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Como o resfriamento intensivo no verão afeta a fertilidade de vacas jovens e adultas?

POR ISRAEL FLAMENBAUM

COWCOOLING - FLAMENBAUM & SEDDON

EM 11/01/2024

4 MIN DE LEITURA

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Atualizado em 10/01/2024

O aquecimento global e o aumento constante da produtividade das vacas agravam o problema do verão nas fazendas leiteiras e aumentam as perdas de produção causadas aos produtores de leite. Uma parte importante das perdas causadas se deve ao efeito negativo da carga de calor sobre a fertilidade das vacas que são inseminadas no verão. cowcooling

Para caracterizar esse efeito, coletamos dados de cinco fazendas leiteiras de grande escala e alta produtividade (1.500 a 3.000 vacas leiteiras por rebanho), localizadas na região de "Laguna", no norte do México, caracterizada por um clima desértico, com cerca de 180 dias estressantes por ano, em que as vacas são expostas a condições de estresse térmico.

Apesar do desejo de comparar fazendas leiteiras com resfriamento intensivo com aquelas sem resfriamento, descobriu-se que as fazendas com "resfriamento zero" não existem mais na região e o resfriamento mínimo, representado aqui em alguns estábulos, é feito por meio de umedecimento do gado e ventilação forçada, apenas no pátio de espera, antes de cada sessão de ordenha. Os dados de duas fazendas com resfriamento mínimo foram comparados a três fazendas de gado leiteiro onde as vacas receberam resfriamento intensivo, combinando umedecimento e ventilação forçada em seis tratamentos de resfriamento por dia, com duração entre 45 minutos e uma hora cada, aplicados antes e entre cada sessão de ordenha, uma a cada quase 4 horas, durante todo o dia.

Neste artigo, apresento as médias da taxa de concepção mensal por vaca, nos últimos cinco anos (2019-2023), em fazendas com tratamento de resfriamento mínimo e intensivo. As duas figuras a seguir mostram as médias da taxa de concepção mensal nos últimos cinco anos, tanto para vacas em primeira lactação quanto para vacas adultas (duas lactações ou mais).

Figura 1. Taxa média de concepção (%), em vacas de primeira lactação em fazendas onde as vacas foram resfriadas de forma mínima e intensiva no verão.


Vacas resfriadas minimamente em azul e vacas resfriadas intensivamente no verão em laranja.

Figura 2. Taxa média de concepção (%), em vacas adultas (dois ou mais partos) em fazendas onde as vacas foram resfriadas minimamente e intensivamente no verão.


Vacas resfriadas minimamente em azul e vacas resfriadas intensivamente no verão em laranja.

Como pode ser visto nas Figuras 1 e 2, o resfriamento intensivo no verão reduz pela metade ou mais a queda na taxa de concepção das vacas que são inseminadas nessa estação. Ao contrário do que acontece na produção de leite, quando se trata de concepção, o declínio no verão ocorre de forma semelhante em vacas jovens e maduras, o que provavelmente se deve à maior sensibilidade da fertilidade ao calor em comparação com a produção de leite.

Para examinar a relação entre a produção de leite e a fertilidade, escolhi duas fazendas. A fazenda número 2, com resfriamento mínimo, onde foi registrada a maior redução na produção de leite no verão, e ao lado dela está a fazenda número 5, com resfriamento intensivo, onde foram registradas a maior produção de leite e a menor redução na produção de leite. A produção média de leite para os cinco anos de 2019 a 2023 é mostrada na Figura 3, para vacas em primeira lactação e na Figura 4 para vacas adultas.

Figura 3. Produção média de leite (litro/vaca/d), em vacas de primeira lactação, na fazenda 2, onde as vacas foram minimamente resfriadas no verão e na fazenda 5 onde as vacas foram resfriadas intensivamente.


Vacas resfriadas minimamente em laranja (fazenda 2) e vacas resfriadas intensivamente em azul (fazenda 5).

Figura 4 - Produção média de leite (litro/vaca/d), em vacas adultas, na fazenda 2, onde as vacas foram resfriadas minimamente e na fazenda 5 onde as vacas foram resfriadas intensivamente.


Vacas resfriadas minimamente em laranja (fazenda 2) e vacas resfriadas intensivamente em azul (fazenda 5).

Nas Figuras 5 e 6, podemos ver as taxas de concepção de vacas jovens e adultas nas mesmas fazendas.

Figura 5. Taxa média de concepção (%) em vacas na primeira lactação na fazenda 2 onde as vacas foram resfriadas minimamente e na fazenda 5 onde as vacas foram resfriadas intensivamente no verão.


Vacas resfriadas minimamente em laranja (fazenda 2) e vacas resfriadas intensivamente em azul (fazenda 5).

Figura 6.Taxa média de concepção (%) em vacas adultas na fazenda 2 onde as vacas foram resfriadas minimamente no verão e na fazenda 5 onde as vacas foram resfriadas intensivamente.


Vacas resfriadas minimamente em laranja (fazenda 2) e vacas resfriadas intensivamente em azul (fazenda 5).

A partir do que é mostrado nas Figuras 3 a 6, pode-se ver claramente que alcançar uma alta produção de leite não resulta necessariamente em menor fertilidade. A magnitude do declínio da produção no verão nas fazendas com resfriamento intensivo foi quase um terço da das vacas nas fazendas com resfriamento mínimo, e isso se aplica tanto às vacas jovens quanto às adultas. 

Uma tendência semelhante também foi registrada em termos de taxa de concepção. A redução na taxa de concepção no verão nas fazendas com resfriamento mínimo foi mais do que o dobro em comparação com as fazendas com resfriamento intenso. Além do nível mais alto de produção no verão, as vacas com resfriamento intensivo alcançaram taxas de concepção mais altas, que foram mais do que o dobro nas vacas jovens e três vezes mais altas nas vacas adultas em comparação com as vacas das fazendas com resfriamento mínimo, onde a produção de leite das vacas no verão também foi menor.

Concluindo, pode-se dizer que o resfriamento intensivo das vacas permite reduzir significativamente a queda esperada na produção de leite no verão e, ao mesmo tempo, reduzir também a queda esperada na fertilidade. 

Está claro agora que o resfriamento intensivo das vacas no verão permite obter alta produção de leite e, ao mesmo tempo, boa fertilidade.

 

 

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ISRAEL FLAMENBAUM

Especialista no estudo do estresse térmico em vacas leiteiras, professor na Hebrew University of Jerusalém, tem ministrado cursos e treinamentos sobre o assunto em diversos países.

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