Vista aérea parcial da Fazenda Colorado
Na edição do TOP 100 MilkPoint deste ano, levantamento que reúne os 100 maiores produtores de leite do Brasil, o então detentor do quarto lugar da lista de 2013, Sr. Lair Antonio de Souza, proprietário da Fazenda Colorado, atingiu a primeira posição no ranking, com média diária de produção de 53536,8 litros/dia e produção total comercializada em 2013 de 19.540.933 kg.
Com um trabalho de mais de 40 anos, de muito profissionalismo, dedicação e foco, o Sr. Lair não se contentou com a comercialização de um leite com baixos valores agregados e, por isso, verticalizou seu processo produtivo e investiu na entrega do produto já processado através da marca Xandô, que fabrica leite tipo A, pronto para ser consumido.
Com técnicas avançadas, constante busca pelo pioneirismo através da tecnologia e minucioso controle dos índices da atividade leiteira, a Fazenda Colorado conta com instalações de última geração, animais confinados em sua totalidade e criação de Gado Holandês, específico para este fim.
Sr. Beto Xandô e Sr. Lair Antonio de Souza
Pela relevância na atividade leiteira nacional, seriedade e profissionalismo, o MilkPoint buscou conhecer um pouco desta história e fez uma entrevista com o Sr. Lair Antonio de Souza, que mostra como é esta empresa leiteira, seus valores, diferenciais e futuro.
Confira abaixo a entrevista:
MilkPoint: Ser o maior produtor do Brasil era uma meta, ou foi resultado do trabalho bem feito?
Sr. Lair Antonio de Souza: Era uma meta, resultado de um trabalho de 50 anos. Em 2001, quando o MilkPoint iniciou o Top 100, a Fazenda Colorado/Leite Xandô ficou em 5° lugar no ranking e eu disse, naquela época, que minha meta era obter a primeira colocação. Com muito trabalho, ao lado de competentes profissionais, atingimos agora nosso grande objetivo.
MilkPoint: Pode-se dizer que o leite começou como hobby e virou um negócio? Como foi esse processo?
Sr. Lair Antonio de Souza: Não fiz nada em minha vida como hobby; sempre tratei meus negócios com muita seriedade e profissionalismo. Quando pensei em atuar no setor leiteiro, meu conhecimento sobre o assunto era nulo. Nada sabia sobre vaca, leite e pecuária. Fui então buscar conhecimento, assessoria e sabedoria. Visitei bibliotecas, li todo tipo de artigos didáticos e técnicos, visitei estábulos em vários países e fiz as minhas escolhas, como trabalhar com rebanho da raça holandesa e dele extrair o melhor leite, o tipo A. Daquela decisão, há quase 40 anos até hoje, minha equipe e eu nunca mais paramos de estudar, pesquisar novas técnicas, reciclar tecnologias, buscar aumento de produtividade, enfim, de promover um trabalho dinâmico e em constante evolução.
Sala de ordenha - Fazenda Colorado
Vacas da Fazenda Colorado
MilkPoint: O Sr. acompanha e vive o leite há décadas. O que mudou nesse período?
Sr. Lair Antonio de Souza: Cresceu muito o número de profissionais do leite no Brasil e o caminho é incentivar que esta profissionalização cresça muito mais. O Brasil tem potencial para ser, no futuro, um grande exportador de leite.
MilkPoint: Muitos podem argumentar que o projeto da Colorado não é para qualquer um. Afinal, o Sr. é um empresário de grande competência e o projeto exige muito capital, além do produto ser leite A, que exige industrialização e comercialização, porém remunerando melhor a matéria-prima. Como o Sr. responderia a esse comentário?
Sr. Lair Antonio de Souza: Este último projeto de ampliação e atualização tecnológica da granja leiteira Fazenda Colorado só foi possível com o financiamento pelo BNDEs. Na época, quando fiz os estudos de viabilidade do projeto, os juros no Brasil estavam a 12% ao ano, inviabilizando por completo o investimento. Mas o BNDEs nos ofereceu juros a 3,5% ao ano e financiamento de expressivo montante para realizar nosso projeto de incremento da produção do leite A. Vale ainda ressaltar que o leite A tem valores agregados, assim como a ausência de intermediários na venda, que permitem uma rentabilidade diferenciada em relação aos outros tipos de leite; assim, com juros anuais de 3,5%, o investimento se paga.
Leite tipo A Xandô em produção
MilkPoint: O Sr. acredita que outros projetos profissionais como o da Colorado (e de outros) tendem a se tornar mais frequentes no Brasil, tirando o estigma do leite não ser uma atividade empresarial?
Sr. Lair Antonio de Souza: Outros projetos até podem se tornar mais frequentes, mas para serem rentáveis devem ser planejados com muito profissionalismo e, de preferência, promovendo a venda sem intermediários. Quem vende o leite a centavos não consegue fazer dele uma atividade empresarial. Para ganhar dinheiro com o leite é preciso ser um profissional do leite!
MilkPoint: Na história da Colorado, quais foram os momentos mais decisivos para se tornar o que é hoje?
Sr. Lair Antonio de Souza: Todos os momentos foram decisivos e ricos em oportunidades. Desde o início, criamos uma filosofia de trabalho balizada na atualização, no aprimoramento, na busca de novas formas de fazer melhor, de alcançar novos índices de produtividade e de qualidade. Na Colorado, desafios são constantemente vencidos e novos são colocados à prova. Buscamos conhecimento e aplicamos o que julgamos melhor para cada ocasião. Planejamos tudo, sempre.
MilkPoint: Que dica o Sr. daria para quem quer ser bem sucedido no leite?
Sr. Lair Antonio de Souza: Planejar e perseverar com honestidade. Quanto melhor o planejamento, maior a chance do negócio ter sucesso. E ao planejar, reúna bons profissionais para assessorá-lo e ajudá-lo a executar o que planejou. Porque sem a equipe que me cerca há mais de 30 anos, muitos momentos decisivos poderiam ter sido desperdiçados e boas oportunidades quem sabe não teriam sido percebidas. Lembre-se sempre: não existe mau negócio; existe negócio mal administrado.
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