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O mercado mundial de queijos e manteiga até 2013

POR PAULO DO CARMO MARTINS

PANORAMA DE MERCADO

EM 08/10/2004

3 MIN DE LEITURA

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Um editorial recente deste site abordou as implicações sobre o consumo de lácteos no mercado brasileiro, em função da nova pirâmide etária de nossa população. O número de brasileiros está crescendo a taxas menores, o que poderá implicar em redução da taxa de crescimento do consumo de leite e derivados, se a renda per capita não crescer. E no mercado internacional, o que se pode esperar?

A OCDE - Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico é uma entidade que congrega 30 países. Na Tabela 1 estão relacionados todos eles. Veja que daquela lista constam os países que compõem a União Européia, o Nafta, o Japão... Tirando a OCDE do cômputo do mercado mundial, sobra muito pouco, não? Ainda mais se o que estamos analisando é o mercado internacional de leite.

Pois, bem! A OCDE disponibilizou estatísticas e previsões mundiais para diferentes produtos do agronegócio. Esses dados foram obtidos pelo LABEX-França, que é uma espécie de escritório que a Embrapa mantém naquele país (e também nos EUA), com o propósito de estimular parcerias e prospectar ações inovadoras em ciência e tecnologia, o que inclui acompanhamento sobre discussões de mercado. No que se refere ao leite, apresento alguns neste artigo.

A OCDE prevê que a produção de manteiga se mantenha estável até 2013, entre os países que a compõe. Algo em torno de 3,7 milhões de toneladas/ano. O consumo também deverá se manter estável, girando em 3,1 milhões de toneladas/ano, nos próximos dez anos. Portanto, no conjunto desses países, a produção deverá ser maior que o consumo, gerando excedente comercializável. Em 2013, os estoques dos 30 países deverão cair, contudo, a 40% do que apresentam hoje (560 mil toneladas). Bom, mas se a OCDE espera superavit anual em suas previsões, como explicar a redução de estoques?

Os países à margem da OCDE são aqueles com pouca expressividade no mercado internacional, o que inclui o Brasil. Mas, juntos, têm uma produção de manteiga quase que equivalente à produção da OCDE, atualmente. Essa produção deverá crescer em 83%, até 2013. Naquele ano, as previsões apontam para um déficit de 542 mil toneladas nos países fora do âmbito da OCDE. O restante do mundo, portanto, contribuirá com a redução dos estoques da OCDE.

Participei de equipe coordenada pelo CEPEA/ESALQ/USP, em 2002, que realizou estudo para a FAO, que detectou esta perspectiva: em geral, a produção de lácteos nos países desenvolvidos mostrava-se estável, juntamente com o consumo. Já nos países subdesenvolvidos, a tendência é de crescimento da produção e do consumo, mas este em maior velocidade que aquele.

O gráfico 1 retrata as previsões da OCDE para todo o mercado mundial de manteiga. Perceba que a produção e o consumo deverão estar muito próximos. No gráfico, ambos estão praticamente sobrepostos. Em 2013, a produção deverá ser 24% superior à atual, contra um consumo superior em 25%, com um preço superior ao atual em 9%. Considerando-se que também ocorre inflação em dólar, na prática, os preços reais deverão ser os mesmos daqui a dez anos.

Quanto ao mercado de queijos, a produção deverá crescer em 17% nos próximos dez anos, no âmbito dos países que compõem a OCDE. O consumo também apresenta perspectiva de crescimento, algo em torno de 19%, com crescimento dos estoques em 27%. Estes, contudo, deverão representar 6% do consumo.

Fora da OCDE, produção e consumo também deverão crescer. Mas o crescimento maior do consumo em relação à produção deverá gerar déficits anuais, terminando a previsão para 2013 em cerca de 266 mil toneladas/ano.

Em termos mundiais, os resultados das simulações estão apresentados no gráfico 2. Produção e consumo de queijo deverão caminhar juntos, com preços estáveis, pois a previsão é que os preços cresçam 11% na década. Na prática, deverão ser mantidos os preços equivalentes ao que se pratica hoje no mercado internacional.

Estudos como este da OCDE são de extrema relevância. No Brasil, estamos ainda em situação fragilizada, no que se refere a criação de cenários prospectivos. Isso é muito ruim. A Embrapa Gado de Leite pretende terminar o ano de 2004 incorporando em seu quadro um pesquisador Doutor contratado para iniciar trabalhos de simulação, desenvolvendo estudos com base em modelos de equilíbrio geral. Mas ainda será pouco. Outros esforços precisam ser desenvolvidos. Na próxima quinzena analisaremos o principal produto lácteo transacionado no mercado internacional: leite em pó e suas variantes.

Tabela 1. Países formadores da OECD.
 


Gráfico 1. Previsão anual de produção, consumo e estoque de Manteiga nos países da OCDE, em mil toneladas.

 


Gráfico 2. Previsão anual de produção e consumo mundial de queijos, em mil toneladas.

 

 

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LUIZ CARLOS HORTA FERNANDES

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS

EM 07/09/2015

Produtos lácteos de boa qualidade são interessantes para o mercado internacional. É necessário aumentar a produtividade de leite no Brasil, visando o mercado externo e o lucro das empresas exportadoras
AMAURI CESAR PIVOTTO

SANANDUVA - RIO GRANDE DO SUL - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 10/10/2004

Olá leiteiros!

O meu ponto de crítica deste artigo ser refere aos dois gráficos anexos. Não consigo compreender como o consumo pode dobrar de um ano para o outro. Se alguém puder me explicar melhor agradeceria. Nem mesmo se o preço do leite tender a zero será difícil dobrar o consumo. Acho que esta previsão esta errada e deveria ser refeita. Não se pode confiar nela. Creio que esse gráfico mostra a vontade do hemisfério norte em continuar mantendo o seu nível de produtos subsidiados e o resto da história todo mundo sabe. Um abraço a todos!

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