Mercado em julho: "leilão" de leite deve continuar impulsionando os preços |
POR MARCELO PEREIRA DE CARVALHO
E ALINE BARROZO FERRO
EM 12/07/2007
9 MIN DE LEITURA
MARCELO PEREIRA DE CARVALHO
Engenheiro Agrônomo (ESALQ/USP), Mestre em Ciência Animal (ESALQ/USP), MBA Executivo Internacional (FIA/USP), diretor executivo da AgriPoint e coordenador do MilkPoint.
ALINE BARROZO FERRO
27 |
DEIXE SUA OPINIÃO SOBRE ESSE ARTIGO! SEGUIR COMENTÁRIOS |
![]() |
5000 caracteres restantes
INSERIR VÍDEO
Todos os comentários são moderados pela equipe MilkPoint, e as opiniões aqui expressas são de responsabilidade exclusiva dos leitores. Contamos com sua colaboração. Obrigado. SEU COMENTÁRIO FOI ENVIADO COM SUCESSO!Você pode fazer mais comentários se desejar. Eles serão publicados após a analise da nossa equipe. |
![]() |
EDINALDO DE SOUZA TEIXEIRASALVADOR - BAHIA - PRODUÇÃO DE LEITE EM 13/08/2007
O preço do leite para o produtor sempre foi uma vergonha, por isso, muitos produtores partiram para o plantio de cana, em que há pespectiva de preços mais estáveis.
Não acredito que a alta do leite esteja relacionada com seca, sempre teve seca. Acredito na alta constante do milho, do soja, da uréia, medicamentos etc. Não há nenhum estímulo para produzir leite. Para produzir leite com qualidade e tecnologia é preciso ser "viciado em leite". Sei que muitos produtores estão aproveitando aoportunidade e vendendo suas vacas por bom preço e caindo fora do ramo, estão partindo para gado de corte. Continuarão no leite os teimosos. Eu era menino e meu pai, tirador de leite, já falava: este ano o preço do leite vai melhorar. Estou com 71 anos - estou vendo agora, mas isso é passageiro. Só teremos preço justo no dia em que os pecuaristas forem unidos, com cooperativa forte. Vamos torcer para que os preços não caiam. |
![]() |
JORGE ANTONIO LOEBENSVERA CRUZ - RIO GRANDE DO SUL - PRODUÇÃO DE LEITE EM 09/08/2007
Parabéns pelo artigo. Foi uma análise sensata e real do panorama de mercado atual, baseada em dados concretos e que nos possibilitam ter uma noção clara do que está acontecendo.
Para contribuir, na minha região (centro do Estado) teve empresa pagando de 0.62 a 0.80 centavos por litro para a produção de junho e paga no início de julho, dependendo da faixa de produção (a primeira faixa engloba produtores até 5000 l/mês e a última acima de 20000 l/mês). Acrescente-se a este preço básico a possibilidade de mais 0.04 centavos/litro de bonificação por qualidade e gordura, podendo chegar a um preço máximo de 0.84 centavos/litro. Há de se deixar claro que sobre este preço incide o desconto de Funrural (2,3%) e 1% de retenção de cota capital praticada pelas cooperativas. Apesar de concordar que o preço pago ao produtor melhorou e fez com que 2006 não deixe saudades, quero crer que ainda há margem para melhorar a remuneração de quem produz, pois é a parte da cadeia mais esquecida na hora de repartir os "loiros". E digo isto por um raciocínio muito simples: provavelmente o leite longa vida que está sendo posto no mercado hoje por algo acima de 2 reais foi captado por algo em torno de 0.50 centavos do produtor. Esperamos que a remunerção de julho melhore mais. |
![]() |
MIRIAMPIRACANJUBA - GOIÁS - ESTUDANTE EM 24/07/2007
Os produtores devem ficar atentos, pois esse quadro de alta nos preços do leite com certeza não permanecerá por muito tempo. E é aí que a coisa pega. Nós, seres humanos, acostumamos muito rapidamente com o que é bom; de repente esses preços começam a cair, e aí? Como ficarão?
Então, não se iludam, coloquem os pés no chão. |
![]() |
ANTÔNIO CORDEIRO COSTA JÚNIORÁGUAS BELAS - PERNAMBUCO - CONSULTORIA/EXTENSÃO RURAL EM 20/07/2007
É nossa vez de ganhar. Porém, fiquem atentos porque o mercado é o grande juiz, e se não aceitar os aumentos nos derivados do leite, quem vai pagar mais uma vez a conta somos nós.
É uma cadeia, e nós estamos na outra extremidade, se o consumidor não comprar, não temos a quem vender. Procuremos o equilíbrio. |
![]() |
LUIZ MIGUEL SAAVEDRA DE OLIVEIRASANTO ÂNGELO - RIO GRANDE DO SUL - PRODUÇÃO DE LEITE EM 19/07/2007
Se para nós, produtores, os preços estão ficando aceitáveis, para os consumidores, está sendo desestimulante, diminuindo o consumo. E quem está mais uma vez ganhando com isso são os mesmos que, quando o consumo está "baixo", reduzem nossos preços de forma aviltante e sem aviso. Mas porque têm compromissos com exportação, não lhes interessa o mercado interno.
Daqui a alguns dias, alguma barreira sanitária criada por mercadores externos é capaz de nos tornar dependentes do mercado interno, mas a margem de lucro dos mercados e companhias não será afetada! |
![]() |
EDEVAL BENATIDIADEMA - SÃO PAULO EM 17/07/2007
O produtor de leite não pode se iludir num momento como o de agora. Há mais de 30 anos, sabemos que quem menos ganha é o produtor. Ele é sempre penalizado. As indústrias e as revendas são sempre as ganhadoras.
Sempre ouvimos a palavra parceria, isto é, eles parceiros no lucro e nós no prejuízo. Que bom seria se houvesse uma legislação que obrigasse aqueles que compram do produtor, a produzir pelo menos 10% do que utilizam. Iriam sentir na pele. Se continuar assim, dentro de pouco tempo, o Brasil será o maior produtor do mundo, tirando leite até do gado de corte. Até os preços caírem, é claro. Talvez esse seja o melhor momento que surgiu até hoje para fazer a coisa certa, isto é, vender por bom preço o gado leiteiro. É lamentável. |
![]() |
AROLDO AUGUSTO MARTINSEDEALINA - GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE EM 15/07/2007
Hoje estamos vendo consumidores, latcinios e queijeiras reclamando, só que todos acabam esquecendo o que o produtor passou e continua passando, já que os insumos, como energia, combustível, mão-de-obra também subiram.
É hora de produtor, latcinios e cooperativas se unirem, para valorizar este produto, e mostrar que quem acaba ganhando muito são os comerciantes, tais como supermercados, padarias. |
![]() |
ALEX M. M. SÁ ANDRADEJUIZ DE FORA - MINAS GERAIS EM 15/07/2007
Os produtores devem aproveitar os preços pagos pelos laticinicios, e os laticinicios devem aproveitar e colocar os preços de leite num patamar que ele possa tirar os prejuizos juntamente com os produtores.
Agora os supermercados não podem comprar o leite a R$ 1,65 e querer vender a R$ 1,29. Isso tem que acabar, porque desvaloriza o próprio produto e prejudica toda uma cadeia. |
|
PEDRO MARCOS TORRESSANTOS DUMONT - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE EM 14/07/2007
Será verdade tudo isto que está acontecendo com a cadeia produtiva do leite?
1º - O produtor sempre paga para produzir (roçadas, ração, mão de obra etc); 2º - O laticínio sempre repassa o prejuízo para o produtor. Quando aumenta, é de R$0,01, quando diminui é de R$0,05; 3º - A padaria também sempre repassa, nunca perde; 4º - A agropecuária só tem aumentos de preços, nunca há reduções; 5º - O consumidor sempre paga os aumentos. Gostaria de dizer aos colegas produtores que não se iludam com o que está acontecendo, apesar das evidências de mercado indicarem boas novas, pois temos exemplos passados de quebradeiras. Temos sim que trabalhar com profissionalismo, com os pés no chão e com segurança, pois o futuro é incerto. Temos que ter união, principalmente na hora de comercializar o nosso produto. |
![]() |
JOSÉ ANGELO MARCHINIITAPORÃ - MATO GROSSO DO SUL - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS EM 14/07/2007
Realmente o momento é favorável tanto para os produtores como também para as empresas. Isto é muito bom, pois há tempos precisávamos de um bom momento de evolução e firmeza de mercado.
Tomara que o bom senso leve todos a ganhar dinheiro com o momento, não se matarem em concorrências sujas que não levam a lugar nenhum. |
![]() |
MARCUS BASTOS TEIXEIRARIO DE JANEIRO - RIO DE JANEIRO - PRODUÇÃO DE LEITE EM 14/07/2007
A hora do produtor chegou?
Infelizmente a pecuária de leite no Brasil sempre foi uma atividade muito deficitária. Preços alvitantes e a situação de incerteza de preços. Acredita-se que esta é a única atividade em que o produtor produz e entrega sua produção ao longo de um mês para, no dia 20 do mês seguinte, quando do pagamento, ficar sabendo quanto vai receber, ao bel prazer dos oligopsônios. As indústrias que processam leite estão colhendo o que semearam. As adversidades da atividade levaram o produtor a abandonar a especialização, os investimentos, liquidando rebanhos e utilizando nelores para produção de bezerros ao invés de matrizes leiteiras. Sem dúvidas a produção de leite é para heróis, pois verifica-se que, até na Europa, apesar do mar de subsídios, que os jovens, filhos de produtores, não sucedem seus pais. A mão-de-obra especializada é escassa e a rotina do trabalhador da atividade é escravizante e, em razão dos preços recebidos, não tão bem remunerada. Muitas vezes pensei em acabar com meu plantel, mas quem sabe a esperança voltou a brilhar no céu da pecuária leiteira, e a verdadeira remuneração dos produtores encurte as margens avantajadas dos intermediários que, por tanto tempo, exploraram sua galinha dos ovos de ouro até definhá-la. |
![]() |
JOSE EDUARDO JUNQUEIRA FERRAZJUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - CONSULTORIA/EXTENSÃO RURAL EM 14/07/2007
O momento do leite hoje é tão preocupante quanto em periodo de baixa, pois pela fata de leite o preço pode chegar a um patamar que podemos perder comsumo interno. Só coseguiríamos manter o preço estavel, (que seria o ideal para qulquer setor da economia) se fôssemos bastante unidos para equilibrar excesso e falta de leite no mercado.
Presisamos ficar em alerta. José Eduardo Junqueira Ferraz |
![]() |
PAULO AUGUSTO DA SILVA SANTOSSÃO PEDRO DOS FERROS - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE EM 14/07/2007
O momento atual do leite tem sido aguardado com ansiedade há alguns anos pelo setor. Porém, é preciso tomar devidas precauções no sentido de se capitalizar e investir em produtividade e eficiência, pois sendo o consumidor final o equilíbrio da balança, qualquer mudança no consumo pelo aumento do preço pode fazer retornar o quadro de preços baixos e pouca valorização do leite.
É preciso união dos pecuaristas para divulgar as dificuldades da produção e agregar valor ao produto ainda na fazenda, através da melhoria da qualidade do produto e outros meios. E para finalizar, é importante frisar que não se deve criar grandes expectativas futuras em razão do cenário atual. Planejamento a longo prazo é muito importante para qualquer atividade. |
![]() |
RICARDO NIERO DE SOUSAPOUSO ALEGRE - MINAS GERAIS - CONSULTORIA/EXTENSÃO RURAL EM 13/07/2007
Nada mais estimulante do que ver esse aumento no preço do leite. Há quanto tempo não esperávamos uma reposição de preços, para termos condições para investir e viver? O único problema que vejo nesse momento é que a qualidade, algo que até então era valor, parece que foi esquecida.
Não se comenta mais, não há preocupação, pelo menos aparente, com a qualidade do leite. Será que quando os preços estabilizarem teremos que recomeçar a discutir questões básicas e primárias, como limpar e manter o equipamento de ordenha, os resfriadores, e reduzir a CCS? |
![]() |
RICARDO JOSE DE SOUZACÉU AZUL - PARANÁ - INDÚSTRIA DE INSUMOS PARA A PRODUÇÃO EM 13/07/2007
Eu não acredito que com as chuvas vamos ter um aumento significativo na produção. O plantel leiteiro diminuiu muito nos últimos anos, pelos preços baixos que eram pagos pelo leite. Pela opção de diversificação (cana-de-açúcar e soja) devemos ter uns seis meses de bons preços.
|
![]() |
MARCOS A. MACÊDOPIUÍ - MINAS GERAIS - CONSULTORIA/EXTENSÃO RURAL EM 13/07/2007
Srs,
Acredito que o patamar de R$,80/l de leite já é um preço elevado, e até certo ponto insustentável a médio prazo, 6 meses, porque o preço do leite em pó no mercado internacional para leite brasileiro não ultrapassa os U$ 4000/t. É só fazer a conta na conversão de leite em leite em pó. A indústria queijeira terá um menor volume de produção, custos fixos elevados, e queijos com baixo valor agregado é suicídio ecnômico do negócio. Mussarela, queijo minas padrão, a tendencia é baixar o consumo, os queijos com olhadura também, pois o poder aquisitivo do brasileiro de classe média não cresce nesta velocidade. Logo, para o produtor de leite o bom é um equilíbrio, ou seja, um aumento de produção e preços mais equilibrados, dando uma estabilidade e remuneração à produção leiteira. Para que as indústrias de queijo continuem competitivas, e não fiquem os produtores dependendo sempre das grandes industrializadoras de leite em pó, pois o resultado é conhecido. |
![]() |
JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHOBRASÍLIA - DISTRITO FEDERAL - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS EM 13/07/2007
A disputa por matéria-prima é fruto da alta dos preços internacionais do leite em pó. Pelo menos é a minha percepção da movimentação dos agentes da cadeia produtiva instalados no Centro-Oeste.
O artigo relata que as exportações não aumentaram, mas as novas plantas industriais secadoras de Goiás e Triângulo Mineiro ainda não atingiram seu ponto de equilíbrio e devem estar acumulando volumes para futuras exportações. Minha opinião sobre o futuro próximo é a seguinte: o produtor que estava parado ou mesmo o fazendeiro com gado azebuado está só esperando a vacada parir (ago/set) para aproveitar o bom momento e voltar a "entregar" leite. Assim, teremos uma sobre-oferta nunca antes vista e os preços cairão de forma proporcional - como sempre. |
![]() |
ÍTALO DIÓGENES HOLANDA BEZERRALIMOEIRO DO NORTE - CEARÁ - PRODUÇÃO DE LEITE EM 13/07/2007
Estamos vivendo o novo momento do leite. Sem dúvidas, quem vai regular o preço será o consumidor. Mas essa queda de braço entre produtor (que está mais conciente e principalmente profissionalizado) e os laticínios tem muito a amadurecer...
|
![]() |
EVERTONMINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE EM 13/07/2007
Os preços do leite estão bons, mas não tão bons como estão sendo apregoados. Ontem vi uma nota de um produtor de 300 litros que vai receber R$ 0,62/l no dia 17 - leite vendido em junho. O de julho talvez chegue a R$ 0,65/l, bem longe dos preços citados de R$ 0,82 a R$0,92, que podem existir para produtores acima de 5.000 litros dia.
A mesma coisa é dita do preço para o consumidor de R$ 3,10, isto é em uma minoria de padarias. Os preços do leite estão subindo bem mais na mídia do que a realidade do campo para a grande maioria dos produtores, que há muitos anos estão no sacrifício. A dona da casa critica e reclama com razão, pois há uma disparidade muito grande entre o que o produtor recebe e o que o consumidor paga. Ontem também presenciei um aumento de quase 50% na tonelada do sulfato de amônia e ninguém dá a noticía, e assim são todos os insumos para a produção. Os custos do adubo, defensivos, produtos veterinários, combustíveis, mão-de-obra, energia, estão muito elevados, portanto, nada mais justo qua haja bons preços para o leite. Os preços que estão sendo praticados na realidade ainda estão defasados em relação ao seu alto custo. Preços de R$ 0,62/l no pico dos preços, qual será os preços de novembro/dezembro? |
![]() |
OLIVINO DOS SANTOS FILHOCAMPINA DO MONTE ALEGRE - SÃO PAULO - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS EM 13/07/2007
Acho que do jeito que vai a coisa, logo vamos pagar R$ 1,00 pelo litro de leite para produtor. Nunca vi isso nos meus vinte anos acompanhando o leite.
Só espero que alguns produtores não arrisquem trocar o laticínio que eles entregam há muito tempo por esses que estão prometendo preços absurdos. Só agora está facil vender leite. |
MILKPOINT É UM PRODUTO DA REDE AGRIPOINT
Copyright © 2021 AgriPoint - Todos os direitos reservados
AgriPoint Serviços de Informação Ltda. - CNPJ 08.885.666/0001-86
R. Tiradentes, 848 - 12º andar | Centro