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O dilema do queijo artesanal

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 27/04/2015

3 MIN DE LEITURA

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Quando se cruza de carro um dos estados mais ao sul do Brasil, duas coisas chamam a atenção. A primeira: as placas na entrada de várias cidades informando a proibição de vender alimentos que não tenham o selo da inspeção sanitária. A segunda são inúmeros pontos de venda – barraquinhas, carros particulares, etc. – de queijos, salames, doces e outras delícias feitas pelos descendentes dos imigrantes alemães e italianos.

Tais quitutes, denominados coloniais e muito populares nessa parte do Brasil, são justamente feitos por pequenos produtores que dependem da venda para viver, mas nem sempre têm o carimbo da vigilância sanitária.

Os fabricantes de alimentos no país estão obrigados a ter pelo menos um destes três tipos de permissão: o selo municipal (necessário para o produto ser vendido dentro da cidade onde é produzido), estadual e federal, cada um exigindo padrões de qualidade mais rígidos que o outro.

O detalhe: segundo as normas, o pequeno agricultor que vende um queijo artesanal deve cumprir com os mesmos requisitos sanitários da grande empresa que enche os supermercados com seus laticínios.

O queijo colonial, feito com leite cru, não tem a denominação de origem controlada de um roquefort ou gruyère, embora os catarinenses estejam tentando consegui-la.

Por tudo isso, a situação faz lembrar a briga entre os produtores tradicionais de queijo da Europa versus os órgãos locais de inspeção. A diferença está na tradição queijeira do Brasil, mais recente, com fabricantes menos mobilizados que os europeus.

Controle forte

“É importante o controle sanitário ser forte e para todos, porque garante que a comida não causará doenças, e o alimento brasileiro é em geral bastante seguro”, destaca o economista Diego Arias, do Banco Mundial.

O problema é quando o produtor não tem condições de obter a certificação sanitária. Arias explica que conquistá-la requer capacitação, gestão do processamento, equipamentos, embalagens e rótulos adequados, entre outras coisas. E tudo isso, por sua vez, exige verbas.

De modo a ajudar os pequenos produtores a conseguir a certificação – o que significa mais renda para as famílias –, instituições como o Banco Mundial implementam uma série de projetos para levar recursos e treinamento à população das zonas rurais.

Um deles é justamente em Santa Catarina, onde o programa SC Rural, uma parceria com o Governo do Estado, atenderá 20 mil famílias até 2016. Também certificará 700 fazendas da agricultura familiar como livres de brucelose e tuberculose (duas doenças que prejudicam a qualidade da carne e do leite). 92% das propriedades locais são consideradas pequenas, com até 50 hectares.

Responsabilidade do fabricante

O queijeiro Laércio Bollis, 48 anos, conhece bem o esforço necessário para regularizar a produção.

“Trabalhei com vários veterinários e nunca deixei que eles passassem a mão na minha cabeça. Faço tudo o que for preciso para estar dentro das regras. Mas cuidar disso em uma empresa pequena de laticínios é mais difícil do que em uma grande, que tem dinheiro para contratar muitos profissionais, comprar equipamento, se atualizar rapidamente, etc.”, conta.

Com o apoio de iniciativas de suporte à agricultura familiar, ele conseguiu reformar a fábrica e comprar o maquinário para ajustar a produção às normas sanitárias. E estava feliz com a possibilidade de dobrar a produção, que até o fim do ano passado era de 5 toneladas por mês.

“Já fiz queijo colonial com leite cru, hoje produzo o tipo colonial, que é com leite pasteurizado, dentro de todos os padrões de qualidade. Hoje acho ruim quem vende o queijo sem rótulo, sem nada. Se alguém passa mal comendo alguma coisa, quem fabrica tem de ser responsabilizado”, comenta.

Alimento seguro

Por falar em problemas causados por comida estragada, a Organização Mundial da Saúde (OMS) escolheu o tema Alimento seguro para o último Dia Mundial da Saúde, comemorado em 7 de abril.

“A cada ano, milhões de pessoas adoecem, muitas delas por comer alimentos contaminados. As doenças diarreicas matam 1,8 milhão de crianças a cada ano, e aproximadamente 75% das novas doenças infecciosas humanas surgidas nos últimos 10 anos foram causadas por bactérias, vírus e outros patógenos que surgiram em animais e produtos de origem animal”, informou a entidade em um comunicado na última semana.

A OMS acrescentou que enfrentar a questão exige o envolvimento de uma série de atores: desde os agricultores, passando pelos fabricantes de alimentos – como o queijeiro Bollis e outros tantos que vendem seus produtos nas ruas das cidades – até chegar ao consumidor final.

As informações são do El País/Brasil.

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EDIVAR MARTINI

FRANCISCO BELTRÃO - PARANÁ - REVENDA DE PRODUTOS AGROPECUÁRIOS

EM 29/04/2015

Isto tudo que ai esta escrito são verdades verdadeiras e meu Pai e Minha criaram seus filhos entregando leite de casa em casa e o responsavel era eu MEDICO VETERINARIO e infelizmente por causa destes atrapalhadores do progresso tive que parar e graças ao bom Deus não preciso mais dar explicações para aqueles que ficam atrapalhando as pessoas normalmente as que mais precisam.

Sou dos previligiados que conseguiram visitar a maioria dos Paises do mundo do leite e todos os produtores tem orgulho de ter um produto artesanal ,mas aqui meus amigos coitado destes que serão caçados pelos incompententes que seguem a risca orientação de quem nunca fez e não fara nada alem do que perturbar quem produz. Repito se tem alguem pra comprar e outro para vender deixem eles se cuidarem.

O que sei é que produtor tem que ter LUCRO REAL e para isso tem que parar especialmente com o passeio do leite onde 90% todos sabem que é agua.

Melhor parar antes que venham aqui achar alguma maneira de me prejudicar.

Especialmente por ser metido e não me omitir de dar a minha opinião.Amem.
GENECIO FEUSER

PARANAVAÍ - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 28/04/2015

Olá! Ao vermos  documentários, relatos de pessoas que visitaram a Europa rural, programas de televisão de culinária, vídeos, etc., relacionadas a produtos artesanais, doces, embutidos, queijos (vaca, cabras ou ovelhas) produzidos na Europa e são tratados como algo especial e cada vez mais valorizados pelo povo europeu e turistas, vemos que são produzidos, evidentemente com rigor sanitário, mas em instalações simples, manuseados muitas vezes sem luvas, sem proteção aos cabelos e na boca,  etc., sob as luzes de câmeras, sem a menor preocupação e seguros que estão fazendo algo especial e muito apreciado. E nós, aqui tudo é diminuído, dificultado, quando vamos mudar essa realidade, pensarmos mais em nós, sentimento de patriotismo, valorizando o nosso povo e os nossos produtos, é assim, resta-nos a esperança de que ainda iremos virar o jogo.
EDGAR MIQUELANTI

ATIBAIA - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 28/04/2015

Qualquer alimento produzido artesanalmente pode ser seguro. Qualquer alimento produzido dentro ou fora de normas sanitárias pode ser inseguro. Brasil, um país continental, com tanta diversidade cultural, diversidade de culinária e costumes e rico em produtos artesanais,  a anos vem aniquilando seus cidadãos produtores, se orientando pelo caminho mais fácil da legislação que exclui, sobre pretexto de que não atendem a normas sanitárias, que são escritas para grande industrias e  que nem produzem estes produtos. Nossos tecnocratas deveriam gastar parte de seu tempo criando normas para o produto artesanal, do tamanho dos produtores artesanais, proporcional à realidades deles. O saber fazer já está em alguns casos, extinto. É uma pena que produtores de queijos se vêm obrigados a abandonar seus produtos de leite cru, onde a riqueza local de pastagens, clima e modo de fazer criam suas próprias identidades.  No final estamos criando produtos que se podemos assim chamar, artesanais,  por serem feitos em comunidades ou em pequena quantidade, mas com jeitão de industriais. E assim se enfileiram todos com o mesmo gosto, mesma cara... Eta povo atrasado sô.

Resistam produtores e consumidores. Comam  melhor, comam produtos verdadeiros, artesanais, comam o que tem gosto, sabor e história, assim reforçaremos os laços de quem verdadeiramente dá uma cara ao nosso país.
EDIVAR MARTINI

FRANCISCO BELTRÃO - PARANÁ - REVENDA DE PRODUTOS AGROPECUÁRIOS

EM 28/04/2015

Quando alguem quer comprar algo e outro vender caberia aos dois decidirem.Sempre tem alguem e muitos para atrapalhar.

A burocracia para legalizar produção é muitissimo complicada e o pequeno e médio produtor tem dificuldade ,mas felizmente parece que a Dona Katia esta tentando ,se deixarem,facilitar e não complicar as coisas dos produtores independente de tamanho e esta e guerra para grandes GENERAIS.

Queira Deus que deixem em Paz quem produz. Amem.

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