ESQUECI MINHA SENHA CONTINUAR COM O FACEBOOK SOU UM NOVO USUÁRIO
FAÇA SEU LOGIN E ACESSE CONTEÚDOS EXCLUSIVOS

Acesso a matérias, novidades por newsletter, interação com as notícias e muito mais.

ENTRAR SOU UM NOVO USUÁRIO
Buscar

A saúde do rebanho começa com o controle das onfalopatias - Parte 2

POR RENATA DE OLIVEIRA SOUZA DIAS

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 12/07/2002

4 MIN DE LEITURA

0
0

As infecções umbilicais estão entre as quatro mais importantes doenças dos bezerros. Em Hannover, na Alemanha, 611 bezerros foram avaliados, sendo que 434 (71%) apresentavam problemas umbilicais e, destes, 402 tinham até 7 dias de vida. No Brasil, os relatos de pesquisa apontam uma ocorrência de 8% e 7%, em trabalhos conduzidos nos anos de 1987 e 1997, respectivamente.

Assim sendo, em continuidade ao tema sobre as onfalopatias, neste artigo serão abordadas as principais enfermidades infecciosas, os métodos de controle e prevenção das onfalopatias (doenças do umbigo).

As onfalopatias infecciosas comprometem um ou vários vasos e segmentos umbilicais da região extra e intra-abdominal. A infecção do umbigo está diretamente associada com o nível de contaminação do ambiente em que o bezerro nasce e vive durante os primeiros dias. É importante destacar o conceito que existe uma relação inversamente proporcional entre o aparecimento de onfalopatias infecciosas e o bom manejo do neonato.

Quando um rebanho enfrenta problemas com infecções umbilicais, deve-se ter em mente que, fora a morte do animal, as piores conseqüências desta enfermidade são as possíveis seqüelas deixadas pela doença. A ocorrência destas onfalopatias nos primeiros meses de vida pode comprometer outros órgãos e prejudicar a vida produtiva do animal. Os principais problemas associados às infecções umbilicais são o abscesso hepático, a artrite infecciosa, a pneumonia e as enterites. Em um dos trabalhos realizados no Brasil, conduzido pelo Prof. Luciano, 33,5% dos animais acometidos com infecção umbilical apresentaram artrite infecciosa, 28,5% apresentaram broncopneumonia e 5% apresentaram enterite. Outros pesquisadores relatam a associação das onfalopatias infecciosas com a dificuldade de recria dos animais. Se a ficha cadastral de cada animal que sofreu de onfalopatia nos primeiros meses de vida fosse marcada e cada produtor e técnico começasse a acompanhar com atenção a vida produtiva destes animais, poderiam constatar, num levantamento particular, o quanto estes animais estão mais predispostos a problemas clínicos durante sua vida produtiva.

Para realizar o diagnóstico da onfalopatia infecciosa é necessário o exame local, onde se pode encontrar aumento de volume, calor, corrimento purulento e sensibilidade. Entretanto, é possível que um umbigo com aspecto seco e normal possa estar com infecção no úraco, veia ou nas artérias umbilicais. Nestes casos, suspeite de animais com dores à palpação do umbigo e animais com febre de origem desconhecida. Uma boa anamnese e um exame clínico completo do animal auxiliam o esclarecimento do diagnóstico.

Os principais patôgenos que acometem o umbigo são Corynebacterium piogenes (principalmente), e bactérias dos gêneros Streptococcus e Staphylococcus.

Via de regra, a denominação mais utilizada para os problemas infecciosos no umbigo é Onfaloflebite. Entretanto, apesar de serem sempre responsabilizadas pela enfermidade as Onfaloflebites ocorrem em apenas cerca de 30% dos casos. Veja na tabela 1 a distribuição das onfalopatias infecciosas.

Tabela 1 - Patologias Infecciosas do umbigo
 

 


Nos casos mais simples de patologias infecciosas do umbigo o tratamento envolve limpeza do local com solução anti-séptica, aplicação freqüente de iodo 5 a 10 % e a antibióticoterapia. É importante lembrar que a utilização de pomadas repelentes previne a ocorrência de miíases, fato muito comum, que agrava o processo, comprometendo o prognóstico do quadro. Nos casos mais complexos, a melhor opção é a correção cirúrgica.

O controle dos problemas umbilicais envolve as seguintes práticas após o nascimento do bezerro:

- mergulhar o umbigo em solução de álcool iodado 10%
- cortar o umbigo com tesoura limpa e flambada a aproximadamente 2 cm da pele
- mergulhar novamente na solução de álcool iodado 10%
- mergulhar diariamente em solução de álcool iodado 10% durante a primeira semana de vida.
OBS: nos casos em que a prática de mergulhar o umbigo na solução não for possível no manejo da fazenda, utilizar sprays com a solução de álcool iodado 10%.

É essencial associar à rotina mencionada acima um bom manejo do neonato. Entende-se por um bom manejo: manutenção de um ambiente limpo e arejado, contato com a mãe logo após o nascimento para limpeza lingual do feto, acesso ao colostro nas primeiras horas de vida, adequado tratamento do umbigo (produto e forma de aplicação), evitar movimentos bruscos durante a enfermagem do umbigo e evitar traumas na região umbilical.

Estas medidas, se realizadas periodicamente na propriedade, com certeza reduzirão a probabilidade da ocorrência das onfalopatias e, consequentemente, o risco da existência de animais que apresentem seqüelas desta enfermidade em sua vida produtiva.

Figura 1- Aspecto do umbigo após o procedimento curativo/preventivo descrito acima

 

 



Fonte:

FIGUEIREDO, L.J.C., Onfalopatias de Bezerros, Salvador: EDUFBA, 1999. 94p.

Dairy Herd Mangement / agosto de 1999.

SMITH, B.P. Tratado de Medicina Interna de Grandes Animais. São Paulo:
Manole, 1993. p.204, 377, 378.

RENATA DE OLIVEIRA SOUZA DIAS

0

DEIXE SUA OPINIÃO SOBRE ESSE ARTIGO! SEGUIR COMENTÁRIOS

5000 caracteres restantes
ANEXAR IMAGEM
ANEXAR IMAGEM

Selecione a imagem

INSERIR VÍDEO
INSERIR VÍDEO

Copie o endereço (URL) do vídeo, direto da barra de endereços de seu navegador, e cole-a abaixo:

Todos os comentários são moderados pela equipe MilkPoint, e as opiniões aqui expressas são de responsabilidade exclusiva dos leitores. Contamos com sua colaboração. Obrigado.

SEU COMENTÁRIO FOI ENVIADO COM SUCESSO!

Você pode fazer mais comentários se desejar. Eles serão publicados após a analise da nossa equipe.

Assine nossa newsletter

E fique por dentro de todas as novidades do MilkPoint diretamente no seu e-mail

Obrigado! agora só falta confirmar seu e-mail.
Você receberá uma mensagem no e-mail indicado, com as instruções a serem seguidas.

Você já está logado com o e-mail informado.
Caso deseje alterar as opções de recebimento das newsletter, acesse o seu painel de controle.

MilkPoint Logo MilkPoint Ventures