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Vacas ou formigas? Vacas gostam de doce?

POR LUMA MARIA SOUZA MACHADO

E HAYLA FERNANDES

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 30/05/2023

3 MIN DE LEITURA

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Quem não gosta de doce? As vacas, assim como nós, também gostam de comer um docinho! Mas isso é um problema ou uma alternativa alimentar? Venha conhecer essa história! 

Fundada em 1974 e construída com base no trabalho intenso de geração à geração, as operações diárias da Fazenda Red Knob em Peach Bottom, na Pensilvânia, é gerenciada pela família Youngs que alimenta suas vacas com resíduos reciclados de doces Hershey há mais de uma década. Isso mesmo, docinhos, nesse caso, de chocolate.

O uso de subprodutos é cada vez mais uma opção para baratear dietas e utilizar materiais que mesmo inusitados podem ser muito úteis nutricionalmente. O rebanho de vacas da Red Knob está de fato comendo de tudo, desde Milk Duds (chocolate com caramelo) até barras de Payday (caramelo com amendoim), tudo vindo das fábricas da Hershey. Materiais esses que são moídos e misturados à ração. 

De acordo com a gerente Any Young, a alimentação com farinha doce é uma maneira econômica e sustentável de adicionar proteínas, açúcares e gordura à dieta das vacas, substituindo o melaço ou outras fontes de açúcar na ração. A ideia de que suas vacas evitem  que esse subproduto vá parar no aterro é reconfortante para os Youngs. “Nosso objetivo é reutilizar tudo o que pudermos”, diz Young. “Seja comida, água ou esterco.”

No Brasil há boas experiências de fazendas próximas de fábricas de bolachas que utilizam retalhos de biscoitos quebrados ou fora do padrão na alimentação de vacas leiteiras, além do que obviamente bolachas recheadas podem melhorar consideravelmente a palatabilidade da dieta tradicional.

Na mesma época, a Hershey Company e a Cargill se uniram para compartilhar uma mentalidade sustentável. As duas empresas aperfeiçoaram a maneira de reciclar o fluxo de resíduos da Hershey's, que contém pedaços comestíveis de chocolate, nozes e alcaçuz, e convertê-lo em um ingrediente alimentar alternativo, confiável e de valor agregado

Uma preocupação é a estabilidade dos subprodutos, ou seja, a fábrica deveria sempre entregar o mesmo produto, o que muitas vezes não é possível. Além disso, a armazenagem, de produtos doces especialmente, deve ser cuidada para que não atraia insetos ou que não umedeçam e acabem gerando bactérias, fungos, etc. se tornando um risco para os animais.

Um representante da Cargill diz que, ao reciclar o subproduto do doce, o programa contribuiu para a meta da Hershey de zero desperdício para aterro sanitário, ao mesmo tempo em que apoia os produtores de leite locais na Pensilvânia. 
 

Doce é realmente nutritivo para as vacas? 

De acordo com o Dr. Mac Campbell, especialista técnico em laticínios da Cargill, "Candy Meal é uma excelente fonte de energia para apoiar a produção de leite e a síntese de gordura do leite. Além disso, Candy Meal reduz o risco de distúrbios digestivos no rúmen em comparação com algumas outras fontes de carboidratos, como amido. O software de formulação de nutrição para laticínios, como o sistema Cargill Dairy MAX, extrai os ingredientes certos nas quantidades certas para otimizar tanto a nutrição para a vaca quanto o custo para o proprietário do laticínio.” A produção de leite demanda muita energia e portanto, trabalhar com glicose disponível (claro, obedecendo limites nutricionais) pode ser uma excelente alternativa para puxar leite, já que é um nutriente prontamente útil para a microbiota ruminal.

Young diz que adquirir os doces Hershey reciclados é relativamente fácil em comparação com outras opções e também mais econômico. “A refeição doce foi desenhada de forma incremental”, explica Young. “E forneceu os nutrientes certos pelo preço que queríamos.”

No final das contas, Young diz que utilizar doces é uma vitória para todos os envolvidos. "Usar leite de vacas para fazer chocolate ao leite e ver agora que o ciclo do fluxo de resíduos volta é totalmente consistente com a longa história de ciclos de sustentabilidade dos laticínios.” - relatou. 

A criatividade é uma habilidade cada vez mais necessária na pecuária, não apenas nas dietas, mas nos processos, na gestão e tudo mais que possa ser constantemente desafiado a fim de melhorar a produtividade. Dietas não precisam ser exatamente ração (milho e soja) e silagem de milho, existe um mundo de possibilidades que se revela quando olhamos indústrias regionais como parceiras que além de fornecer ingredientes a um preço interessante podem ajudar a diminuir o impacto ambiental da atividade.

As informações são da Dairy Herd, traduzidas e adaptadas pela equipe MilkPoint!

LUMA MARIA SOUZA MACHADO

HAYLA FERNANDES

Descrição: Médica veterinária pela UFG, mestre em sustentabilidade e pecuária e consultora técnica. Proprietária do perfil @vaca_feliz_oficial no Instagram. Contato: (62) 99949-5588.

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