O próximo grande desafio para o Ministério da Indústria e Comércio (MIC) do Paraguai é a colocação dos laticínios paraguaios no mercado da República da China (Taiwan), identificou o ministro Luis Alberto Castiglioni, na apresentação do projeto "Melhoria da Produção de Leite como uma ferramenta de desenvolvimento na agricultura tradicional”.
"Agora pretendemos abrir o mercado de lácteos a Taiwan", disse o secretário de Estado, na presença do embaixador daquele país, José Chih-Cheng Han; o presidente da Fecoprod, Alfred Fast, e outros produtores do setor.
O ministro destacou o trabalho conjunto, público e privado, no setor lácteo, em aliança com o Governo da República da China (Taiwan), que vai facilitar o início das negociações para que futuramente os lácteos nacionais sejam exportados para o exigente mercado dos países asiáticos.
Em ato no MIC, diante de inúmeros produtores do setor, inclusive o presidente da Fecoprod, Alfred Fast, o ministro Castiglioni afirmou: “A grande pujança e o crescimento exponencial do setor definitivamente criam uma cadeia de valor na qual as MPMEs estão inseridas, onde agora com FOMIPYMES estão adquirindo capacidades, para que sejam eficientes nesta cadeia de valor”.
Ele lembrou que, há cinco anos, o valor das exportações paraguaias para Taiwan era de US$ 38 milhões e agora está em torno de US$ 260 milhões. “Acessamos um mercado preferencial, começando pela carne bovina e depois expandindo para outros setores muito inclusivos, como a carne suína”, acrescentou.
“É um mercado referencial, porque quando abre, abrem logo outros pelo nível de exigência sanitária, porque tem um padrão muito elevado, e por isso é uma referência de segurança e qualidade. Esse produto vem sendo seguido pelo açúcar orgânico, e as ervas orgânicas e outros produtos. Agora, pretendemos abrir o mercado de leite em Taiwan”, frisou a autoridade do MIC, perante os produtores de leite, autoridades e técnicos que participaram do evento.
Processo acelerado
Referindo-se à gestão realizada nestes anos, disse estar muito contente com tudo o que tem sido conseguido, na companhia dos colaboradores dos quatro vice-ministérios, pelo trabalho realizado que posiciona o MIC como o ministério do desenvolvimento econômico .
“O MIC promove políticas públicas para empoderar o setor privado, para que ele aproveite todo o ecossistema, e gere riqueza, desenvolvimento, trabalho, que é o que todos queremos. Quem vem para esta instituição tem que fazer cada vez mais, porque no trabalho de desenvolvimento nunca é demais, sempre se pode fazer mais. Tem que ser construído sobre o que foi construído porque isso vai nos tornar mais eficientes e mais rápidos, vai nos fazer avançar muito mais rápido, e o FOMIPYMES é uma boa base”, afirmou.
Da mesma forma, destacou que no MIC existem programas, políticas públicas que estão sendo desenvolvidos, regimes de incentivos e um intenso trabalho de promoção do investimento, que vem sendo realizado há quase três anos, e que tem permitido a angariação de muitos investimentos.
“Estamos falando de um processo acelerado de industrialização, e este ano vamos bater novamente recordes de exportação de produtos industrializados, estamos falando de facilitação comercial, promoção de serviços, facilidades para o desenvolvimento de serviços. De dois programas que tínhamos em MPMEs, agora temos dez, e com uma temática intensa de comércio internacional, fomento e abertura de mercados, sendo um exemplo concreto a abertura da carne suína paraguaia, e do açúcar orgânico para Taiwan.
Acredito que o grande desafio é continuar com esse ímpeto de promover o Investimento Estrangeiro Direto (IED) no Paraguai, e facilitar que os próprios compatriotas continuem investindo no país e, fundamentalmente, fomentar o trabalho das MPMEs, que são pequenos motores para criar emprego e trabalho, explicou.
Queijo do Paraguai
Sobre o queijo do Paraguai, disse que tem uma característica única, no entanto, deve ser preservada e reproduzida de forma genuína e fiel, "por isso estamos trabalhando em um grande programa com o Instituto do Queijo da Espanha. É um programa que vai durar cinco anos, e que vai ser desenvolvido para que tenhamos até uma denominação de origem, para Quesú Paraguai, para que seja conhecido em todo o mundo. O que estamos fazendo com o FOMIPYMES, no setor de laticínios, o queijo Paraguai, vai estar vinculado ao programa de grande importância para o país. Tenho certeza de que o que acontece comigo vai continuar no futuro, pela enorme oportunidade que existe com os produtos industrializados, como leite em pó, queijo e outros”, mencionou.
Leite em pó e queijo
O embaixador da República da China (Taiwan), José Chih-Cheng Han, indicou que com essa assistência as fazendas têm uma rentabilidade de 20% na produção e também construíram um modelo de fabricação de queijos artesanais paraguaios, visando integrar mais conhecimentos e experiências com o setor lácteo.
“O objetivo é que possamos trabalhar e acompanhar esse processo, para que os laticínios paraguaios, além do consumo interno, sejam um produto potencial para exportação. Temos trabalhado com a carne bovina, com um crescimento enorme, e já abrimos o mercado para a carne suína, que é promissora para esse setor. E não tenho dúvidas de que, com um trabalho conjunto, podemos colocar leite em pó e queijo no mercado taiwanês”, disse o diplomata.
Alfred Fast, presidente da FECOPROD, por sua vez, mencionou que o leite é uma cadeia inclusiva, porque participam pequenos e médios produtores, e que com este programa estão trabalhando em Caaguazú com organizações de produtores.
“Nesse setor existe um trabalho conjunto, em que a indústria faz leite em pó, podendo exportar tudo o que estiver acima do consumo nacional. Dessa forma, passamos de um país importador de leite para autossuficiente, e agora estamos comercializando nossa produção no mercado internacional, por ser de excelente qualidade. É um trabalho conjunto, público-privado, que está sendo feito e é um exemplo”, afirmou.
A “Melhoria da Produção de Leite como ferramenta de desenvolvimento na agricultura tradicional” resultou em três pontos importantes:
- Rentabilidade de 20% na produção dos produtores, incorporando o sistema de monitoramento SISCOLE;
- Desenvolvimento do Modelo de Parâmetros para a elaboração do Queijo Paraguai Artesanal;
- Incorporação de Tecnologia Digital de alto impacto, aumentando a cadeia de valor da Fabricação do Queijo Paraguaio Artesanal, para maior controle de qualidade e comercialização.
Este trabalho no setor de laticínios visa gerar rentabilidade, por meio de assistência técnica, elevando a qualidade de vida dos produtores, e para maior eficiência na produção leiteira.
As informações são da Foco, traduzidas e adaptadas pela Equipe MilkPoint.