Entressafra inicia com estabilidade ou pequena alta, em função de elevados estoques |
POR MARCELO PEREIRA DE CARVALHO
E ALINE BARROZO FERRO
EM 15/02/2008
4 MIN DE LEITURA
MARCELO PEREIRA DE CARVALHO
Engenheiro Agrônomo (ESALQ/USP), Mestre em Ciência Animal (ESALQ/USP), MBA Executivo Internacional (FIA/USP), diretor executivo da AgriPoint e coordenador do MilkPoint.
ALINE BARROZO FERRO
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LUCAS ANTONIO DO AMARAL SPADANOGOUVÊA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE EM 12/03/2008
Marcelo e Aline,
Parabéns mais uma vez. Sou vice-presidente de uma associação de produtores rurais de Gouveia, próxima a Diamantina. Lendo as cartas acima, dou razão a todos os que escreveram, realmente, a culpa é nossa, mesmo associados, morremos de medo do comprador de leite, recebemos atrasado e todos se calam; o erro é nosso (produtores). Já ouvi associado me dizer: "não discuta com o dono, poderá prejudicar a todos", ora, discutir é uma coisa e negociar é outra, acontece que o medo não deixa nem ao menos se negociar, afinal aquele dinheirinho do leite é que sustenta a família. Algum dia, como disse o João Augusto, as asociações das associações que deverão negociar com os compradores, enquanto não acontece, o Moacyr Bogado tem razão, temos que parar de sonhar com a bezerra linda e partir para o mercado, esperar o governo é pedir esmola, agora a pergunta é simples, sem união, como? Já pensaram em três dias sem entrega de leite pelos pequenos produtores, faríamos queijo e coalhada à vontade e o que os nossos compradores fariam? Temos que tirar o cabresto que nos atrasa e nos tolhe. Um abraço Lucas Spadano Consultor, produtor de leite. |
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MOACYR FIORILLO BOGADONITERÓI - RIO DE JANEIRO - PRODUÇÃO DE LEITE EM 09/03/2008
Se há uma coisa que nos une é angústia pela justa remuneração do leite que produzimos.
Estou mais inclinado a concordar com o João Augusto M. Caldeira que com o Guilherme A. de Mello Franco no que esperar do governo. Se o governo conseguisse fazer a sua parte no tocante a inspeção e não atrapalhasse com absurdos do tipo: exigir que no rótulo do leite constasse que crianças só podem beber leite com receita médica (quem não acreditar que leia no rótulo do próximo pacote de leite que consumir) já estava muito bom. Existe um vasto mercado a ser conquistado por nós produtores, mercado externo e interno também. Se o consumo de lácteos per capita interno atingir o patamar dos países desenvolvidos, teremos que aumentar nossa produção em 50%. E se um dia o chinesinho quiser pingar um leitinho no seu chá nem se fala. Para isso acontecer, depende de muito profissionalismo e competência comercial nossa, e não esperar que o governo venha fazer por nós. Será que nos tornamos grandes exportadores de suco de laranja, frango, carne bovina graças ao governo? Quando se diz que o produtor é o elo mais fraco da cadeia, não se pode fechar os olhos à burrice comum que nos (produtores de leite) assola, que é a cegueira típica dos apaixonados. Se o industrial de leite descobrir que envasar água dá mais lucro que mexer com leite, transforma o laticínio em água mineral, o mesmo faria o varejista. Já o produtor, ainda que convencido que produzir leite é um péssimo negócio, vai continuar produzindo porque sonha em ver mojando aquela bezerra linda que nasceu ontem. Assim não há lei de procura e oferta que consiga equilibrar esse mercado. Saudações laticinistas! Moacyr Bogado. Veterinário, produtor de leite. Um abraço. |
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JOÃO AUGUSTO MACHADO CALDEIRABELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE EM 07/03/2008
Marcelo e Aline,
Parabéns pela contribuição a um assunto que faz parte das expectativas de todos nos produtores. Uma coisa já mudou de 2007 para 2008: a preocupação com o cenario de 2008: isto é um progresso. O governo sim, tem que fazer a sua parte. Por outro lado, temos importantes iniciativas dos líderes do agronegócio como a Serlac e Itambé, entre outras que têm sido pioneiras na abertura das exportações de lácteos. A partir da decada de 70, assistimos vários segmentos de nosso agronegócio fazer um belo "para casa" e hoje têm uma posição no mercado internacional de encher qualquer um de nós de um imenso orgulho. O último número da "Veja" cita o suco de laranja, o café, a carne de frango, a soja o fumo e a carne bovina. Os economistas dizem que quando o cliente é forte e o fornecedor é fraco é o cliente quem faz o preço; este é o nosso caso. Sou produtor há 9 anos. Nesta época, Associação de produtores era um sonho. Hoje, constata-se a existência de um grande número de associações espalhadas pelo país. Já foi um passo. Os benefícios já podem ser notados pelos participantes. Nos países mais desenvolvidos nesta área já há inumeras Associações de Associações de produtores. Elas é que negociam com as Associações de Laticínios. Não será este o nosso futuro? A concretização disto depende de nós! Já há exemplos deste tipo de organização aqui. Não será este o nosso caminho, vamos dar os primeiros passos! João Augusto M. Caldeira |
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MARCO ANTÔNIO DA COSTAPARAGUAÇU - MINAS GERAIS - CONSULTORIA/EXTENSÃO RURAL EM 03/03/2008
A respeito do preço do leite pago a pequenos agricultores na região de Alfenas alguns lacticínios estão pagango o valor de: R$0,50 centavos de real por litro bruto. Descontando o carreto sai por R$0,45 centavos de real.
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MARCOS TADEU COSMOSALES - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE EM 03/03/2008
Antes de assinar embaixo das palavras do colega Gilherme A. de Mello Franco, gostaria de agradecer aos amigos do MilkPoint pelas oportunidades criadas para discutir ou somente ler assuntos que de uma forma ou outra estão colados nos produtores de leite.
Na cadeia da produção de leite, existem inúmeras possibilidades para se aprimorar, seja na genética, equipamentos, alimentação, manejo etc. Porém, quando você termina de ordenhar seus animais, aí começa um problema para o qual a solução ainda não foi encontrada, que é simplesmente a venda do produto pelo qual você lutou, estudou, trabalhou, investiu e teima em continuar. Nós somos apaixonados pelo que fazemos, mas temos um grave defeito para o mercado: somos um bando fragmentado e sem nenhum tipo de suporte político agregador, ou seja, um prato cheio para quem vai comprar o leite, e ainda temos de dar graças a Deus quando recebemos em ida o pagamento. Não vejo no horizonte qualquer passo, seja dos produtores ou dos governos no sentido de organizar de forma efetiva o setor leiteiro. Sonho com o dia em que possamos ter uma OPEP dos produtores, que nos permita usar as mesmas armas que hoje é usada contra nós. Um abraço a todos. Marcos Tadeu Cosmo |
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GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCOJUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE EM 01/03/2008
Prezados Marcelo e Aline,
Mais uma vez, brilhantes e necessários em seus comentos. Infelizmente, num país de dimensões absurdas como o nosso, as diversidades regionais não nos permitem uma precisão nos dados. Mas, em um aspecto, é inegável a certeza das informações: o mercado continuará a explorar o produtor em favor do lucro. E isto é de fácil explicação: nosso produto é valorado não pelo detentor da matéria prima (produtor) mas pelo comprador (laticínio) que a ele atribui o "quantum" que quiser. O exemplo maior disto é a média estadual de preços para Minas Gerais, sempre divulgada por vocês e que nunca chega à nossa região (Zona da Mata/Sul), apesar de termos os mesmos gastos com a produção. O maior preço praticado foi R$ 0,60 (sessenta centavos) por litro para o leite produzido em Janeiro e quitado em Fevereiro. A média estadual beira aos R$ 0,70 (setenta centavos). Parece pouca a diferença, mas num universo de 3000 litros/mês (média de produção individual), a perda é de R$ 300,00 (trezentos reais), ou seja, 16,66 %. Todavia, compramos nas cidades nosso leite à média de R$ 1,60 (um real e sessenta centavos) o litro, mais do dobro do que recebemos na fazenda. Enquanto não tivermos, pelo menos, uma política de preço mínimo para o leite, todo mês será de penúria e de lamentação (pelo menos, para nós, os produtores). Parabéns e obrigado pelo lapidar artigo. Um abraço, GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO FAZENDA SESMARIA - OLARIA - MG |
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MARIUS CORNÉLIS BRONKHORSTARAPOTI - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE EM 24/02/2008
Olá Marcelo e Aline,
A entressafra na região Sul está aí, mas nas demais regiões do Brasil isto pode demorar um pouco mais devido às chuvas. Os metereologistas já prevêem uma estação de frio antecipado, resta-nos esperar para ver onde e como se desenrola a entressafra nas demais regiões, acredito em um ano bom. Mas chegou aos ouvidos dos produtores uma notícia. Os russos vêm aí, querendo leite. Segue aqui minha pergunta: o governo está preparado para responder, exigir e negociar com a comissão russa? Os Ministros e seus auxiliares estão preparados para responder e qualificar nossa produção? Ou relatarão os acontecimentos do ano passado com normal e permitido? O Ministério de Agricultura e Pecuária está preparado para fiscalizar todas as indústrias e laticínios para um aumento brusco nas exportações de lácteos? Os exemplos de incompetência estão aí, o setor de suínos do Parana sofreu 2 anos por declarações do então secretario e seu acessor, agora a pecuária de corte com declarações infelizes, onde nós vamos parar? Desculpem, Marcelo, Aline e leitores do MilkPoint, mas um desabavo é necessário, é extremamente preocupante. |
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AGENOR TEIXEIRA DE CARVALHOARAXÁ - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE EM 15/02/2008
Olá, Marcelo e Aline,
De acordo com a matéria, fica provado que as indústrias que fabricam leite em pó foram as que melhor rumuneraram os produtores, e conseguiram passar a safra sem grandes baixas. Na minha região (Araxá MG), os preços tiveram pequena baixa, isto porque temos aqui duas grandes exportadoras. Agora eu pergunto: por que o Governo não incentiva a expansão das nossas indústrias, trazendo divisas e gerando mais emprego? Será que nossos governantes são "cegos ou incompetentes"? Ou será que eles precisam do "leitinho" barato de cada dia para manter suas políticas sociais eleitoreiras? O mundo pede leite, e espera por "ele". E eu continuo acreditando que um dia teremos uma política agrícola séria e competente para administrar esse sobe e desce dos nossos produtos. Acredito que se tivéssemos mais estabilidade, produziríamos muito mais, e talvez pudéssemos até trabalhar com preços menores. Um dia chegaremos lá! |
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