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Já era de se esperar

POR MAURÍCIO PALMA NOGUEIRA

PANORAMA DE MERCADO

EM 29/06/2001

3 MIN DE LEITURA

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Maurício Palma Nogueira

Já era de se esperar

Como era esperado pelo mercado, a crise de energia elétrica parece ter virado apoio de pretextos e especulações.

Uma das saídas das pequenas indústrias e cooperativas, em meio a um mercado tão competitivo como o do leite e derivados, tem sido o repasse da produção de maneira ordenada. Negocia-se o leite com as indústrias maiores no mercado denominado "Spot".

Os preços, até alguns dias atrás, giravam em torno de R$0,47 a R$0,48/litro de leite nos Estados com maior participação produtiva (Goiás e Minas).

No mês de junho, as grandes compradoras deste leite se retiraram das compras provocando sobra de leite no mercado e como resultado, pressionando os preços e derrubando-os.

Estimativas não oficiais de agentes de mercado apontam que apenas uma indústria reduziu um milhão de litros de leite por dia na aquisição do leite oriundo do mercado "Spot". O valor deste leite, hoje, está por volta de R$0,38 a R$0,40 (melhor das hipóteses). Algumas cooperativas mineiras e goianas, com contrato assinado, estão vendo seus clientes receberem propostas de leite a alguns centavos a menos.

Para complicar, o volume de leite tem que ser empregado em algum lugar, que apesar de aparecer comprador quando se derruba o preço, parte dele está sendo destinado a produção de queijos. Não é de se admirar que a maioria dos atacadistas esteja apontando como "louco" o mercado de queijos deste mês.

O motivo apontado pelas indústrias, para se retraírem nas compras, tem sido a necessidade de redução de gastos com energia e o aumento da produção de leite, com o conseqüente aumento da oferta no mercado.

A crise de energia elétrica, sem dúvida alguma, exerce influência negativa no mercado, porém, nem de longe o suficiente para uma indústria reduzir sua produção para economizar de energia, como alguns têm falado por aí. E os investimentos em marketing durante os último anos? Todo esse trabalho para deixar faltar produto nas prateleiras? Quanto custa um consumidor chegar às compras e não encontrar o produto preferido na prateleira?

De fato, com relação à produção, a maioria dos laticínios e cooperativas tem notado aumento no volume em relação aos mesmos meses do ano 2000, especialmente em maio. No entanto, vale lembrar que a produção deve aumentar dentro das estimativas da CNA (Confederação Nacional da Agricultura) e ainda não será suficiente para suprir a nossa ineficiência em atender a demanda interna por leite. Para estar sobrando leite deveria haver uma retração muito forte no consumo e, no entanto, não há indício desse fato. Os preços no atacado não "deslancharam" e para isso temos vários motivos, desde o baixo poder aquisitivo da nossa sociedade até as macro estratégias do setor varejista, mas não por aumento excessivo na produção.

A explicação mais lógica para a saída das indústrias do mercado "Spot" seria a utilização de estoques de leite em pó, desidratados durante os meses de safra (é fácil lembrar do número de notícias sobre o volume de leite sendo desidratado veiculado nos jornais daquela época). Este volume estocado, que poucos sabem ao certo de quanto é, também não será suficiente para atender nossa demanda interna, mas se fosse utilizado estrategicamente, seria suficiente para promover uma enorme "barulheira" no mercado, além de alterar uma tendência nos preços. Parece que é exatamente isso que está ocorrendo.

Quem culpar?

Primeiro: a crise pela qual o Brasil passa e, enquanto a maior parte da população se desdobra para economizar energia, outros usam a crise para especular e gerar desconfiança.

Segundo: O "desavisado" do produtor que gradualmente resolve alimentar suas vacas na seca, uma exigência antiga das indústrias, e, quando consegue aumentar sensivelmente a produção, acaba levando a culpa pela queda do mercado.

O setor leiteiro no Brasil tem duas saídas: ou se profissionaliza e leva a sério o agronegócio do leite ou sai do ramo.

Para variar, quem pagará a conta da brincadeira será o produtor rural.

**************


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E-mail: scotconsultoria@scotconsultoria.com.br

MAURÍCIO PALMA NOGUEIRA

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