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O que você sabe sobre a Fasciola hepatica?

POR RENATA DE OLIVEIRA SOUZA DIAS

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 22/09/2000

3 MIN DE LEITURA

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Renata de Oliveira Souza Dias

Recentemente, um quadro clínico de helmintose em uma fazenda chamou atenção de vários técnicos e com isso veio a tona a discussão sobre o quanto a verminose tem prejudicado a produtividade dos rebanhos e, da mesma forma, como esse assunto é considerado por muitos de pouca relevância, uma vez que, raramente, leva à morte do animal. É importante ressaltar que muitas vezes uma doença existente no dia-a-dia dos rebanhos, de forma subclínica, pode causar prejuízos muitos altos, sem que eles sejam detectados e da mesma forma controlados. "É como empobrecer sorrindo". Destacaremos neste artigo um foco de Fasciola hepatica, importante parasito que acarreta prejuízos e, conforme foi detectado numa pesquisa, apresenta elevada prevalência e merece atenção por parte dos técnicos e criadores para seu controle e prevenção.

A Fasciola hepatica é um helminto que parasita os canais biliares de ruminantes, equinos, suínos, roedores e do homem. Também conhecido popularmente como "doença do fígado", é considerado o mais importante trematódeo de ruminantes domésticos por causar elevadas perdas econômicas traduzidas por: retardamento no crescimento de animais jovens, abortos, quedas na produção leiteira, anemia e mortalidade; acrescidos aos gastos referentes ao controle da parasitose.

No período de novembro de 1998 e outubro de 1999, realizaram-se estudos de prevalência e dinâmica da infecção por Fasciola hepatica em bovinos no município de Itajubá, em Minas Gerais - Brasil. Foram estudadas 71 propriedades da região, sendo coletadas as fezes de 1076 bovinos.

Em relação à prevalência foi observado que, de 1058 amostras de fezes examinadas, 112 animais foram positivos para pesquisa nas fezes de ovos de Fasciola hepatica, obtendo-se uma proporção de prevalência de 10,59%. Os resultados do estudo de dinâmica da infecção demonstraram que há eliminação de ovos de Fasciola hepatica pelos bovinos durante todos os meses do ano. A maior eliminação de ovos ocorreu de março a outubro, período coincidente com a diminuição dos índices de chuva na região.

Os resultados do inquérito epidemiológico feito com os produtores demonstrou que 47,9% das propriedades apresentaram pelo menos um exame de fezes de bovino positivo para pesquisa de ovos da Fasciola hepatica. Além disso, todos os produtores entrevistados mantêm algum tipo de intercâmbio comercial, relativo à composição de seus rebanhos bovinos, quer seja no próprio município de Itajubá, quer seja em municípios da região, possibilitando assim a dispersão do parasita entre rebanhos nos municípios vizinhos.

O breve resumo de seu ciclo citado a seguir pode auxiliar o criador a identificar e combater os focos de contaminação do parasito. Os parasitos adultos fazem a postura de ovos nos ductos biliares do hospedeiro; estes ovos alcançam os intestinos delgado e grosso, chegando ao meio exterior junto com as fezes. Após 12 a 14 dias, em ambiente aquoso, o ovo eclode uma larva que desloca-se rapidamente na água até encontrar um molusco, onde se transforma em cercárias. Estas, por sua vez, abandonam os moluscos e fixam-se em plantas próximas à água. O hospedeiro infecta-se ao ingerir as cercárias juntamente com as plantas.

 

Figura



A epidemiologia da doença está correlacionada a fatores como temperatura e disponibilidade de água, importantes para o desenvolvimento do parasita. Animais infectados são as principais fontes de contaminação das pastagens, através da eliminação dos ovos nas fezes.

Os dados encontrados nesta recente pesquisa vêm chamar a atenção para a grande importância deste parasita, que constitui uma zoonose e, ainda, destacar a elevada prevalência deste helminto nesta região de Minas Gerais, fato este que pode também estar ocorrendo em várias outras regiões do Brasil. Além disso, vale a pena enfatizar que o conhecimento epidemiológico da doença auxilia no seu controle, que por sua vez deve ser feito quebrando-se um elo da cadeia do ciclo biológico, ou seja, combatendo os estágios evolutivos no meio ambiente ou no hospedeiro com auxílio dos tratamentos estratégicos com anti-helmínticos.

Bibliografia: Renato Nunes de Faria - Prevalência e dinâmica na infecção por Fasciola hepatica (Linnaeus, 1758) em bovinos, no município de Itajubá - Minas Gerais / 2000
Tese de Mestrado do Departamento de Parasitologia do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da UFMG.

 

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RENATA DE OLIVEIRA SOUZA DIAS

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