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Como e quando realizar uma transfusão de sangue nos animais? (parte 2)

POR RENATA DE OLIVEIRA SOUZA DIAS

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 17/06/2005

3 MIN DE LEITURA

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No primeiro artigo desta série, foram abordadas as indicações e contra-indicações da transfusão sanguínea, bem como os efeitos desejáveis, como é feita a escolha do doador e o volume de sangue necessário na transfusão, clique aqui para ler. Neste artigo, abordaremos as reações adversas, o método de coleta, armazenamento, administração e algumas considerações sobre a transfusão do plasma.

As reações adversas que ocorrem em uma transfusão sanguínea geralmente estão associadas à resposta antigênica, incompatibilidade dos grupos sanguíneos ou devido a uma sobrecarga cardíaca. As reações causam liberação de histamina e choques anafiláticos.

Conforme foi mencionado no artigo anterior, os principais sinais de reação à uma transfusão de sangue são taquicardia, taquipnéia, febre, hematúria, hemoglobinúria, opistótomo. Interrompa a transfusão caso o animal apresente inquietação, tremores, salivação, lacrimejamento, dificuldade respiratória, micções e defecações freqüentes. O quadro pode ser revertido com a rápida administração de adrenalina (solução 1:1000) 0,02 a 0,03 mg/kg de peso vivo, via intravenosa. Caso o animal apresente febre durante a transfusão, a velocidade de administração deve ser reduzida e podem ser administrados antipiréticos. Contudo, deve-se estar ciente de que vacas gestantes podem abortar após uma transfusão.

A administração do sangue deve ser lenta. Quando o sangue não é administrado lentamente pode ocorrer uma sobrecarga do sistema cardiovascular; fato este que pode desencadear as reações descritas acima, especialmente tosse, dispnéia e inquietação, devido principalmente à hipertensão pulmonar.

A coleta do sangue para transfusão é realizada em frascos ou bolsas contendo o anticoagulante ACD (ácido citrato dextrose), na proporção de 4 partes de sangue para 1 de ACD. A coleta é simplificada quando é utilizado um cateter na jugular. Desta forma, fica mais fácil não perder a veia puncionada, ficando mais prática a troca de bolsas coletoras. Nas bolsas coletoras não há vácuo, sendo necessário contar com o auxílio da gravidade para melhorar o fluxo de sangue. É importante ressaltar que o doador de sangue pode doar até 10ml/kg de peso vivo.

O ideal é aplicar o sangue logo após a coleta, mas se isto não for possível, o sangue deve ser refrigerado. Para o armazenamento do sangue coletado, deve-se ter a cautela de mantê-lo apenas refrigerado, jamais congelado. Além disso, é importante manter uma temperatura estável durante a refrigeração (próximo de 5C). Flutuações de temperatura maior que dois graus podem danificar os eritrócitos. Dados de pesquisa comprovaram que após 14 dias de armazenagem houve perda considerável da viabilidade do sangue, e após 21 dias de armazenagem houve uma progressiva hemólise do sangue.

No momento da administração o sangue não deve estar com a temperatura de armazenagem, por isso, o sangue deve ser levemente aquecido. Para este aquecimento, as bolsas contendo o sangue podem ser colocados em bacias com água à 40C.
Jamais faça a transfusão se o plasma apresentar-se escuro, marrom ou negro. Nestes casos, geralmente houve o crescimento de bactérias. Procure usar sangue fresco ou sangue armazenado adequadamente.

Após a transfusão, os sintomas de melhora são evidentes, mas os resultados podem ser mais bem avaliados com a realização de um hemograma 24 horas após a transfusão.

Um produto advindo do sangue e que também pode ser veiculado via intravenosa é o plasma. A administração do plasma sanguíneo é indicada nos casos de hipoproteínemia, falha na transferência de anticorpos passivos e endotoxemia. O plasma sanguíneo tem a capacidade de expandir o volume sanguíneo, restaurar a pressão oncoótica do sangue e promover uma imediata fonte de imunoglobulinas.

A administração do plasma pode ser feita por um cateter na jugular, na velocidade de 5ml/kg/hora. Transfusões rápidas, assim como no sangue, podem causar reações indesejáveis.

A armazenagem do plasma é bem mais simples que o do sangue, já que o plasma pode ser congelado por até dois anos. Além disso, as chances de reação à transfusão são menores quando se administra somente o plasma. Todavia, a separação do plasma é um processo que envolve a necessidade de um laboratório e pessoas treinadas, por isso a melhor opção é comprá-lo pronto.

Fonte:

Hunt, E.; Wood, B. Use of blood and blood products. Veterinary Clinics of North America: Food Animal Practice, v.15, n.3, 1999.

Blood, D. C.; Radostits, O.M. Clínica Veterinária. Rio de Janeiro: Editora Guanabara, 1991. p.290.

RENATA DE OLIVEIRA SOUZA DIAS

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JOÃO LEONARDO PIRES CARVALHO FARIA

MONTES CLAROS - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 02/04/2020

Muito didático!
TALINE

CHUVISCA - RIO GRANDE DO SUL - PESQUISA/ENSINO

EM 06/06/2014

Posso transfiri sangue de uma galinha pra um gato? bjs
RENATA SOUZA DIAS

CAMPINAS - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 09/04/2008

Prezado josé Carlos Seganfredo

Respeito sua colocacao, mas destaco que esta e uma pratica de emergencia, e como tal, a diferenca de alguns minutos ou horas podem valer a vida do animal. Assim como na clinica humana alguns procedimentos de emergencia merecem muito treinamento, mas devem ser feitos de imediato.

Muito obrigado por sua participação no MilkPoint. Aproveito para me colocar a sua disposição para o que precisar.

Com atencao,

Renata Souza Dias

LAERCIO FLORES MARQUES

SÃO JOSÉ DO CEDRO - SANTA CATARINA - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 17/06/2005

Entendo ser extremamente interessante e altamente objetivo transfundir sangue como forma rápida e eficaz de recuperar mais rapidamente animais enfermos, visto que o custo de um animal de alta produção como ocorre em minha região.



Tenho me interessado e lido muito sobre este assunto. Estou praticamente pronto para implantar este projeto na minha região de trabalho. Todos os subsídios em bibliografia e orientações técnicas serão bem vindos se porventura forem enviados a nós.

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