As principais causas das patologias do umbigo (onfalopatias) são: fatores ambientais, higiênicos, traumáticos, bacterianos e congênitos, que isolados ou em associação provocam processos inflamatórios e/ou infecciosos nas estruturas do umbigo. Tais infecções podem resultar em septicemia, que ocorre devido presença de bactérias que ascendem a partir dos vasos umbilicais ou do úraco causando septicemia aguda ou crônica com patologia articular, meningites e abscessos hepáticos, de acordo com artigo de Carla Bittar e Marília Ribeiro de Paula publicado no site MilkPoint.
A onfaloflebite e a onfaloarterite fazem parte do grupo de patologias que podem ocorrer no umbigo do bezerro recém-nascido.
A onfaloflebite é uma inflamação da veia umbilical e é frequentemente acompanhada de trombose. Os leucócitos neutrofílicos tendem a dominar e, com a cronicidade, o tecido fibroso inflamatório envolve a veia.
A inflamação ocorre na veia umbilical que conecta a placenta ao fígado e porta cava que regride após o nascimento para se tornar o ligamento redondo do fígado dentro do ligamento falciforme.
A sintomatologia clínica é caracterizada por um aumento de volume no umbigo, com a presença de exsudato, que pode estar ou não exteriorizado. Pode ocorrer dor abdominal e durante a evolução muitas vezes ocorre hepatite, peritonite ou abscesso hepático, devido à ligação que existe entre o sistema porta e o umbigo do recém-nascido.
Pode ser considerada a causa mais frequente de artrite séptica em bezerros, mas não deve ser considerada como a única rota de infecção das artrites hematogênicas. É mais comum nos animais que não receberam o colostro, e a este respeito tem-se sugerido que a diminuição da acidez do estômago nestes animais, pode facilitar a passagem dos microrganismos, que seriam normalmente destruídos no trato gastrointestinal.
A onfaloarterite é principalmente uma reação inflamatória na parede arterial, que muitas vezes leva a danos endoteliais e trombose.
Ocorre nas duas artérias umbilicais que conectam as artérias ilíacas internas à placenta. Após o nascimento, estas regridem e se tornam o ligamento redondo da bexiga.
Os sinais clínicos são semelhantes aos da onfaloflebite: toxemia crônica, subdesenvolvimento e ausência de resposta à antibioticoterapia.
As onfaloarterites levam, como consequência extrema da sua infecção ascendente, ao quadro de poliartrite.
Tanto a onfaloflebite quanto a onfaloarterite se desenvolvem secundariamente à infecção adquirida ou congênita das estruturas umbilicais e/ou trauma. As condições são frequentemente associadas à falta de higiene no ambiente do parto e à falta de atenção aos cuidados umbilicais pós-parto imediatos.
A onfaloflebite pode prolongar o comprimento da veia umbilical e resultar em abscesso hepático. Já a onfaloarterite pode se estender para a bexiga.
A onfaloflebite é mais comum que a onfaloarterite em bezerros.
Fatores predisponentes
- Má higiene do ambiente do parto;
- Distocia/trauma no parto ou durante o parto, o que pode levar a um corte inadequado do cordão umbilical;
- Má gestão pós-parto do umbigo;
- Falha na transferência passiva de imunidade;
- Pode ocorrer como resultado da sucção do umbigo por outros bezerros.
Essas duas condições ocorrem horas ou dias após o nascimento do animal, dependendo da gravidade da infecção associada e desenvolvimento de sepse.
Diagnóstico
O diagnóstico é feito pelas análises epidemiológicas e também pelos sinais clínicos, tendo um diferencial de hérnia umbilical que desaparece quando exercita pressão sobre ela, deve ser acompanhado por um especialista que pode diagnosticar corretamente a doença.
Tratamento
Quando a doença é identificada no estágio inicial pode ser realizado tratamento com antibióticos via parental. Em alguns casos, há a necessidade de tratamento cirúrgico, com extirpação dos abscessos.
Porém a melhor forma de evitar a doença é a profilaxia, prevenir para que não aconteça. Evitar parições em locais sujos e sem higiene, realizar corretamente a desinfecção do umbigo logo após o nascimento, com solução de iodo de 7 a 10%, acompanhar os partos e realizar a limpeza de região do umbigo com soluções antissépticas.
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Fontes consultadas:
O que você precisa saber sobre umbigo e a saúde do bezerro (https://rehagro.com.br/blog/umbigo-e-a-saude-do-bezerro/)
Omphalophlebitis and omphaloarteritis (https://www.vetstream.com/treat/bovis/diseases/omphalophlebitis-and-omphaloarteritis)
Cartilha elaborada pelos alunos Ana Beatriz Fernandes Serrate, Ender Ryan Jacinto Coelho, Flávia Roberta Sampaio Costa, Marcos Antonio Rios Alves e Rhian Gabriel de Souza da Academia do Leite/ Fundação Roge com orientação dos professores Carlos Eduardo Leite e Bruno Guimarães Salomon. (encurtador.com.br/csMT9).