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"Por que o leite (ainda) não deu certo?"

MARCELO PEREIRA DE CARVALHO

EM 27/09/2016

8 MIN DE LEITURA

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Esta foi a pergunta que me foi feita pelo professor e amigo Fábio Chaddad, no lançamento de seu livro sobre o sucesso do agronegócio brasileiro, ocorrido no Insper, em São Paulo, com a presença de Marcos Lisboa, Sérgio Lazzarini, Cláudio Haddad, Beth Farina e Décio Zylbersztajn, entre outros mestres.

Claro que Fábio não se referiu ao forte crescimento da atividade leiteira nos últimos 15 anos, capaz de reduzir nossa dependência em relação ao leite importado mesmo diante de uma expansão significativa do consumo. Sob essa ótica, o leite deu e vem dando muito certo. Ao fazer esta pergunta, ele tinha em mente os índices de produtividade relativos muito inferiores aos de outras atividades nas quais o Brasil tem destaque; a presença pífia no mercado internacional, como exportador; os problemas recorrentes de qualidade, que retratam a falta de coordenação da cadeia. Enfim, ele se referiu não às linhas, mas sim às entrelinhas; ao contexto por trás dos números que, em uma análise fria, podem nos contar uma história de meias verdades.

O questionamento do sempre direto e brilhante professor da Universidade do Missouri (EUA) e do Insper, feito já no final de um dia exaustivo, me pegou desprevenido. Acabei dando uma resposta padrão, que não me satisfez.

Voltando para Piracicaba, na Rodovia dos Bandeirantes, me peguei a pensar no tema e, apesar de reconhecer que o fato de não termos o mesmo desempenho de outras cadeias do agronegócio no que se refere à eficiência, deve-se a uma multitude de fatores, identifiquei uma razão mais simples, a qual exploro nesse artigo: o leite ainda não deu certo - sob a ótica do Fábio e considerando mais aspectos do que o crescimento puro e simples dos últimos 15 anos - porque não precisou dar certo.

Por que não precisou dar certo?

Comecemos com a própria característica da atividade. O leite sempre foi uma atividade que aguentou desaforos técnicos e econômicos. Tentasse qualquer um produzir soja com os mesmos índices de eficiência proporcional que vemos no leite. Ou cana, ou algodão, ou frango. O que ocorreria? Sequer seriam cobertos os custos operacionais e a quebra seria líquida e certa. Já o leite sempre permitiu a exploração em um nível sub-ótimo de produtividade, com custos de oportunidade muito baixos (e, não raro, não cobertos pelos preços).

Entre os custos de oportunidade, estão o da terra, do capital e do trabalho familiar. Tinha-se, assim, uma situação em que, na prática, “sobrava” algum dinheiro, mas em uma situação próxima a da subsistência, sem cobrir os (baixos) custos de oportunidade.

Com efeito, são vários os diagnósticos feitos desde há muitas décadas que mostram uma situação paradoxal: analisando-se economicamente, o produtor médio brasileiro tinha prejuízo. Porém, a produção ainda assim crescia. A explicação é que o preço remunerava os desembolsos, mas não mais do que isso. Esta foi uma realidade que, grosso modo, ocorreu entre 1970 e 2000.

Essa situação foi possível pela própria característica da atividade: permite, como colocamos acima, a exploração em níveis sub-ótimos de eficiência e tem viabilidade de curto prazo (isto é, sem remunerar todos os fatores de produção) em pequenas áreas, exploradas por produtores familiares, que nem sempre (ou quase nunca) tratam sua atividade como um empreendimento, isto é, não fazem as contas como um empresário ou um investidor fariam. Soma-se a isso o fato do leite ser passível de exploração em áreas marginais, como as que possuem topografia desfavorável.

O resultado desse contexto que vigorou durante décadas é que o leite ficou à margem do processo pelo qual passaram várias cadeias do agronegócio. Tornou-se uma atividade importante social e economicamente, mas sem os índices de eficiência de outros segmentos, caracterizada em grande parte por áreas de baixo potencial agrícola. Vale aqui lembrar a definição do pitoresco escritor e produtor de leite Eduardo Almeida Reis, sobre o que seria uma bacia leiteira: “é uma região que não se presta para nenhuma outra forma de exploração agropecuária” (em As Vacas Leiteiras e os Animais que as Possuem, 1981). Em outras palavras, o leite seria a atividade que, na definição do escritor, feita no início da década de 80, era escolhida quando nada mais poderia ser explorado. Exageros e ironias à parte, era mais ou menos isso que ocorria mesmo.

Em função disso, a indústria pôde historicamente remunerar esse produtor a um valor que não cobria os custos totais de produção, resultando no desestímulo a quem seguisse o caminho inverso, isto é, aqueles que aplicavam a tecnologia para aumentar a eficiência. Em outras palavras, como os preços de mercado eram suficientes para cobrir quando muito apenas os custos de operação, sem considerar a correta valorização da mão de obra familiar, bem como outros custos de oportunidade, quem investia, perdia. Na época em que eu era consultor de fazendas (anos 90), a sensação era de que os bons produtores deixavam a atividade. Era uma seleção ao contrário.

Do lado do consumo, também tivemos um cenário que não estimulou a melhoria da qualidade. De um lado, a cadeia do leite nunca precisou vender para mercados internacionais mais exigentes, como ocorreu com outras cadeias. A rigor, somos ainda deficitários na produção de leite, com uma cadeia bastante fechada ao comércio exterior. De outro, saímos recentemente de uma situação em que o objetivo era inserir novos consumidores no processo e não tanto explorar a agregação de valor e a qualidade.

Em resumo, tínhamos pouco incentivo para a melhoria da qualidade do produto – o que não estimulava ações de fidelização e desenvolvimento de fornecedores por parte da indústria – e pouco incentivo para o investimento no aumento de eficiência.
Essa situação perdurou por décadas, até o início deste milênio e contribuiu para que não houvesse razão para que a cadeia se organizasse e buscasse a eficiência necessária. Ainda hoje, muitos laticínios não dispensariam um leite barato (desde que com padrões mínimos de qualidade, espera-se) mesmo que não remunerasse todos os custos de produção.

Esse cenário, no entanto, vem mudando a partir do ano 2000. O que ocorreu desde então?

O primeiro aspecto é que esse produtor que sempre caracterizou o leite brasileiro em número e volume de produção, muito provavelmente representa hoje menos do total de leite do que representava há, digamos, 30 anos. É lamentável que não tenhamos números atualizados do Censo Agropecuário, feito pela última vez há mais de 10 anos, sendo necessário recorrer a levantamentos pontuais e não conclusivos (veja aqui o trabalho que fizemos com a Leite Brasil em 2013).

Um dos principais motivos para essa mudança no perfil do produtor de leite é que, a partir do ano 2000, os custos de oportunidade do trabalho passaram a ser mais altos. Com a possibilidade de ganhar mais em outras atividades, inclusive urbanas, muitos produtores (e especialmente seus filhos) deixaram o leite - por um motivo justo, diga-se de passagem: confrontados com a alternativa de produzir de forma a mal remunerar o seu trabalho, a alternativa de muitos foi sair da atividade e surfar na onda do aumento das vagas de emprego e do salário mínimo. Com isso, esse leite “barato” passou a ficar menos disponível, de forma que, gradativamente, o equilíbrio de preços atingiu um patamar distinto do que era. Aquele produtor que não tinha alternativa, passou a tê-la e, indiretamente, cobrar por ela. Não dava mais para depender tanto de um leite sub-remunerado.

O mesmo processo ocorreu para o valor da terra. Produtores que produziam de forma extensiva, com baixa produtividade e consequentemente baixo faturamento por área, se viram obrigados a mudar de atividade, arrendar ou vender a propriedade, caso contrário não justificaria ter tanto capital empatado para obter rendimento pífio, ainda mais em um país com juros elevados. Isso ocorreu com muito vigor em São Paulo, por exemplo, que desde 1990 vem perdendo produção.

Do lado do consumo, passado o período em que o grande direcionador da indústria era a incorporação de novos consumidores, hoje nota-se a busca pela premiunização e agregação de valor, sem contar os esforços que estão sendo retomados para reavivar as exportações. Todos esses direcionadores passam pela melhoria da qualidade e pelo melhor controle dos processos de originação da matéria-prima.

Esse novo cenário que se descortinou nos últimos 15 anos vem contribuindo para que os preços do leite aumentem em valor real, isto é, quando comparados à inflação (gráfico 1). Sem dúvida, há momentos de queda de preços e mesmo perda de valor em relação aos ajustes de preços da economia como um todo, como ocorreu em 2015, mas o que estamos analisando aqui é o contexto mais amplo.

Com o aumento dos custos de oportunidade e a busca (ainda que não generalizada) pela melhoria da qualidade, tem havido elevação dos preços ao produtor e, com ela, uma nova dinâmica, em que investir em eficiência passa a ser uma estratégia vencedora, ao contrário do que ocorria antes do ano 2000.

Essa nova realidade, que evidentemente ainda está mesclada com tintas do passado, gera oportunidades para que a cadeia se organize, inicialmente em torno das empresas e seus fornecedores e, mais para frente, ao no sentido de criar uma visão própria de futuro para o setor. Mas há ainda muito caminho a percorrer.

Meu caro Fábio Chaddad, espero ter respondido a contento sua provocação, mostrando que o leite não se organizou porque até o início do milênio não havia precisado, seja pela ausência de demanda do mercado, seja por suas próprias características como atividade, que permitiam que permanecesse com baixos níveis de eficiência e, ainda assim, sobrevivendo.

A mesma linha de raciocínio que me permitiu concluir quais foram as razões pelo atraso no desenvolvimento da atividade leiteira no Brasil sugere que estamos assistindo a uma (talvez ainda lenta) reversão do processo.

Arrisco-me a dizer que, no espaço de 10 anos, o leite será a atividade do agronegócio que sofrerá o maior impacto no que se refere à incorporação de tecnologia e produtividade, intensificando, como contrapartida, as consequências decorrentes desse processo, como a forte redução no número de produtores.

Gráfico 1
– Evolução dos preços reais do leite* – Jan/2004 a Ago/2016. 

evolução preços do leite

Em tempo: para quem quiser comprar o livro do Fábio Chaddad, segue o link (por enquanto só disponível em inglês, já que foi lançado nos EUA). 

https://www.amazon.com/Economics-Organization-Brazilian-Agriculture-Productivity/dp/0128016957 

MARCELO PEREIRA DE CARVALHO

Engenheiro Agrônomo (ESALQ/USP), Mestre em Ciência Animal (ESALQ/USP), MBA Executivo Internacional (FIA/USP), diretor executivo da AgriPoint e coordenador do MilkPoint.

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CÍCERO LEANDRO DE SOUSA

LAGOA DA PRATA - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 27/10/2016

Muito boa material,



Trabalho com bovino de corte e por isso não tenho muita famiaridade com questões comerciais do gado leiteiro.

No corte, quando faço a venda para o frigorifico, irei receber o valor da @ do dia mesmo a bate acontecendo alguns dias depois da comercialização.



Já no leite pelo que entendi, o leite que o produtor entregou hoje, o preço que ele receberá no dia do vencimento poderá não ser o mesmo preço do dia da entrega.



Por que há essa diferença?



Atenciosamente


BERNARDO GARCIA DE ARAUJO JORGE

APUCARANA - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 03/10/2016

A falta de um mercado aberto como as Bolsas para dar liquidez de longo prazo ao leite sem dúvida inibem os investimentos na atividade.Mesmo com essa particularidade o aumento da produção e qualidade do leite no Brasil foram excepcionais .E as importações continuam sendo o grande postergador desse processo de sedimentação da nossa atividade,pois ela não obedece critério nenhum,sendo feita sempre fora de época e volumes necessários.
MARCELO PEREIRA DE CARVALHO

PIRACICABA - SÃO PAULO

EM 02/10/2016

Obrigado a todos(as) pelos comentários. Muito bons, expressando diversos pontos de vista, mas alinhados com a minha hipótese. Foi um artigo interessante de escrever, e que permite a discussão ampla em cima do tema.



Marius: acho que no ano que vem será traduzido para o português.



Sérgio Carnielli: sim, sob vários aspectos o leite vem dando certo. É uma cadeia extensa, diversificada, que movimenta muito dinheiro e pessoas. Mas, sob a ótica da organização, qualidade e competitividade internacional, ainda falta bastante, não?



Pedro Oliveira: acredito que ambos os perfis têm espaço. A agricultura familiar eficiente, baseada em produtividade, continuará crescente (veja o exemplo do Sul do país). Produtores "empresariais" também. O problema está em quem ficar pelo meio do caminho: tiver uma estrutura de custos pesada, sem ter uma boa gestão e sem escala.



Nelson Nicolau: obrigado, é uma satistação receber elogio de quem conhece a fundo os meandros do agro brasileiro. Sobre o otimismo, com certeza a evolução não se dá em linha reta e há momentos em que parece que andamos para trás. Mas ainda assim, vejo uma movimentação positiva.



Roberto Jank: sim, sem dúvida crescemos, puxados pelo consumo e pela proteção do mercado interno, que fez com que nosso preço flutuasse menos e ficasse em patamares médios maiores do que o mundo. Também, houve migração, como você mencionou, do informal para o formal. Mas ainda temos muito a melhorar em qualidade, como você observou.



Acredito sim que houve ganho de eficiência no setor primário, ainda que não tenhamos dados para comprovar isso. Minha visão é que o aumento dos preços entre 2006 e 2014 tornou mais interessante aplicar tecnologia e isso estimula os ganhos de eficiência.



Concordo com suas observações sobre o UHT. Aliás, vejo um cenário de mudanças importantes na indústria.
CLAUDIO NADER

BOTUCATU - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 30/09/2016

Muito bom. Acredito que os entraves históricos relacionados á produção leiteira bem com sua baixa tecnificação exigida para época fez com que a atividade leiteira não tivesse muito avanço.

Vejo que a "profissionalização" no setor alavancará um processo de grande importante para o leite chegar ao patamar que merece!
ANTONIO CESAR FERREIRA

CAJOBI - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 29/09/2016

Na minha modesta opinião o leite não deu certo por causa que somos brasileiros, não temos tradição em planejamento, nem cultura disciplinada. O leite anda na velocidade do Brasil, naturalmente. Estamos com uma safra de mão de obra que deixa a desejar. Porém não estou culpando as pessoas é da educação em geral no nosso país. Veja na TV estamos muito atrás de muitos países em desenvolvimento. Não temos nenhuma política, não temos um planejamento a nível federal. No USA até um tempo atrás, não sei no momento, o governo pagava USD$300/vaca na propriedade. Se fizer isso no Brasil, chuta o que vai acontecer ???. Nem preciso responder. Isso é questão de educação disciplina.
DANIEL CARDOSO

ARAÇATUBA - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 29/09/2016

Será que a cana é eficiente? Ou o dinheiro público injetado neste setor!

Leiam o livro:



SALLES-FILHO, S. L. M.. Futuros do Bioetanol: o Brasil na liderança?. 1Ed. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015. 185p .
BRIGIDA ALVES DINIZ ALEXANDRE

ITUMBIARA - GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 28/09/2016

Falou tudo Evalson de Souza Martins.
ROBERTO JANK JR.

DESCALVADO - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 28/09/2016

Marcelo, também estive no mesmo evento do Fabio Chaddad, ouvi as mesmas boas provocações e, como voce, refleti sobre o tema.

Voce conclui que o baixo custo da matéria prima, com o 'trade-off" da qualidade, sustentou nosso mercado interno até o inicio desse seculo porque buscávamos apenas mais consumidores e não agregação de valor ou segmentação de mercado, ainda que o país tenha sido consistentemente importador de leite. Apesar disso, crescemos quase 1 bi de litros por ano (crescimento ou migração do informal para o formal) durante pelo menos 15 anos. Vale observar que estivemos entre os maiores crescimentos mundiais de produção e consumo nesse período, ainda que esse crescimento seja francamente horizontal.

Surpreendentemente voce observa que a maior atratividade recente para uma produção mais profissional veio vinculada ao melhor nível de remuneração desse novo século e não a um suposto ganho de eficiência do setor primário.

Veja que a academia diz o contrario. É comum ouvirmos que o setor é amador e por isso não tem resultado, que com pouca tecnologia aplicada os resultados seriam enormes, etc...

Também já ouvimos bastante que o produtor não melhora porque o mercado é "protegido" por alíquotas de importação que em ultima instancia acentuam o amadorismo do produtor.

Adianto, e voce sabe disso, que estou de acordo com sua conclusão. Tenho criticado continuadamente tanto a importação desmedida como o pouco interesse dos laticínios por segmentação e qualidade, com consequente modificação da demanda por matéria prima de qualidade.   

Concordo também que mudanças virão e rapidamente. Em minha opinião o maior driver do setor, o UHT, deverá passar por modificações em tratamento térmico e pela não adição de estabilizante, como um diferencial de mercado visando agregação de valor e respostas às demandas de um novo consumidor.

Isso poderá ser um grande divisor de águas na demanda por matéria prima e um estimulo ao produtor profissional vocacionado, hoje pouco presente no nosso setor.

Por hora, continuo reafirmando o efeito deletério de importações maciças (o efeito esta ai, no preço spot) e buscando sinalização dos laticínios de critérios de remuneração transparentes por diferenciais que o produtor possa buscar.

abraços,

     

     
EDVALSON DE SOUSA MARTINS

GOIÂNIA - GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 28/09/2016

Parabéns pelo trabalho Marcelo ! O Pedro H. Oliveira começa a tocar na ferida ! Acho que a politica do leite esteve sempre errada ! Como é que um produtor de leite, vai conseguir sobreviver na atividade, sem saber quanto custará o leite fornecido dentro do mês! Depois de trinta dias, fica sabendo do preço do leite que vai receber dai a mais 25 dias!  A politica de capitação das industrias está completamente errada ! Não favorece a coleta  por grupos,

poderiam pagar um pouco melhor, compensando na logística!  A rota do meu leite percorre mais de 900 km ! A industria perdendo leite a menos de cinco km do laticínio.  Na minha cidade onde a produção diminuiu muito, possui  cinco empresas coletora ! Ta todo mundo correndo atrás do leite e não valoriza a atividade produtiva! No final do ano A industria divulga o seu balanço, faturou milhões e ainda teve grandes investimentos, só o produtor que tem que pagar o pato! Tirou os lucros da industria o resto fica para o produtor! É o que não ocorre com o frango! todos ganham! A industria tem que aprender a respeitar a cadeia produtiva, facilitado a vida de todos, podendo contar com a fidelidade, se tiver bom preço!
COOPERATIVA DOS PRODUTORES DE LEITE DE ESMERALDAS LTDA

ESMERALDAS - MINAS GERAIS

EM 28/09/2016

Parabéns Marcelo, é a realidade de grande parte da pecuária de leite.

Com o apoio que receberá nos comentários, mostre a outros técnicos lideranças que algo tem de ser feito, nem que seja a mudança da atividade.

E voçê Marcelo ja tem feito muito para promover a mudança dos produtores com o INTERLEITE.

André Costa.
NELSON MANCINI NICOLAU

SÃO JOÃO DA BOA VISTA - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 28/09/2016

Marcelo!!! Depois de quase 30 anos leio um artigo lúcido , na mesma direção do que tem sido a minha visão e luta por uma política p/ o leite.  Levei pau quando, Secretário de Agricultura ( mas sempre produtor ) , tentando fazer a caricatura do que você com sabedoria agora expõe, disse:  ¨o leite é o único produto que quando maoir a tecnologia e produtividade, maior o prejuizo.  Só não estou tão otimista como você em relação às mudanças estarem tão próximas . A vaca foi pro brejo faz tempo e desatola-la ainda demanda uma mudança radical dos individualismos dos diversos elos da cadeia. Em plena seca já estão jogando os preços p/ baixo como vejo ocorrer há pelo menos 50 setembros !!!
WELINGTON GERALDO ROSA

ALPINÓPOLIS - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 28/09/2016

Marcelo, de um ponto de vista seu comentário é oportuno, mas o leite não deu certo por não ser um produto de bolsa, não tem interesse governamental, tenta colocar  o produtor familiar com um empresário ou investidor é inaceitável, porque o produtor rural nunca sentou num banco de faculdade para receber as tais informações. tinha que levantar as quatro e trabalhar até as seis, para sobreviver, acredito que as informações disaponíveis hoje a todos é o que vai fazer a diferença.
DOMINGOS DOS SANTOS PANTALEÃO

SÃO PAULO - SÃO PAULO - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 28/09/2016

bom dia a todos

gostaria que isso se concretiza-se

acho que seria bom para todo o seguimento

parabéns pelo artigo
PEDRO H OLIVEIRA

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 28/09/2016

Você não teria tempo pra responder de pronto com uma análise tão eficiente assim no momento.

Meu medo é que os produtores de MG (em sua maioria) não estejam preparados para quando aparecer o momento em que seja necessário que o leite tenha que dar certo, como foi com a cana, algodão, soja, laranja, etc.

E será que esse momento acontecerá?  Ou será meio-a-meio: tecnificação e agricultura familiar caminhando lado a lado?
SERGIO DONIZETTI CARNIELLI

SANTA RITA DO PASSA QUATRO - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 27/09/2016

Parabéns Marcelo, mas o leite já está dando certo, basta analisar o número de pessoas que vivem dele direta e indiretamente.
EDUARDO AMORIM

PATOS DE MINAS - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 27/09/2016

Primeiramente parabéns ao Marcelo de Carvalho pelo excelente artigo.

É fato que há muitos propriedades que ainda não tem bom  nível de eficiência,  mas lado outro há também um grande número de produtores que possuem níveis altos de eficiência e mesmo para estes é um desafio constante fechar as contas ao final do mês. Eu não canso de dizer que, assim como ocorreu com o preço da carne, o preço do leite já deveria ter mudado de patamar a muito tempo.

Não creio que o consumidor final deixaria de consumir UHT se custasse R$ 4,00 ou R$ 4,50 o litro

Lamentavelmente os grandes varejistas usam o leite UHT como chamariz para produtos de maior valor agregado. O que não entendo é que as empresas captadoras multinacionais que são tão ou mais fortes que os mega varejistas acabam se vergando a pressão destes nas negociações.

Como um negócio pode dar certo se os preços sequer acompanham a inflação dos ultimos 8 anos?!

O leite ao produtor chegou a R$ 1,00 em 2008 e desde então orbita este valor com raras exceções como a que ocorreu este ano.

O fato é que nem recomposição de perdas inflacionárias conseguimos ter ao longo destes anos. Entendo que os preços alcançados este ano (2016) em torno de R$ 2,00 são justos.

Não temos no Brasil uma campanha publicitária estimulando o consumo de leite como ocorre nos EUA com a campanha Got Milk! que é feita com personalidades do esporte e do cinema e que dá resultados.

Mas não perco a fé que esta realidade possa mudar se nos conscientizarmos de nossa força e do potencial das redes sociais que hoje nos interligam com destaque para o valioso e inovador aplicativo Milkpoint Radar.   
MARTINHO MELLO DE OLIVEIRA

PARANAÍBA - MATO GROSSO DO SUL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 27/09/2016

Parabéns, o leite tornou-se uma atividade empresarial como qualquer outra, não importa o tamanho, precisa ser eficiente para ser viável.
ADILSON DA MATTA ANDRADE

MURIAÉ - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 27/09/2016

O grande problema do leite é ter sido uma atividade secundária das fazendas e o amadorismo tomou conta, digo amadorismo em termos administrativo, pois qualquer empresa bem sucedida na hora da crise gasta uma gordura acumulada durante a boa onda de preço, (concordando com o autor) no amadorismo o empresário ou quase isto do leite, vive do custo oportunidade, depreciação e remuneração de capital, como o capital investido (ou herdado) em terra, animal e instalações é alto vai se sobrevivendo e leva décadas até a falência, mas esta velocidade esta aumentando e o prejuízo hoje é evidente, concordo que nestes próximos anos a mortandade de produtor vai ser altíssima.
DANILO HAMDAN DE ANDRADE

NOVA LIMA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 27/09/2016

Parabéns pelo texto Marcelo, muito claro e muito didático!

Gostei das suas indagações e das suas idéias a respeito de como anda nossa cadeia de produção de leite. Continue o bom trabalho!
MARIUS CORNÉLIS BRONKHORST

ARAPOTI - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 27/09/2016

Marcelo parabéns sempre claro e direto.

Espero que a rodovia timha extensão o suficiente para terminar seu raciocínio logo e certeiro.

Na atividade desde 1981 (todos duvidaram do nosso sucesso) posso dizer com certeza a atividade mudou e Muito e o produtor que não acompanhou em todos os seus moldes com certeza estará fora , mas a evolução do setor está sendo e será daqui para frente ainda mais rápido e dinâmico.

Quem não está preparado com certeza enfrentará dificuldades.

Tem previsão de tradução do livro do Fábio?

Você a de concordar , apesar do esforço de algum como você, mas ainda falta muito para que a leitura técnica da Pecuaria leiteira nossa alcance patamares europeus e americanos.

Parabéns Marcelo .

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