Em volume, a quantidade exportada de janeiro a setembro deste ano já ultrapassa as vendas externas em 2005, que foi de 32,5 mil toneladas.
Gráfico 1. Evolução das exportações de leite condensado em volume (kg).
*No ano de 2006, é contabilizado apenas o volume exportado até setembro. Portanto, até o final do ano, o crescimento das exportações desse produto deve ser ainda maior.
Fonte: Secex/MDIC
Elaboração: Equipe MilkPoint
Além do mercado externo, esse segmento está sendo visto com bons olhos no mercado nacional, já que o consumo brasileiro está aumentando, em todas as classes econômicas. Segundo um levantamento realizado pela Latin Panel, há uma expectativa de crescimento de 7% neste ano desse segmento (Veja aqui a notícia relacionada). Empresas como o laticínio Bom Gosto, do Rio Grande do Sul, apostam nesse mercado em função da demanda doméstica e as perspectivas de exportação do produto, conforme a notícia dada pelo Valor Econômico.
Além disso, a Embaré apresentou crescimento 10,6% do seu faturamento puxado principalmente pela nova fábrica de leite condensado em Lagoa da Serra (MG). Segundo notícia do mesmo jornal, a empresa tem garantido melhor rentabilidade em relação ao leite em pó. (Clique aqui para ver a notícia).
Em função desse mercado em expansão, foi feita uma análise da relação de troca para o setor exportador, considerando os valores de exportação de leite condensado e os preços do leite no mercado interno em dólares, assim como já foi apresentado pelo MilkPoint para o segmento de leite em pó. O objetivo foi avaliar as condições do mercado exportador nos últimos anos, considerando esses dois fatores.
Comparando a margem de lucro do setor exportador, dada pela relação entre preço de vendas externas (exportação) e o de compras no mercado interno (preço do leite nacional em dólar), observa-se que que na maior parte de 2006, a relação de troca voltou a ficar acima da média de janeiro de 2004 a setembro deste ano.
Gráfico 2. Relação de troca de um litro de leite para um quilo de leite condensado exportado - Janeiro de 2004 = 100.
Fontes: Secex/MDIC, Cepea e Banco Central
Elaboração: Equipe MilkPoint
Gráfico 3. Preços do leite no mercado interno, em dólares por quilo.
Fontes: Cepea e Banco Central
Elaboração: Equipe MilkPoint
Gráfico 4. Preços do leite condensado para exportação, em dólares por quilo.
Fonte: Secex/MDIC
Elaboração: Equipe MilkPoint
Apenas em agosto deste ano a relação de troca para o exportador ficou abaixo da média, mostrando uma menor rentabilidade no período. Isso pode ser verificado tanto pela alta de preços internos em dólar (em virtude da sobrevalorização do real frente à moeda estrangeira, e não da alta dos preços pagos aos produtores em reais) quanto pela queda do preço do leite condensado para exportação observada a partir de maio deste ano, quando atingiu seu pico.
Contudo, observa-se que a relação de troca se recuperou no final de 2005 e neste ano se manteve em alta comparada ao período analisado.
Os preços de exportação estiveram em crescimento neste período e passaram de US$ 0,84/kg em janeiro de 2004 para US$ 1,19/kg em setembro deste ano, ou seja, houve uma valorização de 41,6% no período analisado. A média dos preços de exportação esteve em 2006 18,6% superior à média do total de 2005 e 44% superior à de 2004.
Já a média dos preços do leite no mercado interno cotados em dólar em 2006 esteve quase 5% superior à média de 2005 e em torno de 30% superior à de 2004. Sendo assim, o valor da venda do leite condensado no mercado externo apresentou maior crescimento que os aumentos do custo da matéria-prima no mercado nacional.
A relação de troca para o setor exportador em 2006, considerando o período de janeiro a setembro, com o leite condensado esteve 16,5% superior à média obtida em 2005 e cerca de 11% acima da média de 2004.
É possível dizer, portanto, que considerando as duas variáveis, o setor teve melhor desempenho com o leite condensado neste ano devido principalmente ao aumento dos preços de exportação.