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Criando e vivendo de expectativas...

POR VALTER GALAN

PANORAMA DE MERCADO

EM 07/10/2019

2 MIN DE LEITURA

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A cadeia leiteira brasileira é pródiga em gerar expectativas e atuar, no mercado, em função delas. Todo ano isso ocorre, mas em 2019 este “mecanismo” está especialmente intenso, gerando enormes “altos e baixos” no mercado. E, como normalmente ocorre, o setor industrial (ainda bastante fragmentado) tem sido o gerador e direcionador destas expectativas no mercado.

Voltamos ao início do ano, ou ao final de 2018. A eleição de um novo governo, que prometia rigor fiscal, reformas estruturais e recuperação econômica, sinalizava (expectativa!) novos tempos para 2019, com recuperação de consumo e melhoria do desempenho do setor – naquele momento, o mercado estimava um crescimento de 2,5% da economia brasileira em 2019. Para reforçar a expectativa altista de mercado naquele momento, um “soluço” nas chuvas em Minas Gerais e Goiás fez cair a produção formal nacional e subir os preços no atacado e do leite spot em plena safra.

Assim, os preços ao longo de toda a cadeia produtiva (produtor, “atacado” e ao consumidor final) entraram o ano bastante elevados em relação aos valores observados no início de 2018. A expectativa era de que o ano “bombasse”, ainda que os dados de crescimento (ou falta dele!) da demanda recomendassem cautela nas expectativas!

De lá pra cá, o que se viu no mercado foi uma sequência de “agora vai! ...não foi!” de preços, principalmente no mercado do leite UHT no atacado, que puxou & derrubou os preços do leite spot ao longo do primeiro semestre, criando a curva “esquizofrênica” de preços que vemos no gráfico 1 (linhas pontilhadas para as médias mensais de preços do leite UHT no atacado e do spot em 2019), bastante diferente das tendências históricas observadas para o derivado e para o leite transacionado entre indústrias (linhas cheias no mesmo gráfico).

Gráfico 1. Preços do leite UHT no atacado (venda da indústria ao varejo) e do leite spot. Fonte: elaborado com dados do MilkPoint Mercado.

mercado lácteo brasileiro

Ao mesmo tempo, até o mês de junho, a sinalização repassada pela indústria aos produtores foi de mercado fortemente comprador, com preços médios 20% acima do ano passado. No entanto, em julho e agosto houve queda considerável das cotações ao produtor, e em setembro, uma leve recuperação de preços. A esquizofrenia chegou no campo...!

Já que vivemos em função delas, importante (?) saber quais as expectativas de mercado até o final do ano.

Bastante difícil de traduzi-las! Apesar das quedas recentes do UHT no atacado e do spot, o campo – aparentemente – segue aquecido. Depois do aumento dos preços ao produtor em setembro, há vários comentários de ofertas “mirabolantes” de preços elevados a produtores nas diferentes regiões.

Apesar da complicada situação de margens da indústria neste ano (notadamente no leite UHT), é possível, neste cenário, que os preços ao produtor caiam pouco (ou quase nada) até o final do ano – agregamos aí a expectativa (mais uma!) de chuvas um pouco fora do padrão em Minas Gerais e Goiás, atrasando e/ou atrapalhando os volumes da nova safra nestes estados. Segundo muitas empresas, 2019 já foi (pro buraco...) e há que garantir o leite para 2020 quando a expectativa (mais uma vez?) é de que o consumo volte a reagir e os negócios melhorem.

Vale destacar que Valter Galan será um dos palestrantes do Dairy Vision 2019, evento que ocorrerá nos dias 26 e 27 de novembro em Campinas/SP. O tema da sua palestra será "Cenário para os lácteos no Brasil em 2019 e o que esperar para 2020". Confira a programação completa aquihttps://www.dairyvision.com.br/

VALTER GALAN

MilkPoint Mercado

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GISMAR SILVA VIEIRA

UBERLÂNDIA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 08/10/2019

Estou recebendo 98 centavos para leite com ordenha mecânica e tanquinho de resfriamento, isto para 250 litros diários. O jeito é parar e vender o gado, aliás se alguém que quiser comprar? o Gado fica na região de Canapolis, triangulo mineiro MG.
SIDNEY LACERDA MARCELINO DO CARMO

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - INSTITUIÇÕES GOVERNAMENTAIS

EM 08/10/2019

No meu ponto de vista, do aumento da demanda por meio da população podemos esquecer. Em todos os setores não está tendo nem reposição da inflação para os salários. Infelizmente a população não está tendo poder de compra. Neste caso seria ideal que os produtores revejam seus conceitos e procurem um sistema que proporcione uma redução da produção buscando eficiência nos índices zootécnicos e econômicos. Isto porque com redução de produção os preços se elevam, Lei da Oferta e Procura. Agora devemos deixar claro que se realmente acontecer o livre comércio com a Europa e Mercosul o produtor de leite brasileiro não tem bala na agulha para competir com o produtor Europeu.
VALTER BERTINI GALAN

PIRACICABA - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 08/10/2019

Olá Sidney,

Obrigado pelo comentário!
De fato a demanda hoje (ou a falta dela) é um dos nossos maiores desafios, até mesmo porque transcende a nossa capacidade de resolução do problema - demanda de leite está relacionada ao bom desempenho da economia do país, recuperando o nosso atual quadro de crescimento quase zero...

Grande abraço!

Valter
MARIUS CORNÉLIS BRONKHORST

ARAPOTI - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 07/10/2019

Boa tarde
Muito bom explanação Valter e concordo com Sávio qto a seus conhecimentos do setor lácteos
Sávio o que você coloca sobre a sobrecarga das indústrias é muito perigoso , nem produtor nem indústria desestruturada aguentaria uma eventual falta de recursos .
Vamos ver pra frente .
VALTER BERTINI GALAN

PIRACICABA - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 08/10/2019

Olá Marius,

Obrigado pela participação e pelo elogio!
Importante o seu ponto: indústria e produtores tem dependência mútua e ter um destes elos enfraquecido certamente compromete o futuro do outro.

Grande abraço!

Valter
SÁVIO COSTA SANTIAGO DE BARROS

LAVRAS - MINAS GERAIS - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 07/10/2019

Valter, te elogiar seria quase que redundância. Você é hoje o maior especialista que temos em mercado de leite.

O fato é que até para você, que enxerga adiante o tema deve estar sendo desconfortável.

O que tem ocorrido é uma intensificação do reativismo de mercado motivado por uma capacidade ociosa grande e ainda crescente na operação industrial laticinista.

Isso é ruim e perigoso. Dinheiro nunca aceitou desaforo e esse direcionamento de mercado no limite da viabilidade pode trazer crises pontuais na gestão das indústrias e rupturas econômicas inclusive no pagamento de produtores.

A curva esquizofrênica no Spot que é uma fonte reguladora de MP caracterizada pela oportunidade mostra o quão no limite a indústria está operando. Insistir nesse desenho estratégico vai trazer incertezas e em algum momento vamos passar por um período duradouro de recessão nas cotações de leite motivado por compensações de resultado.

Está sendo um ano difícil para quem busca minimizar os efeitos danosos da curva do leite no campo. Mas com certeza será ainda mais para as indústrias que relegando a um segundo plano seus resultados pra ter fábrica cheia operando.

É preciso ter responsabilidade, a indústria laticinista brasileira está errando de novo e os danos podem ser irreparáveis.
VALTER BERTINI GALAN

PIRACICABA - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 08/10/2019

Olá Sávio,

Obrigado pelo comentário e pelo elogio.

De fato, aparentemente há pouca preocupação de algumas empresas com o resultado de curto prazo de seus negócios (seja pela necessidade de manter a operação visando uma futura venda, ou por efeitos de consolidação regional).

A responsabilidade que você pdede não é prática mais comum neste mercado.

Grande abraço!

Valter

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