Duas variáveis nutricionais da forrageira podem ter alto impacto financeiro em um sistema de produção de leite: o conteúdo de proteína e o de energia. Não desconsiderando o impacto da proteína sobre a economicidade da alimentação, deve-se considerar, no entanto, que este nutriente representa no máximo 20 gramas por 100 gramas de matéria seca da dieta, normalmente variando de 14 a 18. Proteína é algo facilmente suplementável, mesmo em dietas de vacas com alta exigência nutricional. O exemplo prático deste conceito é o sistema cana + uréia, onde úreia, uma fonte indireta de proteína para o ruminante, suplementa a cana, uma forrageira com teor praticamente nulo de proteína.
Energia, um nutriente abstrato por não ser mensurável rotineiramente em laboratório, é a variável dietética mais deficiente em dietas de vacas leiteiras. Forrageiras de alto conteúdo energético minimizam o déficit energético no início da lactação e propiciam a formulação de dietas com alto conteúdo de forragens, minimizando o uso de concentrados por unidade de leite produzido. Larga utilização de forrageiras na dieta de vacas de maior produção só é possível quando estas apresentam alto conteúdo energético. Forrageiras de alta energia sempre minimizarão a necessidade de uso e/ou o custo por quilo de concentrados, ferramentas efetivas para reduzir o custo alimentar por litro de leite.
Obviamente que se a forrageira tiver alta energia e alta proteína, melhor ! A questão é: que medida química da forragem é mais correlacionada com conteúdo energético ? Ou seja, o que se pode medir em uma forrageira para dizer se a mesma é de alta energia ou não ? Forrageiras de alto conteúdo energético e com alto potencial de consumo pelo animal têm baixa concentração na matéria seca de Fibra em Detergente Neutro (FDN) e de Fibra em Detergente Ácido (FDA).