no creep até os 2 meses, já tenho algumas, nas se puder mandar eu agradeceria, gostaria de saber também se o milho tem que ser bem triturado ou se pode ser um pouco mais grosso(penira nº5).
DANIEL DE ARAÚJO SOUZA

FORTALEZA - CEARÁ

EM 04/04/2008

Olá Nelson,

Esse artigo é apenas uma dica dos potenciais benefícios que se tem quando se explora adequadamente o crescimento dos animais, tornando o sistema de produção muito mais dinâmico e eficiente.

Obrigado por sua participação!

Abraços,

Daniel

P.S.: as plantas scaneadas chegaram em seu e-mail?
NELSON LUIZ DA SILVA JUNIOR

ASSIS - SÃO PAULO

EM 04/04/2008

Bom dia Dr. Daniel

Parabens pelo artigo, muito bom mesmo.
Como é de seu conhecimento, estou me preparando para ingressar na ovinocultura.

Tenho mantido contato com alguns criadores e, acredito muito na "voz" da experência, mas quando temos acesso à base científica, é indiscutível.

Escrevo isso, por que até agora não havia conseguido uma informação que me orientasse no cálculo do investimento x custo x benefício.

Obrigado.

Nelson Luiz

Assine nossa newsletter

E fique por dentro de todas as novidades do MilkPoint diretamente no seu e-mail

Obrigado! agora só falta confirmar seu e-mail.
Você receberá uma mensagem no e-mail indicado, com as instruções a serem seguidas.

Você já está logado com o e-mail informado.
Caso deseje alterar as opções de recebimento das newsletter, acesse o seu painel de controle.

MilkPoint Logo MilkPoint Ventures