O consenso da indústria sobre a recuperação dos preços dos lácteos está sendo construído e o Australia & New Zealand Bank (ANZ) uniu-se aos comentadores prevendo o início de uma recuperação na segunda metade do ano.

O ANZ disse que, para o trimestre de abril a junho, qualquer recuperação aguda nos preços dos lácteos parece improvável, citando um sentimento de cautela entre os consumidores, já comprometidos a grandes estoques. “Muitos compradores parecem ter desaparecido do mercado. Com cobertura adequada de oferta, eles podem se permitir esperar e então ver como lidarão com isso”, disse o banco, destacando incertezas com relação à remoção das cotas de produção de leite da União Europeia (UE) impulsionando um aumento na produção da região.

Entretanto, o banco destacou que, embora um aumento nos preços do leite no começo do ano não tenha ocorrido, eles permaneceram acima dos baixos níveis registrados ano passado nos leilões do Global Dairy Trade, apesar da pressão da Fonterra, que adicionou volumes extras.

De fato, segundo a ANZ, na segunda metade de 2015, mais aumentos nos preços do leite em pó integral deverão ocorrer à medida que os estoques globais caem. Os valores do leite em pó integral, produto lácteo de referência, deverão ser mais altos na segunda metade de 2015.

Uma recuperação deverá ser ajudada pelos menores preços do leite ao produtor, que deverão começar a ser vistos nos principais países exportadores, desacelerando a oferta e ajudando a reequilibrar o mercado de lácteos.

Os comentários do ANZ seguem uma previsão feita recentemente pela gigante francesa do setor de lácteos Danone de que os preços se recuperarão no final desse ano, ajudados por uma recuperação na demanda da China, maior importador de leite.

“A evolução recente da oferta e da demanda está, ainda, mostrando que haverá uma recuperação entre o terceiro e o quarto trimestres e o começo do próximo ano”, disse a diretora de finanças da Danone, Cecile Cabanis. “Acreditamos que as importações chinesas começarão novamente e que eles criarão mais pressão sobre a demanda, tendo, dessa forma, um impacto sobre os preços”.

O Rabobank previu mês passado que os preços começarão a aumentar a partir do terceiro trimestre, ganhando mais peso no período de outubro a dezembro.

A reportagem é do Agrimoney, traduzida e adaptada pela Equipe MilkPoint.