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Nenhuma fazenda pode estar apenas 'na cabeça' de alguém

POR SANDRO CHAROPEN MACHADO

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 06/04/2023

4 MIN DE LEITURA

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Faço uma pequena provocação: O que aconteceria com sua fazenda hoje se, simplesmente você desaparecesse?

Quantas vacas deixariam de ser secas? Quantas vacas atrasariam para entrar no pré-parto? Quantas contas deixariam de ser pagas? Mas, você tem que ter em mente que há muito mais em jogo do que simplesmente vacas e contas.

Essa é a pergunta que você deve se fazer para pensar e avaliar se o processo de sucessão familiar está sendo feito de forma correta dentro de sua propriedade. Lembrando que o produtor de leite deve entender que, sucessão não é um processo que ocorre, na verdade a sucessão é um processo que vai ocorrendo.

Ou seja, o momento de começar a sucessão deve ser da escolha de cada um mas, melhor seria começar o processo de sucessão quando ainda nem temos um sucessor e, isso se faz não deixando que a propriedade permaneça apenas na cabeça de uma pessoa.

Nas experiências com diferentes propriedades leiteiras, de diferentes sistemas de produção e diferentes regiões, percebo que o erro se repete em quase a sua totalidade; são propriedades inteiras “na cabeça de uma pessoa”. A fazenda “na cabeça de alguém” é um passo gigantesco para o insucesso.
 

O que quer dizer a fazenda na cabeça de alguém?

É aquela fazenda que, tudo que acontece, todos os processos, todos os dados e decisões estão organizados na mente de uma única pessoa, seja ela o próprio produtor ou algum funcionário que desempenha um papel de gerente.

Algo extremamente comum nas propriedades rurais é ver que uma única pessoa sabe tudo o que aconteceu, acontece ou o andamento da propriedade como um todo. E isso é um grande passo para o insucesso pois exclui todos os demais da propriedade e os torna somente mão de obra e não colaboradores como muitos gostam de chamar.

Quando a fazenda está inteira na cabeça de uma única pessoa, reduz a chance do andamento normal da propriedade, em situação de falta dessa pessoa, seja ela por qualquer motivo. É aquele gerente que por motivos de saúde, familiares ou até mesmo por encerramento de contrato, quando sai, ele “leva” a fazenda com ele, deixando todos os demais perdidos e os processos ineficientes na propriedade.

É aquele produtor que reclama que não pode sair da propriedade porque sem ele as coisas não andam, ou seja, tudo depende de uma única pessoa na propriedade.

Outro ponto importante que devemos ressaltar são os processos de tomada de decisão que, como a pessoa conhece tudo dentro da propriedade, ele consegue fazer de forma mental (mesmo que não seja o melhor) e, quando essa pessoa não pode participar do processo de decisão, deixa os processos engessados, determinando o que muitas vezes vemos nas propriedades, “temos que esperar ele voltar pois é ele que decide sobre isso”.
 

O que o pai quer: um filho sucessor ou um “funcionário” que um dia vai assumir a propriedade?

Nessa mesma linha de pensamento, quando o pai busca a participação do filho já visando a sucessão familiar da atividade, ele precisa entender que, ter a fazenda toda ela dentro da sua cabeça (principalmente no tocante aos processos), é caminho para excluir o filho das tomadas de decisão, o que o torna um colaborador, um funcionário e não, o futuro proprietário.

Um dos principais problemas das propriedades de sucessão é que o novo proprietário tem que começar, quase tudo do zero, muitas vezes sem um conhecimento que ele teve muito tempo para adquirir mas, pela forma incorreta do processo de sucessão, acabou não acontecendo.

Como o filho é delegado a um “cargo de funcionário” ele não participa dos processos, o que interfere de forma decisiva na ligação dessa pessoa com a atividade e, o que muitas vezes gera um distanciamento e até mesmo uma desistência por parte dessa pessoa em relação à propriedade.
 

Tirando a propriedade de sua cabeça, colocando-a “no papel” e no “coração” das pessoas envolvidas

Quando você trabalha sua propriedade “no papel” ou em sistemas de gerenciamento, quando você discute a propriedade com as demais pessoas (sucessores e/ou funcionários), você os inclui. As pessoas começam a compreender os processos e, tudo aquilo que é compreendido é mais fácil de ser realizado.

A transição passa a ser menos truncada e mais rápida e, o que se percebe na prática que, fazendas que estão fora da cabeça das pessoas, tendem a caminhar mais rápido para o lucro, o sucesso e a evolução.

Por isso, pensando em uma sucessão mais leve, clara e bem sucedida, podemos agir na seguinte direção:

  • Colocando a propriedade “no papel”;
  • Organizando processos claro para cada etapa do sistema produtivo (receita de bolo);
  • Deixando todos os processos descritos (receita de bolo) de forma que, qualquer um que chegue naquela propriedade, consiga executar os processos de forma mais eficiente;
  • Reunindo periodicamente as pessoas envolvidas (funcionários, colaboradores e sucessores) para que possam saber o andamento atual da propriedade;
  • Realizando gestão de pessoas, de processos e financeira;
  • Gerando um histórico da propriedade.

Ao realizar essas etapas, não se pode garantir a certeza do sucesso do processo de sucessão, mas, que aumenta a chance de um processo bem sucedido, isso não resta dúvida.

E você, o que acha?
 

Enfatizando ainda mais a necessidade de se ter uma propriedade eficiente e sabendo da importância dos dados para isso, Sandro (autor deste e de outros artigos aqui no MilkPoint) estará no Interleite Sul, com a palestra "O cruzamento de dados da propriedade, na busca da eficiência". Não fique de fora e participe do melhor conteúdo, feira de negócios e networking da cadeia láctea da região Sul do Brasil! Clique aqui e se inscreva agora mesmo!
 

Referências

Artigo extraído da palestra O que aconteceria com tua propriedade se você desaparecesse amanhã? com a temática sobre sucessão familiar.

SANDRO CHAROPEN MACHADO

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ALEXANDRE ALVES DOMINGUES

FIRMINÓPOLIS - GOIÁS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 10/04/2023

EXcelente!!! falou tudo...
SANDRO CHAROPEN MACHADO

CHAPECÓ - SANTA CATARINA - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 17/04/2023

Muito obrigado Alexandre. que bom poder ter contribuído

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