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Como e por que o mercado está investindo em bem-estar animal

EDUCAPOINT

EM 12/09/2019

9 MIN DE LEITURA

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A ciência e as experiências práticas já mostram que o bem-estar das vacas leiteiras ajudam a melhorar os índices zootécnicos e econômicos da fazenda. Dessa forma, existem muitos motivos para que um produtor de leite busque aprimorar o manejo de forma a garantir condições ótimas para elas. Porém, há outra vantagem que não pode ser deixada de lado: adotar boas práticas em termos de bem-estar animal pode ajudar a ganhar mercado.

Existe um tendência crescente por parte dos consumidores de buscar alimentos fabricados por empresas que prezam pelo bem-estar dos animais. Por isso, grandes empresas ligadas à cadeia da alimentação, como Unilever, Nestlé e McDonald’s, começam a exigir que seus fornecedores respeitem padrões de produção que levem em consideração o bem-estar animal.

Embora no Brasil essa preocupação com a qualidade de vida de bois, aves, suínos e outras criações ainda possa não ser assim tão grande, em outras partes do mundo, como a Europa e os Estados Unidos, uma boa parcela do mercado já não está disposta a consumir alimentos preparados sacrificando o bem-estar dos animais. Essa é uma tendência crescente, e o mercado brasileiro não é exceção. De acordo com uma pesquisa realizada em 2013 pelo Instituto Akatu, 52% dos consumidores disseram admirar empresas que garantem não maltratar os animais – trata-se da principal atitude que uma companhia pode tomar para atrair a admiração e a preferência do público, seguida de “boas relações com a comunidade” e “ter selos de proteção ambiental”.

Muitos países articulam a imposição de barreiras comerciais a alimentos e matérias-primas de origem animal cuja produção não tenha seguido padrões rigorosos de criação. Além disso, grandes companhias de alimentação com sede no exterior já estão aumentando as exigências para seus fornecedores no Brasil, devido à necessidade de dar satisfação aos investidores em seus países de origem.

Um exemplo disso é a Nestlé que, em 2014, anunciou novas medidas para contribuir com o bem-estar dos animais que fazem parte da sua cadeia de fornecimento. Para garantir a qualidade de vida desses animais, que vivem nas fazendas de empresas parceiras, a companhia assinou um acordo com a World Animal Protection, ONG que lidera um movimento global pela aprovação da Declaração Universal de Bem-estar Animal e luta para combater práticas cruéis com animais de todo o mundo.

O compromisso prevê que milhares de fazendas e propriedades que abastecem a Nestlé com matérias-primas, como leite, carne, aves e ovos cumpram normas mais rigorosas de proteção dos animais. Além disso, o acordo está alinhado ao conceito Criação de Valor Compartilhado, plataforma mundial de responsabilidade social da empresa, que se fundamenta na premissa de que, para o sucesso dos negócios a longo prazo, tão importante quanto gerar valor para os acionistas é gerar valor para a sociedade em que a empresa está inserida.

"Sabemos que nossos consumidores se preocupam com questões de bem-estar e nós, como empresa, estamos empenhados em garantir os mais altos níveis de qualidade de vida dos animais que fazem parte da nossa cadeia de fornecimento global", disse Benjamin Ware, Gerente de Fornecimento Responsável da Nestlé.

Em 2017, outras empresas investiram em bem-estar animal, como os grupos que controlam redes de lanchonetes e restaurantes Giraffa’s, Viena, Spoleto e Domino’s Pizza assumiram o compromisso de exigir que os fornecedores de ovos não mantenham as galinhas poedeiras presas em gaiolas.

Bob’s e Pizza Hut tomaram iniciativas semelhantes no fim do ano passado. E isso para ficar apenas nos exemplos brasileiros. Multinacionais como Unilever, Burger King e McDonald’s já deram passos numerosos para proporcionar uma qualidade de vida melhor para os animais de criação. Por trás dessa tendência, há uma lógica poderosa: preservar o futuro desses negócios.

De acordo com o Instituto Certified Humane Brasil, as empresas que trabalham com produtos de origem animal têm 5 razões para investir no bem-estar animal:

1. Atender às exigências dos consumidores.

Cada nova pesquisa reforça a constatação de que, principalmente para a parcela mais jovem da sociedade, o bem-estar animal é um princípio quase inegociável. Pessoas na faixa dos 20 aos 35 anos preferem se relacionar com marcas e empresas cujos negócios não utilizem matérias-primas com origem em animais submetidos a maus tratos. No Brasil, por exemplo, uma pesquisa realizada pelo Instituto Ipsos mostrou que 56% dos consumidores se preocupam com os métodos de abate dos animais – e a maior parte dessas pessoas tem de 18 a 29 anos. Com a preferência dos consumidores, empresas investem em bem-estar animal e esperam o aumento da sua participação no mercado.

2. Proteger a imagem da empresa e a reputação de suas marcas.

Mesmo consumidores que dão pouca importância à forma como os alimentos são produzidos passarão a rejeitar uma marca ou produto que ganhe a (má) fama de fazer mal aos animais. Pense no potencial destrutivo para os negócios de um único vídeo de maus tratos a um boi, a um suíno ou a uma galinha. Não há como encarar de outro modo: para qualquer pessoa normal, assistir o sofrimento de outra criatura é uma experiência das mais desagradáveis.

Pesquisadores da escola de negócios Coppead, do Rio de Janeiro, constataram num estudo como a percepção do consumidor funciona. Eles questionaram quanto as pessoas estavam dispostas a pagar a mais por carne, leite e ovos cuja produção com boas práticas de bem-estar animal fosse certificada. A pergunta foi feita antes e depois da exibição de um vídeo de maus tratos aos bichos – após o vídeo ser mostrado, a parcela de quem afirmou pagar um adicional de 40% aumentou de 3 para 5 em cada dez pessoas.

3. Assegurar a eficiência e a produtividade.

De acordo com os especialistas, animais bem tratados adoecem menos. Isso diminui a mortalidade e poupa custos com tratamento veterinário e medicamentos. Além disso, as normas para o transporte adequado dos animais diminuem os riscos de eles se machuquem – um problema do ponto de vista da produtividade, uma vez que a carne marcada por hematomas acaba sendo descartada ou têm perdas no seu valor de mercado.

4. Garantir a qualidade dos produtos.

Outros estudos sobre o papel da criação humanizada nas cadeias produtivas de carne indicam que o organismo de animais submetidos a situações estressantes sofre alterações físicas e químicas. No caso de bovinos e suínos a carne fica mais dura e perde a textura, o sabor e a coloração que os consumidores valorizam mais. Em outras palavras, os padrões de bem-estar animal contribuem para que a carne não seja rejeitada nem tenham seu valor reduzido nos supermercados.

5.Minimizar os riscos para os acionistas e investidores.

No final das contas, qual negócio estará mais bem posicionado para dar retorno aos seus sócios e investidores: uma empresa que atende às expectativas dos consumidores, protege sua marca e sua reputação, busca se manter eficiente e produtiva e procura produzir com a qualidade adequada ou outra que não faz nada disso? Não restam muitas dúvidas de que a primeira é a mais promissora, por isso, as empresas investem em bem-estar animal.

Coalizão

Em agosto do ano passado, sete empresas multinacionais de alimentos uniram forças para criar a Coalizão Global para o Bem-Estar Animal (GCAW) para avançar os padrões na cadeia de abastecimento alimentar. Os sete incluem Unilever, Nestlé, Aramark, Compass e Sodexo e todos trabalharão com especialistas em bem-estar animal para acelerar o desenvolvimento de altos padrões de bem-estar.

O GCAW disse que mais de 70 bilhões de animais são cultivados anualmente, com mais de 70% deles vivendo em sistemas intensivos, frequentemente com baixos padrões de bem-estar.

Em comunicado divulgado na semana passada, o GCAW, que também inclui o Elior Group e o Ikea Food Service, disse que pretende "publicar uma agenda de mudanças no primeiro semestre de 2019".

Ele disse que o sistema global de alimentos "deve manter altos níveis de segurança alimentar para ingredientes de origem animal, abordar desafios como resistência antimicrobiana e mitigar o impacto ambiental de novas abordagens".

OIE

Membros da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) adotaram em 2017 a primeira estratégia global do grupo sobre bem-estar animal.

A estratégia visa alcançar “um mundo onde o bem-estar dos animais seja respeitado, promovido e avançado de forma a complementar a busca pela sanidade animal, bem-estar humano, desenvolvimento socioeconômico e sustentabilidade ambiental “.

A estratégia é baseada em quatro pilares:

Desenvolvimento de normas internacionais em matéria de bem-estar animal. Os padrões de bem-estar animal da OIE continuarão a ser desenvolvidos com a contribuição de peritos internacionais, com base em pesquisas científicas relevantes e tendo em conta considerações éticas e experiência prática associadas. Em particular, está atualmente em curso um trabalho suplementar relativo a normas para os sistemas de produção suína e ao abate de répteis de criação para as suas peles e carne.

Reforço da capacitação e formação de serviços veterinários. Como membros chaves nas questões de bem-estar animal, os serviços veterinários (incluindo os veterinários dos setores público e privado) devem dispor das capacidades adequadas.

Comunicação com governos, organizações nacionais e internacionais e com o público para aumentar a conscientização sobre o bem-estar animal. Garantir o bem-estar animal é uma responsabilidade que deve ser partilhada entre as várias partes interessadas. O reconhecimento mútuo e o envolvimento construtivo entre as partes são necessários para alcançar melhorias sustentadas no bem-estar animal. Os países membros são, por conseguinte, altamente incentivados a apoiar o desenvolvimento de programas nacionais de sensibilização para o bem-estar animal e a educar os principais membros envolvidos, particularmente proprietários de animais, responsáveis pelo manejo dos animais, líderes religiosos e comunitários e outros grupos-chave, como estudantes escolares.

Implementação progressiva dos padrões da OIE referentes ao bem-estar animal e políticas correspondentes. Nesse sentido, os países membros são instados a integrar as normas da OIE em suas legislações nacionais.

Além disso, esta estratégia recomenda a criação de um novo fórum que constituirá uma plataforma de diálogo entre os peritos técnicos e as partes interessadas, proporcionando uma oportunidade para o seu envolvimento no programa de trabalho do OIE para o bem-estar animal.

Se você é criador, dono de fazenda, responsável por um frigorífico ou agroindústria, o bem-estar animal certamente deve estar em sua mira. Confira um exemplo de empresa que investe no bem-estar, a Agrindus. 

De todos os investimentos que podem ser feitos na pecuária leiteira, o mais bem-sucedido e prioritário talvez seja o bem-estar animal por uma razão muito simples: a vaca é um dos animais que mais responde aos investimentos em bem-estar, de acordo com Roberto Jank, gestor da fazenda Agrindus, em Descalvado, SP.  

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Fontes consultadas:

Bem-estar animal melhora os resultados dos criadores e das empresas de alimentos (https://certifiedhumanebrasil.org/bem-estar-animal-melhora-resultados-criadores-e-empresas/)

5 razões pelas quais grandes empresas investem em bem-estar animal (https://certifiedhumanebrasil.org/5-razoes-pelas-quais-empresas-investem-em-bem-estar-animal/)

Nestlé assina acordo mundial para assegurar o bem-estar de animais em fazendas (https://corporativo.nestle.com.br/media/pressreleases/nestlé-assina-acordo-mundial-para-assegurar-o-bem-estar-de-animais-em-fazendas)

OIE adopta estratégia global sobre o bem-estar animal (https://www.beefpoint.com.br/a-oie-adopta-estrategia-global-sobre-o-bem-estar-animal/)

Empresas alimentícias criam Coalizão Global para o bem-estar animal (Aviculturaindutrial.com.br)

 

 

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