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Retomada de preços pode ocorrer já em fevereiro, mas chuvas podem limitar essa tendência

POR MARCELO PEREIRA DE CARVALHO

E ALINE BARROZO FERRO

PANORAMA DE MERCADO

EM 06/02/2008

3 MIN DE LEITURA

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O ano de 2008 começa com preços relativamente elevados. Segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, a média de preços de janeiro foi cerca de 36% superior à obtida no mesmo mês de 2007, ficando em R$ 0,66/l.

Para fevereiro, segundo fontes consultadas pelo MilkPoint, a expectativa é de estabilidade ou alta de preços em função do início da entressafra. Posto isso, o aumento das chuvas no Sudeste e Centro-oeste parece dar uma sobrevida à safra, reduzindo o ritmo de retomada dos preços, cuja expectativa de recuperação era maior há um mês. De qualquer forma, a tendência é que as empresas demandem mais leite para processamento e estocagem para o período de seca, quando a produção de leite é menor. Além disso, neste mês encerram-se as férias escolares, e o consumo de lácteos tende a ser maior. Porém, o mercado ainda dependerá do comportamento da oferta de leite no período, tendo nas condições climáticas uma importante variável.

A variação de preços depende muito ainda da empresa compradora. Em Goiás, por exemplo, algumas cooperativas chegaram a aumentar em até R$ 0,03/l o preço ao produtor e algumas indústrias em até R$ 0,05/l. O portfólio de produtos de cada empresa e a estratégia de momento estão por trás desse comportamento.

No mercado spot (comercialização de leite entre as indústrias), também já se fala em recuperação de preços. Esse mercado funciona como um "termômetro" para os preços ao produtor. Quando há tendência de queda, no mercado spot a redução ocorre antes e com maior intensidade. O mesmo acontece quando há uma tendência de alta.

De acordo com agentes do mercado, a possível retomada de preços se deve também a maior demanda de leite em pó nos mercados interno e externo. De acordo com dados do Cepea, em dezembro, a média de preços do leite em pó (400g) no atacado dos estados de São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Paraná e Rio Grande do Sul foi de R$ 11,75/kg, considerando o leite fracionado em pacotes de 400g, frente à média de R$ 8,18 obtida no mesmo mês de 2006. A alta alcançou 43,6% no período.

Nesse cenário, resta ao segmento de leite longa vida, por sua vez, acompanhar para não perder matéria-prima, ainda que o leite UHT não tenha subido tanto.

A oferta de leite no mercado interno já atingiu o pico nas principais regiões produtoras - Sudeste e Centro-Oeste e segue estável. No Sul, em algumas regiões a produção já apresenta declínio, o que é normal para o período.

Um fator que tem sido apontado por vários agentes do setor como limitante ao aumento da produção é o preço da ração animal, que está elevado em função da alta do milho e do farelo de soja. Muitos produtores estão utilizando o mínimo de ração e o máximo de pastagens para otimizar os custos (clique aqui
para ler artigo sobre o aumento dos custos de produção).


A demanda interna de lácteos aumentou mesmo com preços mais altos em 2007. Para analisar o consumo de leite aparente, foi calculada a disponibilidade interna de leite, por meio da produção formal - tomando como base a variação do índice de captação de leite do Cepea, que mostrou aumento de 9,88% no volume adquirido pelos laticínios em 2007 -, adicionada ao volume importado e subtraindo a exportação, em equivalente leite (Tabela 1).

Com base nisso, em 2007, houve um aumento de 6,4% no consumo aparente em relação a 2006. Um dos principais fatores que favoreceram o aumento do consumo foi o aumento da renda populacional.

Tabela 1. Consumo aparente de lácteos no mercado interno, considerando apenas a produção inspecionada pelo SIF.



De acordo com especialistas, os riscos para o consumo brasileiro neste ano incluem a crise econômica internacional e a possibilidade de falta de energia. Porém, o emprego e a renda tendem a continuar em crescimento neste ano, o que pode favorecer o consumo de lácteos em 2008. Por ora, para os próximos meses há uma expectativa de sustentação de preços, com tendência de alta, em função da entrada da entressafra nas principais regiões produtoras.

O mercado internacional também tem sido favorável, visto que os preços dos lácteos se mantêm elevados. Após consecutivas reduções de preços de lácteos exportados do Oeste da Europa, no final de janeiro houve uma recuperação de acordo com dados do USDA. Na Oceania, os preços permaneceram estáveis no final do mês passado.

MARCELO PEREIRA DE CARVALHO

Engenheiro Agrônomo (ESALQ/USP), Mestre em Ciência Animal (ESALQ/USP), MBA Executivo Internacional (FIA/USP), diretor executivo da AgriPoint e coordenador do MilkPoint.

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OLIVINO DOS SANTOS FILHO

ITAPETININGA - SÃO PAULO - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 13/02/2008

Acho que 2008 pode ser melhor que 2007, mas volto a dizer que tem muito laticinio oferecendo coisas que não vão comprir, tem que ter o pé no chão. Não criar muita esperança ao produtor.
AGENOR TEIXEIRA DE CARVALHO

ARAXÁ - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 12/02/2008

Desculpe, Sr. Alexandre,

Se a indústria fosse um pouquinho menos "gulosa", talvez o consumo subisse, e assim seria melhor para toda cadeia. Mas, infelizmente, quem tabela o preço é a indústria, que está bem organizada e falando a mesma língua entre si.

VITOR

SÃO DOMINGOS - SANTA CATARINA

EM 12/02/2008

Gostei muito da colocação do amigo Paulo Silva, principalmente na questão do apoio que o produtor precisa exigir da empresa para que ele vende o leite. Muitos, às vezes, não entendem que o departamento técnico é como um seguro, se você precisa ele está aí pra ajudar. Se não precisa, a parcela é cobrada a mesma coisa.

Outro ponto interessante e que merece muito cuidado é na questão do preço para o produtor e suas consequências na comercialização dos derivados. Ou seja, não existe a possibilidade de um produtor vender milho, por exemplo, a R$ 30,00 a saca e querer pagar R$ 0,40 por kg da ração. São dois lados da moeda que, infelizmente, devemos olhar para eles antes de reclamar.
ILDEBRANDO DE MOURA MACHADO

NOVA FRIBURGO - RIO DE JANEIRO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 12/02/2008

Sr. Alexandre, com certeza haveria maior consumo de leite e derivados, se os preços entre produtor e consumidor final não tivessem tanta diferença. Acredito que o problema de consumo não é o preço pago ao produtor.
PAULO MAURICIO B. BASTO DA SILVA

JARAGUÁ DO SUL - SANTA CATARINA - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 10/02/2008

Precisamos ser cautelosos e procurar analisar friamente a situação de mercado. Um aumento excessivo no preço da matéria prima - leite -, pode "travar" o consumo mais rapidamente do que se espera.
Devemos lembrar que, no ano passado, os preços pagos ao produtor subiram bem acima de qualquer outro período, porém partiram de um patamar (janeiro 2.007) em torno de R$ 0,45/litro; neste ano, janeiro 2.008, o patamar é de R$ 0,60/litro.

A cadeia de laticínios ainda é ineficiente e amadora, e precisa de uma mudança estrutural que deve fazer com que produtores, indústrias, e principalmente oe mercados (redes) entendam que o equilíbrio leva a com que todos ganhem.

Alguns laticínios (até grandes) estão tendo uma postura irresponsável no tocante ao campo e os produtores não devem se "encantar" com propostas milagrosas que não se sustentam no médio e longo prazos e isso já aconteceu por diversas vezes.

O produtor deve focar sua atividade muito mais no controle de seu custo do que no preço (não que ele não seja importante), mas cuidar de fazer o dever de casa solicitando apoio da indústria para qual ele vende seu leite e de instituições municipais e estaduais.
ALEXANDRE MATARAZZO

SÃO PAULO - SÃO PAULO - DISTRIBUIÇÃO DE ALIMENTOS (CARNES, LÁCTEOS, CAFÉ)

EM 08/02/2008

Srs., será que vai haver consumo para leite e derivados com os preços que os senhores esperam?
LUCAS ANTONIO DO AMARAL SPADANO

GOUVÊA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 08/02/2008

Realmente, o assunto é importante, aqui em Minas, estamos sofrendo com o aumento exgerado dos custos de produção, neles incluído o custo absurdo da energia elétrica.

Os insumos básicos, ração, medicamentos etc... estão muito além do desejável.

Em nossa região, parte central de Minas, ainda tivemos o problema de aproximadamente sete meses sem chuvas, com morte de animais e consequentemente falta de pastagens adequadas ao gado leiteiro.

Sobrevivi graças ao mero instinto de aumentar o número de capineiras e canavias em minhas propriedades. Parabéns ao Marcelo e à Aline pelos artigos. Como vice presidente da Associação local, estarei lendo aos companheiros a matéria aqui divulgada.

Um abraço.
MARIUS CORNÉLIS BRONKHORST

ARAPOTI - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 07/02/2008

Que tenhamos um 2008 tanto quanto 2007 para darmos continuidade à atividade e encontrar produtores sorridentes como tenho encontrado, e animados, pois só assim nós, produtores, temos tempo para aumentar o fôlego que estava no fim...

Mas ao Marcelo e Aline, novamente parabéns pelo artigo no primeiro dia útil brasileiro. Sorte nossa que ainda é fevereiro e que o Brasil começa a trabalhar a partir de agora...

Um abraço
LAURO L. DAL MORO

SEARA - SANTA CATARINA - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 07/02/2008

Gostei das informações, vou repassar aos pequenos agricultores de Seara e região e se possível, vou falar no Programa de Rádio que a Epagri mantém na Rádio Belos Monte.

Saudações,

Lauro Dal Moro
Epagri
LUIZ CARLOS FERREIRA DA LUZ

RIO DE JANEIRO

EM 07/02/2008

Vamos torcer para que este ano novamente tenhamos bons preços para o setor lácteo, principalmente para o produtor, e que com o aumento do milho e da soja sejemos melhor remunerados, pois o custo de produção este ano está bem mais elevado que em anos anteriores.

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