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Alimentos 'animal-free': saúde e melhoria ambiental ou modismo e desinformação?

POR INSTITUTO DE AGRICULTURA REGENERATIVA

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 26/08/2022

16 MIN DE LEITURA

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Atualizado em 25/08/2022

A busca de soluções para as mudanças climáticas, o declínio da biodiversidade, a crise na saúde pública e a segurança alimentar passa pelo enfrentamento de questões fundamentais dos sistemas agrícolas e alimentares.

A produção “industrial” de alimentos que permitiu interromper o grande déficit alimentar do pós-guerra, mas deu origem a novos problemas de saúde humana e à degradação dos ecossistemas. Surge assim, um crescente e construtivo debate que se reduz, por vezes, à simples dicotomia “animais versus plantas”.

Ora, clima, solo, plantas e animais são componentes básicos dos diferentes ambientes naturais. Enquanto as plantas transformam, pela fotossíntese, a energia solar em biomassa vegetal e alimento para outros seres vivos, os animais promovem a sua renovação e dispersão, a reciclagem de nutrientes, o controle de pragas e doenças, etc.

Plantas e animais são, assim, partes indissociáveis da ciclagem de elementos vitais como o C (Fig. 1), não devendo ser apontados como fontes de “problemas” ambientais, pois são partes de sua solução.

Figura 1. Plantas e animais: componentes-chave da ciclagem de C e partes fundamentais da solução de problemas ambientais.

alimentos animal free
Fonte: Ongaratto & Romanzini (2022).
 

Por sua vez, sistemas inadequados de produção, baseados na conversão de áreas de vegetação natural, na redução da cobertura e na mobilização do solo, e no uso indiscriminado de insumos e maquinário geram degradação do ambiente. Ou seja, o problema não está nas plantas e nos animais, está no “onde” e “como” eles são manejados nos sistemas de produção ditos “convencionais”.

Se por um lado a produção em confinamento dá origem a emissões de gases de efeito estufa (GEE) e questionamentos éticos e sanitários, por outro lado, a pecuária baseada em pastagens promove o sequestro de carbono, a matéria orgânica do solo, a biodiversidade, a qualidade dos alimentos e a valorização de terras com limitações para outros usos.

Os efeitos da produção pastoril, nada mais são do que o resultado do trabalho da natureza a nosso favor, dando origem a uma produção mais resiliente, com qualidade de vida para o produtor e bem-estar para os animais (Fig. 2).

Figura 2. Benefícios da produção pecuária regenerativa.

animal free
Fonte: Spratt et al. (2021).
 

Assim, os alimentos se impõem como fontes naturais de nutrientes de qualidade, capazes de satisfazer nossas necessidades nutricionais, mas também como produtos, cuja demanda estimula a produção. Nesse sentido:

a) quanto mais diversificada e qualificada a dieta, menores serão o risco de deficiência nutricional e o custo da alimentação, e maior a facilidade de obtenção, sobretudo, de alimentos da estação;

b) quanto maior for a preocupação com a sustentabilidade da produção agropecuária, menores os impactos ambientais da atividade;

c) quanto mais próximas dos ambientes naturais forem as relações clima-solo-planta-animal que norteiam os processos produtivos, mais saudáveis serão os alimentos, os ambientes e as pessoas envolvidas na sua produção e consumo.

Neste contexto, suprimir o consumo de determinado produto de origem animal ou vegetal é temerário, pois além de impedir os benefícios citados, estimula o aumento de monoculturas e suas consequências.

 

Mas então, o que devemos comer?

A escolha da dieta é uma questão pessoal que inclui aspectos éticos, sociais, econômicos, religiosos, de saúde e, cada vez mais preocupações ambientais, tornando inadequada a avaliação pontual de sua sustentabilidade.

Por outro lado, estudos recentes mostram que um percentual entre 20 e 50% das necessidades diárias de proteína do mundo pode ser fornecido a partir de animais criados com alimentos não comestíveis por humanos, sobretudo, forragens e resíduos do processamento de grãos (Fig. 3). Tal produção pode ainda suportar parte das necessidades de energia e ferro (10%), de cálcio e zinco (20%) e de vitamina B12 (75%).


Figura 3. Contribuição (%) de animais criados com alimentos não comestíveis por humanos para o atendimento das exigências nutricionais da humanidade.

Contribuição (%) de animais criados com alimentos não comestíveis por humanos para o atendimento das exigências nutricionais da humanidade.
Fonte: Van Zanten et al. (2018).

Carnes e lácteos impõem-se, assim, como fontes essenciais de nutrientes para a alimentação humana, além de representarem formas de valorização de recursos grosseiros, prevenção de incêndios e gestão de paisagens.

Em meio a isso, alimentos à base de plantas, sintéticos, ou produzidos “de forma vertical” têm sido apontados como substitutos de carne e leite, com supostos menores impactos ambientais e melhores qualidades nutricionais. Uma reflexão mais aprofundada se impõe neste caso:

  • Existe embasamento suficiente para recomendar a substituição de produtos de origem animal por alimentos alternativos?
     
  • Novas tecnologias não seriam mais um aliado no esforço global de produção de alimentos para todos, ao invés de alternativa aos alimentos produzidos de forma natural?

 

A alimentação vegana e a evolução da produção agropecuária

A alimentação sem produtos de origem animal ganhou adeptos nos últimos anos, inicialmente, pelo apelo ao bem-estar dos animais de criação: seres que merecem respeito e que não são máquinas de satisfação das necessidades humanas.

Esta tendência aliou-se a crescentes demandas dos consumidores por melhoria das condições de criação e pela redução do uso na produção animal de alimentos próprios para consumo humano, com efeitos na sua disponibilidade e custo.

Neste ponto, apesar das diferentes pressões atuais sobre a produção animal, há de se lembrar que: (1) “um erro não justifica outro”; (2) “o desconhecimento não legitima decisões equivocadas”; e (3) “problemas nem sempre se solucionam com a supressão de causas aparentes”.

A exclusão de produtos de origem animal das dietas humanas, sem considerar a forma como são produzidos e os efeitos dos animais nos diferentes ecossistemas, não é somente uma mudança sem consequências positivas: pode ser fonte de impactos ambientais e nutricionais sem precedentes.

A adoção de tais dietas resultaria na concentração da produção de alimentos em terras aráveis (10-12% da superfície terrestre livre de gelo - Fig. 4), aumentando a pressão por conversão de novas áreas; negligenciaria a satisfação de parte das necessidades nutritivas globais; e privaria a subsistência de 1,3 bilhão de pecuaristas. Parece, assim, uma perspectiva temerária, sobretudo em regiões inadequadas para a produção agrícola.


Figura 4. Terra arável (% do total de terras livres de gelo do mundo).

Terra arável (% do total de terras livres de gelo do mundo).
Fonte: World Bank (2018).
 

Além disso, muitos alimentos derivados de plantas têm impactos ambientais significativos por utilizarem grandes quantidades de água, de recursos não renováveis (como combustíveis fósseis) e de produtos químicos em sua produção. Além disso, podem causar degradação de solos e cursos d'água, perda de habitats da vida silvestre e alta liberação de carbono para a atmosfera.

Por outro lado, dietas contendo proteínas animais oriundas de sistemas que utilizam alimentos não consumíveis pelo homem usam menos terras aráveis do que dietas veganas. A alimentação do gado baseada nestes alimentos exige 75% das terras aráveis necessárias para uma dieta vegetariana exclusiva, e permite o desenvolvimento de sistemas com maiores perspectivas de restauração ambiental e de incremento produtivo ao longo do tempo.

Estes processos são potencializados na produção de ruminantes que, ao consumirem pasto e sobras de lavouras, aceleram a reciclagem de nutrientes (Fig. 5) e permitem produções de grãos com menor dependência de insumos externos.


Figura 5. Papel da pecuária de baixo custo no sistema alimentar: conversão de recursos grosseiros em adubo orgânico e alimentos de alta qualidade.

Papel da pecuária de baixo custo no sistema alimentar
Fonte: Van Zanten et al. (2018).

Assim, o uso de pastagens bem manejadas descreve um novo patamar, na medida em que armazenam mais carbono no solo do que áreas de lavouras, ou mesmo que florestas tropicais e temperadas (Fig. 6). Ao estimular o crescimento das plantas e a liberação de raízes e nutrientes no solo, o pastejo adequado propicia, num círculo virtuoso, melhores condições de desenvolvimento vegetal.


Figura 6. Armazenamento de carbono nos diferentes ecossistemas terrestres.

Armazenamento de carbono nos diferentes ecossistemas terrestres.
Fonte: Neufeld & Smith (2022).

Como resultado, sistemas de produção em pastagens são muito mais resilientes, constituindo atividade fundamental em regiões pobres e “poupança estratégica” em várias culturas. Isso decorre da formação de flores e frutos nas culturas de grãos, que exige maior “esforço” fisiológico das plantas, tornando-as mais suscetíveis a pragas e déficits, quando comparadas com cultivos forrageiras.
 

A expansão dos centros urbanos e a agricultura vertical

A produção vertical ou indoor se desenvolveu em resposta à demanda crescente de alimentos dos aglomerados urbanos, agregando, mais recentemente, argumentos como a redução da fome e a mitigação do uso da terra e da energia, da emissão de GEE e da poluição.

Em termos logísticos, se passássemos a consumir somente produtos locais e de época, esta modalidade produtiva alcançaria importância renovada pela proximidade dos pontos de consumo, bem como, pelo maior controle do uso de recursos, fatores ambientais e ocorrência de pragas e doenças.

No entanto, a alta demanda de energia (com iluminação artificial, controle de temperatura e outros sistemas) e o alto custo da infraestrutura limitam sua viabilidade (Fig. 7).

Figura 7. Principais componentes de uma fazenda vertical.

Principais componentes de uma fazenda vertical.
Fonte: CBInsights (2021).

Existem ainda aspectos adicionais a serem considerados como o transporte de insumos, a destinação de resíduos e a eficiência energética da atividade, uma vez que:

a) os substratos são produzidos a partir de recursos extraídos da natureza e, deslocados e manipulados por equipamentos movidos, majoritariamente, por combustíveis fósseis;

b) o descarte de resíduos demanda estruturas adicionais de manipulação e tratamento;

c) o uso da energia é limitado à (in)eficiência de transformação de placas fotovoltaicas e lâmpadas, leds, condicionadores de ar, etc.

Em situações específicas esta possibilidade pode propiciar a oferta de alimentos dificilmente obtidos de outra forma, além de uma remuneração diferenciada de produtores, por meio da oferta de produtos de alto valor agregado. Porém, em relação à substituição de alimentos produzidos outdoor, não parece lógico usar a luz solar para produzir energia elétrica destinada à alimentação de fontes de luz, ao invés de utilizá-la diretamente pelas plantas.

Exceções à parte, não se pode perder de vista o aspecto holístico da produção de alimentos e demais atividades humanas. Vivemos em um só planeta. Pensar a produção de alimentos em uma caixa, onde a natureza é mera provedora de recursos e receptora de resíduos, é uma postura limitada. Podemos fazer melhor!
 

A sociedade biotecnológica e os alimentos sintéticos

Da produção de substâncias úteis para uso industrial, vacinas para a prevenção de doenças, e plantas resistentes a pragas e doenças, a biotecnologia evoluiu para a produção de órgãos para transplantes humanos e alimentos sintéticos.

Como argumentos em prol da produção em laboratório de alimentos de origem animal estão: a redução dos impactos ambientais e do risco de doenças zoonóticas, a solução para a fome no mundo, a garantia alimentar na perspectiva global de 2050, a defesa dos animais e a conservação da biodiversidade.

No entanto, uma análise mais detalhada destes argumentos suscita questionamentos frente às características dos processos, matérias-primas e infraestruturas envolvidos em comparação com o que se observa na produção animal, com destaque para:

a) o alto nível de esterilidade necessário para evitar contaminações em culturas de células, que inclui: ambientes controlados e higienizados, o uso de materiais plásticos e antibióticos. Como tal, seus impactos ambientais são comparáveis aos da indústria farmacêutica, sem informações específicas disponíveis;

b) custos ainda mais elevados que os característicos de produções verticais devido à alta demanda em infraestruturas, insumos e mão-de-obra especializados, o que torna difícil sua viabilização, mesmo que se considere a produção em escala de um número reduzido de produtos comerciais;

c) a alta demanda energética envolvida na manutenção de infraestruturas, com impacto econômico adicional e emissão aditiva de carbono para a atmosfera, por se tratar de CO2 de origem fóssil, diferentemente da produção animal, onde o carbono emitido faz parte do ciclo natural (Fig. 8). Além disso, não ocorre sequestro de carbono no solo, característico de sistemas pastoris e arbóreos bem manejados.


Figura 8. Armazenamento de carbono nos diferentes ecossistemas da Terra.

Armazenamento de carbono nos diferentes ecossistemas da Terra.
Fonte: Rodgers (2021).

Assim como a alimentação vegana e a agricultura vertical, a produção de alimentos sintéticos negligencia as contribuições da produção agropecuária para o esforço global de mitigação das mudanças climáticas e uso de recursos, e desconsidera a participação dos animais no equilíbrio dos ambientes. Há ainda um agravante: sua aceitação depende de uma mudança radical de opinião do mundo moderno, que cada vez mais atribui valor aos produtos e processos naturais, em detrimento dos sintéticos e/ou artificiais.

Tal situação ignora valores culturais associados a mecanismos de pertencimento, saberes tradicionais e referenciais históricos que constituem a base de etnias e civilizações em diferentes regiões do mundo. Assim, pensar na substituição em larga escala de alimentos naturais, além de parecer tecnicismo exagerados, é uma simplificação na busca de soluções pontuais a despeito da complexidade e riqueza dos diferentes ecossistemas. Podemos fazer bem melhor do que isso!!
 

A nutrição, a saúde humana e as diferentes dietas

Para além de questões econômicas e ambientais, quais são os efeitos de dietas baseadas somente em plantas ou alimentos sintéticos sobre a saúde humana?

Inevitavelmente, qualquer dieta restritiva aumenta o risco de deficiências nutricionais, exigindo um maior controle e, em geral, incremento de custos. Além da distribuição desigual e de questões relacionadas ao equilíbrio energético-proteico, quando se busca determinar o perfil nutricional dos alimentos e seus respectivos efeitos sobre a saúde há de se considerar também o teor efetivo de nutrientes e substâncias nutracêuticas, bem como, a ausência de resíduos tóxicos ou teratogênicos.

Uma dieta equilibrada, pressupõe a oferta de proporções adequadas de aminoácidos essenciais, ácidos graxos, fibras, vitaminas e minerais. Este equilíbrio depende da composição dos diferentes alimentos que, por sua vez, varia com a forma como são produzidos. Neste sentido, alimentos oriundos de sistemas de policultivo, que integrem produções animais e vegetais numa ótica regenerativa, tendem a conter mais nutrientes benéficos à saúde (Tab. 1).


Tabela 1. Perfil de ácidos graxos de produtos de origem animal oriundos de sistemas de produção regenerativa, em pastagens e em confinamento.

 Perfil de ácidos graxos de produtos de origem animal
Fonte: Montgomery et al. (2022).

Em contrapartida, a menor atividade biológica e o maior uso de agrotóxicos em monoculturas de grãos, bem como, a utilização de hormônios de crescimento, corantes, conservantes, antibióticos e demais produtos na produção de alimentos sintéticos representam riscos adicionais à saúde humana, cujos efeitos devem ser considerados.
 

A pecuária regenerativa e a alimentação de qualidade

O mundo em sua diversidade tem pessoas que não comem o suficiente e outras que comem demais, práticas agropecuárias que degradam o ambiente e alternativas produtivas que permitem sua restauração. Isso em meio a uma população crescente que depende de alimentos e condições naturais que permitam sua sobrevivência. Com tantos desafios, tentar resolver tudo com tecnologias futuristas de alto custo não parece muito lógico, tampouco razoável para uma humanidade que degradou os diferentes ecossistemas a tal ponto que está tendo que repensar suas atividades e promover a regeneração do Planeta.

Neste sentido, o primeiro passo na produção de alimentos é promover o reencontro da agricultura com a pecuária (Fig. 9). Assim como nos ambientes naturais, clima-solo-planta-animal são componentes fundamentais dos sistemas de produção agropecuária.

Ao dissociá-los, reduzimos a cobertura do solo, a diversidade em geral e a reciclagem de nutrientes, aumentando a erosão, a ocorrência de pragas e doenças, e o uso de fertilizantes e agrotóxicos. Para reverter esta situação, basta fazer o básico: recompor estes ecossistemas e incentivar seus processos naturais.


Figura 9. Sistemas integrados de utilização de pastagens: o reencontro das produções vegetais e animais.

Sistemas integrados de utilização de pastagens:
Fonte: RegenerAgri (2022).

Imaginar, neste contexto, um futuro sem plantas ou animais de criação, ou totalmente livre das limitações do clima e do solo é uma especulação teórica sem qualquer pretensão objetiva. Ao invés disso, sistemas, práticas e atitudes diferenciadas podem realmente dar origem a um novo futuro, baseado na(o):

a) integração de atividades que inclua cultivos vegetais e produções animais de forma simultânea ou em rotação, se possível, na totalidade das áreas produtivas;

b) utilização de práticas que mimetizem o que ocorre na natureza, como é o caso do pastoreio rotacionado com altas lotações instantâneas e curtos períodos de permanência (a vida em movimento);

c) redução da estabulação / confinamento de animais ao estrito necessário, como estratégia de redução de custos, de otimização da reciclagem de nutrientes e de mitigação de emissões;

d) incremento do comércio local, sazonal e direto dos produtores, permitindo o conhecimento da história do alimento, a melhoria de sua qualidade e a redução dos impactos devidos ao transporte;

e) controle do desperdício na produção, transporte, armazenamento e consumo de alimentos, com benefícios ambientais, econômicos e sociais.

Subnutrição, barreiras comerciais, solos em degradação e rendimentos agrícolas em declínio são questões que devem se tornar problemas do passado: isso só depende de nossas atitudes.

Plantas e animais de criação sempre foram nossos parceiros, garantidores de facilidades e sobrevivência.

A promoção de ambientes saudáveis por meio da produção de alimentos que promovam a saúde é o prenúncio de uma nova era.

Um grande passo na construção de um futuro grandioso, seguro e sustentável.

Faça sua parte!
 

Sobre o Instituto de Agricultura Regenerativa

O Instituto de Agricultura Regenerativa é uma associação privada, sem fins lucrativos, engajada na consolidação de um novo paradigma: a produção de alimentos saudáveis, ricos em nutrientes e sem resíduos de substâncias tóxicas pode promover a restauração de processos e relações naturais, gerando benefícios socioeconômicos e ambientais. Como tal, seus efeitos se assemelham ao que ocorre em ambientes naturais, onde os diferentes indivíduos interagem, de forma sinérgica e complementar.

Sem deixar de reconhecer a contribuição de práticas como o preparo mínimo do solo e o uso de culturas de cobertura em substituição aos agrotóxicos como contribuições efetivas da agricultura orgânica, a agricultura regenerativa dá um passo à frente: incorpora uma abordagem holística da produção agrícola, embasada em princípios de hierarquia ecológica e práticas conservacionistas. Com isso, regeneração, manutenção e aumento da resiliência da produção de alimentos se aliam à melhoria da qualidade de vida de produtores e consumidores de alimentos, tanto do meio rural como de grandes aglomerações urbanas. Mais informações, acesse o site.

 

Colaboraram para esta publicação:

Marcelo Abreu da Silva - Engenheiro Agrônomo, Mestre e Doutor em Ecoetologia.
Milene Dick - Médica Veterinária, Mestre em Agronegócios e Doutora em Zootecnia.
Rickiel Rodrigues Franklin da Silva - Engenheiro Agrônomo, Mestre em Agronomia.
Sebastião Ferreira de Lima - Engenheiro Agrônomo, Mestre em Agronomia e Doutor em Fitotecnia.
Cícero Célio de Figueiredo - Engenheiro Agrônomo, Mestre e Doutor em Agronomia.
Vespasiano Borges de Paiva Neto - Engenheiro Agrônomo, Mestre e Doutor em Agronomia
João Carlos Gonzales
- Médico Veterinário, Mestre e Doutor em Ciências Veterinárias.
Homero Dewes - Farmacêutico, Mestre e Doutor em Biologia.

 

Referências

CBInsights. How Vertical Farming Is Impacting The Food Supply Chain And Enabling Taste Innovation. Disponível em: https://www.cbinsights.com/research/what-is-vertical-farming/.

Neufeld, D., Smith, M. Visualizing Carbon Storage in Earth’s Ecosystems. Carbon Streaming Corporation: Visual Capitalism. 2022. Disponível em: https://www.visualcapitalist.com/sp/visualizing-carbon-storage-in-earths-ecosystems/.

Montgomery, D.R., et al. Soil health and nutrient density: preliminary comparison of regenerative and conventional farming. PeerJ, v. 10, p. e12848, 2022. Disponível em: https://peerj.com/articles/12848/.

Ongaratto, F., Romanzini, E.P. Ecossistema pastoril: serviços ecossistêmicos, características do dossel e emissão de gases do efeito estufa. Zootecnia: pesquisa e práticas contemporâneas. v.1, 25p. 2022.

RegenerAgri. Planejamento integrado de sistemas de produção. 2022. Disponível em: https://www.regeneragri.com/home.

Rodgers, D. Are cow farts destroying the planet? SacredCow. 2021. Disponível em: https://www.sacredcow.info/blog/are-cow-farts-destroying-the-planet.

Spratt, E. et al. Accelerating regenerative grazing to tackle farm, environmental, and societal challenges in the upper Midwest. Journal of Soil and Water Conservation, 76 (1), p.15A-23A, 2021. Disponível em: https://www.jswconline.org/content/76/1/15A.

Van Zanten, H.H.E., et al., Defining a land boundary for sustainable livestockconsumption. Global Change Biology. v.24(9), 4185-4194, 2018. Disponível em: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1111/gcb.14321.

World Bank. Arable land (% of land area). Disponível em: https://data.worldbank.org/indicator/AG.LND.ARBL.ZS

INSTITUTO DE AGRICULTURA REGENERATIVA

O Instituto de Agricultura Regenerativa é uma associação privada, sem fins lucrativos, engajada na consolidação da produção de alimentos saudáveis, ricos em nutrientes e sem resíduos de substâncias tóxicas.

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FREDERICO VIEIRA

PIRACICABA - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 29/08/2022

Excelente matéria. Entendo que o caminho do 'meio' neste debate seja o mais saudável para a pecuária brasileira. De um lado, conforme exposta nesta excelente matéria, a substituição da proteína animal na sua totalidade para qualquer substituto artificial é desastrosa, pois ainda é a fonte proteica mais barata do mundo, considerando grande porcentagem da população que ainda passa fome. Temos que considerar também o uso de corantes e demais produtos químicos artificiais nestes substitutos, o que inflaciona a boa nutrição humana. Por outro lado, considero também interessante o surgimento destes substitutos no sentido de visar o bem-estar animal, se preocupar com a qualidade de vida de animais de produção. Os veganos e vegetarianos sempre prestaram enorme serviço para nós, pois denunciaram maus tratos que são normalizados pela cadeia produtiva. Apoiar novas visões sempre será uma evolução para a pecuária sustentável mundial. Todavia, os extremos se distanciam e promovem desigualdades. Mais uma vez, super matéria para levarmos pra frente!

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