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O que está acontecendo no mercado mundial de lácteos?

POR VALTER GALAN

PANORAMA DE MERCADO

EM 20/07/2015

4 MIN DE LEITURA

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Novas e fortes quedas nos preços dos lácteos negociados no leilão GDT. Os preços são recordes de baixa e o cenário de curto/médio prazo (próximos 6 meses, pelo menos) é de preços nos patamares atuais ou ainda menores.

O cenário é uma conjunção de oferta e demanda que tem levado a preços cada vez mais baixos. Do lado da oferta, o forte ajuste de preços dos derivados levou a uma também já conhecida redução dos valores em dólares pagos aos produtores nos diferentes mercados (gráfico 1).

Gráfico 1. Preços do leite ao produtor em diferentes mercados (US$/kg de leite)

Fonte: Elaborado pelo MilkPoint Mercado, a partir de dados de diferentes fontes

Grosso modo, o patamar internacional pago ao produtor que era de média entre US$ 0,45 e 0,55/kg (ou, hoje, o equivalente a R$ 1,42 a 1,78/ kg de leite) está, nos dias atuais, em níveis próximos a US$ 0,25 a 0,35/kg (cerca de R$ 0,79 a 1,10/kg de leite). Ainda assim, a produção de leite em alguns principais países/regiões exportadores mantém-se estável ou segue crescendo (ainda que, obviamente, em ritmo menos acelerado que no ano passado – observe a variação da produção no gráfico 2).

Gráfico 2. Variação da produção de leite em diferentes mercados (2015 vs. 2014)

Fonte: Elaborado pelo MilkPoint Mercado, a partir de dados de diferentes fontes

Brasil: Janeiro a Março (2015 vs. 2014)

Uruguai, Argentina, Nova Zelândia, Estados Unidos (EUA) e Austrália: Janeiro a Maio (2015 vs. 2014)

Chile: Janeiro a Abril (2015 vs. 2014)

UE-15 (União Européia – 15 países): Janeiro e Fevereiro (2015 vs. 2014)


Na soma dos mercados indicados no gráfico 2, a produção internacional de leite mantém-se estável este ano, cerca de 0,2% acima dos volumes do ano passado. E, independentemente do crescimento e/ou queda em relação aos volumes do ano passado, a perspectiva para o segundo semestre é de aumento na oferta global de leite no mundo, seja pelo pico da safra de Nova Zelândia e Austrália (normalmente entre setembro e novembro) ou pela safra de Uruguai e Argentina (que ocorre neste mesmo período e nos afeta muito mais diretamente).

Se, de um lado, os preços caem e a produção (ainda) não, do outro lado a demanda internacional segue abaixo dos patamares do ano passado. Os chineses seguem comprando menos do que compraram no ano passado (as importações chinesas de leites em pó são, este ano, quase 50% menores que em 2014) e não há nenhuma perspectiva clara de que voltarão ao mercado no curto/médio prazos. Mudanças de cenário? Provavelmente só a partir do primeiro semestre de 2016.

Neste cenário, as importações de lácteos (notadamente leites em pó da Argentina e, principalmente, do Uruguai) seguem crescendo. E, num mundo globalizado e, apesar de sermos um mercado protegido por uma alíquota de importação de 28% para lácteos de fora do Mercosul (ou maior do que isso, dependendo da origem), nossos preços de importação seguem a mesma tendência de queda dos valores praticados no mercado internacional (observe o gráfico 3, com os valores do leite em pó do leilão GDT e os preços efetivos de importações realizadas pelo Brasil).

Gráfico 3. Leite em pó integral – Valores praticados no leilão GDT e preços de importações brasileiras

Fonte: Leilão GDT e Sistema ALICE

Conforme já comentamos em análises anteriores, estes preços cada vez mais baixos dos lácteos importados chegando ao nosso mercado já vem influenciando fortemente alguns mercados aqui no país: no caso do leite em pó, as produtoras nacionais, notadamente aquelas empresas que atuam mais forte no mercado industrial (fornecedoras de indústrias de chocolates, biscoitos, sorvetes, iogurtes, etc.) já vem sofrendo com vendas praticamente paralizadas há quase dois meses... Produzem apenas para cumprir contratos mais antigos, a preços médios de R$ 10/kg – já há ofertas do equivalente importado a R$ 8,7/kg. No caso dos queijos, o importado (muçarela) tem chegado também a preços bastante competitivos – entre 25 e 30% mais baixos que o equivalente nacional. E, lembre-se: nossa alíquota de importação de lácteos é de 28% ou maior!

Em resumo, o mercado internacional não mostra nenhum sinal de recuperação de preços – ao contrário, com a chegada da safra em mercados importantes sinaliza mais volume num mercado já saturado e sem reações aparentes da demanda. No mercado brasileiro, queijos e leite UHT ainda tem conseguido sustentar preços no atacado, embora venham demonstrando, nas últimas semanas, sinais de enfraquecimento, que já são de alguma forma sentidos nos preços do mercado spot. Com uma produção de leite menor que no ano passado e com mudanças no perfil da concorrência pelo leite nas principais bacias leiteiras (empresas consolidando suas operações de compra e buscando resgatar a confiança dos produtores ou novos concorrentes entrando em novas áreas de atuação), os preços aos produtores devem sustentar-se por mais algum tempo – mais ainda em patamares bem piores que os do ano passado.


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VALTER GALAN

MilkPoint Mercado

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BENEDITO DE SOUZA

SALVADOR - BAHIA - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 26/07/2015

ACHO QUE A ATIVIDADE SERÁ IMPACTADA SOBREMANEIRA APARTIR DE SETEMBRO DE 2015. COM ISTO CERTAMENTE TEREMOS O CAOS INSTALADO NO CAMPO.



ABRAÇOS.

BENEDITO
DARLANI PORCARO

MURIAÉ - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 24/07/2015

Como tem prêço mínimo do litro de leite, o mais importante é os mercados , terem também um prêço máximo para as vendas de láctéos, ´e um absurdo  um quilo  de queijo prato comum  ser maior que 30.oo  reais, pois ajuda a emperrar as vendas, e quem leva o pior   somos  nós produtores.
RONALDO MARCIANO GONTIJO

BOM DESPACHO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 23/07/2015

Prezado Davi,



Então podemos nos preparar para um fase de preços inferiores ao custo de produção?
DAVI MOREIRA PINTO

CAMPO BELO - MINAS GERAIS - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 23/07/2015

Prezado Ronaldo,



O mercado de Julho já estabilizou, os preços de venda estagnaram ou apresentaram pequenas quedas. Provavelmente entraremos no mês de Agosto com preços médios de venda menores que os praticados em Junho e Julho. O leite Spot já sofreu uma certa queda em seu preço e deverá cair mais. Se esses fatos se concretizarem provavelmente teremos recuo de preços no leite que será fornecido em Agosto. Mais vamos aguardar, ainda é um pouco cedo para afirmar quando e qual a proporção da queda dos preços. A única afirmação que faço, é que é um ano de precaução para todos os elos da cadeia.
RONALDO MARCIANO GONTIJO

BOM DESPACHO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 23/07/2015

Prezado Davi,



A partir de que mês você prevê que está queda ocorrerá e qual o tamanho desta queda?
VALTER BERTINI GALAN

PIRACICABA - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 22/07/2015

Caro Davi,



Muito obrigado por seu comentário!



Abraço!



Valter
VALTER BERTINI GALAN

PIRACICABA - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 22/07/2015

Olá Celso,



Não há alíquota para importação de lácteos com origem em países do Mercosul. A única restrição existente é uma cota mensal para importações de leite em pó da Argentina (3.600 toneladas mensais de cota máxima).



Abraço,



Valter
CLAMIR BALEN

EM 22/07/2015

Senhores, Caro Alcides Amorim Ramos e outros......



Se contenham em seus comentários quando usarem deste espaço para ofender e difamar partidos e organizações.

Vejam que o preço do leite está em queda em todo mundo, e não é o PT que administra todos os países produtores de leite. Ate clamir
CELSO IVAN FERREIRA

LAGOA DA PRATA - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 21/07/2015

Valter,qual é a alíquota de importação do leite em pó dentro do Mercosul?
DAVI MOREIRA PINTO

CAMPO BELO - MINAS GERAIS - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 21/07/2015

Senhor Valter, parabéns pela matéria. Ela abordou de forma sucinta e completa todo o envolto do atual mercado. Você conseguiu expor todos as situações quem estão e irão ocorrer no mercado de lácteos de forma agrupada o que agrava ainda mais a situação.

Infelizmente a informação que temos que passar para os produtores é que os preços não irão se sustentar por médio prazo mais. A inversão de mercado está próxima.
ALCIDES AMORIM RAMOS

BOTUCATU - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 21/07/2015

Ainda não entenderam que é o AGRONEGÓCIOS que sustenta todo o desenvolvimento econômico, social e politico do País, e ainda sobra para financiar  aqueles que querem impedir a sua evolução, através de invasões, como fazem o MST, MTST, ONGs pro índio,  CPT, FUNAI, MOCOMBOLA, QUILOMBOLA, FUNCIONÁRIOS NÃO CONCURSADOS, estes sem compromissos como pais, corruptos petistas, empresários inescrupulosos, e outros. Todos nos levando ao caos que ora nos encontramos. Ainda bem que o AGRONEGÒCIOS é tão poderoso que tolera tudo isso. Caso contrário poderíamos dominar o mundo com o nosso poder territorial, sob todos os aspectos.
ANTONIO DE CASTRO JUNIOR

JOANÓPOLIS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 21/07/2015

Vamos em frente...
LUCIANO MACHADO DE SOUZA LIMA

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 20/07/2015

A sempre um ponto final.

A  CPI  da PETROLULA  vai acabar !!!    __ "Ai, vai sobrar dinheiro,  para o nosso governo,

investir na agropecuária. Pois afinal, ela  ( AGROPECUÁRIA )   É o carro chefe da economia.
RONALDO MARCIANO GONTIJO

BOM DESPACHO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 20/07/2015

Os preços deveriam cair abaixo de US$ 1.000,00, só assim a produção cai. É melhor uma quebradeira rápida que ficar nesse quebra não quebra.

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